Between Heaven And Hell escrita por Ariany


Capítulo 24
Capítulo 20 - Pacto




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POV Elena

E o que vamos fazer?

Eu não sei.

Precisamos nos decidir logo. Não vão demorar a procura-la.

Vozes nervosas conversavam perto de mim, mas eu não conseguia identificar de onde vinham.

Vamos ter que leva-la daqui.

Eu já disse que não!

Katherine!

Ela parecia estar exaltada.

Meu corpo inteiro não doía, mas eu tinha uma leve sensação de desprendimento, como se eu pesasse menos de 10 gramas. Forcei meus olhos a abrirem e no mesmo instante várias cabeças se viraram em minha direção a mim dentro da casa de Stefan. Aparentemente eu estava deitada no sofá

– Kath? – Murmurei surpresa.

Minha irmã virou o rosto para o outro lado podendo mal conter suas lágrimas, e seu desespero era tão grande e espesso que eu tinha a sensação que até poderia toca-lo se quisesse.

– Kath. – Falei com a voz mais clara e alta. – O que está acontecendo aqui?

Caroline que até então eu não tinha visto, se ajoelhou ao meu lado e segurou minha mão.

– Elena, como está se sentindo?

– Como estou me sentindo?

Aquela pergunta não fazia sentido. Aliás, nada ali estava fazendo sentido.

Tentei obrigar a meu cérebro a se recordar o que havia acontecido nas últimas horas, mas imagens sem sentido apareciam na minha mente: Katherine com asas, Stefan e Damon também com asas, alguma coisa ruim querendo me pegar... Mais espera, Katherine não estava morta?

E foi ai que as coisas se conectaram claramente.

Por reflexo, acabei sentando rapidamente no sofá e soltando minha mão do aperto da de Caroline.

– Ai meu Deus! – Suspirei.

– Elena, por favor, mantenha a calma! Diga-me o que você se lembra. – Klaus se sentou na mesinha de centro perto de mim me olhando atentamente.

– Eu... Eu... Eu me lembro de vocês com asas, de termos discutido por que Katherine está morta? – Acabei a frase como uma pergunta, voltando a olhar para minha irmã que estava sentada com meus pés em seu colo e suas mãos em seu rosto. – Tinha outro alguém aqui. – Voltei a olhar Klaus e Caroline. – Ele era mal e queria me pegar. Parecia o que queria pegar Katherine no dia do acidente.

Um desespero começou a se expandir dentro de mim ao me lembrar da noite do acidente com Katherine e as memórias das horas anteriores.

– Katherine me protegeu e me levou para fora da casa. – Continuei. – Mas tinha umas sombras estranhas e eu corri para a rua, mas tinha um caminhão e Katherine gritou por mim... – Minha respiração estava alterada enquanto lágrimas começavam a escorrer pelo meu rosto. – Ai meu Deus, ai meu Deus! O caminhão! O caminhão me atropelou!

– Elena, se acalme! – Katherine passava as mãos suavemente por minhas pernas, mas eu não conseguia ouvi-la, muito menos me acalmar.

– O caminhão! Ele me atingiu! Mas antes Stefan me abraçou e a dor não foi tanta, mas o ar foi ficando cada vez mais pouco e mais pouco. – Parei colocando a mão na boca reprimindo um soluço. – AI MEU DEUS!

Levantei do sofá em um salto e comecei a andar de um lado para o outro da sala, sem olhar para ninguém.

– Eu estou morta. Eu estou morta. Eu estou morta.

– Elena... – Klaus me chamou, mas ainda não olhava para eles.

– Não, não, não! – Fechei meus olhos e sentei no sofá chorando descontroladamente.

Ninguém se levantou. Ninguém disse nada.

Depois de alguns minutos e eu ter me acalmado um pouco, um rosto surgiu em minha mente: Stefan.

– Onde está Stefan? – Sussurrei, mas ninguém me respondeu. – Onde está Stefan? – Perguntei mais alto e exigente.

– Stefan está morto. – A voz sem ânimo de Damon surgiu na sala.

Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto.

A frase ecoava repetidamente em meu cérebro, enquanto ele ficava vazio, sem nenhuma imagem. Parte de mim sentia uma dor desenfreada apertando convulsivamente meu coração, e outra parte sentia novamente as lágrimas começarem a escorrer por meu rosto.

Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto.

Lembranças que eu nunca tive dele invadiram minha mente; Stefan no velório de minha família ao meu lado, Stefan me observando com o olhar perdido, doloroso e vazio enquanto eu me mutilava, Stefan rindo de mim quando em uma tentativa de fazer uma comida descente, eu deixei a panela queimar, Stefan sério enquanto eu conversava animadamente com Matt, Stefan chorando ao meu lado quando eu chorava...

Olhos verdes sempre conectados em olhos castanhos, mesmo sem poder ser vistos.

Eu lembrava todos aqueles momentos, mas antes eu não sabia que ele estava comigo.

Ele sempre esteve comigo. Ele nunca me deixou. Ele sempre estava aqui.

Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto.

Parte da minha consciência dizia que era mentira, que ele voltaria para os meus braços. Ele era um anjo, não era?

– Eu preciso vê-lo. – Sussurrei e Damon que estava com a expressão mais desolada, triste e sem vida que eu já tinha visto, fez um gesto para que eu o seguisse.

Andávamos por um longo corredor, enquanto eu obrigava meus pés a se moverem, pois eles insistiam em querer parar de ir em frente, como se me avisassem sobre o que iria ver. Ao chegarmos a um quarto, Damon abriu a porta e virou o rosto, fazendo uma careta de dor e se recusando a olhar para dentro. Passei por ele e fui em direção à cama, onde um corpo extremamente pálido e sem vida estava estirado.

Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto.

– Stefan! – Solucei baixinho ao sentar na cama e segurar sua mão fria e esperando que ele respondesse meu chamado.

Silêncio.

Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto.

– Não, não, não! Você não pode morrer Stefan! – Minha voz começou a ficar alta. – Você tem que viver e me proteger! Você tem que estar comigo. – Comecei a gritar. – STEFAN! ACORDE STEFAN!

Silêncio.

Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto Stefan está morto.

Joguei-me em cima de seu corpo na cama abraçando-o com força, na esperança de que ouvisse sua respiração suave, na esperança de sentir sua mão acariciar meu cabelo levemente como ele sempre fazia. Mas não ouve nenhuma resposta do corpo frio.

Ergui meu rosto para olhar o dele.

– Por favor, fique comigo. Eu te amo! – Murmurei entre soluços convulsivos que sacudiam meu corpo.

De repente a mão de Katherine tocou meu ombro, me puxando de cima da cama para os seus braços.

– Elena, você precisa ir. Não há mais nada que possamos fazer. – Ela disse baixinho me olhando fixamente nos olhos.

Não há mais nada que possamos fazer Não há mais nada que possamos fazer Não há mais nada que possamos fazer

Era isso, aquele era o fim da história. Stefan tinha morrido para me salvar, mas no final das contas não havia adiantado de nada, pois eu também estava morta. A diferença era que a sua morte era estranhamente definitiva, para sempre. A minha não. Chegar a essa conclusão fez com que meu coração praticamente sumisse de tanta dor.

Stefan está morto”

“Não há mais nada que possamos fazer”

Um grito alto, cortante e desesperado saindo de minha garganta ecoou pelo quarto, enquanto eu caia de joelhos perante o corpo sem vida do menino-homem-anjo que eu amava. Eu abraçava a mim mesma tentando controlar a dor, mas sem obter êxito, com a cabeça encostada na mão fria de Stefan. Chorava alto como nunca tinha feito antes, nem mesmo quando minha família morreu. Eu o amava de mais e só ali eu podia ver a dimensão disso tudo.

Tudo que eu queria naquele momento era sumir. Ir para um lugar onde eu não precisasse mais sentir essa dor, onde ninguém falaria coisas sem sentido para me consolar. Onde eu não precisasse ver o corpo do meu anjo sem vida. A ideia era simplesmente tentadora.

“Eu não quero estar aqui. Eu não quero estar aqui. Eu não quero estar aqui. Eu não quero estar aqui.”

Comecei a entoar meu mantra mentalmente, enquanto ainda estava de joelhos e cabeça baixa, só que agora acariciando a mão de Stefan. Por reflexo vi Katherine abraçando Damon e Caroline chorando com a mão na boca, na porta do quarto. Fechei meus olhos com força e voltei a me concentrar na minha ideia.

“Eu não quero estar aqui. Eu não quero estar aqui. Eu não quero estar aqui. Eu não quero estar aqui.”

E como se fosse um pedido a ser atendido, eu desapareci do quarto e de perto de todos e me encontrei em uma praia deserta, onde só se ouvia o barulho do mar e o vento soprando por meus cabelos e minha pele. Uma sensação boa surgiu em meu peito, afastando a dor descompassada que estava ali á instantes atrás.

Sentei-me na areia e comecei a observar as ondas que surgiam e sumiam sucessivamente.

Elas me lembravam Stefan.

De imediato lágrimas suaves escorreram novamente de meus olhos, mas elas não eram sufocantes como as outras.

Stefan havia sido a melhor parte da minha vida em anos. Como eu amava o jeito que seus olhos verdes ficavam ainda mais claros diante da luz do sol, era quase como se eles deixassem transparecer sua alma. Seus cabelos loiros viviam constantemente arrepiados e penteados, mas apenas uma vez nesses últimos dias eu tive a oportunidade de vê-lo despenteado e Deus, até assim ele era incrivelmente perfeito. Seu coração era puro e bom. Seu abraço era protetor. Sua alma era linda.

A dor dentro de mim começou a surgir de novo, me oprimindo e acabando com toda a paz daquele lugar.

Eu faria qualquer coisa para que ele voltasse a viver. Eu daria minha vida por ele, assim como ele deu a sua por mim. Se tivesse alguma maneira...

– Elena? – Uma voz baixa chamou meu nome atrás de mim, me fazendo virar de imediato.

Uma moça loira de baixa estatura e olhos castanhos estava parada me fitando.

– Quem é você? – Perguntei enxugando minhas lágrimas.

– Meu nome é Alexia, eu sou um anjo.

– Ah claro. – Respondi com sarcasmo. – Mais um anjo. O que você quer, Alexia?

– Te ajudar. – Ela falou se sentando ao meu lado.

Um riso irônico escapuliu de meus lábios.

– Acho que ninguém pode me ajudar. – Disse fitando o mar.

– Bem, eu ouvi seus pensamentos a instantes atrás e há uma coisa que você quer, que podemos fazer para você.

– “Podemos”?

– Sim. – Outra voz surgiu do outro lado, me fazendo virar para ver quem era. – Olá Elena.

Era o tal de Elijah, que estava possuído pelo ser do mal que queria me pegar.

– Ah, você. – Respondi entediada.

– Não está com medo? – Ele perguntou se sentando do meu outro lado com os olhos mais vermelhos do que da última vez que o tinha visto.

Estranhamente eu não tinha mais medo algum dele.

– Não. – Disse. – Você não pode fazer nada contra mim, já estou morta.

– Na verdade, se eu quisesse... – Elijah começou a falar levantando o braço e parecendo estar ofendido, mas foi interrompido por Alexia.

– E então, Elena? Vai querer nossa ajuda?

– “Nossa”? – Questionei. – Você é uma espiã no céu, ou seja lá onde for?

– É, pode se dizer que sim. Digamos que eu não concordo como as coisas são controladas lá em cima. Acho que precisamos de um novo tipo de governo, se é que você me entende. – Ela me respondeu.

Uma parte da minha consciência dizia para eu continuar ali, pois tudo não passava de um pesadelo, então não precisava sentir medo algum. Logo acordaria com Stefan vivo ao meu lado, enquanto eu estava sobre o seu peito após termos um sono calmo e tranquilo. Ele ainda seria meu psicólogo normal, minha irmã estaria morta como antes e eu seria uma simples estudante de publicidade.

Sim, era naquilo que eu iria acreditar.

– Parece que isso vai ser uma grande batalha. – Eu disse olhando de Alexia para Elijah resolvendo ver aonde aquele sonho ia dar.

– Sim, mas temos uma arma especial. – Ele falou.

– Ah é?

– Sim. – Alexia respondeu. – Você.

Uma risada histérica saiu de meus lábios. Esse sonho estava ficando hilário.

– Eu?

– Sim.

– Mas por que eu?

– Porque você é a arma poderosa. Como anjo, você desenvolve uma capacidade latente que era oculta quando era humana, e a sua é uma das mais poderosas encontradas. Atualmente, só existem duas; você e outro anjo que não conseguimos achar mais. Precisamos que você trabalhe conosco nessa guerra. – Elijah falou.

– Seria o mesmo que trabalhar para “O Mal”, né? – Arqueei uma sobrancelha e fiz o gesto de aspas no ar.

– Se você nos intitula assim.

– Não, muito obrigado. – Respondi cansada daquele sonho estúpido. – Nunca fui muito religiosa, mas acredito no caminho do bem e tudo mais.

– Olha Elena, como eu disse no inicio, podemos te oferecer algo em troca. Podemos fazer um pacto. – Alexia disse.

Olhei-a confusa.

– Podemos trazer Stefan de volta.

A dor no meu peito me sufocou novamente.

Stefan.

– Eu sei que isso é um pesadelo. Eu sei que eu e Stefan estamos vivos, e somos pessoas normais. Logo eu vou acordar e minha única preocupação vai ser a desculpa que vou dar ao professor de italiano por ter chegado atrasada em sua aula.

Uma risada sinistra ecoou pela praia, enquanto um homem negro, alto e bonito caminhava em nossa direção.

– Você deve ser a Elena. – Ele disse com sua voz grave, parando na minha frente.

– Quem gostaria de saber? – Perguntei.

– Ah, me desculpe. Meu nome é Marcel. Sou um dos anjos-membros do Conselho Superior, juntamente com Elijah.

– Mais anjos corrompidos. Ótimo. Esse sonho nunca acaba. – Falei exasperada.

O tal Marcel riu novamente.

–Você acredita mesmo que isso seja um sonho?

– Está mais para um pesadelo, na verdade.

– Elena, seu namorado-anjo está morto, você está morta.

– Mentira. – Sussurrei.

– Verdade e eu posso te provar. – Elijah respondeu esticando suas asas negras e se colocando de pé.

– Vadik, não. – Marcel o olhou com desaprovação e Elijah/Vadik deu de ombros.

E como em um “click”, a dor, o desespero e a agonia voltaram a mim. Então não era um sonho, era tudo verdade. Meu corpo começou a tremer e imediatamente eu me coloquei de pé.

– Stefan! Não! – Um sussurro saiu baixinho de meus lábios. – Vocês são os culpados de tudo isso! – Sibilei.

O vento ao redor da praia começou a ficar forte e violento. As ondas do mar começaram a crescer.

– Elena, se acalme! – Alexia disse.

– Raios que eu vou ficar calma! Eu cansei de todos me mandando ficar calma! Vocês causaram minha morte, a morte da minha família, a morte do homem que eu amo!

Senti algo queimando em minhas costas e vi todos arquejarem surpresos. Olhei de relance para trás e vi grandes asas pendendo de mim. Elas se assemelhavam a de Katherine, só que estranhamente, as minhas eram de um azul quase preto, enquanto as dela era muito claras. Um sorriso no canto da boca de Marcel acabou surgindo, e seu olhar era de quem tinha um grande trunfo.

– Sim! Ai está! – Ele disse em meio a uma gargalhada, enquanto Alexia também sorria maleficamente.

– DO QUE VOCÊ ESTÁ RINDO?! – Perguntei dando um passo na direção deles. A minha ira sobre aqueles que estavam diante de mim só aumentava.

Por reflexo, vi Elijah/Vadik vindo para cima de mim, e quando o olhei de verdade com toda minha fúria, ele caiu de joelhos no chão, com as mãos na cabeça e gritando desesperadamente. Era eu quem estava fazendo isso com ele? Aquele era o tal do meu poder?

– Elena, não se esqueça de que podemos te ajudar! Deixe Vadik livre. – Alexia gritava contra a ventania, com o olhar espantado.

– Mentira! – Gritei mais alto ainda olhando para Vadik e com mais raiva, fazendo-o rolar no chão de tanta dor. – Vocês não podem fazer nada por mim!

– Podemos trazer Stefan de volta! – Marcel falou se materializando na minha frente.

Podemos trazer Stefan de volta Podemos trazer Stefan de volta Podemos trazer Stefan de volta

O vento instantaneamente parou e meus olhos confusos focaram-se em Marcel.

– Você pode fazer mesmo isso? – Perguntei baixinho.

– Sim. – Ele colocou a mão no meu ombro. – Basta você me ajudar.

Vadik se levantou furioso e veio em minha direção, mas Marcel o impediu novamente de continuar apenas com um olhar. Ele voltou a fitar meus olhos de forma intensa.

Eu sabia que se aceitasse aquela proposta seria o mesmo que assinar um pacto com o mal, mas eu não tinha escolha; Stefan tinha que viver, mesmo que isso significasse que eu perderia minha alma.

– Stefan vai voltar a viver? – Perguntei e Marcel assentiu solenemente. Soltei um suspiro resignado.

– Sim. Eu aceito ajudar vocês.

Um trovão alto ecoou no céu.

***

POV Damon

Mãos acariciavam constantemente meu cabelo, enquanto eu tentava simplesmente não pensar em nada. Eu não queria pensar, pois se permitisse as lembranças de quase dois séculos invadiriam minha mente e tirariam meu sossego, mas era impossível evitar isso tudo.

Meu irmão.

A única família que eu tinha. O único que eu amava tanto. Aquele que morreu comigo e lutou para me trazer de volta.

Comecei a chorar baixinho no colo de Katherine e estava mais do que agradecido por ela não ficar me dizendo palavras vagas de consolo. Ela simplesmente acariciava meu cabelo e de vez em quando beijava meus olhos e minha bochecha.

Klaus andava de um lado para o outro exasperado, como se estivesse sentindo algo e Caroline o fitava atentamente.

– Será que ainda vai demorar muito tempo? – Perguntei.

– Eu acho que não. – Katherine respondeu.

Quando um anjo sofria sua segunda morte, seu corpo não era enterrado e muito menos se decompunha, ele simplesmente ia sumindo pouco a pouco. A última vez que tínhamos olhado o corpo de Stefan, ele já estava quase transparente.

– Eu vou lá vê-lo. – Falei levantando do colo de Katherine.

– Não precisa, você vai sentir quando acontecer. – Ela disse segurando minha mão.

– Eu sei, mas eu queria vê-lo antes de ir para sempre.

Katherine apenas assentiu e se levantou pegando minha mão.

– Vamos então.

Ao chegarmos ao quarto, sentei-me ao lado do corpo quase invisível de Stefan e segurei sua mão, sentindo que ela não tinha mais quase nenhum peso.

– Irmão! – Um soluço sofrido saiu de minha boca. – Eu sinto tanto! Queria tanto ter te protegido e te salvado. Só quero que saiba que eu te amo e vou te amar sempre, irmãozinho.

Katherine entrou no quarto e eu me levantei para abraça-la em meio às lágrimas que corriam freneticamente por meu rosto. Ela retribui o abraço fortemente e eu enterrei meu rosto na curva de seu pescoço.

Ficamos assim por mais alguns instantes, até que um trovão ecoou alto e claro no céu. Aquilo era um sinal, e todos os anjos sabiam disso. Afastei-me de Katherine e olhei confuso e quando olhei em seus olhos, os vi arregalarem surpresos olhando para a direção da cama, enquanto Caroline e Klaus adentravam no quarto.

– D-Damon? – Ela gaguejou.

Soltei-me de seus braços e olhei para cama, onde o corpo de Stefan estava voltando a ficar cada vez mais visível e logo após seu peito começou a se mexer, demonstrando que ele estava respirando novamente. Meus olhos não acreditavam no que estavam vendo. Meu irmão levantou quase que em um pulo, a expressão assustada e aflita, e respirando fortemente.

– Damon? – Ele sussurrou incrédulo.

– Stefan! – Murmurei

Meu irmão estava vivo novamente!


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