Era uma aula de matemática no quinto ano quando ele entrou na escola.
Metade do terceiro bimestre, todo mundo já cansado daquele negócio chato de contas e tudo o mais, então toda a atenção se voltou à ele.
Quando pediram para se apresentar ele apenas disse que seu nome era Rafael, não citou sobrenomes nem nada porque não deu tempo já que o povo começou a praticamente pular sobre o garoto, parecendo animais famintos em busca de caça.

Eu apenas o vi como mais um garoto irritante no começo, é verdade, mas depois de um bom tempo, mais precisamente no sétimo ano, eu notei que ele havia amadurecido. Tinha vários amigos chatos, sim, mas não irritava todo mundo como eles.

No nono ano eu comecei a prestar atenção demais em Rafael, o modo como ele se comportava, o que ele gostava e não gostava, tudo era fundamental para mim.

Acabei me envolvendo com ele, muito pouco, mas ainda sim me envolvi, acaband0 por me encrencar com isso. Tudo aquilo não passava de uma simples besteira de criança. No final, fui eu quem se ferrou.