O casal regressa da viagem felizes e Carlos Daniel bem mais calmo. Rodrigo comunica que falou com Leda e ela saiu do país, e que ele mesmo a levou ao aeroporto verificando se ela iria mesmo embora.

Carlos Daniel se sente aliviado, não se sentiria tranqüilo se Leda ainda estivesse na capital.

Embora tenha sido curta, a viagem os fez muito bem, os deixando renovados para voltarem à rotina.

Uma semana depois na fabrica Bracho.

— D. Paulina, tem uma mulher aqui querendo falar com o senhor Carlos Daniel. – Branca diz no telefone.

— Uma mulher? - Paulina pergunta confusa – Carlos Daniel esta andando pela fabrica, mande-a entrar Branca, vou ver do que se trata.

Branca abre a porta da sala para que a mulher entre, e logo em seguida sai a deixando com Paulina.

— Você? – Paulina se levanta encarando Isabel.

— Paulina, - Isabel diz indo em direção a ela estendendo a mão para cumprimentá-la – como vai?

— Muito bem Isabel, - Paulina diz rodeando a mesa – E você? Não viria pra capital só no mês que vem?

— Bom, resolvi vir antes, cheguei ontem, e resolvi fazer uma visita a vocês, sei tanta coisa de você que é como te conhecesse há anos.

— Sabe? – Paulina pergunta confusa – Carlos Daniel não me disse de onde se conhecem.

— É... – ela diz pensando se conta ou não, pois já percebeu que Paulina sente ciúmes dela – digamos que o ajudei em um momento difícil, e lhe dei bons conselhos.

— Ah é? E isso já faz muito tempo? – Paulina diz acenando para irem ate o sofá.

— Não muito, uns quatro ou cinco anos não sei, talvez ate menos. – Isabel diz se sentando.

— E se conheceram aqui na capital? – Paulina diz percebendo que quando Carlos Daniel a conheceu ele já sabia que ela era uma usurpadora e dizia estar apaixonado por ela.

— Não, - Isabel diz sorrindo notando que Paulina a encara – nos conhecemos no interior. E Paulina não precisa sentir ciúmes de mim, Carlos Daniel é louco por você.

— Então vocês se conheceram quando ele foi baleado. – Paulina diz entendendo tudo e olha para Isabel – Era você a amante que Paola falou.

Paulina diz com muito ciúmes, agora ela entendia o porque de Carlos Daniel não querer lhe dizer nada, claro como iria contar que Isabel era a mulher que ele se envolveu enquanto se recuperava do tiro que levou de Willy, estava se divertindo com Isabel enquanto ela sofria amargamente com aquele amor que sentia por ele e achava ser impossível.

— Bom Paulina, pensei que não fosse ligar tudo tão rápido, - Isabel diz séria – mas acho que a palavra amante é muito forte, tivemos um breve romance, e não fui mais que um ombro amigo e conselheira para Carlos Daniel, que sofria muito por você e estava completamente torturado pelas coisa da ex mulher.

Paulina sentia sua face fervendo, nunca tinha sentido tanto ciúmes assim, se lembrava perfeitamente do dia que Paola entrou naquela mesma sala e jogou na cara dela que Carlos Daniel estava se divertindo no interior com uma amante, enquanto ela sofria de amores por ele.

— Paulina, - Isabel fala chamando-a para a realidade – não precisa ficar assim, e, pelo o que eu sei aquela época estava muito difícil para todos, e também sei que foi você mesma que aconselhou Carlos Daniel a lhe esquecer, ele tentou seguir seu conselho, mas Carlos Daniel não pode amar ninguém alem de você.

— Parece ser bem informada de tudo, - Paulina fala – com certeza tiveram muito tempo juntos pra saber de tantas coisas.

— Passamos muito tempo juntos sim, mas a maior parte dele falando de você, Carlos Daniel estava completamente desolado imaginando que você jamais o aceitaria como marido sendo irmã gêmea da sua ex mulher, que pelo o que sei não vale nada.

Paulina fecha os olhos e solta um suspiro.

— Minha irmã Paola morreu, - ela diz com os olhos lacrimejando – então por favor, não fale dela, ela pode ter causado muita dor para essa família mas morreu arrependida de tudo.

— Ah, me desculpe Paulina, eu realmente não sabia.

Carlos Daniel entra na sala com Rodrigo.

— Isabel, - ele diz indo ate ela que se levanta para cumprimentá-lo beijando lhe o rosto – que prazer te encontrar aqui.

Ao ver a cena Paulina se levanta e sai apressada da sala passando por Rodrigo que a olha confuso.

— O que Paulina tem? – Rodrigo pergunta.

— Desculpa Carlos Daniel, - Isabel fala corando a face – acho que falei demais, e Paulina esta morrendo de ciúmes agora.

— Não devia ter contado Isabel, - Carlos Daniel diz olhando-a seriamente – agora vai achar que estava escondendo alguma coisa e por isso não quis lhe contar sobre você.

— Me desculpa mesmo Carlos Daniel, mas Paulina é muito inteligente e me fez perguntas sobre de onde nos conhecíamos, fui respondendo sem achar que ela ligasse tudo tão rápido.

— Tudo bem, não tem culpa de nada Isabel, - Carlos Daniel diz – eu deveria ter contado para Paulina, não imaginava que ela sentisse tanto ciúmes assim de mim, nunca demonstrou.

— Alguém pode me explicar o que esta acontecendo? – Rodrigo pergunta acenando com a mão para que percebam sua presença ali.

— Lembra aquela época em Willy me deu um tiro e fui para o interior me recuperar? – Carlos Daniel pergunta.

— Claro meu irmão, como poderia esquecer, foi um dia horrível.

— Então, conheci Isabel no interior, e digamos que, tivemos um breve romance.

— Ah sim, lembro do dia que Paola entrou aqui com aquele jeito superior dela jogando na cara de Paulina que você estava no interior com uma amante.

— Isabel, foi muito bom te ver novamente, mas preciso encontrar Paulina. – Carlos Daniel diz.

— Claro Carlos Daniel, vai fazer as pazes com Paulina, só passei mesmo pra dizer que já estou morando aqui.

— Que bom Isabel, mas agora tenho mesmo que ver Paulina. – ele diz se despedindo dela e saindo da sala.

— Branca, viu pra onde Paulina foi? – ele pergunta com certa urgência.

— Ela passou nervosa aqui e entrou na sala do Osvaldo.

Carlos Daniel vai rapidamente para sala de Osvaldo entrando de uma vez.

— Paulina, precisamos conversar. – ele diz indo ate Paulina que esta sentada no sofá.

Paulina se levantada e o olha furiosa.

— Eu não quero falar com você agora Carlos Daniel, por favor me deixe sozinha.

Osvaldo olha os dois e fala em tom de surpresa e brincadeira.

— Vocês dois discutindo? Essa é nova.

— Osvaldo, pode nos deixar a sós. – Carlos Daniel diz ainda olhando profundamente nos olhos de Paulina.

— Não saia Osvaldo. - Paulina diz vendo Osvaldo caminhando ate a porta – Quem vai sair é Carlos Daniel.

— Me desculpa Paulina, mas acho que vocês tem mesmo que conversar. – Osvaldo diz saindo da sala.

Paulina encara Carlos Daniel, e caminha ate a porta, Carlos Daniel a segura delicadamente pelo braço a fazendo parar.

— Por favor Paulina, - ele diz com os olhos tristes – não quero ficar nesse clima com você.

Paulina se solta de sua mão e fala.

— Não quero falar com você agora Carlos Daniel. – ela diz ficando de costas para ele - Estou muito nervosa para te ouvir.

— Paulina, não tem nenhum cabimento você ficar assim por causa de Isabel, e eu estava tentando seguir seus conselhos de te esquecer e encontrar uma mulher pra mim.

Carlos Daniel a puxa pela cintura girando-a para ficar frente a frente, ele olha profundamente naqueles olhos esverdeados e fala com doçura.

— Não vou deixar você ficar zangada assim comigo minha vida.

— Eu não estou zangada, - ela diz se perdendo nos olhos dele – estou...

— Morrendo de ciúmes do amor de sua vida, - Carlos Daniel diz sorrindo convencido – não sabia que sentia tanto ciúmes de mim assim, afinal não sou só eu que tenho meus ataques.

— Mas precisa a cumprimentar daquele jeito? – Paulina pergunta brava.

— É que nos tornamos muito amigos meu amor, - ele diz acariciando sua bochecha – mas se você não se sente bem eu não faço mais isso.

— Acho bom mesmo Carlos Daniel, não gosto nada quando você faz isso. Fica todo bobinho quando há vê e vai correndo beijando-lhe o rosto. – Paulina diz cheia de ciúmes.

— Quando você conhecer Isabel melhor vai ver que é uma boa pessoa, e quem sabe podem ser amigas.

— Isso não Carlos Daniel, não confio nela.

Carlos Daniel vai se aproximando lentamente dos lábios de Paulina sem desviar os olhos dos delas, e quando finalmente se encontram os olhos de ambos se fecham e ele a beija com todo o amor, doçura e suavidade, fazendo-a se render a ele.

— Droga Carlos Daniel, - Paulina diz sorrindo – era pra mim estar muito irritada com você.

— Quer dizer que já me perdoou? – ele pergunta sorrindo puxando seu corpo para mais perto.

— Você não me deixa outra escolha, - ela diz passando as mãos pelo pescoço de Carlos Daniel – e sabe perfeitamente que não resisto a você.

Seus lábios se encontram novamente para um beijo suave, terno e cheio de paixão

Osvaldo entra na sala e os dois se afastam sem ar.

— Mas vocês não conseguem ficar nem 30 minutinhos brigados. – Osvaldo diz sorrindo.

— Não podemos viver nem um minuto sem outro. - Carlos Daniel diz sorrindo olhando a esposa – Paulina é minha vida, e sem ela não sobrevivo.

— E nem eu sem você Carlos Daniel, - Paulina diz olhando-o com uma certa angustia – jamais quero te perder.