Desventuras Incertas De Luna escrita por Docinho Malvado


Capítulo 3
A Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Eu fiquei muito feliz com os reviews que eu recebi e por isso eu escrevi esse capitulo! *E a galera grita... Ou joga tijolo!*



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Não sei quanto tempo se passou depois da visão, talvez tenham se passado meses, e eu continuava lá, enjaulada como um animal, presa como um criminoso. No tempo que se passou eu tive alguns fleches, algumas visões de cinco segundos que não faziam sentido algum.

Algumas visões:

– Dois homens com capas pretas vindo em minha direção.

– Um quarto de hotel. (Essa visão estava embaçada, não estava em foco, não sei por quê.).

– Uma seringa com um liquido preto dentro.

Todas essas visões duraram no máximo cinco segundos, apenas relances e eu tive que me esforçar muito para tê-las, mas a visão mais importante eu não tive, eu não consegui ver a minha mãe, isso significava que o futuro dela talvez não existisse mais, ou que estava muito incerto no momento. Eu chorei horas pensando nessa hipótese, era doloroso de mais pensar nisso.

Era torturante ficar presa em um lugar sem janelas. O dia acabava e recomeçava e eu não via, não sabia o que estava acontecendo.

Uma vez eu perdi o controle e comecei a gritar histericamente:

– Que dia é hoje?! - Esse foi o meu maior erro.

No meio de outro ataque de escândalos uma enfermeira entrou:

– Hoje é dia 13 de setembro, meu bem! - Ela disse sorrindo, mas eu pude ver um raio perverso atravessando o seu rosto.

– Hoje é o meu aniversario! - Eu sussurrei.

– Meus parabéns, queridinha! - Ela falou sorrindo. - Eu fiquei meio desapontada com o seu comportamento hoje, e por isso, você ira ser castigada!

– Não! - Eu gritei.

– Apaguem a luz! - Ela disse auto o suficiente para que eu ouvisse na porta. - Acenderemos de novo quando você aprender a ser uma boa menina! - Seu sorriso tinha se transformado em uma mascara séria, dura e sem expressão.

Ela fechou à porta e depois de uns três minutos a luz se apagou. Eu fiquei no escuro, eu comecei a chorar e a gritar histericamente. Eu me lembrei mais uma vez do que a minha mãe me disse:

– Você vai para um lugar escuro, mas lembre-se sempre que a luz esta em você, não se preocupe, nós vamos nos ver de novo, eu prometo!

Eu tentei tirar forças disso.

– Eu vou ser forte mãe, eu vou ser forte por você, eu juro! - Eu gritei o mais auto que eu pude.

De repente a minha visão se apagou, eu senti uma dor na minha cabeça e um desconforto na barriga, como uma pontada de gelo bem no estomago, e do nada eu estava em um quarto branco igual ao meu só que nele havia uma barra de ferro e uma mulher estava presa nessa barra de ferro jogada num canto do quarto, no chão. Essa mulher era a minha mãe, ela olhou para mim e disse:

– Feliz aniversario meu amor, não importa o que aconteça você tem que ser forte! Eu amo você! - Ela sorriu e eu voltei para o escuro.

– Você está aqui! - Eu sussurrei para mim mesma.

Pela primeira vez eu á tinha visto, foi uma visão rápida mas valeu a pena, eu juntei todas as peças e finalmente deduzi o obvio: A minha mãe estava aqui. Depois de processar essa informação eu percebi outro detalhe: Eu não tinha visto o futuro, eu tinha visto algo que estava acontecendo, eu tive uma visão em tempo real, como se estivesse assistindo um programa ao vivo. Isso era estranho, eu nunca tinha visto nada parecido, foi como se minha mãe tivesse sintonizado comigo, como se ela tivesse entrado na minha cabeça, fiquei confusa pensando nisso por um bom tempo.

As enfermeiras abriram a portinha e passaram o pão e a água. Eu bebi a água, mas rejeitei o pão, não estava com fome, mas estava com muita sede.

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– Quando vão acender a luz? - Eu perguntei falando com o nada. - Vamos, eu prometo ser boazinha! - Eu disse.

Vocês devem achar que eu perdi o juízo, mas já estava cansada do escuro.

– Eu já estou aqui há muito tempo, eu juro que vou me comportar! - E realmente eu estava lá há muito tempo, acho que já fazia uns três dias. Eu estava tentado contar o tempo que passava a partir do dia em que a enfermeira me disse. - Eu já tenho sete anos, antes eu era só uma criança, agora estou maior! Vamos, eu sei que vocês podem me ouvir! - Eu falei calmamente. Não ousei gritar, pois presumir que se eu gritasse a situação ficaria pior.

– Nós achamos que você ainda não aprendeu a lição! - Disse uma voz robotizada. A enfermeira estava falando por um microfone.

– Eu tenho certeza de que aprendi a lição! - Eu disse tentando me orientar no escuro. - Eu sei que você pode me ver aqui dentro! - Isso foi um blefe, na verdade, eu não sabia se ela podia me ver ou não, mas eu tinha que tentar algum argumento e isso foi o que me veio á cabeça.

– Você sabe mesmo? - Claro que ela percebeu o meu blefe e falou com um tom de ironia.

– Sei sim! - Eu mantive a minha voz firme. Eu não daria o meu braço a torcer, era orgulhosa de mais para isso.

– Então veremos! - A enfermeira disse com um tom cruel e doce de voz.

– Por favor! - Eu disse mais uma vez derrotada, mas nada aconteceu. - A minha está aqui, não está? - Eu disse como provocação, só para ela não achar que ficou por cima, mas claro, esse foi outro grande erro meu.

A porta se abriu e a enfermeira entrou. Eu fechei os olhos com a claridade, á luz se acendeu novamente e eu sorri um sorriso vitorioso, pois eu pensava que tinha ganhado essa batalha, mas eu estava muito enganada.

– O que você disse? - Ela perguntou com uma voz intimidadora e superior.

– Que minha mãe está aqui! - Eu respondi sem medo, eu estava me sentindo corajosa e forte.

– Menina tola! - Ela disse me dando um forte tapa no rosto. - A sua mãe NÃO está aqui! - Ela disse destacando a palavra “não”.

– Sua bruxa, eu te odeio! - Eu gritei com lagrimas nos olhos.

– Ótimo, parece que alguém ainda não aprendeu a lição e ficará mais algum tempo no escuro! - Ela disse com um tom cruel na voz.

– Eu não me importo! - Eu gritei furiosa.

– Que bom, porque eu também não me importo nem um pouco! - Ela disse dando uma rizada maléfica e do mau.

– Não! - Eu gritei quando ela saiu e fechou á porta.

Tudo voltou a ficar escuro.

– Sua idiota! - Eu falei comigo mesma. - Você deveria ter ficado quieta! Onde estava com a cabeça quando inventou de falar?

Eu estava com raiva, com vontade de bater em mim mesma.

– A partir de agora, eu juro solenemente não falar nada de cabeça quente e pensar muito bem antes de agir! - Eu prometi a mim mesma.

Depois da minha conversa comigo mesma, eu me lembrei da minha promessa anterior: Prestar atenção nos detalhes. Então repassei de novo toda á conversa com a enfermeira e uma pergunta veio á tona na minha mente: Porque ela ficou tão nervosa com o que eu disse? Isso só queria dizer uma coisa: A minha realmente estava aqui, não tinha outro motivo daquela reação.

– Mãe, você pode me ouvir? - Eu sussurrei.

Eu senti uma brisa soprar o meu rosto, mas isso era impossível, não tinha janelas.

– Você pode me ouvir! - Eu sorri. - Mãe, o que eu faço? - Eu disse tentando sentir alguma coisa e funcionou. Eu ouvi um sussurro:

– Seja forte. - Mas foi um sussurro abafado e fraco.

– Mãe você está bem? - Dessa vez eu não ouvi mais nada. - Mãe? Mãe? – Eu a chamei, mas nada aconteceu. - Não... Não pode ser! - Eu sussurrei para mim mesma e senti as lagrimas se formando nos meus olhos. - Ainda há uma possibilidade? - Eu perguntei para mim mesma.


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Notas finais do capítulo

Desculpem os erros, tentei arrumar, mas o Nyah não estava atualizando! T-T
E ai? O que acharam?
Musica do capitulo: Lykke Li - Possibility
Reviews?
XoXo



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