Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 4
Engano


Notas iniciais do capítulo

Stefan encontrou Damon pelas ruas de Mystic Falls.
Damon alimentava-se de uma garota, sendo a materialização de tudo o que stefan repugna.
O que poderá vir deste encontro?



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Damon estava deliciando-se com a sua presa. Uma jovem adolescente, não deveria ter nem 17 anos. Seu cheiro adocicado e sua completa vontade de ser tocada por um homem o fez conduzi-la até aquela viela mal iluminada.

Mal sabia ela o que aconteceria em seguida. Algo que nunca poderia ter imaginado, algo que apenas acontecia em filmes de terror. Damon imprensou-a na parede mantendo-a ali com a ajuda de seu próprio corpo que a apertava, deixando-a sem ar, mas ela gostava da sensação.

As mãos dele exploravam o seu corpo como alguém que sabia exatamente o que procurava, ela tinha certeza que ele era muito experiente. Damon queria se embriagar de sangue humano aquela noite, ela seria apenas a primeira vítima. Estava ainda irritado pelo que tinha acontecido anteriormente. Um confronto, algo que não acontecia em sua existência há algum tempo. Isso o impacientou e tocou com as duas mãos o pescoço da garota que estremeceu ao seu toque.

Estava sondando... Apreciando, sentia o martelar da pulsação de suas veias. Salivou ao imaginá-las cheias de sangue. Não pôde esperar mais, seus lábios que estava colados aos lábios dela, desceram até seu queixo e maxilar. Damon lambeu com a ponta de sua língua toda a extensão do pescoço a orelha dela, a garota gemeu e então ele cravou os seus dentes caninos já pronunciados em seu pescoço fazendo-a arfar de dor.

Ela tentou debater-se em vão, ele era extremamente forte e a fez permanecer quieta enquanto o doce e quente líquido descia pela sua garganta, fazendo a sua sede aliviar enquanto sentia-se ainda mais excitado. Estava assim, concentrado em sua vítima quando ouviu uma voz chamar seu nome com ira. Aquela voz... Era familiar.

Relutante, segurando com apenas uma das mãos o pescoço da garota que se tornara mole em seus braços ele olhou em direção a voz familiar e constatou a presença de Stefan que parecia com raiva.

- Faz muito tempo, irmão. - Damon sorriu e lambeu os lábios molhados de sangue. Stefan lembrava-se daquela voz aveludada e irônica. Isso e sua atitude displicente e selvagem com a jovem em seus braços, fez com que se irritasse ainda mais. - Quer um pouco? - Damon mostrou a garota em transe com sangue escorrendo em seu pescoço.

- Ainda me surpreende a sua falta de tato. Você não consegue mesmo não fazer besteiras! - Stefan controlava-se para não avançar em seu irmão. Damon fez uma cara exagera de quem não estava entendendo nada.

- Alimentar-me é uma besteira? Só se for pra você, caro irmão.

- Pelo menos deveria tê-los poupado. - Stefan deu um passo em direção a Damon. Este ficando no momento realmente confuso.

Damon virou-se para a garota e levantou sua cabeça fazendo-a encará-lo. Concentrou-se para que desse certo.

- Vá para casa, não deixe ninguém ver seus ferimentos. Não se lembrará de nada o que aconteceu. - Ele estava usando os poderes comuns entre vampiros que era ainda mais intensificado com a alimentação de sangue humano. A garota o encarou como se estivesse hipnotizada, quando ele calou-se ela piscou algumas vezes, arrumou-se e saiu como se não houvesse acontecido nada. Damon sorriu cínico. - Viu como estou bonzinho? Agora, do que estava tentando me acusar? - Ele cruzou os braços na altura do peito completamente relaxado. Era como se não houvesse passado muitos anos distantes e como se Stefan não estivesse visivelmente irado.

- Cuidado Damon, tenha cuidado hoje. Não estou com um humor tolerante.

- Santo Estêvão, dando um ataque? Imagine. Você está atormentado, creio eu, pelas mortes que ocorreram na sua... Família. - Sua voz saiu em um escárnio, mas com uma pontada talvez de despeito. - Mas não deveria me tratar assim, deveria agradecer por eu estar aqui em um momento desses, para consolá-lo. Os irmãos devem ser próximos.

- Você os matou! Por que fez isso? - Stefan cerrou os punhos. Damon ergueu uma sobrancelha.

- Eu o que?! Do que está falando?

- Seu desgraçado! Você continua o mesmo monstro de sempre.

- Cuidado digo eu! Meu humor também não é o mais tolerante do mundo esta noite. Só tive esse lanchinho aqui agora que você fez o favor de interromper antes que acabasse.

A fúria dentro de Stefan se aglutinou, parecendo se concentrar em um ponto ardente e brilhante, como um sol dentro dele.

- Não pensou em Helena, Damon? Nos sentimentos dela? Não há nada de humano em você?

- Helena? - Damon balbuciou de nostálgico.

- Judith e Robert não significavam nada para você, mas eles significavam para Helena. - Damon descruzou os braços agora parecendo situar-se.

- Acha que eu os matei? - Damon falou sem evitar um esgar. - Não sabe de nada mesmo.

- Vai tentar me convencer de que não foi você?

- Não vou perder o meu tempo, irmão. Acredite no que quiser. - Damon virou-se pra ir embora, mas em um segundo Stefan estava em sua frente, cara a cara com ele. - O que acha que vai fazer?

- A minha vontade é de matá-lo definitivamente. - Era isso mesmo que sentia. Uma voz em sua cabeça exigia que ele acabasse com o irmão. Queria cortar o pescoço dele, rasgar sua garganta em farrapos sangrentos e depois arrancar seu coração.

Damon curvou seus lábios em um sorriso singularmente bonito. Stefan queria acabar com aquele sorriso presunçoso.

- Não seria tão fácil. - Stefan segurou-o pela gola e o lançou contra a parede. Damon depois do choque permaneceu parado no mesmo lugar olhando o irmão. Ele soltou o ar tentando controlar sua indignação. - Teve sua chance de fazer isso, não faça novamente. - Saiu como uma ameaça.

Damon recomeçou a andar e Stefan segurou-o pelo ombro, mas ele pegou a sua mão e lançou contra a outra parede e mantendo o seu braço em seu pescoço grunhiu para seu irmão já transformado. Seus olhos verdes estavam negros e seus dentes expostos.

- Pense bastante no que faz. Eu realmente não quero machucar você. Mas se continuar insistindo nesse assunto, não irei me fazer de rogado.

- Acha que deixarei barato a morte dos tios de Helena? Então não me conhece muito bem, irmão. - Stefan imitou a maneira de falar de Damon.

Damon bateu com o corpo de Stefan contra a parede mais uma vez, como se tentando fazê-lo obedecer.

- Permaneça quieto, Stefan, com tanta raiva não vai dar pra entrar no céu. - Damon afastou o seu braço de Stefan e recomeçou a andar, dando as costas para ele. Stefan transformou-se e ao avançar para ele foi golpeado pelo lado por algo que não viu. Um pouco desnorteado tentou sentar no chão e foi quando viu três vampiros estranhos e de aspectos ameaçadores encarando Damon.

- Foi ele, ele matou o James por causa daquele casal de humanos insignificantes. - A vampira ruiva falava apontando para Damon.

Como assim? Não fora Damon que tinha matado Judith e Robert? A sua cabeça rodava pela pancada e pela nova informação. Estava sempre tão disposto a esperar o pior de Damon que supôs que ele tinha sido o assassino dos tios de Helena. Estava enganado, completamente e vergonhosamente enganado.


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