Quatro Elementos: O Começo escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 2
Água


Notas iniciais do capítulo

Segundo...



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Melaine

Minha pequena, um pedacinho de mim em meus braços, minha Bianca...
O rostinho pequeno, de pele morena clara, os cabelos castanhos, os olhos espertos e cor de chocolate, um olhar tão profundo e intenso para um bebê. Eu sabia que minha filha era especial, muito especial e soube ainda mais quando eu via ele crescer a cada dia, tão linda e muito inteligente também, a Bia aprendia as coisas muito rápido e me deixava a cada dia mais impressionada.

Ela as vezes me perguntava onde o seu pai estava e eu sempre respondia a mesma coisa:

– O seu papai está lá no céu olhando por nós! - ela sorria e assentia.

Me lembro exatamente quando eu descobri a verdade, era um domingo ensolarado e nós fomos ate a casa da minha mãe, a Bianca entrou feliz abraçando-a.

– Oi vovó! - ele falou feliz.

–Oi minha querida! Que saudades que eu estava de você! - minha mãe me olhou e sorriu.

– Bia, conta para vovó quantos anos você vai fazer semana que vem. - falei e ela me olhou e sorriu falando entusiasmada.

– Vou fazer oito anos!

– Que ótimo meu anjo, eu tenho um presente para você!

– Que legal! Eu posso ver?

–Bia! - a repreendi e minha mãe sorriu para mim. Foi ate a gaveta da estante, pegou um colar, ela sorriu e observou atentamente, foi ai que reconheci. Era o colar das lendas da nossa família, minha mãe e meus avós me contavam histórias em que um membro de nossa família recebia um dom e ele fazia com que essa pessoa se tornasse imortal a menos que alguém consiga mata-lo. Eles me diziam que a ultima pessoa a receber isso foi minha tataravó e que morreu porque uma das "criaturas da noite" a matou.

Eu sinceramente não acreditava muito nisso, apesar de saber que existiam pessoas com dons especiais, mas que eram combatidos pelo governo.

O colar permanecia o mesmo, uma pedra redonda com alguns símbolos em volta, formando uma união. De acordo com minha avó, esse colar se abriria revelando os símbolos por inteiro e mostraria quem era o escolhido.

Minha mãe pegou o colar e entregou a Bia que mantinha um olhar curioso, assim que ela o tocou, ele estremeu e as partes se separaram revelando um estrela com quatro pontas e um círculo no meio. Eu congelei no meu lugar vendo os olhos de minha mãe brilharem e a Bia deixa-lo cair de susto.

– Tudo bem querida, era para ser surpresa! - minha mãe falou calma pegando de volta.

– É bonito vovó, obrigado.

– Por nada meu anjo.

– Olha mamãe, não é bonito? - ela correu me mostrando.

– É sim querida, muito bonito! - sorri. - Bia, por que não vai mostrar ao seu primo?

– Tudo bem! - ela correu porta a fora sorrindo. Eu me aproximei de minha mãe e lhe encarei.

– Parece que descobrimos a nossa dominadora! - ela falou e eu fiz uma cara feia.

– Não descobrimos não, a Bianca...

– Melaine. Você viu, não a como negar. Sua filha é mais que especial! - ela me interrompeu.

Antes que dissesse qualquer coisa a Bia entrou na sala com um sorriso enorme e minha mãe já voltava da cozinha com um copo de água nas mãos e colocou sobre a mesa, pediu para Bia se sentar em frente.

– Querida quero que se concentre aqui e veja o que pode fazer! - ela apontou para o copo de água.

– Está bem vovó! - ela se sentou e olhou fixamente para água, fiquei perto para conseguir ver.

Então a água estremeceu e como se fosse dominada, ela se moveu devagar saindo um pouco do copo e depois caiu rapidamente. A Bianca olhou para minha mãe e sorriu como se aquilo fosse normal.

– Bem vinda dominadora! - falei com um sorriso.

...

Eu tinha que protege-la a qualquer custo, não deixaria nada acontecer com minha pequena e o que eu mais temia aconteceu. Ela tinha completado dez anos e nós sempre conversávamos sobre ela nunca usar seus dons em lugar nenhum. Infelizmente foi por um descontrole que eu tive que deixa-la.
Era quinta-feira a tarde e eu fui buscá-la na escola. Cheguei perto e vi uma roda de garotas gritando alguma coisa e não vi a Bia em lugar nenhum. Corri para ver o que era aquilo e eu me assustei imediatamente quando vi a Bianca ali parada, encarando uma garota que eu podia ter certeza que era de sua sala. Empurrei algumas meninas e entrei na roda, antes que eu gritasse ela avançou para cima da garota derrubando-a e ficando por cima, segurando seu pescoço com força.

– Bianca! - eu gritei e ela se virou imediatamente, meus olhos se arregalaram ao ver os seus, eles estavam brancos como se estivessem congelados.

– Para com isso Bianca, agora! - eu ordenei e ela soltou a garota, se levantou e eu segurei-a sacudindo- a e seus olhos voltaram ao normal.

Olhei a garota se levantar meio confusa e eu mais que depressa peguei a Bia e a arrastei pela rua, ouvindo a mãe da garota gritar e um barulho de viatura. Corremos pela rua, entramos o mais rápido possível em casa.

Foi a decisão mais difícil que eu já tomei. Eu sentia como se parte de mim estivesse indo embora... Sabia que nunca mais seria a mesma coisa e se tivéssemos sorte chegaríamos na FEM antes que a polícia chegasse. Peguei sua mochila e comecei a colocar suas roupas dentro e ela me olhava confusa. Depois que terminei, peguei ela pelo braço e entramos no carro. Fiz uma ligação e uma mulher atendeu. Falei rapidamente.

Assim que chegamos eu entrei com ela em silencio ao meu lado, eu entreguei a mulher que já nos esperava a mochila e depois me abaixei em frente a Bia e falei quase sem voz:

– Filha, eu sei que talvez você nunca mais me perdoe, mas essa é a melhor opção meu amor!

– O que esta acontecendo mãe?

– Você vai ficar aqui agora meu amor, vai ser o melhor pra você...

– O que? Mais eu não quero ficar aqui! - ela me interrompeu.

– Me desculpe filha! - eu me levantei tentando não prolongar mais e ela me olhou confusa.

– Mãe, por favor!

– Desculpe Bianca... eu te amo! - senti a dor invadir minha alma.

– Não, a primeira vez que eu não consegui controlar você vai me deixar... - ela suspirou engolindo o choro. - Não pode fazer isso.

– Eu sinto muito querida. Só quero que continue viva. - olhei para o chão.

– Então deixe, mas sem mentiras. - eu me assustei e ergui os olhos. Seu olhar no fundo, era de medo. Vi uma lagrima descer pelo seu rosto lindo.

– Eu prometo que venho te visitar! - tentei.

– Não, eu não quero. - negou com a cabeça.

– Bianca...

– Adeus Melaine! - ela pegou a mochila e saiu com raiva pelo corredor.

Meu coração estava mesmo partido. A mulher agradeceu e andou devagar atras dela. Eu realmente queria correr e leva-la para casa, mas não podia e aqui ela ficaria bem.

Senti as lágrimas descerem pelo meu rosto e metade de mim ir embora com ela.


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Notas finais do capítulo

vou postar todos os capítulos que já estão no www.animespirit.com.br/ ok



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