Quatro Elementos: O Começo escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 33
Protetor


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Galera pra quem se mordeu de raiva do Rick e não entendeu bem o capítulo anterior, irei explicar: o Rick é o dominador do fogo, portanto como estava chovendo ele não tem tanta força e assim acaba perdendo o controle de algumas coisas, por isso acabou vendo a Bianca em outra pessoa porque bebeu demais e acabou fazendo bobagem.
Os sonhos que o Felipe teve a alguns que irão aparecer nos próximos capítulos terão grande significado, portanto prestem atenção, eles são importantes.
Não me matem pelo o que aconteceu com o Rick e a Bia, mas torçam para que ela fique bem ,logo.
Sem mais demoras ai vai um capitulo novinho.
beijos queridos



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Felipe

Eu podia sentir a sua dor, como se fosse comigo enquanto ela chorava como uma criança que acabou de levar uma surra.

Meu corpo tremia e sua pele estava gelada e ela parecia não ter forças para se aguentar em pé.

Ficamos ali parados no meio do corredor, ela abraçada a mim com um choro que não parava e minha mente girando em torno dela. Eu não sabia o que tinha acontecido, mas sabia que palavras não eram precisas e que eu tinha que esperar ela se acalmar para pelo menos tentar entender o que estava acontecendo.

Respirei devagar sentindo o seu cheiro de flores com o toque de brisa do mar. Fiquei em silêncio ouvindo ela respirar com certa dificuldade e agora estar apenas soluçando. Me afastei um pouco para ver seu rosto e o buraco no meu peito pareceu estremecer e se aprofundar, seu rosto estava vermelho e molhado, a dor era evidente.

– Des-cu-cul-pa ! _ ela gaguejou ao falar quase sem voz.

– Eu balancei a cabeça tentando tirar aquela dor e lhe puxei para um abraço reconfortante.

– Bia! - olhei e vi o garoto do fogo correndo em nossa direção. Ele parou imediatamente assim que me viu e sua expressão foi para uma de raiva a arrependimento.

– Bia a gente precisa conversar! - ele falava parado um pouco distante

Olhei a Bianca que se afastou de mim mas sem olhar para trás, e ela quase suplicava para que eu pedisse para ele ir embora.

– Henrique acho que esta não é a melhor hora para vocês conversarem! - falei com uma voz estranha.

– E quem é você pra me dizer isso? - ele estava mesmo irritado.

– Se você não esta vendo ela não quer falar contigo! - eu alterei minha voz.

– E eu acho melhor você cuidar da sua vida! - ele falou, respirei fundo.

– E eu acho melhor você sair! - falei meio com raiva.

– Vai pro inferno! - ele se aproximou me empurrando e eu pude sentir suas mãos queimarem. Olhei pra ele com raiva, e se tinha uma coisa que eu odiava era que me empurrassem, lancei um olhar sombrio fechando minhas mãos em punho e fui para atacá-lo mas a Bia entrou no meio e atrapalhou.

– Vai embora Rick! - a voz dela saiu baixa e meio sufocada.

Ele olhou como se estivesse levado um soco, vi as lágrimas se formarem nos seus olhos, depois se virou pra mim com toda a fúria que estava ali. Ele se virou e saiu em silêncio.

Ela saiu da posição de defesa e se encostou na parede escorregando ate sentar com a cabeça entre os joelhos e suas lágrimas voltarem, seu choro baixo e dolorido estava ali.

Andei me sentando ao seu lado e era como se eu estivesse sendo atingido pelo seus sentimentos de dor, passei meus braços a sua volta e ela afundou a cabeça no meu peito e chorou mais e mais. Sua dor era minha dor, a dor da traição.


“- Eu te amo!” - ela disse me olhando com um sorriso. Eu lhe abracei sentindo seu cheiro doce e seu corpo no meu. Amar uma vampira era mesmo estranho mas era o que eu sentia por ela e tudo o que me trazia: felicidade, amor, prazer...

Era só o que eu queria e mais nada. Ela e nada mais.”


Essa droga de memória só trazia a dor que eu tanto sufocava de volta, a lembraça de como eu era ingênuo e de como não percebi antes.

Seu choro cessou e ela se desvencilhou do meu abraço e ficou fitando a janela em silêncio. Eu não sabia o que dizer, não era muito bom com palavras amigáveis numa hora dessas, mas ela quebrou o silêncio falando sem olhar para mim:

– Sabe... a gente acha que conhece as pessoas e na verdade não conhece nem a si mesmo. Não consegue se achar e nem saber porque... só confia nas pessoas erradas.

– O mundo é complicado e sabe o que eu acho? - suspirei. - Que não existe a tal confiança, ou pelo menos eu nunca encontrei, não a verdadeira. - falei fitando o chão escuro que tinha detalhes em branco.

– Talvez você tenha perdido. - ela finalmente olhou pra mim.

Neguei com a cabeça a sua afirmação.

– Não existe! - falei, logo me arrependendo porque as lágrimas desceram pelo seu rosto de novo.

– Por que isso não passa? -ela colocou as mãos na cabeça como se sentisse dor.

Respirei sentindo uma dor no peito.

– Eu não vou mentir dizendo que isso vai passar com o tempo, não sou de ficar dizendo coisas bonitinhas para agradar ninguém e por isso que eu te digo: isso não vai passar, por mais que você esconda, sufoque, minta, essa dor vai continuar ai, te corroendo por dentro, te destruindo aos poucos e não vai ser nem o tempo e nem ninguém que vai te curar, porque não existe cura para essa dor, não há soluções, você apenas vai viver com ela e quem sabe um dia se acostumar. - estendi a mão para secar sua lágrima e seu rosto cortou meu coração.

Ela ficou em silêncio absorvendo minhas palavras duras demais, mas verdadeiras, porque eu sabia exatamente como era essa dor.

– Obrigado pela sinceridade! - sua voz estava trémula.

– Mais se quer um conselho... eu aprendi que as lágrimas são um tesouro que devem ser guardadas só para a última ocasião e por isso eu te digo: não chore por quem não merece! - tive que aprender isso com o tempo.

Ela se virou me encarando e eu pude ver com nitidez seus olhos castanhos queimarem nos meus e por um momento algo me atingiu, não era dó, nem medo, nem raiva, nem mesmo felicidade...era como se ela fosse só uma criança que precisa de um abraço e um tempo para brincar, eu sentia que era minha obrigação protege-la, ela precisava de mim.

Passei meus braços sobre ela e lhe puxei num abraço protetor e pude sentir seu coração batendo no mesmo ritmo do meu, como se fossem um só, como se fossem únicos e pertencessem um ao outro.

***

Bia

Minha mente estava nublada, não conseguia definir formas, não conseguia definir nada. Nada! Era isso que estava dentro de mim.

Suas palavras me acertaram como uma bola e sim ele tinha razão. Essa dor não passaria, assim como a dor do meu passado, do abandono de minha mãe, do sofrimento e do tempo em que fiquei na clínica.

Olhei seu rosto com os traços angelicais, os olhos verdes queimaram nos meus por um momento a dor sumiu, o medo, a raiva, tristeza ate mesmo a felicidade se foi e eu só tinha a certeza de uma coisa: ele precisava de mim, assim como eu precisava dele, porque eu podia ver a minha dor na sua dor.

Ele me puxou num abraço que parecia um tanto protetor fazendo nossos corações baterem no mesmo ritmo, juntos, como se fossem um só, como se fossem únicos, como se pertencessem um ao outro.



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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?
Felian!!!
perdão pelo capítulo pequeno e beijos.



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