Mais Além De A Usurpadora escrita por Kah


Capítulo 38
Capítulo 38 O Começo do fim




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Na terça, Carlos Daniel e Paulina voltam a delegacia, o delegado Merino os aconselham a tentar descobrir quem na fabrica poderia ter passado vaselina na escada no dia do acidente de Paulina, pois se tivesse ligação com o autor das cartas descobririam a verdade.

Paulina e Carlos Daniel vão a fabrica, junto com Rodrigo eles reúnem todos os operários no pátio, e falam em voz alta para que todos ouvissem.

—Acho que todos aqui sabem das ameaças que minha esposa esta sofrendo, - Carlos Daniel começa a dizer e olha para Paulina segurando sua mão – e certamente se lembram do acidente que ela sofreu aqui na fabrica, o que ficou provado que foi proposital, sabemos que tem alguém aqui que cumpriu ordens do autor dessas ameaças.

Paulina nota que Carlos Daniel esta ficando muito nervoso e toma a palavra.

— O que queremos é descobrir quem é o autor dessas cartas, então, quem quer seja, não precisa se preocupar, não vamos denunciá-lo.

— Então, quem passou vaselina na escada naquele dia, por favor nos procure, não vamos informar seu nome a ninguém. – Rodrigo fala calmo olhando todos os operários.

— Por favor, - Carlos Daniel diz com os olhos lacrimejando - nos procure, pode ser aqui na fabrica ou em qualquer outro lugar. Só queremos ter par paz.

Rodrigo dispensa todos os operários e os três voltam para o escritório.

— Agora é só esperar. – Paulina diz se sentando no sofá.

— Acha mesmo que esta pessoa vai aparecer? – Rodrigo pergunta olhando a cunhada.

— Acho sim Rodrigo, - Paulina diz confiante – com certeza fez isso por dinheiro e não pensou nas conseqüências do seu ato.

— Espero que esteja certa meu amor, - Carlos Daniel diz se sentando ao lado de Paulina – não vejo a hora de acabar com esse pesadelo.

Se passam dois dias, Carlos Daniel e Paulina estavam indo a fabrica com esperanças da pessoa se manifestar, Carlos Daniel sempre junto de Paulina com um ar protetor em volta dela.

Nesse dia havia faltado um operário, ele era novato na fabrica, havia sido contratado a pouco mais de dois meses.

— Hoje faltou um operário, - Paulina diz conferindo a folha de ponto dos funcionários – Juan Pablo.

— Será que é ele? – Carlos Daniel pergunta com esperança.

— Talvez sim meu amor, mas ele também pode estar doente ou algo assim pra não ter vindo hoje.

O telefone toca, Carlos Daniel atende, era Juan, ele pede desculpas pelo o que fez com Paulina e diz que ira contar tudo o que sabe sobre o autor das cartas.

— Ele marcou um encontro no velho galpão na saída da cidade. – Carlos Daniel diz olhando para o irmão e esposa que o olhavam curiosos.

— Mas é um lugar muito perigoso Carlos Daniel. – Paulina diz angustiada.

— Não se preocupe minha vida, - Carlos Daniel diz indo até ela e a abraçando – não vai acontecer nada, só vou tentar descobrir quem é o canalha que esta mandando estas malditas cartas.

— Eu vou com você Carlos Daniel. - Paulina diz.

— De maneira nenhuma, - ele diz sério – não vou te levar comigo dessa vez, vai ficar na mansão que é mais seguro.

— Mas meu amor, eu não vou deixar você sozinho.

— Não se preocupe Paulina, eu vou junto com Carlos Daniel, - Rodrigo diz – é melhor você esperar em casa mesmo para tranqüilizar a vovó.

Às cinco da tarde Rodrigo e Carlos Daniel vão ao local do encontro, Paulina e vovó Piedade rezam pedindo proteção aos dois, Paulina estava nervosa e angustiada.

O velho galpão era bem afastado, estava cheio de mato ao redor, Carlos Daniel e Rodrigo entram no galpão e chamam por Juan, tudo estava silencioso, não havia nenhum sinal de alguém ali.

— Será que ele desistiu? – Rodrigo pergunta.

— Não Rodrigo, ele parecia bem seguro do que faria.

Um forte estrondo vindo do lado de fora os assustam, Carlos Daniel e Rodrigo se olham parados e outro estrondo acontece.

— Isso parece ser tiros Carlos Daniel. – Rodrigo diz olhando o irmão.

Os dois vão em direção ao barulho, encontrando Juan todo ensangüentado, com um tiro no meio da testa e outro no peito, os olhos do rapaz estavam arregalados.

Carlos Daniel e Rodrigo se olham sem reação, Carlos Daniel se abaixa para tocar no rapaz, mas Rodrigo o impede.

— Não toque nele Carlos Daniel, não vai querer ter marcas de suas digitais no corpo desse rapaz.

Carlos Daniel se levanta e olha para Rodrigo.

— Isso não pode estar acontecendo Rodrigo, quando finalmente iríamos descobrir o autor dessas cartas esse rapaz morre assim.

Rodrigo e Carlos Daniel ligam para policia, e depois vão ate a delegacia darem um depoimento, e esclarecer o que faziam naquele local deserto, o delegado os enche de perguntas.

Na mansão Paulina estava ficando cada vez mais nervosa e já não conseguia disfarçar sua preocupação.

— Eles estão demorando demais vovó, aconteceu alguma coisa. – ela diz angustiada andando de um lado pro outro na sala.

— Paulina, - vovó diz indo ate a neta e pegando suas mãos – tente se acalmar, logo eles chegam, vai acabar tendo um colapso se continuar assim.

— Eu não consigo ficar calma vovó – ela diz com água nos olhos – deveria ter ido com Carlos Daniel.

— Vamos pensar positivo minha filha, você é sempre tão confiante e segura, estou estranhando te ver assim.

Carlos Daniel entra na mansão, Paulina ao vê-lo corre ate ele e o abraça.

— Graças a Deus você chegou, - ela diz o beijando – estava muito preocupada meu amor.

— Ainda bem que chegou meu filho, Paulina estava a ponto de ter um troço sem noticias suas, - vovó Piedade diz aliviada – e então conseguiu descobrir quem é o miserável?

— Infelizmente não vovó. - ele diz com a mão na cintura de Paulina – Quando chegamos no local marcado aconteceu dois tiros, e, Juan esta morto.

Paulina olha para o marido espantada.

— Morto? – ela pergunta.

— Tinha mais alguém naquele lugar, e provavelmente era alguém que não queria que Juan contasse o que sabia.

— O autor das cartas. – Paulina diz pensativa.

— É o que acreditamos, - Carlos Daniel diz olhando para Paulina – estamos lidando com uma pessoa muito perigosa, não é uma simples brincadeira essas ameaças.

Paulina e Carlos Daniel se olham profundamente, ambos viam o medo no olhar do outro.

— E então voltamos à estaca zero, - vovó diz séria – e agora Carlos Daniel? O que pretende fazer?

— Não sei vovó, - Carlos Daniel diz com as mãos na cintura de Paulina – mas vamos tomar mais cuidado de agora em diante.

No sábado Paulina e Carlos Daniel brincam com os filhos no jardim, precisam se distrair, e as crianças sentiam falta dos pais com eles.

Paulina, Lizete e Paulinha brincavam na casinha de bonecas, as três estavam se divertindo muito, Paulinha com dois anos era muito sapeca, linda e rizonha. Já Carlos Daniel com Carlinhos e Gabo brincavam de futebol, Gabo chutava a bola sempre acompanhado dos aplausos do pai e do irmão o que deixava o bebê muito contente e sempre fazendo mais graça para os dois.

O dia estava lindo, era uma manha calma, Carlos Daniel e Paulina com os filhos esqueciam dos problemas que lhes atormentavam, os seis estavam radiantes, principalmente as crianças que viam os pais como heróis.

Na correria atrás da bola, Gabo acaba caindo e batendo a cabeça provocando um leve corte na testa que começa a sangrar, apesar de pequeno o menino começou a chorar muito, Carlos Daniel pega o filho e tenta acalmá-lo, Paulina chega em seguida com Paulinha nos braços e Lizete atrás.

— O que aconteceu meu amorzinho? – ela pergunta colocando Paulinha no chão e pegando Gabo.

— Ele caiu correndo atrás da bola e cortou a testa. – Carlos Daniel diz passando a mão na cabeça do filho. – Mas não se preocupe Paulina, não foi nada grave.

— Calma meu amor, - Paulina diz acariciando o filho que continua a chorar – eu vou levar ele para dentro para fazer um curativo, continue brincando com as crianças Carlos Daniel, nós voltamos logo.

Carlos Daniel continua no jardim brincando com os filhos, mas se preocupa com a demora de Paulina.

— Fiquem aqui crianças, eu vou ver porque a mãe de vocês esta demorando tanto - ele diz entregando Paulinha para Carlinhos – cuide de suas irmãs Carlinhos, eu não demoro.

— Tudo bem papai. – Carlinhos responde sorrindo.

Carlos Daniel entra no quarto de Gabo e encontra Paulina terminando de vestir o filho.

— Oi meu amor, - Paulina diz sorrindo para Carlos Daniel – tive que dar um banho nele.

Carlos Daniel olha o curativo na testa do filho.

— E o corte?

— Foi pequeno, - Paulina diz e pega o filho – nada grave, e as crianças?

— Ainda estão no jardim, Carlinhos esta cuidando delas.

— Carlinhos cuida muito bem dos irmãos, e Lizete também. – Paulina diz sorrindo.

— É sim minha vida, - Carlos Daniel diz passando a mão na cabeça do filho e olhando para Paulina com ternura – você ajudou Carlinhos a se tornar um menino educado e obediente.

— Ele só precisava de limites Carlos Daniel, não fiz nada demais.

Lizete entra no quarto correndo e chorando.

— O que foi Lizete? – Carlos Daniel pergunta preocupado pegando a menina.

— O Carlinhos papai, acho que ele morreu. – a menina diz entre soluços.

Paulina e Carlos Daniel se olham angustiados, Filó entra no quarto e Paulina entrega Gabo a ela.

— Olha o Gabriel pra mim Filó, parece que Carlinhos se machucou.

Paulina e Carlos Daniel correm atrás de Lizete, a menina vai em direção ao muro no fundo da mansão, Paulina e Carlos Daniel avistam Carlinhos caído descordado no chão.

— Carlinhos! – os dois dizem juntos se ajoelhando ao lado do filho.

— Por favor Carlinhos, acorde. – Paulina diz nervosa colocando a cabeça do filho no colo – Acorde meu amor.

— O que aconteceu Lizete? – Carlos Daniel pergunta tentando fazer o menino se reanimar.

— Eu não sei papai, - Lizete diz chorando e se ajoelhando em frente ao irmão – não morra Carlinhos, não morra.

— Calma meu amor, - Carlos Daniel tenta acalmar a filha – ele não vai morrer.

Carlinhos começa a recobrar a consciência, ele abre os olhos confusos e olha para a mãe, o pai e a irmã.

— Graças a Deus Carlinhos. – Paulina diz aliviada abraçando Carlinhos.

— Esta tudo bem meu filho? Esta sentindo alguma coisa? – Carlos Daniel pergunta ao ver que o menino chora.

Paulina olha para o filho que chora nos seus braços.

— O que aconteceu meu amor? – ela pergunta limpando o rosto do menino.

Carlinhos olha para a mãe, e a abraça.

— Me perdoa mamãe, eu tentei impedir, eu tentei. – ele diz soluçando.

— Tentou o que meu filho? – Paulina pergunta preocupada.

— A Paulinha mamãe, - ele diz entre soluços enquanto mãe, pai e irmã o olham – um homem levou a Paulinha.

Só então eles dão falta da filha, a preocupação com Carlinhos haviam dominado eles, os olhos de Carlos Daniel e Paulina percorrem o jardim. Paulina se levanta e grita pela filha, Carlos Daniel se levanta também olhando desesperado tentando ver a filhinha, seus olhos encontram os de Paulina, ele viu o medo, o desespero, angustia e dor no olhar da amada.

— Levaram nossa filha Carlos Daniel. – Paulina diz e tudo fica escuro.


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