Na sorveteria Bella, Edward e a pequena Tess se divertiam muito.

– Então Bella, você tem quantos anos? – perguntou Edward.

– Tenho 18 anos – respondeu a menina – E você, Edward?

– Tenho 22 anos – respondeu o rapaz

Edward era um perfeito rapaz aos olhos de Bella. Os cabelos acobreados e desalinhados, a emoldura de seu rosto, pele branca e macia e os olhos numa cor perfeita de verde-esmeralda.

Bella também não era uma menina feia. Seus cabelos castanho-mogno caiam em cascata pelas costas, sua pele branca e lisinha e os olhos num tom de chocolate lindos.

– Você está de quantos meses? – perguntou Edward de repente.

– Ah, 2 meses. – respondeu a menina acariciando o ventre.

– Papai, vamos embola? – perguntou a pequena Tess.

– Oh princesa, vamos sim – respondeu Edward sorrindo. – Se despeça da Bella.

A pequenina saiu da cadeira cuidadosamente para não ter o perigo de cair novamente. E foi até Bella, dando-lhe um abraço bem apertado.

– Xau Bella, foi muto legal bincar com vuxê – disse a pequenina – Te adolu

– Oh fofinha, eu também adoro você. Vamos marcar de novo aqui na sorveteria. – disse a menina dando um beijo estalado na bochecha da pequena Tess.

Edward observava tudo com um brilho nos olhos e um sorriso lindo. E depois foi até Bella, beijou a testa da menina, a mesma fechou os olhos apreciando o momento.

– Cuide-se Bella e se precisar de alguma coisa, pode me ligar – disse ele e entregou um papel com o seu número de telefone – E foi um prazer te conhecer.

Bella meio hesitante pegou o pedaço de papel e guardou no bolso da sua calça jeans.

– Obrigada Edward e pode deixar que caso de emergência irei te gritar – disse Bella.

– Tchau Bella – disse Edward

– Tchau Edward – disse menina.

O rapaz pegou a pequena mão de sua filha e seguiram para fora da sorveteria. Bella continuou ali na mesa sentada por mais alguns minutos pensando naquele sorriso e no jeito doce do rapaz que acabara de conhecer.

Logo depois saiu, indo embora para casa. Caminhando entre as calçadas, não pode deixar de sorrir e se perder em pensamentos. Sua vida era trágica, sofrida e no meio disso tudo encontrou a pessoa que se preocupa com ela e seu bem estar.

Será que era um sonho? Não, era a mais pura realidade. Nada era fantasioso e nem de mentira.

Bella chegara em casa e subiu as escadas no intuito de tomar um banho e descansar. Mas ao cair a ficha, percebeu que agora vivia sozinha naquela casinha por onde seus pais e ela tinham a felicidade estampada no rosto.

Por que Lyana culpava tanto Isabella pela morte dos pais? Afinal, ela só era uma menina. Frágil e inocente menina.

A resposta era óbvia: na noite do acidente, Bella passara mal. Estava chovendo muito, Reneé e Charlie não se importavam com o clima da natureza, mas sim se a filha fosse socorrida a tempo. No meio da estrada o carro despencou em um barranco.

Bella ficou 20 dias no hospital e logo que voltou para casa recebeu a pior notícia de todas: o falecimento de seus pais. Lyana em nenhum momento sequer preocupou-se com a sobrinha ou o seu estado emocional. Só jogava na cara da frágil menina toda a sua raiva e ódio.

Embaixo do chuveiro, a garota fazia carinho em seu ventre ainda liso e deixava cair toda sua fraqueza em lágrimas pela pele macia de seu rosto.

– Meu bebê, fico tão feliz em ter te descoberto. Agora somos só eu e você nessa vida. E prometo que nada e nem ninguém irá nos fazer sofrer de novo – dizia a menina para a barriga – Eu amo você, bebê.

[...]

Após o término do banho, Bella resolveu deitar um pouco e descansar. Afinal fora um dia muito difícile e ao mesmo tempo feliz.

Bella encostou-se à cabeceira da cama com um travesseiro fofo nas costas, mas algo estava errado. Sentia uma dor estranha no baixo ventre, como um tipo de cólica.

– Ai – gemeu ela com a mão no ventre ao sentir a fisgada – O que ta acontecendo comigo?

A garota chorava e ao olhar para baixo, notou que havia uma mancha vermelha na calça que usava.

– Oh meu Deus, já basta tanto sofrimento e agora vou perder meu filho – chorava e suplicava – AIIII – gritou com a mão ainda no ventre. E agora quem poderá ajuda-la nesse momento?

Um pouco tonta e morrendo de dor, Bella zapeou seu celular e discou o número conhecido por ela em tão poucas horas.

– Alô – disse aquela voz aveludada e suave ao outro lado da linha.

– Edward....sou...eu...Bella – disse a garota gemendo e aos soluços pelo choro.

– Bella, o que ta acontecendo? – perguntou o rapaz desesperado

– Eu to perdendo meu bebê e to sangr....AIIIIII – gritou ela – AI SOCORRO EDWARD.

– To indo pra ai AGORA– disse o rapaz, encerrando a ligação

O rapaz nem esperou muito. Saiu em disparada de casa, deixando sua família totalmente preocupada e sem entender o real desespero.

Dirigia seu volvo em uma potência de fazer voar qualquer ser humano da face da terra. Ele nem ligava, só queria poder socorrer a bela moça dos olhos chocolates e cuidar dela como se fosse um bebê.

Enquanto isso, Bella deitara de lado gemendo de dor e chorava muito. Seu coração estava batendo feito louco dentro do peito. Sua vida já havia sido um pesadelo, mas esse bebê já era muito amado e a garota sofreria ainda mais se perdesse.

Edward, já adentrava a simples casa e corria escadas acima procurando Bella. E ao passar pelo quarto, encontrara a moça pálida e dolorida.

– Meu Deus Bella, você está sangrando. Vou te levar para hospital já – pegou a moça no colo. Bella agarrou seu pescoço, buscando apoio e conforto.

– Edward pelo amor de Deus não deixa meu filho morrer. Ele é o meu maior presente e não suportaria perde-lo – Bella dizia aquelas palavras tão fortes, fazendo Edward chorar junto com ela.

– Eu não vou deixar nada a acontecer com vocês dois. Prometo ficar ao seu lado e cuidar do que for melhor e preciso a vocês. – disse o belo rapaz.

Saíram da casa e voaram para o hospital. O caminho fora tenso e muito triste, ouvindo só os soluços e os gemidos de dor de Bella.

[...]

Enfermeiros e o médico empurravam a maca onde havia uma Bella pálida e já fraca. A garota pedia que não deixassem seu bebê morrer.

E naquele momento Edward precisava tomar uma atitude e seria agora a coloca-lo à tona.