Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 5
Explicação


Notas iniciais do capítulo

Hmmmm....Stefan parece ter se engandado com relação ao seu irmão.
Em que confusão eles se meterão agora?



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Stefan continuava tonto, olhando querendo entender aqueles três vampiros que os surpreenderam. Pela posição meio agachada imaginou que foi a vampira com cabelos ruivos, a mesma que falara para os outros quem o acertou. Damon parecia calmo diante do provável perigo, parecia até um pouco entediado.

Com a ruiva estavam mais uma vampira esguia, de cabelos escuros, ao seu lado um vampiro bastante alto com dreads nos cabelos, a sua pele era de uma tonalidade oliva, o que lhe conferia um ar exótico. Stefan sentiu que a morena e o vampiro eram bastante íntimos, estavam ligados fortemente, eram companheiros. Com a ruiva eles mantinham um sentimento de irmandade.

- Vejo que a minha noite vai ser longa. - Damon falou.

Stefan se recompôs e levantou para exigir explicações da vampira.

- Por que me atacou?

Nesse momento ela pareceu notar novamente a presença de Stefan, ergueu o seu corpo e virou-o levemente na direção dele.

- Temos contas a acertar. Eu e ele. - Indicou com um aceno de cabeça em direção a Damon que revirou os olhos. - Estava em meu caminho. Espero que não fique mais.

- Temos contas a acertar? Eu e você? Perfeito! Mas porque então os outros dois? Plateia para a sua derrota? - Damon sorriu levemente. A vampira grunhiu.

- De que contas você se refere? - Stefan perguntou lembrando que ela se referiu a morte de um casal... Judith e Robert?

- Não viemos aqui pra conversar. - Finalmente o vampiro se pronunciou. - Viemos acabar com o vampiro que matou o nosso irmão.

- Do que eles estão falando, Damon? - Stefan aproximou-se do irmão, em uma atitude protetora agora.

- Acho que de um vampiro meio duvidoso. Cabelos louros e jaqueta legal. - A ruiva mostrou os dentes para ele. Damon olhou para os olhos do vampiro. - Quem são vocês? - Usou seu talento mais precioso, o de induzir qualquer um a falar a verdade. Os pensamentos mais íntimos e segredos mais profundos podiam ser revelados para ele.

- Sou Laurent Fénelon, esta é a minha companheira Irina, e Victória Carter. Seguimos juntos há muitos anos. - Laurent piscou confuso e depois houve um clareamento em sua expressão. - Belo talento.

- Obrigado.  - Damon sorriu cheio de si.

- Mas isso é mesmo uma pena. Terei que acabar com você e esse talento será desperdiçado. - Laurent ameaçou.

- Isso tudo por causa daquele lourinho fracote?

- Eu vou acabar com você! - Foi demais para Victória. A ruiva avançou para Damon que se esquivou dela sem dificuldades e com a maior elegância.

Nesse momento Damon foi novamente atacado pelo outro lado por Laurent. Para se defender ele socou o seu ombro, o que fez com que o outro voasse a uma boa distância. A sua companheira pareceu não gostar e quando investiu em Damon, Stefan se interpôs segurando-a por trás e cortando sua garganta com suas unhas afiadas.

Ela virou-se para ele cheia de ira cega. Enquanto o atacava sem estratégia alguma, Damon lutava com os outros dois. Em uma distração de Stefan, Irina o golpeou no rosto e ele caiu perto de um contêiner de lixo que tinha ao lado uma garrafa jogada. E lá ele pôde ver Damon rasgar a garganta de Victória com seus dentes e quebrar-lhe pescoço, ela tombou, ainda viva, mais fraca.

Stefan quebrou a garrafa e permaneceu com um pedaço grande e afiado em sua mão. Ele levantou e segurou novamente Irina que seguia em direção ao seu companheiro para ajudá-lo com Damon. Stefan não pensou duas vezes, golpeou o coração da vampira, seu grito chamou a atenção de Laurent que foi atacado por Damon. Stefan golpeou-a mais algumas vezes antes de soltá-la.

Ele deixou o corpo da vampira tombar ao seu lado, seus olhos negros bastante abertos, os dentes pronunciados marcando seus lábios. Não gostava disso, tinha se deixado levar pela selvageria de seu lado obscuro. Tinha matado, tinha feito isso novamente.

- Bom trabalho irmão. - Damon surgiu ao lado de Stefan que saiu do transe olhando em volta.

Não havia ninguém na rua, ninguém os tinha visto. Ele passou o olhar por Victória caída mais adiante, novamente por Irina aos seus pés e por Laurent ao lado, completamente ensanguentado. Ao encarar o irmão percebeu o quanto ele parecia tenebroso transformado e com sangue escorrendo de sua boca.

- Temos que nos livrar desse lixo antes que algum bom humano os encontre. - Damon o alertou.

Eles levaram os corpos para um campo onde os enterraram, mas não antes de Damon acertá-los mais algumas vezes com a arma que Stefan vitimou Irina, fez isso para ter certeza da morte dos vampiros.

Stefan e Damon estavam sentados em cima da cova dos três inimigos. Stefan precisava de respostas e dependendo das que teria, deveria tentar se retratar com o irmão.

- Eles fizeram aquilo aos tios de Helena? - Stefan olhava para a terra revolvida em baixo de si.

Damon levantou-se, estava incomodado. Aquele tipo de situação o incomodava. Sabia que sempre seria a primeira e mais acertada opção ao se tratar de tragédias e sabia que ao errar seu irmão iria querer fazer reparos. Típico.

- Isso é mesmo importante?

- É, é muito importante. - Stefan o encarou suplicante. Damon não poderia negar a verdade ao irmão.

- No dia em que cheguei à cidade, encontrei o carro deles na estrada. Os rastreei, mas já era tarde. James ainda estava com Judith nos braços. Eu o matei, mas a outra fugiu. Assim pensei, mas ela foi mesmo chamar reforço. - Stefan percebeu o erro que cometeu e gemeu de angustia.

- Damon...

- Nem começa. - Falou seco. - Não quero ouvir blá, blá, blá.

- Eu o acusei injustamente. - Stefan levantou-se, Damon bufou.

- Oh, grande Deus! Como eu errei como fui injusto, um completo panaca. - Escarniou teatralmente. - Poupe-me disso, irmão. Meus ouvidos merecem música melhor.

- Quando estou errado, apenas digo que estou e...

- Chega. Nunca quis seu perdão e agora muito menos suas desculpas. - Eles se encararam longamente. Damon percebeu algo que antes não havia percebido. Suas sobrancelhas vincaram. - Você... Parece... Que traços são esses em seu rosto?

- Ideia de Helena para convivermos mais tempo com os nossos. Maquiagem, para parecermos mais maduros. - Explicou e Damon por um momento pareceu entender e depois gargalhou.

- Helena... Só podia ser. Vocês se esforçam tanto para conviverem com os humanos... Para serem humanos. Não entendem que não são?

- Nós temos ainda um lado muito forte que ainda é humana, Damon. Ao querer proteger os tios de Helena, mostrou que também tem esse lado. - Damon gargalhou novamente, diabólico.

- Não, eu não tenho. Não se engane, ainda sou o mesmo monstro de sempre. - Fez referencia as próprias palavras de Stefan.

- Eu me enganei quando disse isso...

- Calado! - Damon não suportava ouvir mais. Não era humano e não queria ser, diferente de seu irmão. Queria permanecer nas sombras onde era confortável para ele, onde não havia problemas que não pudessem ser solucionados por ele.

- Estamos na antiga casa de Helena.

- É um convite? - Damon ergueu uma sobrancelha com ar desdenhoso.

- Precisamos conversar... Helena preocupa-se com você.

- Que generoso. - Sua tentativa de parecer indiferente foi fraca. Damon virou-se e começou a seguir.

- Permaneceremos na cidade por algum tempo ainda. - Stefan disse em suas costas.

- Que seja. - Respondeu e seguiu sem destino definido como sempre.

Stefan permaneceu olhando para seu irmão enquanto ele se distanciava. Sentiu-se o pior dos irmãos ao ter duvidado dele. Damon era uma alma perturbada, mas Helena tantas vezes dizia que ele tinha chances de se tornar uma pessoa melhor que tentava acreditar, mas falhou desgraçadamente naquele momento.

Damon não havia matado Judith e Robert, ele tentara socorrê-los e não podendo mais os vingou. No entanto a maneira que ele agia, a sua frieza em matar, mesmo vampiros com aqueles, sádicos, o deixava perplexo... Um tanto inseguro em confiar nele. Mas tentaria, tentaria fazer isso. Um dia, ainda seriam uma família novamente, como os Cullen.


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