Entraram na quadra sobre aplausos e gritos e algumas vaias do pessoal do time adversário. Assim que seus pés pisaram na quadra, os olhos de Noah vagaram por cada pessoa sentada naquela arquibancada e sorriu ao ver Rose ali, olhando para ele com um sorriso doce no rosto.

Capítulo 5 – E você venceu, por mim, como prometeu.

O jogo não estava indo bem, Noah já se arrependia por ter prometido a Angie que iria vencer por ela. O time adversário estava pegando pesado na marcação e cometia faltas para evitar que o time do BFHS marcasse algum ponto, a diferença no placar era mínima, poderia muito bem ser recuperada se o time se esforçasse, mas todos já imaginavam que perderiam, por isso, estavam praticamente desistindo de jogar.

Os únicos que realmente estavam se esforçando para jogar eram Derek e Noah, que já estavam cansados de carregar o time nas costas e tinham dificuldades de respirar devido aos esforços que estavam desempenhando nesse jogo e agradeceram quando o treinar pediu tempo.

Ambos se sentaram no banco e pegando cada um uma garrafa de água, tomando um pouco e jogando o resto no rosto, de modo que pudessem se refrescar.

– O que é isso? – o treinador Snow ralhou com o time – Você querem vencer ou sair com o rabo entre as pernas? Somos melhores que eles, garotos. Vocês não podem deixar o Parker e o Slash levar o time nas costas. Se mechem, movimente-se, façam as jogadas que treinamos!

Eles voltaram para quadra, era fácil notar que o time do BFHS iria se dedicar mais no jogo, a bola começou com o time adversário, que após algumas jogadas entre si, a bola foi interceptada por Noah, que correu o mais rápido que conseguiu até a cesta, fazendo um ponto para o seu time.

Agora, com os pontos mais equilibrados, o time do SAHS estava em dúvida se a vitória seria deles, já que a mesma fora cantada antes da hora. Levando isso em consideração, começaram a fazer uma marcação mais pesada, causando inúmeras falta no time do BFHS, uma delas em Noah, que gerou um tiro livre para o time.

Com o pé atrás da linha, a bola girando em sua mão e respirando fundo, Noah encarava a tabela, tentando esquecer toda a pressão que girava em torno de si, se concentrando apenas em fazer aquele ponto para sua Angie, que estava em algum lugar daquela arquibancada, assistindo ele jogar.

Rose o observava atentamente, ligada em todos os seus movimentos e ações. Agora estava mais tensa do que nunca, eles perdiam apenas por dois pontos, pontos esses, que se ele acertasse os dois tiros livres, conseguiria facilmente.

Viu quando o garoto fez o primeiro arremesso, a bola bateu na tabela, girou no aro e foi para fora. As vaias vieram de todos os lados, fazendo Noah ficar mais nervoso ainda. Rose tinha vontade de mandar todos calarem a boca, porque era obvio que aquilo estava mexendo com o garoto.

Noah, respirando fundo mais uma vez e ignorando as vaias, arremessou mais uma vez e de novo, a bola bateu na tabela, porém muito para o lado, resultando nela indo para fora e nenhum dos garotos do seu time conseguiu pegar o rebote.

De repente, Noah se sentiu mal, pois ele prometeu a Angie que ganharia por ela e se ela tivesse achado que ele não se esforçou tanto quanto podia? A culpa estava em cada fibra do seu ser, não percebeu que estava parado ainda no mesmo lugar, até que o treinador chamou sua atenção.

Faltava menos de um minuto para o fim de jogo e eles ainda perdiam por dois pontos, precisavam ao menos empatar.

– Vamos lá, time! Vocês conseguem se recuperar. É só manter o ritmo. Peguem a bola e passem ou para o Parker ou para o Slash, se eles tiverem chances, arrisquem se precisar.

Noah deu as instruções necessárias que deveria, como capitão. A bola dessa vez começava com eles. Noah passou para um dos seus colegas de time, Will, que passou para Derek, como o combinado, que passou novamente para Noah.

O Parker varreu os olhos pelo campo a procura de alguém para quem pudesse passar e encontrou todos os colegas sendo marcados. Olhou para a cesta que estava em uma distância razoável, de modo que se ele arremessasse, ele faria uma cesta de três pontos e assim ganharia o jogo e provaria para Angie o quanto ela é importante pra ele.

Lembrando-se das palavras do treinador sobre se arriscar, ele arremessou. Não sabia se ele era o único que via a bola indo em câmera lenta de encontro com a tabela, batendo nela e girando no aro e finalmente entrando na cesta.

O silêncio na quadra fora absoluto por apenas alguns segundos, assim que o os torcedores do BFHS se deram conta de quem tinha vencido, desceram a arquibancada correndo em direção ao centro da quadra, onde agora, Noah estava sendo levantado pelos colegas de time e colocado no ombro deles.

Após a pequena comemoração na quadra, os rapazes do time voltaram para o vestiário, onde iriam tomar banho e voltar para casa, afinal, esse tinha sido apenas o primeiro jogo do campeonato.

Assim que chegou ao vestiário foi direto para o seu armário, procurando seu celular e vendo se tinha chego uma mensagem da sua Angie, gemeu em frustração ao notar que não tinha nenhuma. De certo, ela achara que ele não tinha se esforçado o bastante para vencer por ela.

Ainda irritado por tal constatação, foi para o chuveiro demorando o máximo que pode. Depois de se arrumar e guardar suas coisas na sua “mala” que usava para os jogos, saiu do vestiário, notando que era o último aluno dali.

Noah estava com os cabelos molhados, mas ainda sim revoltos. Usava uma camisa gola v branca, com um camisete xadrez por cima, uma calça jeans preta e seu All Star branco, com a mala em um ombro só.

– Oi – ouviu a voz de sinos atrás de si.

Ele se virou, surpreso ao notar a ruiva encostada na parede ao lado da porta. Como passou ali do lado sem nota-la? Isso ele não sabia responder. De lado, sorriu para ela.

– Oi – respondeu.

– Você jogou bem – elogiou.

– Tive motivos para isso, ou achei que tive.

– Aquela garota que você me falou no carro? Ela estava aqui?

– Estava, mas já deve ter ido. Nunca vou descobrir quem ela é mesmo. No mínimo ela deve ter ficado chateada por eu não ter acertado os tiros livres.

– Mas você fez a cesta de três pontos, levando o time a vitória e se ela for tão legal quanto você diz ela não vai ligar para isso, porque você ganhou e é isso que importa e se não tivesse ganhado, garanto que não teria problema.

– Eu não sei o seu nome – Noah disse sorrindo, encantando com o que ela falara. Como uma garota poderia ser tão gentil assim? A única pessoa que ele conhecia que conseguia ser tão gentil quanto ela, era a sua Angie.

– Rose, Rose Carter.

– Noah Parker.

– Você fala como se eu não te conhecesse.

– Você me conhece, mas eu não te conheço.

– Você acha que não me conhece – murmurou baixinho, mas o garoto pode escutar.

– O que você quer dizer com isso?

– Ah, nada. Mais uma vez, parabéns pelo jogo e espero que você se resolva com aquela garota. Tchau, Noah.

– Como você vai para casa? – ele perguntou.

– Minha carona foi embora, vou a pé.

– Eu te dou uma carona.