Antes de começar, esse é o Marius:

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O dia arrastou-se lentamente e se Lanna e Enzo não estivessem ali teria sido ainda pior. Odiava admitir, mas eu acabei por me tornar dependente da presença de Liu em minha vida. Sem ele, uma parte de mim havia sumido. Estava na hora do intervalo, o dia estava lindo. Lanna, Enzo e eu estávamos sentados no gramado do pátio fazendo um pequeno piquenique. Os dois conversavam animadamente enquanto eu pensava. Uma imagem me tirou de meus devaneios, Seth vinha correndo em minha direção atropelando a todos que ficavam em sua frente.

–Vem comigo! –ele gritou me puxando com força. –Enzo! Você também!

Depois de ele dizer isso, uma árvore em chamas voou em direção à grama do pátio. Todos os alunos começaram a correr. Carros, postes e placas em chamas voavam pelo céu e se chocavam contra as escolas. O cenário era de uma guerra estranha, onde ninguém conseguia saber quem estava atacando quem, exceto Seth. Ele nos arrastou para a saída da parte de trás do colégio, corríamos rumo à cidade. Corríamos tão rápido que minhas pernas doíam.

A cidade estava um caos completo, as pessoas corriam de um lado para o outro. Os prédios estavam destruídos, parecia que uma bomba havia sido lançada na cidade. Seth arrastou-nos até seu carro. Ele arrancou com o carro.

–Seth, o que está acontecendo?!!! –gritei depois de praticamente me jogar dentro do carro.

–Marius!!! –ele disse ofegante.

Engoli em seco.

–Quem é Marius?!! Eu sabia que você e aquele Liu estavam metidos em alguma coisa perigosa! Olha, espero que você tenha um bom advogado porque isso é seqüestro Seth!!-berrou Lanna.

–Droga! Esqueci que você está aqui. –Seth disse olhando pelo retrovisor.

–Como é que é? Seu projeto de mafioso! –ela protestou.

–Dá para ficar calada? Eu estou tentando pensar!

–Não vou ficar até alguém me explicar o que está acontecendo!

–Enzo por favor. –pediu Seth.

Enzo assentiu, tocou a cabeça de Lanna e ela desmaiou com a cabeça em seu colo. Seth sussurrou um obrigado. Olhei para ele e cruzei os braços em reprovação.

–O que você queria? É o melhor para ela e você sabe disso. Ela não está preparada para saber da verdade, ninguém está. –ele disse

–Quer dizer que se eu já não fosse o motivo de toda esta confusão e não soubesse de nada e um dia chegasse a descobrir, era isso que você faria comigo?-indaguei.

–Não, eu te mataria, mas não vamos entrar nessa ok? -ele respondeu.

Fiz uma cara de ofendida. Ficamos em silêncio por um minuto, o barulho das explosões já estava ficando para trás.

–Para onde você ta me levando?! E cadê o Liu?! –esbravejei.

–Estamos indo embora e Liu está atrasando Marius enquanto isso.

–Como é que é?!

–Ficou surda Cipriano?

–E quanto aos meus pais e a população?

–Não preciso responder, porque você já sabe a resposta.

Eu realmente sabia. Todos estavam servindo como uma forma de distrair Marius para que eu pudesse fugir. Se eu conhecia meu pai, ele já deveria estar na frente de Marius distraindo-o. Não podia aceitar aquilo. As pessoas daquela cidade não gostavam de mim, mas eu não queria vê-las mortas e ainda por cima por minha causa.

–Para o carro Seth! –ordenei.

–Não vai dá não Cipriano. –ele disse sem tirar os olhos da estrada. Olhei para trás e vi a cidade completamente em chamas.

–Se você não parar eu vou pular.

–Não vai não, você morrerá. –ele disse rangendo os dentes.

–Vai facilitar o trabalho de Marius. Para o carro?! –gritei esmurrando seu braço.

–Sério? Você vai me bater? Prometi a Liu que a levaria embora e é isso que vou fazer, está entendendo?! –ele disse segurando meu braço com muita força.

–Ele disse pra você me levar mesmo contra minha vontade?

–Ele disse para lhe levar independente de sua vontade. –ele respondeu.

Nesse momento senti o toque da mão de alguém em meu pescoço, esganando-me. Tentei me soltar.

–Seth. Enzo me solta.–tentava gritar. Ele olhou para mim e para trás.

–Oi Seth. –ele disse, sua voz estava modificada.

–Sebastian, isso não é possível! –ouvi Seth dizer. É a última coisa de que me lembro antes de tudo escurecer.