Papai Por Encomenda escrita por Bea Maciel


Capítulo 6
Quinze Minutos


Notas iniciais do capítulo

Eai galerinhaaaaa ~fugindo das tochas, das pessoas~
Eu estou viva!! Como eu demorei uma eternidade para postar esse capítulo, então deixarei para conversarmos depois.
E eu queria super dedicar esse capítulo a CristalStar pela maravilhosa recomendação, obrigada linda, eu amei!!
Uma boa leitura pessoal!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/347447/chapter/6

Remus Lupin sabia perfeitamente que não deveria estar ali. Não deveria nem mesmo ter tido a ideia estúpida de ter perguntado a Lily em que hospital Dorcas estava internada. Por Deus, ele deveria saber que aquilo era errado, fazia anos que não se viam e agora ele estava ali para reencontrá-la, mas ela nem mesmo saberia que ele tinha estado ali, afinal estava em um coma profundo, sem nem mesmo hora, dia ou ano para acordar.

Ajeitou Charlotte em seu colo, não sabia se ela poderia estar ali com ele, mas não havia conseguido deixar a menina com uma de suas amigas, ambas estavam trabalhando, e nem tinha coragem de colocar sua filha em uma escola, até porquê ele ficava sempre em casa e poderia muito bem cuidar de Charlie. A garotinha lhe deu um enorme trabalho no começo, mas cada dia que se passava o escritor conseguia lidar cada vez mais com sua menina.

Não ouviu quando seu nome foi chamado na primeira vez, só o escutou quando uma enfermeira baixinha apareceu em sua frente, com uma expressão carrancuda e o chamou para seguir para o quarto onde a mulher estava. Pegou a bolsa de Charlotte que estava no banco ao seu lado e como não teve nenhuma intervenção da mulher com a pequena em seu colo, ele a seguiu. Respirou fundo ao encarar a porta que o separava de seu antigo amor da adolescência.

— Você é o marido dela? — a enfermeira perguntou antes de abrir a porta —

— Um amigo — respondeu rapidamente e percebeu que sua voz havia saído meio duvidosa.

— Certo — a mulher respondeu o encarando por alguns segundos e olhando em seguida, pela primeira vez, para a sua filha, antes de abrir a porta — Você tem quinze minutos —

O homem então entrou, não sem antes ouvir o som da porta encostando atrás dele. Fechou os olhos por um tempo que ele não parou para contar e em seguida se aproximou da cama. Olhou a mulher e era exatamente como se lembrava, apenas tentou limpar a mente dos inúmeros fios que estavam ligados a jovem Meadowes, o que a tornava diferente e quando a conhecera. Era tão cheia de vida, tão carinhosa e agora estava ali, ligada a vários aparelhos e dependendo de canos para sobreviver. Não deveria ser assim, uma pessoa tão boa como ela não merecia uma vida como aquela. Dorcas deveria acordar, viver a vida... Não conseguiu terminar o pensamento, afinal Charlotte começara a se mover em seu colo, como se quisesse pular no colo da mulher.

— Charlie, não, ela não pode te pegar no colo, viu, a moça está dormindo — disse olhando para a menininha e em seguida para a mulher.

Era difícil ver aquilo, lembrou então de quando era um pouco mais jovem, ainda quando estava no colégio, da época em estavam se pegando escondido dos amigos por um certo tempo, mas fora um período em que ele estava realmente feliz. Ela havia sido seu primeiro amor, fora com ela que o jovem descobrira o que era esse sentimento, o que o amor fazia com os apaixonados e tinha sido uma época boa. Mas a olhando ali, não sentira isso, mas sim uma enorme vontade de implorar para que a mulher acordasse e voltasse a ser a jovem que um dia ele havia amado.

— Dorcas eu... — respirou fundo enquanto arrumava Charlie em seu colo — Só acorde, tudo bem? Sabe seria bom ver seu sorriso novamente e quando pensei que te reencontraria um dia, como você havia me dito quando terminamos nosso pequeno romance, eu em nenhum momento a imaginei numa cama de hospital, entre a vida e a morte. Por isso lute, lute para viver, acordar. Seus amigos sentem sua falta. Eu sinto sua falta. — o escritor lutou conta as lágrimas que queriam ser derramadas — Lembra quando você falou que eu daria um ótimo pai? Então eu tenho uma filha agora, ela já tem um ano, e se chama Charlotte, eu acho que ela adoraria conhecer você. Você também adoraria conhecê-la, em certos momentos ela me lembra você, talvez pela teimosia ou pela cor dos olhos, eles me lembram os seus. Então, acorde, tem um mundo todo aqui fora te esperando e amigos que querem muito ouvir sua voz outra vez...

O homem ia continuar, mas ouviu o rangido da porta, seu tempo havia acabado. Suspirou, depositou um beijo na testa da loira e saiu do quarto. Não saberia se conseguiria voltar ali outra vez, então deixou aquilo como uma despedida. Pediria depois a Alice para lhe informar do estado da mulher, ela trabalhava no hospital na ala pediátrica, mas ele sabia que ela não recusaria um pedido desses.

Seguiu para o estacionamento, precisava ir rápido para casa, a assistente social ainda passaria lá no final daquela tarde e precisava deixar a casa um pouco apresentável para a mulher que iria julgar se ele podia ou não ficar com sua menina.

***

O escritor rezou para que Sirius tivesse deixado a casa num estado aceitável, havia pedido ao amigo para que ajeitasse tudo em sua ausência, explicando que a visita de mais tarde era algo importante para que ele ficasse com Charlie. Black havia prometido que daria um jeito em tudo. Remus agradeceu quando entrou em casa e viu que tudo estava em ordem, até mesmo sua sala que costumava ficar cheio de brinquedos largados pelos cantos estava arrumada. Não pode deixar de agradecer o amigo.

Olhou para o relógio e viu que ainda tinha um tempo antes da mulher chegar, por isso pegou Charlotte no colo, antes que a garota corresse para brincar e subiu com a garotinha para dar-lhe um bom banho. Tinham ido ao hospital e não gostava nem um pouco de continuar com as roupas que usava no local. A menina não fez escândalo nem para entrar, nem para sair do banho, o que o fez agradecer. Odiava quando sua filha fazia isso. Depois a vestiu e colocou no berço, a deixaria ali apenas enquanto trocava de roupa, o que fez rapidamente.

Em seguida, voltou para o quarto da menina, a pegou e assim desceram para a sala, onde ele a soltou. Sua filha já dava alguns passos, porém preferia ainda engatinhar. Sorriu quando a garotinha foi em direção dos brinquedos, pelo menos teria um tempo enquanto a assistente não chegava ou pelo menos achava. Engano seu. A campainha fora tocada.

Balançou as mãos nervoso, deu um pequeno pulo, ainda não sabia exatamente o que poderia dizer a mulher, mas quando viu já estava com a mão na maçaneta da porta e em seguida a girando. Havia esperado receber uma mulher velha, com cabelos bagunçados, rosto cheio de verrugas ou qualquer coisa do tipo. Mas a figura a sua frente o surpreendeu: Os cabelos na altura do ombro, de uma tonalidade lilás, a boca perfeitamente alinhada em um tom vermelho sangue, os olhos cor de chocolate. Se fosse a descrever como um escritor, como ele era, Remus diria que ela poderia ser até mesmo filha de Afrodite.

— O senhor deve ser, bem... — olhou para a prancheta que estava em suas mãos, ela deveria fazer aquilo constantemente — Remus Lupin, certo? Está com a guarda provisória de Charlotte. — a mulher deu um sorriso para ele — Eu sou a assistente social que irá lhe acompanhar pelos próximos meses — viu a mulher então lhe estender a mão — Sou Nymphadora Tonks, prazer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entãoooooooooooo, o que acharam do capítulo?? Uma mistura do amor do passado e da nova assistente social, o que será que vai rolar no próximo capítulo??
Bem galera, Luna sumiu por uns tempos, pois a escola acabou me prendendo demais, mais o curso técnico e o TCC, e finalmente consegui terminá-lo. Acabei deixando para aproveitar um pouco as férias antes de postar, então eu não abandonei a fic viu? E obrigada pelas mensagens de incentivo, acreditem elas foram a minha força para voltar.
Mas sem enrolação, eu imagino que não devo demorar muito para postar o próximo, então um beijão a todos!
Luna.