Dark Angel escrita por docin1


Capítulo 23
"Sentimentos"


Notas iniciais do capítulo

Digamos que a Lis "tem coração"
Fiz esse capítulo dedicado à minha melhor amiga Larissa. A princesa mais forte que já conheci, tenho orgulho em dizer que sou sua melhor amiga. Sif, panda rosa com glitter, soul sister ♥



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Quando cheguei na lanchonete de manhã, sentia como se estivesse enfrentando uma ressaca forte. Uma onde de preguiça havia dominado o meu corpo e nada parecia capaz de me animar. No horario de almoço, tomei um café forte pra ver se conseguia deixar tudo para trás. Mas quase derrubei a xícara quando Suzi chegou berrando do meu lado.

–Lis! Você já tem algum compromisso para essa noite? Se já tem, cancele. Você vai dormir na minha casa esta noite. - Ela falou tudo rápido de mais para que eu pudesse interromper

–Adianta dizer que não? - Perguntei e ela negou com a cabeça - Está certo.

–Ótimo, te pego às 20h! - Ela falou e deu as costas voltando a atender as mesas, o que eu me obriguei a fazer assim que terminei o café.

Depois de terminar o meu café, o movimento da lanchonete aumentou, o que me fez querer ir embora mais rápido, mas logo eu acabei esquecendo tudo me concentrei inteiramente no trabalho.

Fui embora assim que o último freguês saiu. Eu não tinha nada para fazer na SHIELD, então dediquei o meu tempo a um banho longo, para tentar relaxar como não fazia há bastante tempo. Mas depois que saí, me arrependi por não ter lotado a minha agenda de compromissos. De quem foi a ideia de tentar uma vida normal mesmo? Ah, é. Foi minha, genial! A casa estava vazia, e o pior era saber que continuaria assim. Eu podia esconder a todos o que eu estava sentindo. Exceto a mim mesma.

Isso não significa que eu iria começar a chorar, até porque seria ridículo. Eu não era assim, nunca. Mas eu não podia negar que estava sentindo alguma coisa, uma coisa diferente. Diferente de saudade, raiva, tristeza... Diferente disso, quase poderia ser tudo misturado, mas era pior.

...]

–Su? - Chamei enquanto atravessava o corredor da casa dos Lane a caminho do seu quarto cor-de-rosa

–Oi?

–Pode me explicar por que eu tive que cancelar vários compromissos?

–Mentira que eu sei que você não ia fazer nada!

–Então me explica o que eu estou fazendo aqui.

–Certo. - Ela abriu a porta do quarto - Eu não ia fazer nada, nem você. E eu estava com saudade de bater papo com a minha melhor amiga. - Ela me empurrou para dentro do quarto - Eu aluguei uns filmes e comprei besteiras. Pode falar, eu sou a melhor amiga do mundo, não sou? - Ela tirou o casaco e o jogou em cima da poltrona lilás - Estou pronta para ouvir o que você quiser dizer! - Suzi se sentou na cama esperando que eu dissesse algo

–Dizer sobre o que? - Perguntei com medo da resposta enquanto jogava o meu casaco em cima do casaco de Suzi e me sentava ao seu lado sobre uma das pernas.

–Não se faça de boba! Eu sei que você não está tão bem quanto parece.

–Ei. Eu não estou mal! Foi só um fim de ralacionamento. Uma hora ia acabar mesmo. - Falei e ela me encarou

–Para Alícia! Eu sei que não. Eu sei que você se recusa a ser uma ser humana normal que não quer ter sentimentos, mas uma hora alguém ia amolecer isso aí! E foi o Dick, todos nós vimos o quanto vocês estavam apaixonados. Acabou por algum motivo que ainda não sabemos qual foi. Talvez ele seja um canalha que cansou de você - ela berrou tudo de uma vez, e eu entrei em estado de choque por um instante - ou não. O que importa é que ele mexeu mesmo com você, e não negue!

–Está bem. Era isso o que você queria, uma confissão? Lá vai: sim. Eu me apaixonei e isso foi a pior coisa que aconteceu. Porque essa paixão ainda existe em mim, e não é recíproco! - Berrei

–Você não sabe se é! - Ela respondeu no mesmo volume e agora parecia uma discussão de verdade

–Se fosse recíproco, ele estaria comigo agora! Eu fui só mais uma para ele. Um recorde que durou tempo de mais e aí ele me dispensou! Acabou para ele e tem que acabar para mim também!

–Eu sei, eu sei. Eu já disse que não credito nisso, ele não era assim com você, mas se você precisa acreditar nisso para ser teimosa e quebrar a cara, para só depois ver que eu estou certa como sempre, vai nessa! Mas enquanto isso, você vai assistir comédia romântica e comer besteiras comigo! - Ela berrou como se estivesse me obrigando a fazer isso, eu pensei em retrucar, mas quando ouvi de verdade, sorri.

–Tá bom. - Falei, ela se levantou e começou a mexer na televisão - Suzi... Obrigada.

–Você fez o mesmo por mim quando eu quebrei a cara com o Peter-alguma-coisa, é a minha obrigação. - Ela falou sorrindo, mas sem se desconcentrar.

...]

–Lis...? - Ela chamou durante um dos filmes

–Oi? - Enfiei uma colher de brigadeiro na boca

–Você acha que ama o Dick? - Uma pergunta inesperada que me fez engasgar

–O que? Não! Está maluca? - Falei quando parei de tossir

–E por que não?

–Porque... Eu não sei! O amor é - ou deve ser - mais do que isso... Eu não acho que eu seja capaz de sentir isso. O amor não é acessível a todos... - O assunto acabou ali. Eu nunca havia pensado na possibilidade de amar alguém.

...]

Ter passado a noite com Suzi me fez lembrar a adolescência que eu não tive. Os momentos de melhores amigas que eu não havia presenciado, como por exemplo, levar um fora, ou até mesmo ter um namorado de verdade.

Na terça-feira, Mike já sabia que eu não estava namorando, e não foi por Suzi. Os alunos da faculdade já haviam comentado sobre isso. Eu já sabia o que fazer assim que saísse dali. Horas e mais horas desvendando papéis criptografados me fariam bem, ou quase.

Depois do trabalho e de um banho, peguei a moto e fui a toda velocidade para a SHIELD, já vestida de maneira adequada. Há algumas quadras do meu destino, recebi chamados da SHIELD.

–Sim? - Perguntei depois apertar o botãozinho que me conectava a eles no pequeno rádio bem colocado em meu ouvido.

–Black Angel. Está havendo uma perseguição nos esgotos da cidade, você é a agente mais próxima. As coordenadas já foram enviadas. Asa Noturna um Homem da Noite. Vá. - Explicou Maria desligando em seguida. Informações confusas. O que mais estava acontecendo?

Eu estava sozinha. O barulho das minhas botas sem salto ecoavam nos corredores dos esgotos. Nada além das minhas botas e goteiras. Um lugar úmido, vazio. Eu estava no meio de um corredor redondo enorme, parecia um túnel com três saidas.

Eu ouvi passos distantes, estavam correndo. Tirei a adága pequena do cinto em minha coxa. Uma adága fina e simples. Atirei-a no momento exato. O homem ficou preso na parede, a adága prendia seu ombro firmemente na parede, o que o fez se debater por um instante. Me aproximei no mesmo instante que Asa Noturna, que ao ver o Homem da Noite parar, também parou de correr.

–Cadê o pen-drive? - Ele falou nervoso, quase gritando. Tudo aquilo por um pen-drive?

–Eu não sei! - Berrou o homem claramente mentindo

–Deixa comigo. - Falei baixo. Asa Noturna olhou para mim como se esperasse um fracasso, e o Homem da Noite parecia apavorado.

Era bom deixá-lo com medo. Mas aquela não era a minha intensão atual. Eu me aproximei mais, quase colando o meu corpo com o dele, passei meu rosto direto, roçando nossas bochechas e cheguei com a minha boca ao pé do seu ouvido. Minha mão esquerda deslizava pelo seu corpo, mas não para fazer o que ele queria.

–Onde está o pen-drive? - Sussurrei deizando-o arrepiado. O que quase me deu vontade de rir se eu não estivesse tão concentrada em minha mão.

–Eu... - Ele estava tentando se lembrar do que estava falando - Eu não sei...

–Hum... - Me afastei subitamente - Tudo bem, eu já consegui o que queria. - Joguei o pen-drive prateado que eu havia achado em um dos mil bolsos no uniforme para Asa Noturna.

Eu pude ver que Asa Noturna ficou surpreso ao pegar o pen-drive no ar. Voltei a aproximar o meu rosto do inimigo sendo o mais sensual que podia.

–Some daqui. - Puxei a adága da parede e me afastei em seguida deixando-o tonto - Agora. - Falei e ele correu.

Asa Noturna voltou a andar, voltando por onde havia vindo.

–Aonde vai? - Perguntei

–São dois pen-drives.


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Notas finais do capítulo

Então, então?



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