Quatro Elementos: O Começo escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 29
Máscara


Notas iniciais do capítulo

Resolvi postar mais um capítulo para vcs queridos , espero que gostem!
bjs Boa leitura!



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Felipe

Eu sabia que discutir com ela não adiantou de nada, mais era tão teimosa que eu não conseguia entender. Fiquei ali parado deixando a água cair em minhas costas e tentando não pensar em nada, só sentir a água no meu corpo, fui despertado de minha viagem com o toque do celular. Sai correndo apenas com uma toalha todo molhado, atendi com raiva e meu coração quase parou quando eu ouvi sua doce voz:

– Eu queria muito falar com você de novo!

– Bianca?

–Sim, aconteceu uma coisa depois que você foi embora e agora eu estou com medo, quer dizer estou confusa e queria entender melhor tudo isso e queria por favor que você fosse sincero comigo! – sua voz era preocupada e eu senti meu coração apertar e uma dor me invadir.

– Eu não queria assustar você, me desculpe!

– Tudo bem que você me deixou nervosa mais não foi isso!

– O que foi então? - eu estava meio confuso.

– Eu dei de cara com um vampiro...– sua voz saiu baixa.

– Que droga! Tem certeza? - eu estava com raiva.

– Por favor, preciso falar com você!

– Pode falar...

– Pelo telefone não! - qual era a dela?

– Não sei se é uma boa ideia você vir aqui de novo e também o..

– E por que não vem ate aqui? – ela me interrompeu.

– Para você discutir comigo de novo? - falei irônico e me arrependi logo depois por ver o silêncio que ela deixou.

– Você me falou dessa história e agora eu quero saber de tudo e não só pedaços.

– Quando der eu irei ai, já que você se recusa em falar pelo telefone!

– Quando der nada, venha agora! – ela ordenou e eu bufei no telefone.

– Desde quando você manda em mim mesmo? - como era teimosa.

– Não mando só acho que é sua obrigação desde que você me colocou nessa! - senti uma certa pontada de dor.

– Não fui eu quem invadiu seu quarto! - retruquei.

– E não fui eu quem pediu ajuda desesperada!–fiquei em silêncio, ao me arrepender de ter pedido ajuda e ouvi ela suspirar.

– Tem razão, eu não devia ter pedido ajuda... - falei em voz baixa.

– Desculpa, só estou preocupada não queria te ofender!

–- Você tem toda razão, eu não devia ter pedido ajuda a quem não queria ajudar!

– Felipe, me desculpe...

– Eu vou tirar você dessa, é uma promessa, afinal de contas esse problema é só meu...

– Felipe...

– Irei falar com você! - e assim desliguei o telefone.

Me sentei na cama e suspirei sentindo uma dor familiar me acertar, por que será que essas coisas aconteciam comigo? Eu realmente não tinha muita sorte. Levantei olhando o espelho e vendo meus cabelos molhados e os meus olhos que pareciam ainda mais estranhos quando eu me molhava. Eu só queria ser normal, sem problemas somente com a falta de sorte de humanos.

Vesti qualquer coisa e remexi os cabelos, peguei minhas chaves e sai ainda com aquela dor como se fosse um buraco no meu peito. Eu queria esquecer, mais por que não conseguia? Por que aquilo não sumia? Ai que droga, como eu era um idiota.

Eu não ia pegar um ônibus estúpido, iria correr, entrei na floresta sem nem pensar e corri, eu não me cansava muito quando ficava tanto tempo sem correr. Cheguei em frente ao grande prédio onde tinha uma passagem segreta, olhei atentamente o beco escuro e me virei automático encontrabdo ali a figura imóvel e simplesmente linda. Os cabelos loiros batendo quase ate no meio das costas e lisos, a pele que mais parecia de porcelana e com uma camiseta e uma calça jeans. Era a mesma garota que eu conheci nesta manhã, a amiga da Bianca.

– Que surpresa te encontrar por aqui! - sua voz soou como de cristal.

– Oi! Katherina não é?

– Kate! E você é o Felipe!

– Sim. - suspirei.

– Sem querer ser intrometida, mais a Bia ficou bem irritada depois que falou com você hoje!

– Ela é um pouco teimosa. - ela sorriu e saiu do escuro ficando perto de mim e os seus olhos eram dourados assim como seu cabelo e brilhavam como se estivessem satisfeitos.

– O que você disse pra ela? - eu a encarei confuso.

– Um assunto que eu vim resolver agora mesmo!

– Certo! Só toma cuidado...

– Cuidado? - olhei seu rosto tentando encontrar respostas.

– Deixa pra la! - ela deu um sorriso mostrando os dentes brilhantes. E céus como ela é linda!

– É uma vampira... - falei sem pensar e não fiz uma pergunta.

– Nossa você é bom em identificar criaturas da noite!

– Devo admitir que conheço muito bem elas!

– Mais não se preocupe, não sou malvada, quer dizer a não ser que você queira! - ela sorriu e não pude deixar de rir também.

– Bom, eu já vou indo. Foi um prazer ter esse papo...

– O prazer foi meu...

– Tchau! - falei sorrindo e percebi que aquela dor qeu eu sentia havia desaparecido e isso definitivamente era bom.

– Tchau!- ela sorriu e antes que eu respirasse de novo ela já havia sumido na escuridão.

Me virei devagar ainda atordoado pela sua beleza e andei ate o lugar em que eu tinha entrado na primeira vez que vim aqui. Peguei o celular no bolso e disquei o número:

– OI! – sua voz doce me atendeu fazendo a droga do meu coração acelerar.

– Estou aqui fora!

– Mais...

– Se não tiver ocupada, será pode vir aqui?

– Claro, eu já vou!

– Beleza! - desliguei ouvindo apenas os grilos da noite.

Encostei num poste ali perto e esperei de olhos fechados ate o seu cheiro me acertar forte e abri os olhos imediatamente encontrando ela ali parada me encarando, desci meus olhos sem querer e ela usava uma blusa de seda lilás e um short curto com os cabelos presos, eu pude ouvir seu coração bater rápido, ela sorriu educadamente e deu um passo.

– Obrigado por ter vindo! - sua voz de música apertou meu coração só por saber que eu tinha colocado ela em perigo.

– Mais do que obrigação minha... - falei com frieza.

– Olha, me desculpa por ter sido grossa no telefone.

– Tudo bem, você tinha toda razão! - aquela maldita dor me veio de novo.

– Não! Eu nem te conheço direito e não sei o que aconteceu no seu passado e não tenho o direito de te julgar e sim fui eu que invadi seu quarto portanto a culpa é minha.

– Não se preocupa comigo, já estou acostumado com tudo isso e vou te tirar dessa. - ela negou com a cabeça e deu outro passo e eu me desencostei do poste e fiquei parado ali sentindo a dor em silêncio.

– Eu vou te ajudar, você querendo ou não... - ela avançou outro passo.

– Me ajudar?- eu sorri com a atitude dela.

– Vou esquecer seu orgulho e vou te ajudar!

– Bianca muito obrigado por você estar de novo falando isso, mas eu realamente...

– Para por favor! - ela se aproximou de mim e tocou com a ponta dos dedos o meu rosto e uma onda elétrica percorreu o meu corpo e eu me afastei de imediato arregalando os olhos. Vi ela se assustar também.

– Eu posso ajudar você? - ela falou em voz baixa e era quase impossível falar não e eu fiquei em silêncio olhando nos seus olhos cor de chocolate e hipnotizantes. Toda aquela dor no meu peito parecia ter sumido por completo, o buraco parecia ter se fechado por completo.

– Eu... - as palavras me falharam.

– Se você deixar eu prometo que enfrento isso com você, como uma amiga... e apesar de tudo, apesar de saber o quanto é difícil ser diferente eu ainda não sei o que te aconteceu e o quanto você sofreu ou esta sofrendo. - eu senti algo diferente, forte e de certa forma era uma pontada de esperança.

– Sabe o qu eu vejo dentro dos seus olhos? - falei de repente. - Eu vejo pureza, docura, bondade, você tem um bom coração e ultimamente eu não tenho visto pessoas assim... - parei para olhar para ela que me encarava em resposta.

– Você também é puro, e eu vejo bondade mais eu também vejo dor e medo nos seus olhos... - ela aproximou de novo parecendo não querer me assustar.

– Como tem tanta certeza disso? - respirei devagar sentido o seu perfume delicado, o toque de rosas com brisa do mar.

– Eu vejo... e sinto também! Por baixo de todo esse garoto orgulhoso, mal humorado, prepotente... existe um Felipe sozinho, com medo, e que sofre por alguma coisa. Você não precisa ser assim, não precisa se esconder, não precisa usar essa máscara, poque eu eu estou vendo que é mentira e que só precisa de ajuda, não precisa mentir pra mim. - ficams nos encarando enquanto eu tentava processasr as suas palavras e eu sabia que ela tinha razão.

– Não é uma máscara... - minha voz saiu num sussuro.- É um escudo!

– Não deixa de ser uma máscara!

– Talvez você tenha mesmo razão... talvez eu me esconda...

– Não precisa, pelo menos não pra mim.

– Tudo bem... mais eu não vim ate aqui falar de mim. O que você queria? - eu já ate tinha me esquecido o que ela queria.

– Eu estava nervosa no telefone e você não precisa me dar nenhuma explicação ate porque eu posso me defender... mais eu me pergunto: você pode se defender sozinho? - eu ri baixo com aquilo e me aproximei dela lhe encarando dessa vez e senti ela ficar presa ali.

– Acha que não consigo? Acha mesmo que não consigo enfrentar meus problemas? - perguntei me aproximando mais e ela gelou e seu coração parecia que ia pular pela boca a qualquer momento. Ela estava com medo de mim? Por que ela ficava assim sempre que eu me aproximava? talvez eu fosse mesmo assustador.

– Não é isso, é que eu fico preocupada... - ela respirou fundo e se afastou um pouco.

– Realmente você não sabe nada sobre mim! - ela não respondeu e fechou as mãos devagar e depois me entregou um pequeno coração de gelo. Eu olhei atentamente, como era delicado e perfeito.

– Será que eu posso te conhcer então? - pensei um pouco e de certa forma eu não queria ser grosseiro com ela, coloquei o coração em sua mão e passei a minha de leve fazendo um pequeno raminho de folha sair dele.

– Claro que sim! - ela sorriu e eu retribui e os meus olhos pareciam gostar dos seus.

Sem pensar direito e meio atordoado pelo seu perfume que vinha ate minha mente eu toquei seu rosto delicado com as pontas dos dedos, os olhos castanhos era tão lindos, falei baixo.

– Obrigado! - vi seu rosto corar imediatamente e ela se afastou.

– Por nada! - sorri me afastando.

– Resolveu ficar por aqui? - ela mudou de assunto e por um minuto eu pensei em dizer sim.

– Eu acho... - ela me interrompeu me encarando.

– Eu gostaria de ter você por perto e assim eu vou conhecer o verdadeiro Felipe.

– Talvez eu esteja mudando de idéia! - sorri e ela também. - Agora acho melhor você entrar antes que seu namorado venha me bater.

– É verdade, já que não vai ficar então ate mais!

– Ate mais!

– Tchau Felipe. - ela se virou pensando em fazer algo, mais saiu depressa parecendo com medo.

Ri baixo disso e andei silenciosamente pela rua vazia e escura ainda sentindo o seu perfume em minha mente, algo que eu era obrigado a esquecer porque a maldita dor voltava aos poucos a medida em que eu me afastava.



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Notas finais do capítulo

Quem gostar comenta!
bjsss



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