- Como você vai para casa? – ele perguntou.

- Minha carona foi embora, vou a pé.

- Eu te dou uma carona.

Capítulo 6 – Você me alegra e torna tudo mais divertido.

- Vamos, Noah. Faz tempo que você não sai com a gente – replicou Derek.

            O Parker estava deitado em sua cama, girando a bola de basquete com uma só mão enquanto Derek estava sentado em uma cadeira giratória, tentando convencer o amigo a sair.

- Estou cansado. O jogo de ontem acabou comigo – mentiu.

- Eu também estava lá se por acaso você não lembra. Sem desculpas.

            Cansado da insistência do amigo, Noah se levantou, passando as mãos no cabelo, no intuito de arruma-los. Arrumou as roupas que se desarrumaram ao deitar e colocou a carteira e o celular no bolso, pegando a chave de seu carro, que estava sobre a mesa, ao lado de seu computador.

- Aonde nós vamos? – perguntou abrindo a porta do carro.

- Onde mais se pode ir em Buford? Para o Carter’s, obvio.

            Noah revirou os olhos, entrando em seu carro ao mesmo tempo em que Derek entrava no seu. O Parker inspirou profundamente, sentindo o perfume de Rose que ainda podia ser sentido no carro, na mesma hora se lembrou de quando deu carona para ela, na noite anterior.

- A sua última carona não deu muito certo – murmurou com a maçãs do rosto coradas.

- Você quer... Hum... Discutir sobre isso?

- Não! Por favor.

            O garoto indicou o caminho até seu carro e abriu a porta para ela e indo até o porta mala, deixando sua coisas lá dentro, nesse meio tempo, Rose tirou o celular do bolso, digitando o mais rápido que conseguiu, esquecendo algumas letras na frase, mas não se importou. Guardou o celular no tempo em que o garoto entrou no carro.

- Vamos?

- Vamos.

            Noah sorriu, e deu partida, saindo do estacionamento que agora se encontrava vazio. Perguntou a garota onde ela morava e ela lhe passou o endereço, que logo, ele já sabia qual caminho poderia pegar.

            O bom de morar em uma cidade pequena é que a maior parte das pessoas que moravam ali se conhecia, claro que tinha as exceções, como no caso de Noah não conhecer Rose, ou melhor, não reconhecê-la já que ele e os amigos viviam no Carter’s.

- Então... Vai fazer faculdade aonde? – Noah questiona, tentando quebrar o silêncio que se instaurara no carro.

- Talvez Cambridge, se eu conseguir uma bolsa lá.

- Reino Unido. Muito longe.

- Essa é a intenção – murmurou olhando pela janela.

- Por quê?

- Nada de realmente interessante. E você? Já pensou em alguma faculdade?

- Não sei. Oxford, Cambridge também me passou pela cabeça, mas é muito longe, sentiria falta das pessoas daqui.

- Dos seus amigos.

- De Angie, na verdade. Saber ao menos que eu tenho chance de vê-la todo dia, mesmo sem ela querer me falar quem é, me tranquiliza e me deixa feliz.

- O que você faria... Se ela lhe contasse quem é?

- De verdade? Eu acho que pediria ela em namoro na hora.

            Rose não falou nada, a dúvida e incerteza a corria. Ela deveria contar que ela era a Angie por quem ele tinha dito que estava apaixonado? Quando tomou coragem para tentar lhe dizer, ele falou:

- Bem, chegamos.

- Ah – murmurou, olhando para sua casa através do vidro – Agradeço pela carona. Até mais.

            Saiu do carro sem esperar uma resposta do garoto e correu para a sua casa, entrando e fechando a porta logo em seguida. Noah ainda a olhada e riu da sua pressa e acelerando o carro. A caminho de sua casa. Não havia se dado conta de que o seu celular ainda estava dentro da mala, que agora se encontrava no porta malas de seu carro, com uma mensagem não lida. Uma mensagem da sua Angie e só foi se dar conta disso, ao chegar em casa e colocar a mala sobre sua cama, tirando as roupas sujas que tinham ali dentro e colocando para lavar. Viu o celular e verificou se tinha uma mensagem e se surpreendeu a encontrar uma não lida.

De: Angie.

Estou orglhosa de você.

De: Buford N.P.

            Espero que tenha entendido que eu não vou desistir de você. Ganhei aquele jogo por você. Arrisquei por você. Do jeito que sempre vou fazer.

            Noah estacionou no minúsculo estacionamento da lanchonete, saindo do carro e encontrando Derek a sua espera, entraram juntos no lugar, que estava cheio, afinal, era sábado à tarde e nesse dia o movimento sempre aumentava.

            Dexter estava sentado no balcão, com um copo de milk-shake pela metade na sua frente enquanto Rose estava abaixada, procurando os guardanapos para abastecer as mesas, de modo que ela não pudesse ver a entrada dos dois jovens, que não se demoraram a sentar nas últimas mesas da lanchonete.

            Brianna e Bridget já estavam sentadas na mesa e Noah não conseguiu evitar bufar. Porque Derek não avisou que elas viriam também? Perguntou-se irritado.

- Ainda bem que vocês chegaram, não suporto esse lugar – Brianna reclamou.

- Como se tivesse outro lugar para ir nessa cidade. Se não gosta, simplesmente não venha – rebateu o Parker.

            Derek e Bridget seguraram as risadas e Brianna arregalou os olhos já que Noah nunca tinha falado com ela desse jeito, mas decidiu ignorar, levou em consideração o jogo do dia anterior e usou a desculpa que o garoto estava cansado.

- Rose! – Emma, a mãe da garota, a chamou.

- Fala.

- Mesa 12, anote os pedidos, por favor.

- Estou indo – falou, saindo de trás do balcão, pegando o bloco e a caneta de anotações.

            Foi andando de cabeça baixa, encarando seus sapatos, que ela notou estarem com os cadarços desamarrados e não viu que a mesa em que ela se dirigia era justamente a que não queria atender.

            Quando levantou o rosto seus olhos encontraram o de Noah, que sorriu para ela e vendo com quem o garoto estava, teve vontade de voltar e pedir para outra pessoa atende-los, mas agora já era tarde demais, todos da mesa já tinham notado a sua presença e Brianna já sorria sarcasticamente para ela.

- Olha quem veio nos atender. Que gracinha! Se te ajudar a comprar roupas melhores, nós deixamos algumas gorjetas para você depois, isso claro, se você nos atender bem.

- Porque não junta o seu dinheiro para fazer uma plástica bem feita em seu nariz já que a última não deu muito certo? Ele continua enorme.

            Dessa vez, nenhum dos presentes na mesa conseguiu se segurar e acabaram gargalhando e Noah olhava para a garota com admiração, já Brianna a encarava com raiva, como se tivesse se controlando para não voar no pescoço dela.

- O que vão querer? – Rose perguntou.

- Um milk-shake de chocolate para mim – disse Noah.

- Um de morango para mim – Derek falou, colocando cardápio em cima da mesa.

- O que tem nessa espelunca sem carboidratos, gordura ou açúcar? – Brianna perguntou, lendo o cardápio atentamente.

A resposta foi imediata - Água.

            Mais uma vez, todos riram, fazendo a garota ficar mais brava ainda.

- Eu vou querer um chá gelado – disse Bridget

- E você? – Rose quis saber, se referindo a Brianna, esperando para anotar seu pedido.

- Pode ser um chá também – falou sem olhar para a garçonete.

            Rose assentiu, anotando os pedidos e saindo dali. Noah aproveitou a distração dos amigos e mandou uma mensagem para a sua Angie.

De: Buford N.P.

            Quem diria que uma tarde com os “amigos” seria tão engraçada e divertida quanto a minha está sendo. Deixando claro que eles não têm nada a ver com esse fato. Estou sentindo sua falta, onde está?