Vírus escrita por Artur


Capítulo 42
Problemas Reais


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo !! Espero que gostem, foi bem longo, esse foi totalmente voltado para Hector e como sua personalidade mudou durante o apocalipse, tenham uma boa leitura !

Em breve posto em Fallen World :D



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Vírus

Capítulo 42 : Problemas Reais

Anteriormente em Vírus : Henry acorda e descobre que foi para na verdadeira resistência, onde Oliver vivia procurando, o perito em criminalística, descobre que o vírus evoluiu, e agora, as pessoas precisam se vacinar, para não morrer .

Pov. Hector

Não tenho palavras para descrever o sentimento que flui dentro de mim, o meu acordou, eu estava com medo que o pior acontecesse, como medo que ele se tornasse um ser pútrido como são aqueles errantes . Sai em uma missão, junto a Adriana, meu coração doía ao saber que teria que partir e deixa-lo lá, reencontrar meu pai vivo e já consciente foi incrível . Fiquei muito mais que alegre, parecia que todos os momentos tristes que passei se apagou, a morte da minha mãe, do meu tio .. tudo ! Meus olhos se encheram de lágrimas, corri em sua direção dando um forte abraço, percebo que ele ficou tão feliz quanto eu . Meu pai ficou muito desnorteado, estava estranhando tudo, até que tivemos que contar tudo, da resistência, da evolução do vírus, da cura dentre outros, a noite chegou, e pela primeira vez desde aquela carnificina na escola, terei uma boa noite de sono, tranquilo, ao lado do meu pai, ficamos no pátio, conversando falando sobre a vida que parece que finalmente retornou a nós, aquele momento fora interrompido pela voz da Beth, a loira era encantadora, olhos azuis, pela bem clarinha, cabelos loiros presos a uma rabo de cavalo, ela era filha da doutora Jessie, desde que cheguei na resistência, ela tem se tornando uma grande amiga . Peço permissão ao meu pai e me retiro do local, nos damos as mãos e vamos até uma loja que fica dentro da resistência, era como se fosse um pequeno local que serviu como mercado, entramos e ela disse :

- Preciso da sua ajuda, vamos arrumar os caixotes .

- Claro .. Ei Ron ! – Grito para um pequeno garoto, Ron era irmão da Beth, mas ao contrário dela, era bastante traquina e não parava quieta, devia ter uns onze anos, toda vez que eu olhava para ele, via minha imagem refletida de quando o apocalipse começou, eu era medroso, pequeno e indefeso, mas agora, depois de passar por tantas coisas, acho que finalmente cresci, não só fisicamente mas como psicologicamente também .

- Hector, pega aquelas coisas ali . – Exclama ela apontando alguns enlatados em uma prateleira se agachando e pegando uma caixa de papelão .

- Para que você ta fazendo isso ? Sabe que não é o seu dever . – Indagou colocando os mantimentos na caixa, ela imediatamente para o que esta fazendo, olha para mim e responde :

- Hector, nós os adolescentes somos tratados como crianças, e as vezes fica chato pra gente, ter a tarde toda sem fazer nada, por isso fico esperando você voltar das missões, para ter algo a fazer . Sempre gostei de ajudar as pessoas, acho que herdei isso da minha mãe, então pedi ao Weaver e ele deixou eu arrumar os caixotes .

- Entendo, perdão .

Nós ficamos ali, conversando enquanto colocávamos mais comidas nas caixas, até que escutamos gritos de pessoas, vindas lá da frente dos muros, eu e a Beth nos entreolhamos, deixei o pacote cair e corri, abri a porta de vidro do estabelecimento bem rápido, Beth correu atrás de mim, logo depois, o meu pai apareceu, também assustado, até que Weaver e todos os outros chegam .

- O que aconteceu ?? – Gritou o coronel para as pessoas do outro lado do muro .

- Sou eu o John ! Temos feridos . – Responde também a gritos, John foi o líder da equipe que foi em busca de mantimentos pela manhã, pelo tom de voz algo aconteceu, eu e o meu pai nos entreolhamos, Beth ficara atrás de nós, seus olhos aparentavam estar bastante nervosa, o portão se abre, o jipe entra na resistência, alguns errantes que estavam no lado de fora tentam entrar, mas são detidos pelos homens que faziam a guarda .

- Que diabos aconteceu ?? – Questionou Weaver vendo um homem sangrando na parte de trás .

- Fomos cercados pelos walkers, muitos dos nossos não conseguiram retornar para o jipe e morreram, e outros ficaram feridos . – Respondeu John .

Algumas pessoas, ajudaram os feridos a descerem do veículo, um desses feridos era a Lancey, vi seu sangue se espalhar pelo seu braço e sua camiseta branca, respingando no chão, seus olhos estavam arriados, quase fechados, sua respiração lenta, gemia constantemente, meu pai fica chocado, fiquei mudo por uns instantes, mas minha fala retornou, virei para Beth e gritei :

- Vá chamar sua mãe agora !! Ela precisa de ajuda . – A loirinha sai correndo gritando pelo nome de sua mãe, meu pai coloca Lancey nos seus braços, tenta correr o máximo levando-a para o lugar onde os feridos eram tratados, a coloca na maca e logo em seguida, chega Jessie ao lado de Beth, ela olha rapidamente a Lancey estirada na maca, olho para o meu pai, ele estava com os olhos fechados, retorna a abri-los e diz :

- Não podemos fazer nada ..

- Do que você tá falando ?? É a Lancey !! – Retruquei, e ele responde mostrando suas mãos preenchidas pelo sangue da morena .

- Ela foi mordida no pescoço . – Completa ele, fico abismado, arregalo meus olhos, minhas mãos começam a ficar trémulas, Jessie analisa ela por uns instantes, olha para todos que no lugar estavam, não fala nada, apenas abaixa a cabeça, já sabemos o que ela queria dizer . Lancey abre seus olhos, seus lindos e belos olhos verdes, inclina um pouco sua cabeça, me observa e dá um leve sorriso, percebe que o meu pai se acordou e tenta dizer :

- Estou feliz que você tenha acordado ..

- Não precisa falar nada .. – Interrompe meu pai, para que ela não se esforce .

- Vou me reencontrar com toda minha família novamente . – Responde ela olhando para o teto, seus olhos começam a lacrimejar, porém nenhuma lágrima escorre, ela havia falecido .

No outro dia, enterramos ela na parte de trás da resistência, onde existia uma área plana coberta por terra, era lá onde os habitantes que morriam eram enterrados, foi uma despedida triste, Adriana ficou bastante chocada ao saber na noticia, não deu uma palavra . Depois de todos se dispersarem, fiquei encostado a uma árvore, no mesmo lugar, observando o túmulo dela, meu pai se aproxima, coloca sua mão sobre meu ombro e diz :

- Eu sei o quanto gostava dela, eram sempre tão unidos, você era como um irmão mais novo, era o que ela sempre dizia . Viviam juntos, brincando se divertindo, ela trazia sua infância, tomada pelo apocalipse, de volta . Você não deve ficar triste .

- Eu não estou triste, já aprendi a conviver com as perdas, faz parte desse mundo que vivemos, só estou feliz por conhece-la, e viver tantos momentos bons com ela . – Respondo, olho para ele, percebo que o mesmo ficou um pouco surpreso com minha reação, diante da morte de Lancey .

Durante a tarde, eu estava fazendo meu ponto de vigia junto com outras pessoas, Beth aproxima-se, chegando ao meu lado, percebo que ela estava um pouco triste e fala :

- Ainda não me acostumei com perdas ... mesmo sendo tão constantes, nem superei a do meu pai, e olha que ele morreu quando eu tinha cinco anos . Como você consegue ?

- Eu não sei .. de certo modo, eu acho que já me acostumei, a todo instante alguém próximo a mim morre, o importante é que nós estamos vivos, e devemos aproveita cada minuto .

- Estou orgulhosa de você .

Dou um sorriso como resposta, fiquei feliz pelas palavras delas, buzinas eram apertadas na frente do portão, dessa vez não foi ninguém ferido, o Weaver aparentava já saber do que se tratava, ordenou para todos ficarem dentro da resistência, ele abriu apenas um portão e saímos, todos nós ficamos curiosos, depois de um tempo, escutei o barulho de portas de carro se fechando, e depois uma voz grossa de um homem :

- Olá senhor Weaver . As coisas já estão prontas ?

- Sim, caro Sam, mas vejo que não veio com seu caminhão, exato, vim o carro no qual eu vim quebrou, eu já estava perto então resolvi vim a pé, será que vocês podem me dar uma carona ?

- Claro .

Os dois portões se abrem dessa vez, o Sam era um homem alto, loiro, aparentava ter uns trinta e seis anos, usava uma camisa básica preta, uma calça jeans, um cordão prateado e calçando botas . Weaver pede paras os homens pegarem os caixotes e colocarem na nossa van, eles fazem o mesmo . Ainda não entendi qual o motivo de a cada um dia no mês pelo menos, darmos caixotes de mantimentos a ele, não questionei, apenas fiquei calado . Sam era o líder de outra comunidade em Charleston, assim como Weaver é o da resistência, os dois vivem se comunicando, Weaver pediu para alguns homens o acompanharem, vão levar os caixotes junto a Sam para a comunidade do mesmo, me ofereci para ir junto mais meu pai tentou me impedir .

- Não vou deixar, nem pense nisso .

- Mas pai, sempre que não tenho nada para fazer, acabo pensando na Lancey, tenho que me manter ocupado . – Respondo, ele hesita um pouco mas solta meu braço .

Durante o caminho, Sam ficava falando com Weaver sobre coisas que eu desconhecia, não ia muito com a cara desse loiro, eu achava ele arrogante . Chegamos em sua comunidade, eram bem menor que a resistência, porém tinha uma grande segurança .

- Deixem a van aqui, vamos descer . – Diz ele .

Pegávamos as caixas cheias de mantimentos, esperamos o Sam terminar de conversar com seus homens para os mesmos abrirem os portões, entramos devagar, eram eu o Weaver e mais 3 homens da resistência, seguimos andando com os caixotes em mãos, até que escutamos barulhos de armas sacadas, olhamos para trás imediatamente, estavam mirando em nós, Weaver ficou uma expressão séria em face, e Sam, ficara sorrindo enquanto seus homens ... atiravam .

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