Never Let Me Go escrita por Strangers in Paradise


Capítulo 39
Capítulo 39. Acontecimentos


Notas iniciais do capítulo

Ficou meio cú esse cap. Mas eu tentei.
OLHA, PRIMEIRO, ME DESCULPEM PELA DEMORA. Eu perdi meu computador, ele deu pau, parou de funcionar e o outro cap ~~q tava perfeito na minha opinião~~ foi-se com ele. cara, que ódio, e agora eu estou postando do computador da minha amiga que tem a senha da sala de informática. Ainda bem que o tio é parceiro meu, mas daquia pouco tenho aula de biologia e fudeu.
Meus queridos, eu amo vocês, e vou tentar postar o mais rápido que eu conseguir por causa das provas e da chegada do novo computador. Eu perdi todas as minhas anotações ( é claro que eu as tenho a maior parte na minha cabeça mas mesmo assim, é foda, eu sempre esqueço ) mas eu anotei umas em um caderno do ano passado.
LEIAM BEM, EU NÃO ABANDONEI VOCÊS, isso é só uma pausa por um tempo. Logo vem as folgas das provas e eu vou poder escrever para vocês.
Eu prometo. Eu volto.
Eu amo vocês.
Muito obrigada por não me deixarem ir.
Eu não vou deixar vocês irem.
(pra quem sabe de inglês, entendeu o nome da fic e essas frases melancolicas do final kekekekekek amo vocês)



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POV. Strangers In Paradise

Aonde estava Annabeth?

Alec Sadler só conseguia pensar em Annabeth Chase. E aquilo estava consumindo ele. A raiva, o medo, o ciúme. Ele tentava negar profundamente a realidade em que ele se via obrigado a viver: a chance de perder Annie para o Jackson. Alec sabia que o moreno gostava dela. Sabia também, que poderia usar isso contra ele. Mas o ciúme que ele não compreendia, domava-o por dentro, como um fogo avassalador e o impedia de pensar direito.

O plano, desdo início, foi entrar na Force, ficar invisível, esperar pela garota, conquistá-la e levá-la para Réia. Ele sabia qual seria seu destino. Ele sabia qual era o destino de Annabeth Chase e Thalía Grace. Ele sabia. E agora, queria com todas as suas forças escapar e levar consigo Annie, fugir desse destino injusto e doentio que ele concordara.

Alec se sentou na cama dura. Estava sozinho no quarto. Ele sabia que era só questão de tempo até Réia ligar para ele e perguntar como ia o seu relacionamento com Thalía. Era para ser Thalía em vez de Annabeth. Era para ele ter conquistado Thalía em vez de Annabeth. Thalía, em vez de Annabeth. Mas tudo mudou. Foi quase impossível ficar longe de Annabeth e Thalía logo permaneceu nos braços de Thomas. Ele ficou desesperado. Tentou conseguir algo com a loira que valesse á pena, mas logo viu que conseguiu algo que ele nem sequer imaginava que conseguiria. Um pedaço dela. E agora, ele tinha que traí-la.

Trair Annabeth. Seu coração doía ao pensar nisso. Sim. Ele teria que traí-la. Mentir. Feri-la. Fazê-la odiá-lo. Ele sabia disso. E mesmo assim, ele sabia que teria que viver com isso. Trair a garota que gostava, para salvar a garota que realmente amava. Isso o partia ao meio. Annabeth e Karolyne. A garota que ele estava começando a ter sentimentos, e a garota que ele amava.

FLASHBACK ON

– Eu prometo que vou voltar, Ka. Eu juro pela minha vida.

As lágrimas da garota encharcaram seu casaco. Alec não teve como se conter. O coração dele se partiu em dois naquele momento. Ele não queria deixar ela. Ele não queria. Estavam noivos, e deixá-la, partir agora, seria como mandá-lo para a morte. Era como se ele tivesse acabado de dividir a alma dele.

– Eu sei, amor. - ela beijou seus lábios. Karolyne tentava acreditar que não eram palavras vazias. - Só volte, para mim. Por favor. Volte para mim.

Ele queria que o abraço juntasse os pedaços do coração dele. Os pedaços que estavam estilhaçados dento dele. Ele se sentia assim. Ele se sentia como se já perdesse a única pessoa que ele mais amou nesse mundo, mas ela continuava ali, na frente dele. Nada fazia sentido. Mas ele sabia que tinha que ir. Se ele ficasse, ela morria pelas mãos de seu pai.

FLASHBACK OFF

Ele se levantou. Era horário do jantar, então todos estavam no refeitório. Ele saiu do quarto, e pegou o canivete de dentro do bolso da calça. Subiu um andar pelas escadas, sem temer as câmeras, e foi para o quarto 23. Ele sabia que agora, só dependia dele para voltar a Karolyne, que esperava por ele já fazia três anos. Á cada mês, ele recebia cartas dela. E sem Réia saber, ele ligava toda semana para ela.

Parou na frente do quarto. Estava trancada, obviamente. Olhou para os lados, e abriu a porta com o canivete. E agilmente, entrou no quarto sem fazer barulho.

Ligou a luz ao fechar a porta. E olhando ao redor, decidiu que iria mexer primeiramente nos pertences de Thalía. Foi para a cama, e a revirou. Encontrou um carregador de celular, uma chave, e uma foto. Alec analisou-a. Era uma foto antiga. Ela, Annabeth e mais uma garota ruiva que ele não conhecia. Estavam na praia. Ele a deixou ali, antes de tirar uma foto com o próprio celular. Ajeitou a cama, e foi mexer na escrivaninha. Nada demais. Somente alguns lápis de cor, de desenho, e fotos. Foi para o armário. Viu primeiramente as roupas da punk, e depois de vasculhá-las, foi para os sapatos. Nada de importância.

Ele olhou para o lado do roupeiro de Annabeth, e engoliu em seco. Mexeu nos cabides, nos bolsos, e nas calças e blusas... E tudo o quê encontrou, foi um caderno de desenho. Ele não tinha o direito, mas o abriu. Ficou maravilhado com os desenhos. Alguns dos monumentos, prédios e estátuas ele conhecia. Depois dos desenhos de arquitetura, ele viu alguns rabiscos que eram de autoria da loira. Somente rabiscos, anotações, e... E depois que ele virou as páginas, viu alguns desenhos pessoais.

Fotos também estavam guardadas dentro daquele caderno de desenho. Desenhos de uma mulher morena, e de um homem loiro. Ambos sorrindo. E no canto do desenho, uma foto já rasgada e grudada com fita, dos dois adultos e de uma pequena criança loira, com os dois dentes da frente faltando. Annabeth, Atena e Frederick Chase. Os desenhos seguintes eram sobre as mesmas pessoas. As pessoas mais importantes na vida dela. Thalía aparecia. A garota ruiva da foto anterior aparecia. Todos em posições diferentes. Sorrindo, olhando, somente traços dos rostos, ou de posições mais complexas, como uma que estava a família Chase na praia, a pequena no meio dos adultos.

Alec fechou o caderno e desviou o olhar.

Ele não conseguia ver o sofrimento de Annabeth estampado naquelas folhas.

[...]

Verde e Cinza.

Tempestade e mar.

Annabeth queria que aquele momento congelasse, ou simplesmente parasse. Ela queria viver nele para sempre.

Percy beijou sua sobrancelha, onde ainda havia o pequeno curativo grudado, e a abraçou mais forte pela cintura. Annabeth sorriu pelos cantos dos lábios, de olhos fechados, e suspirou de leve. Ambos estavam na sala de leitura, e Percy a havia encostado na parede depois de ter fechado a porta. Ele beijou todo seu rosto, até encostar em seus lábios. Ela o beijou com vontade, segurando em sua nuca levemente. Percy a fazia ficar nos céus.

Ele encerrou o beijo delicadamente, mordendo o lábio superior dela. Annabeth conteve um gemido que coçava em sua garganta. Percy percebeu que a garota se arrepiara e a deu um selinho. E depois outro. Não era preciso palavras. Ele não queria dizer nada que pudesse estragar o momento. Beijar Annabeth fazia seu cérebro virar gelatina.

Era só os dois ali. Annabeth sentia o calor vindo de Percy, do seu corpo colado ao dela. E ela não sentiu vergonha. Ela queria ele. Ela queria o agora com ele. Depois poderia se arrepender. Mas agora, ela só queria o gosto dos lábios dele, e se sentir amada. O depois não importava. Ela só queria ele.

E com vontade, o puxou para um beijo mais intenso. As mãos de Percy apertaram de leve sua cintura ao longo do beijo, enquanto suas línguas se entrelaçavam, e o contado físico parecia uma necessidade. Percy a empurrou mais contra a parede e Annabeth gemeu de leve quando a língua de Percy passou sobre seu lábio e sua boca foi de encontro ao pescoço nu da garota. Annabeth arranhou a nuca de Percy, e o garoto mordeu seu pescoço em resposta. Ele olhou com uma mistura de provocação e brincadeira para Annabeth, a qual correspondeu o olhar com uma mordida sexy em seu próprio lábio. Percy a beijo em resposta, segurando a fase da loira com uma das mãos.

Ele era dela. E ela era dele.

Nada poderia estragar o que era deles.

[...]

A festa já estava acabando, e era quase cinco horas da manhã. Annabeth havia ido para a cama á uma da madrugada, e ainda sim, não conseguia dormir. Sua mente a obrigava a ficar acordada, passando as imagens em sua mente. Percy. Percy. Percy.

Percy.

Era só isso que a mente dela pensava. Os beijos, os carinhos, as conversas, ele. Ele. Ela ainda estava confusa. Foi tudo perfeito. Como poderia ser tudo perfeito? Naquele mesmo dia, ela ainda sofria sobre a sua antiga academia queimada, naquele mesmo dia, havia beijado Alec, naquele mesmo dia, a sua nova academia atacada. E no mesmo dia, ela havia beijado Percy. Ela se perguntou como uma pessoa poderia aguentar tantos sentimentos ao longo de 24 horas.

Alec. Percy. Alec. Percy.

Alec.

Loiro, de olhos castanhos esverdeados.

Percy.

Moreno, de olhos verde mar.

Como ela poderia se sentir assim? Dividida?

Com Alec, aquele fogo, aquela felicidade havia sido passageira. Momentânea. O frio em seu estômago não durou depois como agora. Agora, seu coração batia acelerado só de lembrar. Seus pelos se arrepiavam e passava tremores por seu corpo todo. Sua respiração mudava, e um sorriso surgia automaticamente. E tudo por causa de Percy.

O moreno não estava diferente. Nico dormia profundamente ao lado da cama, no colchão no chão, mas Percy não conseguia nem fechar seus olhos por alguns minutos. Era três horas da manhã, e muita coisa passava por sua cabeça.

Seu quarto trazia inúmeras memórias. Desde pequeno, eles viviam naquele apartamento. Sabia de cor todos os lugares e esconderijos que poderia usar caso um apocalipse zumbi acontecesse. Ele ainda sabia exatamente da porta atrás do closet, no canto esquerdo, que usava para fugir do mundo e ficar ali, ouvindo música, lendo seus gibis... Naquele pequeno espaço, ele havia criado seu mundo. Seu refúgio. Sally não sabia dele, somente Poseidon que mandou criar esse lugarzinho escondido para que o filho pudesse se esconder quando ele chegasse em casa, e saía procurando por seu filho...

Poseidon. Aquele apartamento trazia muitas lembranças de Percy com o pai. Lembrava-se das risadas, das brincadeiras, dos sermões, e até o dia em que Poseidon disse para ele fazer as malas, que ele iria embora daquela casa. Percy encarou o teto iluminado pelas luzes que vinham da cidade, e se perdeu em sua própria mente.

FLASHBACK ON

Poseidon abriu a porta do quarto de Percy, com Sally atrás, o segurando pelo braço.

– Faça as suas malas. - Poseidon falou com raiva, afastando Sally de perto e jogando a mochila de combate para o filho que deitado, olhava com o coração batendo forte por ter sido acordado com o tom de voz do pai. Percy pegou a mochila e se sentou na cama. - Você vai embora hoje.

– Poseidon! Por favor, deixa eu... - mas Sally foi cortada pelo próprio soluço. Poseidon não a olhou mas Percy, arregalou os olhos ao ver o quê estava acontecendo. Já sabia. Sabia que isso aconteceria. Mas achou que seu pai não o expulsaria de casa nessa madrugada.

– Não! Eu decidi! - Poseidon gritou e olhou enfurecido para a esposa.

– Por favor, não tire ele de mim! - Sally se agarrou no braço de Poseidon, o qual a empurrou levemente, com medo de machucá-la.

– Já está feito, ou ele vai para a academia ou ele vai para a prisão. - partiu o coração de Poseidon ver Sally daquele jeito. Mas era preciso. - Eu o quero fora daqui.

– Ele é seu filho, Poseidon! Meu filho! - ela gritou e bateu nele. Percy ficou assustado. Nunca havia visto a mãe naquele estado. - Ele errou, mas todos merecemos uma segunda chance!

– Filho meu não foge de casa no meio da madrugada e bebe o quê não consegue aguentar para quase se matar na estrada com uma adolescente que eu o proibi de ver! - Poseidon a empurrou. Não queria bater nela. Não conseguia. Seu amor era maior do que sua raiva. Ele olhou com raiva para seu filho mais velho, e apontou-o o dedo. Percy engoliu em seco. Ele teria que aguentar as consequências do seu ato. Sabia que teria. - Você tem dez minutos para ajeitar suas coisas e ir com Argos para a academia.

Poseidon saiu do quarto e Sally foi atrás, ameaçando-o de separação, de que iria chamar a polícia, e falando que era seu filho, seu único filho que ele estava mandando para a morte.

Percy ajeitou suas coisas em menos de dois minutos. Ele conseguia ouvir os gritos da mãe, e as respostas de seu pai. Era sua culpa. Era sua culpa. Era sua culpa. Sua culpa que Gabriela estava morta. Ele tentou esconder a culpa, tentou culpar a chuva daquela noite, tentou culpar a estrada, tentou culpar o álcool... Mas ele sabia que a morte dela era sua culpa. Foi ele quem a chamara para uma volta depois da festa. Fora ele que pegara o carro do pai escondido. Fora ele quem bebera demais. Foi ele. Percy Jackson. E para sempre suas mãos estariam manchadas com o sangue da garota que ele amava.

FLASHBACK OFF

A culpa o domou novamente por dentro. Fazia anos que não se sentia assim. Ele tinha colocado esse evento no fundo de sua mente, e foi se esquecendo, se obrigando a se esquecer. Ele sabia que não podia viver com a culpa. Ele sabia que não podia viver sabendo que matara a garota que amava. Gabriela. Gabriela. A garota do 702, que tinha cabelos pretos compridos e brilhosos, olhos verdes que deixavam seu coração batendo mais rápido, e um sorriso doce, verdadeiro.

Percy se levantou. Talvez ter voltado para casa, fora pior do quê esperava que fosse ser.

POV. Annabeth Chase

Eu conseguia ver meu próprio reflexo contra o vidro da cozinha. Meu cabelo estava preso em um coque mal feito, onde alguns cachos caíam, e a blusa lilás de manga comprida que usava como pijama, era comprida demais e uns dois tamanhos maiores do que eu costumo usar. Pelo menos, a leggui era do tamanho certo. Bebi mais um gole de água do copo. O quê eu realmente queria beber era chá para me aquecer, mas não queria ser um incomodo para Sally ou para outra pessoa. Sally havia sido muito gentil comigo. Eu não merecia isso dela.

Guardo o copo depois de lavá-lo e secá-lo, e me escoro na bancada da pia, olhando para a janela com respingos da garoa. Eu suspiro. O quê eu ia fazer agora? Eu sabia que no momento que eu entrasse na Force, tudo mudaria. E de certa maneira, mudou mais do quê eu esperava. Eu estava sendo treinada por Nico, já havia quase morrido, já havia me envolvido demais com pessoas na academia: Piper, Alec e Percy. Eu fiz coisas até agora que nunca pensei que poderia fazer. Já beijei um garoto, e já me permiti ser beijada. E estava em um triângulo amoroso com dois garotos. O pior de quase tudo foi que: eu sabia que em algum momento, mais alguma coisa ruim iria acontecer.

Me forcei a pensar em etapas.

Etapa 1. Percy.

Me obrigou a beijá-lo no teste. Recusei. Lutamos. Nos odiamos. Passou o tempo no relógio; fizemos uma trégua. Tentamos nos conhecer. Não deu certo. Ele me ajudou. Ele me consolou. Ele me abraçou. Ele me beijou. E aqui estamos.

Percy foi um canalha. Foi um idiota, um filho da puta, um caralho da porra, mas mesmo assim... Ele mudou... Mudou comigo. Só que vinha outras coisas em minha mente: Drew e Calipso. Ele não era virgem. Óbvio. E... O passado dele... Ele... Ai...

Eu suspiro passando meus dedos sobre meus cabelos e fecho meus olhos. Era complicado em relação ao Percy. Eu sentia algo por ele. Não sei com que intensidade, não sei o quê era. Ele... Eu só precisava dele. Não sei o motivo. Ele me fazia bem. Não sei. Eu odiava me sentir assim.

Etapa 2. Alec.

Eu havia beijado ele. Eu. Não o contrário. Ele deixou desdo do começo que eu poderia escolher se queria algo com ele... Ele foi fofo, ele foi normal. Ele não me pressionou. Não me magoou. Não deu motivos para fazer isso. Estar com Alec era algo simples, confortável, bom. Era mais fácil do que respirar. Estar com ele seria como viver eternamente com um amigo. Um amigo que eu podia contar, podia chorar e podia amar. Mas eu não o amaria corretamente. Talvez conseguisse aprender a amá-lo mas eu sei que eu nunca poderia dar á ele o amor que ele merece. Eu não seria capaz de machucá-lo.

Mas estar com Percy... Só o fato de ser o Percy, o Percy com quem descobri que ama comer doces azuis, que gosta de filmes de terror, que é lerdo, que é lindo e bobo que quer se formar em Biologia ou algo que envolva também a água e a vida... Só pelo fato dele ser ele, só pelo fato como ele é comigo, como ele mudou comigo... Eu me apaixonei pelos pequenos detalhes. Eu não sei se dizer que me apaixonei é o certo, mas que algo mudou dentro de mim sobre ele, sim, isso aconteceu.

Eu nunca me apaixonei. Eu nunca amei ninguém além de Thalía, Rachel e meus pais. Eu não sei amar. Sou uma criatura desprovida do amor. Eu já não sou normal. Tenho meus defeitos. Tenho mil defeitos. Tenho imperfeições como os cravos no meu nariz, como eu fico doente fácil, como sempre desconfio das pessoas, como sou difícil de me abrir, como sou difícil em ser chegada a alguém, como sou orgulhosa, como sou cheia de cicatrizes em meu corpo, como me importo demais com as opiniões dos outros sobre mim, como tenho medo de aranhas e de perder as pessoas que eu amo, como meus dedos do pé são tortinhos porque alguns dedos puxei do meu pai e outros puxei da minha mãe, com essa metamorfose ambulante dentro de mim. Eu sou um vulcão de sentimentos que mesmo estando prestes a explodir, eu nunca o liberei. Eu sempre mantive tudo dentro de mim mesma.

Respiro fundo e me levanto. Estico minha coluna, me espreguiçando. Olho para o vidro molhado e fecho meus olhos, respirando fundo e me escorando na bancada novamente.

Etapa 3.

Era só questão de tempo até algo acontecer. Eu sentia isso dentro de mim mesma. Algo terrível iria acontecer em pouco tempo. E eu não fazia ideia do que seria. Mas eu sei que seria comigo. E eu não sabia o quê fazer para evitar tudo o quê estava acontecendo ao meu redor.

Sinto dois braços fortes rodear a minha cintura. Eu sabia quem era. Era impossível confundi-lo com qualquer outro ser humano. Eu fecho meus olhos quando senti que ele beijou minha bochecha. O frio da minha barriga voltou. Argh.

– Por que está acordada? - perguntou sussurrando, como se tivesse medo de descobrirem que estávamos aqui.

– Não consegui dormir. - sussurro de volta, e ele traça beijos até a minha orelha, e me arrepio toda em seus braços. Eu era tão pequena contra o corpo dele... mas era tão bom... Seu calor me aquecia e eu conseguia sentir sua respiração no meu pescoço, o hálito de menta logo me envolveu.

– Pode dormir comigo se quiser. - Percy sussurrou e mordeu minha orelha. Eu mordo meu lábio para conter um gemido que coçou a minha garganta. Que droga. Ele conseguia fazer isso comigo com pequenos gestos. Eu ficava extremamente vulnerável com ele.

– Não vai dar certo. - sorri de leve e ele me rodou para ficar de frente a ele. Suas mãos foram para a minha cintura com força e seu olhar estava sério. As luzes da cidade clarearam seu rosto, fazendo seus olhos ficarem mais azuis mar.

– Eu faço dar certo.

– Promete?

Ele olhou fundo nos meus olhos. Eu não sabia porque falei aquilo. Eu só queria que ele me desse a certeza de algo, de nós... Queria que ele me mostrasse que não era só uma brincadeira... Eu queria isso. Eu queria que ele não brincasse com meu coração. Eu não quero sentir a dor de um coração partido por ele. Eu não quero sofrer a dor de um coração partido por Percy Jackson.

– Prometo.

Um momento de silêncio surgiu entre nós dois. Eu só conseguia ficar ali, com minhas mãos em sua nuca, e meus olhos grudados aos dele. Eu vi em seus olhos que ele pareceu prometer algo para si mesmo quando me respondeu. Eu queria acreditar nele. Com todas as forças do meu ser.

Verde e cinza. Mar e tempestade. Eu e ele. Annabeth e Percy.

Eu fiquei na ponta dos meus pés descalços e o beijei. O beijei com vontade. Percy devolveu o beijo na mesma intensidade, me segurando firme contra seu corpo, seus lábios contra os meus. Eles tinham gosto doce viciante. Seu cheiro, seu corpo, seu gosto, ele todo era viciante. Eu seguro com mais força seus cabelos e ele pega em minhas coxas me levantando e me fazendo sentar na bancada. Eu rio de leve e antes de me beijar, eu vejo ele sorrir. Seus olhos brilhavam e eu seguro com minhas mãos as laterias de seu rosto. O puxo para mais perto de mim com minhas pernas ao redor de sua cintura. Tudo o quê eu conseguia pensar era ele. Ele.

Meu coração bate mais forte quando ele sussurra meu nome entre os nossos beijos. Eu não sabia se ele gostava de mim ou se ele só iria me usar por esta noite. E por incrível que pareça, eu não me importei. Não me importei com o depois. Eu só queria o agora. Eu me sentia amada. Eu sentia o fogo em minhas veias. Eu queria isso. Eu queria estar viva. Eu queria sentir isso. Mesmo que fosse só agora, que fosse só momentâneo e depois ele não olhasse para o meu rosto. Nada disso importava. Ali, ele era meu e eu dele.

Meu.

Era o suficiente.

POV. Strangers In Paradise

Piper vomitou pela terceira vez naquela manhã.

– Você não devia ter visto isso. - Piper sussurra depois de ter limpado sua boca. Não conseguia ver Jason agora. Ele não deveria estar ali, vendo-a colocar o jantar para fora. Ele devia estar com os alunos. Especialmente depois de ontem, depois do ataque. Ele devia estar com Reyna. Mas ele não estava. Ele não queria estar com outra pessoa senão Piper.

– Eu não vou á lugar nenhum sem você. - ele diz, levantando-a e levando-a para a maca. Os olhos estampados com preocupação. - Na saúde e na doença, lembra?

– Não somos casados, Superman. - Piper o encara séria, e segura com força sua mão para ir até a maca. - E é somente uma gripe, de acordo com Apollo.

– Nunca sabemos o dia de amanhã, Pips. - ele fala e ela o fuzila com o olhar. Jason ri e dá um beijo em sua bochecha. Piper faz cara de nojo.

– Me beija depois de eu ter vomitado. Que prova de amor, Jason. Já pode trazer as alianças. - ela faz brincadeira dele e ele a levanta para sentá-la na maca.

– Eu te amo, Piper Grace. - ele ri e ela olha para ele séria. Piper Grace. ELE havia chamado-a pelo sobrenome. E ela gostou disso. - Nunca duvide de um homem apaixonado, ele pode fazer tudo por sua amada.

– Vou me lembrar disso quando eu pedir pra você trocar as fraldas das crianças. - Jason fecha a cara e Piper ri.

Ela era uma boba apaixonada mesmo. E se não fosse pelo hálito de vômito que possuía, ela ia beijar Jason. Seu futuro imaginário esposo. Ela teve vontade de rir com esse pensamento.

[...]

– Piper McLean grávida de Jason Sprotels?*

– Sim! Eu vi ela indo com ele pra enfermaria. Aposto que foram ver se quantos meses o feto tem.

– São gêmeos! Ela disse pra mim que eram, e que não queria abortá-los.

Esses eram os rumores no café da manhã na Force Academy. Esses e sobre o ataque de ontem. O funeral já tinha acontecido e os mais próximos homenagearam seus colegas que partiram dessa para melhor. Era uma manhã gelada, e todos ainda estavam cansados e doloridos. Apesar de estarem seguros dentro da academia, muitos não conseguiram dormir por conta do medo. Os Supervisionadores Júniors passaram a noite inteira acordados supervisionando os corredores.

– A Academia sofrerá mudanças a partir de agora. - Poseidon fala para os alunos no refeitório que escutavam atentamente. Annabeth olhou em volta e viu Percy olhando diretamente para ela. Ele estava á poucas mesas de distância, mas mesmo assim, ela queria ele ali para aquecê-la. Ela não tinha visto Alec desde que voltara da casa dos Jackson. - Continuarão á ter atividades fora da academia, mas haverá guardas na floresta e na estrada. Os horários das atividades fora da academia também mudarão de horário.

Os alunos estavam tensos. Annabeth também não queria saber muito de sair da academia por ora.

– Todos os alunos deverão assinar uma folha ao entrar em cada aula e também ao sair. Não será permitido a saída durante as aulas para ir ao banheiro ou beber água. Á cada troca de professores, o professor responsável pela sala irá levar todos os que tiverem as necessidades em grupos para então, voltarem á sala com a supervisão do professor. As atividades do mês para as avaliações começam a partir de hoje, e vocês sabem como são as atividades e avaliações que serão impostos para vocês. E se quiserem mesmo mostrar aos patrocinadores que vocês são os melhores, eu aconselho á vocês darem o dobro do que tem dado. Temos uma academia fora da colheita esse ano, por um infeliz acidente, mas isso mostra que outras academias tiraram vantagem disso. Eu sugiro que vocês também tirem vantagem.

Annabeth sentiu um gosto amargo na boca. Sabia que a Deadly iria sair dos negócios por um tempo até ter se reconstruído e voltado a ter seus alunos em dia. Mas agora era outra história. Ela sabia que ficaria fora da seleção para os patrocinadores. Ela e Thalía não iriam participar. Zeus e Poseidon não iriam permitir. Mas mesmo assim, Annabeth sabia que tinha um plano maior que a envolvia. Só não sabia ainda qual que era a sua utilidade nele.

Alec só apareceu para as provas e avaliações. Os alunos foram testados de várias formas ao longo do dia. Em Biologia, provas e trabalhos foram apresentados para a classe. O professor escolhia alguns alunos e os colocava para uma avaliação de 10 minutos, dos alunos explicando o quê sabiam sobre tal assunto que ele havia escolhido. E depois disso, todos faziam prova dividida em duas partes: a prática e a a prova escrita. A prova escrita fora fácil, ela já havia visto essa matéria ainda na Deadly, mas a parte prática, que era estudar as partes de um coração. Annabeth sentiu seu estômago revirar quando o coração fora posto em sua bandeja.

– Isso é desumano. - Júniper grunhiu ao seu lado. Annabeth teve que concordar.

Na aula de Defesa Pessoal, todos tiveram que passar em duplas o quê sabiam sobre essa arte. Annabeth foi com Thalía. Piper foi com Nico, mesmo ele não sendo total, aluno. Annabeth analisou Piper, enquanto Thalía se levantava do tatâme, e vi como a garota parecia se controlar ao máximo nos golpes. Parecia que Nico queria que ela fizesse algo que ela negava profundamente. Annabeth ao se distrair, recebeu uma rasteira de graça, e Percy ao ouvir o grunhido baixo e o som de um corpo caindo, olhou em volta e viu Annabeth caída, e Thalía rindo. Sentiu seu sangue ferver, mas continuou lutando com Charles.

Na aula de corpo á corpo, Ares ensinou como derrubar seu inimigo com o impossível que podia ser utilizado: um casaco, uma caneta, um canivete, um caderno, e até mesmo um tênis. Algumas coisas a maioria dos alunos já tinham visto. Mas era como se fosse uma revisão de tudo o quê já tinham visto desde quando entraram na Force. Annabeth já tinha visto a maior parte das modalidades que Ares passava, mas mesmo assim, algumas ela não sabia.

O almoço foi silencioso, apesar de que Piper recebia muitos olhares tortos. A garota não sabia o quê eles significavam, muito menos Thomas, Thalía e Annabeth. A loira só conseguia pensar em Alec agora. Não tinha visto o garoto no mar de alunos no refeitório, e nas aulas, não podia conversar com ele. Ela estava preocupada com o loiro.

Outra coisa que mudara agora, foi que não existia mais horários livres. Eles foram trocados por provas. Os alunos da Force fizeram a prova de História. Annabeth sabia do conteúdo por pouco, era sobre a pré-história que envolvia depois, o começo também da espionagem e alguns métodos utilizados ao longo do ano. Ela tinha estado tão ocupada com os acontecimentos que ocorreram recentemente que ela quase não teve tempo para estudar. E como isso fez falta para ela, e para os outros alunos também.

O dia se passou lentamente, e por fim, o concurso chegou. Sendy, a psicóloga da Force, fez uma atividade sobre tirar conclusões. Ela colocou um aluno na frente do outro e mandou avaliá-lo, deduzir algo somente pelo visual da pessoa. Annabeth ficou com um garoto espinhento que parecia ter medo dela. Thalía ficou com Octavian. Reyna permaneceu com Sendy. Piper ficou com Drew. Percy ficou com uma garota ruiva. Alec ficou com uma garota morena, que havia sido atingida na noite anterior e agora estava com uma tala no braço.

Annabeth era boa nesse jogo. Sempre foi boa em avaliar e saber coisas da pessoa em pequenos detalhes que ela mesma não enxergava. O modo como o garoto espinhento a olhava, ela soube que ele a achava bonita. A maneira como ele colocava os braços fortes cruzados na frente do peito era para auto proteção. A maneira relaxada de seu corpo, era para disfarçar a tensão de seus ombros. Ele deveria ter entorno de dezenove anos. Ele possuía duas alianças no seu dedo anelar, ele deve ter terminado o namoro recentemente. Seus olhos eram claros, de um verde lindo. Mas eles eram tristes. Annabeth soube sem precisar muito. A namorada dele foi uma das mortas na noite anterior.

Como a vida era engraçada. Ele devia saber que um dia, podeira ter a chance dele se separar dela e ir para o outro lado do mundo, ou saiba o destino para onde ele iria, e a garota talvez não pudesse ir junto. Era engraçado, como em um momento, tudo estava bem e que no outro, tudo poderia ir pros ares em questões de segundos. Annabeth sentiu pena dele. Num momento ela estava viva, limpando a entrada do hall com uma aliança no dedo, sabendo que havia alguém que a amava e no outro instante, morta.

Annabeth não queria pensar em mais perdas. Ela olhou para baixo e esperou até o exercício acabar. No final, soube que o nome dele era Dylan Ubran, e que a namorada dele havia morrido na mesa de cirurgia.

Durante o banho, a água quente fez a cabeça de Annabeth relaxar. Ela já havia estudado algumas matérias e já tinha feito alguns exercícios que os livros da biblioteca que Ella tinha-a recomendado, mas mesmo assim, agora, ela só queria esquecer de tudo um pouco.

Ela não tinha falado com Percy. Nem com Alec. Ela só tinha ficado com Thomas, Thalía e Piper. Por incrível que pareça, ninguém havia notado a falta dos quatro na noite anterior.

Annabeth demorou para dormir naquela noite. Alec estava escrevendo para Karolyne. Percy estava estudando para as provas. Will e Luke estavam montando e desmontando as armas, e Luke ainda ferido por causa da bala de reina no tiroteiro. Poseidon estava conversando com um patrocinador da China. Zeus estava vendo a reforma de sua academia. Jhonson havia matado a garota com quem dormira. Reyna estava estudando para a segunda chamada para a prova que ela tentaria ir para a faculdade de Direito. Jason estava dormindo. Piper estava desmaiada no chão do banheiro. Réia estava conversando com Paul.

– Logo logo a parte dois poderá ser feita, meu caro. - O sorriso frio de de Réia conseguiu fazer um tremor na espinha de Paul.- Se apresse em ajeitar a filha de Zeus para mim. Ela é muito importante para mim e para o plano. Logo logo teremos nossa vingança.


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Notas finais do capítulo

**************************************************************************************************************************************************************************SEGUINTE NEGADA, O sobrenome de solteira da mãe de Thalía e Jason é Sprotels, lembra que Zeus disse que não queria que eles soubessem que eles ainda existiam? Que Thalia achou que ele estava morto, e que Jason achou que ela estava morta? Então negada. Hue. Essa treta vai da muita treta nos finais da fic. KAOSKAPSOKASpoKAPSKAPSOKAPSk sorry
E me digam o quê querem nos próximos cap. JÁ TEVE PERCABETH E PIPER PODE TÁ GRÁVIDA, OQ MAIS QUEREM?