Percy

Não sabíamos onde Melany estava, então, ao invés de vagarmos por aí sem saber aonde ir, fomos para o apartamento de minha mãe, o que foi bom pois sabia que Annabeth poderia nos ajudar.

—Ela pode estar em qualquer lugar do mundo.- falou Grover- Não fazemos a mínima ideia de por onde devemos começar.

—Que tal uma mensagem de íris?- perguntou Soraia.

—Eles não atenderiam!- falou Annabeth.

—Por que?-perguntei. Annabeth me olhou com aquela cara de: Acorda idiota que me fazia sentir um jumento completo. Ela sabia que eu não ia chegar a conclusão alguma, ainda mais aflito com o desaparecimento de Melany e Nico como eu estava.

—Não somos os únicos procurando por eles... Gaia e Hades também estão.

—É aí que eu não compreendo!- falou Grover- Gaia e Hades deixaram vocês fugirem com Melany não foi? Por que querem Melany de volta?- É verdade, afinal o que Gaia queria?

—Melany é o centro de tudo!- encarei minha mãe surpreso. Ela não havia falado desde que mencionamos o desaparecimento de Melany.-Não é a toa que chamam Melany de filha de todos... Melany é querida pela grande maioria dos deuses. Gaia não é como Cronos, ela gosta de se deixar a mostra para quando todos pensarem que ela está tomando um rumo, dar a volta por cima e surpreender a todos. Melany é a isca, a arma e a caça ao mesmo tempo.

—Então... como a acharemos?-perguntou Soraia. Todos pararam para pensar.

—Já sei!-falou Annabeth, todos a encararam. –Você, Percy, é ligado a ela!

—Como é?- perguntei confuso

—Antes de Melany chegar ao acampamento, você já sabia que ela precisava de você, pois você havia sonhado com isso, talvez... você descubra onde ela esteja... nos sonhos.- Encarei Annabeth sério em seguida os outros, que me olhavam em resposta.

—Acho que está na hora de eu ir para a cama!

Melany

Quando saí da padaria com a sacola de pão na mão, avistei Nico, que me esperava na porta encostado na moto preta.

—Melany... eu...-ele engoliu em seco. Percebi que Nico parecia meio verde, corri até ele e coloquei minha mão em sua testa.

—Nico você está bem?-perguntei.

—Você teria filhos comigo, Melany?- arregalei os olhos e o encarei estática. Eu queria ter filhos. Havia dito isso, mas por que... por que ele...

—Por que isso está te incomodando, Nico?-ele piscou duas vezes envergonhado e olhou para o chão.

—Não me incomoda, é que... bem... é só que... isso me... é que isso... fez... eu...-ele pigarreou e continuou- é só que isso me deu uma ideia.-estremeci. O que ele estava pensando? Será que o que ele estava pensando era o que eu estava pensando? Nico di Angelo, que ideia?- Melany... nós... meios-sangues não vivemos muito tempo.-começou ele- A grande maioria de nós somos mortos por conta dos perigos que enfrentamos e ...bem... e...-ele parou e me olhou mordendo o lábio inferior.

—E...?

—E...!- Nico me olhava e soava tanto, que eu pensava que ele iria desmaiar a qualquer momento.

—É o que Nico? Fala logo estou ficando preocupada!- falei já nervosa. Ele suspirou, depois respirou fundo, encarou o céu, que agora estava escuro com a noite. Ele me olhou e sorriu, puxou a minha mão e fez com que no centro aparecesse uma sombra. De dentro da sombra começou a surgir uma rosa vermelha.

—Dizem que a rosa vermelha tem o significado do amor e da luxúria. – a sombra se foi deixando somente a rosa em minha mão- Antes eu não acreditava em amor, a luxúria era a única coisa que eu acreditava prender as pessoas, hoje não. Hoje o amor para mim é o que mais importa. –ele olhou para a rosa em minha mão depois se aproximou para olhar bem no fundo dos meus olhos- O que fez com que a rosa tivesse esse significado foi a sua cor... o revigorante vermelho chamativo e vibrante. –Sorri olhando para a rosa- Melany!- olhei para ele- Feche os olhos!- eu fechei. Senti ele tirar a sacola de plástico da minha mão, puxar a palma e colocar algum coisa macia de... de veludo, em cima dela. –Abra os olhos, Melany!- Eu abri. Ali tinha uma caixinha preta de veludo. Nico estendeu a mão para a caixinha na minha palma e a abriu. Lá dentro tinha um anel de ouro, com uma pedra de rubi em cima, era lindo.

—Nico... eu...

—Qual é a cor da pedra no anel, Melany?- perguntou ele me interrompendo.

Sorri

—É vermelha.

—Muitas pessoas geralmente compram anéis de diamantes para fazer o que eu vou fazer agora- meus olhos se encheram de lágrimas. Não ele não faria isso! Faria?- mas nós não somos como essas pessoas.- ele suspirou- Não sabemos quanto tempo ainda temos pela frente, esse anel, é diferente como eu e você. E em seu vermelho uma pequena parte do amor infinito que tenho por você está aí, para sempre te lembrar o quanto eu te amo!- agora ele pegou a caixinha de minha mão que tremia- Melany, eu quero passar o resto da minha vida com você. Seja ela curta ou longa, seja ela fácil ou difícil, tendo ela perigos ou não, eu quero passá-la ao seu lado. Eu quero que você seja minha quase tanto quanto eu sou seu, e que você permita que eu seja verdadeiramente seu. Eu quero que você aceite que seus filhos, sejam meus também. Melany...-ele repirou fundo pela milionésima vez- Eu sei que estou sendo precipitado, mas... se nem mesmo os deuses sabem de nosso destino direito,então por que perder tempo? É isso o que eu quero... é você quem eu quero na minha vida, basta saber se você também vai me querer na sua. Então...- ele suspirou novamente- Melany Jackson, filha de Poseidon... Você aceita se casar comigo?- ele ergueu o anel de rubi mais a minha frente, e foi aí que as lágrimas desceram. É claro que Nico não entendeu o motivo das lágrimas.

—Melany?- vi o rosto dele ir de esperançoso a em pânico, ele se levantou em um pulo e segurou meus ombros- Melany... você não...você não... não precisa... não precisa aceitar, calma foi só um pedido... alias... apaga... apaga isso da sua memória...eu... eu não fiz pedido nenhum! Eu... você...

—Nico!-coloquei as minhas duas mão em seu rosto fazendo com que ele continuasse a olhar bem no fundo dos meus olhos, e desejando que enxergasse a alegria que aquele simples pedido me trouxe.- Eu aceito!- falei abrindo um sorriso radiante. Nico ficou boquiaberto. Eu podia ver em seus olhos a confusão e a felicidade que ia se instalando em seu olhar aos poucos. Nico levou um tempinho para que finalmente raciocinasse a minha resposta.

—Você aceitou?- perguntou ele como se tivesse um bolo na garganta.

—Aceitei!- Quando eu pisquei Nico já estava me beijando e me girando em círculos.

—Eu prometo, Melany... -ele começou a beijar meu rosto e meus lábios sem parar- que... eu vou... cuidar de você... e que eu vou ser... o melhor marido... e o... melhor pai... desse universo.—eu ri.

—Acho bom mesmo!- falei.

—Você vai ver!- sorri. Ele ergueu o anel a minha frente e em seguida o colocou em meu dedo anelar. Quando Nico colocou o anel, um raio seguido de um trovão irradiaram no céu, uma ventania forte me impediu de abrir os olhos e como se um tornado estivesse a nossa volta.

“Gaia cairá

Cairá quando a filha de todos e o herói, tornarem-se um.”( ouvi a voz de Rachel)

“que você seja minha quase tanto quanto eu sou seu, e que você permita que eu seja verdadeiramente seu.”(agora era a voz de Nico)

Senti meus pés saírem do chão.

—Melany não me solta!- ouvi Nico gritar acima do vento. Eu segurava a mão dele, mas o vento nos puxava para lados contrários e era forte demais.

—Nico!- gritei, e minha mão escorregou da dele. –Nico!

—Não!- e isso foi a última coisa que eu ouvi dele.