Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 34
Chantagem


Notas iniciais do capítulo

Gente, olha eu de novo com mais um capítulo.
E este foi bem modificado e acho que ficou melhor assim.
Espero que gostem.



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Alice previu que Stefan não reagiria muito bem ao ver Bella dormindo com Damon então foi acordá-lo. Foi com desgosto que ele se juntou com os dois vampiros que achavam intrometidos na parte inferior da casa. Quando viu a imagem de Stefan arrancando Damon pelos cabelos da cama de Bella sentiu prazer e uma grande inclinação de impedir a irmã de avisar o vampiro presunçoso que estava nos braços de sua princesa. Queria Damon o mais distante de Bella possível. Mas como interferir se ela o queria? Engoliu seus sentimentos negativos, era o que poderia fazer por enquanto. Damon concentrou-se em não pensar nos momentos compartilhados a pouco com Bella, não queria Edward fuçando em sua cabeça.

Estavam todos pensando em todas as situações provocadas por Klaus até o momento e também mergulhados em suas próprias questões. Stefan era o mais preocupado. Temia por seus amigos, mas principalmente por Helena e Bella. Lembrou-se dos anos que se passaram e dos momentos que viveu isso com Helena quando ainda humana. Eram deliciosos esses momentos, mas aquilo fizera com que seu grande amor se transformasse em vampira, não queria o mesmo para Bella. Damon estava certo de que se Klaus quisesse machucar Bella de alguma maneira, ele já era um vampiro morto.

Edward e Alice voltaram para casa e lá encontraram com os outros que tinham voltado das buscas. Assim como Stefan e Helena nada fora desvendado e eles chegavam a conclusão de que Benn era a penas um garoto humano que tinha um poder muito desenvolvido, mas do que Bella. Mesmo assim Jasper pediu para um conhecido investigar a vida do garoto.

- Damon... Bella sussurrou ainda em seu sono. Damon ignorou o olhar de Stefan e foi até o quarto vê-la. Bella estava remexendo-se na cama, prestes a acordar. Ele sentou ao seu lado e esperou. Bella acordara e sorriu ao ver os olhos azuis olhando para ela divertido.

- Bom dia. Falou com um sorriso esticando-se toda.

- Bom dia. Ainda é cedo. Não sente mais sono? Perguntou atencioso.

- Não, acho que foi o suficiente.

- Passou por muita coisa ontem Bella, e dormiu muito tarde. Lembrou-a.

- Estou bem, é sério. Afirmou. Espera aqui um pouco. Preciso de alguns minutos. Bella pulou da cama e foi direto para o banheiro para fazer sua higiene.

Quando saiu do banheiro e estava envolta em uma toalha Damon encontrava-se recostado na cama e ao vê-la seus olhos arregalaram um pouco. Aquele brilho que viu ascender nos olhos de seu namorado vampiro foi desejo? Ela sorriu e com mais coragem caminhou até ele.

- Vem cá. Bella já estava em sua frente e agarrou-se em sua nuca lhe dando um beijo. Damon estava sensível a ela, ao seu toque, foi irresistível.

- Ele só pode estar de brincadeira! Ouviu a voz do irmão carregada de ódio.

- Stefan! Ouviu Helena talvez tentando impedi-lo. No segundo seguinte sentiu que Bella fora arrancada de seus braços.

Stefan segurava o braço de Bella e olhava para ele com olhos negros. Helena estava ao seu lado parecendo assustada. Talvez tenha irritado mesmo o irmão agora. Ele sorriu despreocupado.

- Saia daqui. Stefan ordenou.

- Que falta de compostura irmão.

- Damon, melhor não piorar as coisas. Helena pediu.

- Essa reação é exagerada, não fiz nada demais aqui. Damon sabia que Stefan captou a energia sensual entre ele e Bella e por isso estava irritado. Então olhou para Bella novamente seminua, o seu pescoço e ombros a amostra assim como boa parte de suas pernas.

- Vá se vestir. Stefan usou o mesmo tom autoritário com a sobrinha.

- Tio eu não acredito que esteja fazendo isso. É o meu quarto e estou com o meu namorado.

- Eu não acredito que esteja ouvindo isso. E por Deus vá se vestir. Stefan estava em seu limite. Helena estava apavorada com a situação, mas Damon estava se divertindo.

- Com Klaus tentando nos aterrorizar e você fica possesso com o nosso namoro?

- Exato! Não posso ter paz nem na minha própria casa. Bella, eu já disse para ir se vestir.

- Não posso ir se você ainda me segura tio. Ela olhou para o braço preso com o pulso firme do tio. Ele se deu conta e a soltou. Damon riu com aquilo o que fez Stefan o olhar furioso. Bella pegou algumas roupas e voltou para o banheiro.

- Já chega com esse ataque de fúria. Ele provocou.

- Damon não entre no jogo de Bella. Sabe muito bem que ela ainda é muito jovem. Helena o alertou.

- Ora, não preciso que ninguém me diga o que já sei. E por favor, eu não entrei na intimidade de vocês quando namoravam. Também precisamos de espaço.

- Cala essa sua boca Damon. Esta é minha casa e ela é a minha sobrinha. Stefan falou cortante o que provocou o gênio mau de Damon.

- Aceite que ela será a minha companheira. Não pode lutar contra isso. Damon levantou encarando o irmão.

- Quero que saia desta casa. Stefan falou e saiu do quarto no momento que Bella saia do banheiro e voltava para a companhia dos outros. Ela olhou para os dois e Damon ergueu as mãos em gesto de paz e sorriu.

- Damon... Helena suspirou vencida.

- O que aconteceu durante a caça? Mudou de assunto.

- Ficamos perto da casa do Riley e fomos até o local em que seus pais foram encontrados por algumas pessoas que passavam. Nenhuma pista, nada que pudéssemos utilizar para chegar até Klaus.

- E o tal Benn Barnes? Bella ficou atenta e voltou a ficar tensa lembrando-se do que acabara de descobrir.

- Parece apenas um garoto que veio passar uma temporada com os tios. Helena falou. Jasper está entrando em contato com alguém para investigá-lo.

- Bom... Aquele garoto esconde algo. Eu posso sentir. Bella engoliu em seco. Tinha medo que sua família se machucasse.

Tem notícias dos pais do Riley? Bella perguntou preocupada.

- Carlisle disse que estão bem, vão se recuperar. Helena respondeu.

- Subestimei Klaus, pensei que mandaria alguém ou sei lá... Os Finn foram escolhidos a dedo, ele sabe da ligação de Bella com aquele garoto.

- Foi à conclusão em que chegamos. Helena referia-se a ela e Stefan.

- Ele está bem próximo e talvez esteja ele mesmo fazendo o trabalho sujo. Sim, Bella pensou. Mas não podia falar nada, pelo menos não agora.

- Klaus fazendo o trabalho sujo? Helena indagou aproximando-se dele.

- Pelo menos nenhum novo vampiro deu as caras. Helena considerou o que ele disse. - Voltarei mais tarde e veremos o que fazer. Ele beijou Bella nos lábios. Vou antes que seu tio queira mesmo me matar. Bella assentiu e ele se foi.

Em seguida Bella desceu as escadas, tinha usado um pouco maquiagem nas minúsculas feridas que as presas de Damon deixaram e usava um lenço em volta de seu pescoço. Deu sorte que o dia estava chuvoso e muito frio, estava bem agasalhada. Durante o café da manhã lembrou-se da conversa e das ameaças de Klaus. Estava bastante preocupada e insegura, mas tinha certeza de uma coisa, queria o fim de Klaus. Ele machucara os pais de Riley e pretendia fazer o mesmo com ele. Iria aquele encontro e fingiria jogar o seu jogo, esperaria e o pegaria.

Ligou para Riley, perguntou como ele estava. Queria garantias que ele não fora tocado por Benn. Não ficou satisfeita quando ele dissera que estava bem, não, nada estava bem e não ficaria enquanto ele estivesse nas mãos do Klaus. A dúvida a atingiu novamente, não sabia se contava a seus tios ou para alguém sobre o que sabia... Klaus podia fazer algo contra Riley e ela não iria aguentar aquilo. Riley falara que iria para casa mais tarde e Bella afirmou que o encontraria lá.

Stefan recebeu uma ligação de Edward convocando todos para uma conversa. Bella avisou a Damon que ficariam na casa dos Cullen, ele teve que engolir aquilo e ficar quieto. Bella estava passando por muitas coisas, não queria que ficasse chateada com ele, mas a verdade é que não suportava que ela ficasse tão perto de Edward. Não gostava nada da forma que ele olhava para ela.

Quando chegaram lá, Bella ficou surpresa pela decoração da festa já ter sido retirada. Parecia que nunca houvera a festa há algumas horas atrás, se não soubesse do que se tratava pensaria que fora tudo parte de uma fantasia sua. Mas tudo fora real e constatou isso novamente quando viu Edward novamente.

- Levaremos todos os seus presentes ainda hoje. Alice falou pegando-a pela mão e levando-a para onde os outros estavam.

Na sala todos os Cullen estavam sentados, menos Edward que estava em pé com os braços cruzados, sua expressão era tensa até vê-la entrar. Seu rosto se suavizou e sorriu caminhando em passos largos, abraçou-a com carinho.

- Ei, como está? O coração dela deu um breve salto.

- Estou bem... Pensei que o veria quando acordasse.

- Tivemos que vir. Ele a pegou pelas mãos. Venha, sente-se aqui. Ele também chamou seus tios que sentaram nas cadeiras vazias. Alice e Edward também sentaram. Carlisle estava na cabeceira da mesa, do seu lado direito Esme seguida por Rosalie, Emmet, Jasper e Alice. Do outro lado estava Edward, Bella, Stefan e Helena.

- Já que estamos todos aqui, posso contar o motivo da convocação de todos. Edward está querendo nos contar algo. Vamos ouvi-lo então. Carlisle falava mais para Bella e seus tios do que para os outros que já sabiam que era Edward quem falaria.

- Todos sabem que há alguns anos estive com Tanya ao meu lado e vivemos como companheiros... Edward parecia um pouco nervoso e Bella se surpreendeu com aquilo. -... Devo admitir que fui um completo tolo. Ele não olhava para ninguém em especifico, mas para todos ao mesmo tempo. Peço desculpas por ter me afastado da minha família todos esses anos.

Bella cerrou os punhos sobre suas pernas. Odiava que aquele nome fosse mencionado. O que ela teria aprontado para que Edward a deixasse e convocasse essa reunião?

- O fato era que Tanya é uma vampira muito temperamental. Alice e Rosalie bufaram.

- Por favor, meninas. Carlisle pediu e Bella revirou os olhos.

- Tentei me concentrar em fazê-la perceber o que valia mesmo a pena nessa existência, ela estava perdida e confusa. Mas a convivência comigo parecia piorar tudo e seu temperamento definhou cada vez mais. Ela utilizava o amor e o ciúme como desculpas para tudo o que fazia. Com isso me sentia responsável por ela. Tanya voltou a se alimentar de humanos e seu lado sombrio a cada dia podia ser visto com mais clareza. Ela mentia, trapaceava, enganava e manipulava as pessoas e os vampiros a sua volta... Inclusive eu. Bella a odiou ainda mais por aquilo. Edward focou os olhos em Bella e parecia triste e envergonhado. Descobri tudo e quis sair da vida dela, mas ela ameaçava ir a Itália fazer escândalo, chamando a atenção dos Volturi então eu tentei... Mas... Edward parecia incapaz de prosseguir. Seus olhos estavam injetados e transtornados. Bella segurou-lhe a mão e a manteve entre as dela. Edward sentiu-se bem com aquilo.

- Ela se alimentou de uma criança. Edward viu e não pôde mais ficar com ela. Demorou, mas ele abriu os olhos. Tanya não tem salvação. Alice completou a história de Edward e todos ficaram chocados. Até aquele momento ninguém sabia dessa parte, ela tinha previsto e avisado a ele, mas fora tarde demais. Edward a pegou com o corpo sem vida em mãos. A criança deveria ter pouco mais de 10 anos. Uma menina, linda.

- Ed... Bella murmurou ao seu lado.

- Desculpem-me... Ele lamentou.

- Nós o entendemos, filho. Seu coração só queria o bem de Tanya e queria tanto ajudá-la que não viu o quanto ela já estava nas sombras. Esme falou carinhosa.

- Nenhuma tentativa de ajuda é em vão, Edward. Você fez bem tentando. Carlisle falou.

- Sinto muito tê-la deixado. Olhou para Bella com ternura. Espero que ainda tenha espaço para mim em sua vida.

- Ele nunca foi preenchido, Ed. Você é meu melhor amigo. Edward sorriu, ele apenas queria novamente fazer parte da vida de Bella, algo que com Tanya era impossível, mas agora ele estava livre.

Edward e Bella subiram para o quarto dele, ele queria lhe mostrar suas coisas, livros e cds que havia adquirido nos últimos anos. Bella estava escutando um cd e folheando os livros dele quando ele abriu uma gaveta e tirou de dentro o que parecia uma caixa embrulhada em papel de presente.

- Este é seu presente de aniversário. Sentou novamente na cama de frente para ela entregando a caixa.

- Sério? Ele assentiu e ela então pegou a caixa e retirou o papel que o embrulhava.

Surpreendeu-se com o que viu, era uma caixa dourada parecia toda trabalhada em ouro. Seus dedos tocaram a superfície sentindo as pedras cravadas nela.

- Linda... Sussurrou.

- Abra. Edward pediu e então ela fez o que ele disse. Ficou ainda mais surpresa ao ver aparecer diante dela dois cisnes brancos.

- Uma caixa de música. Constatou.

- Permita-me. Edward girou três vezes uma pequena chave abaixo dos pássaros e então uma melodia suave começou a soar enquanto os pássaros giravam. Aquilo a fez lembrar-se das músicas de ninar.

- Deus! Essa música é linda. Bella falou depois de escutá-la até o final.

- Bem... Que bom que gostou. Ela é única.

- Única? Curiosa, fitou-o e então o viu menear a cabeça como se estivesse encabulado. Você quem compôs? Ele sorriu sem graça. Foi você, Ed?

- Sim... Ela é sua. Fiz há muito tempo, mas nunca toquei para você. Bella ficou emocionada... Sentiu lágrimas em seus olhos.

- Por que não?

- Ela precisava ser aperfeiçoada e depois... Separamo-nos... Foi impossível. Ele a olhou e então ela sentiu seu coração cheio de amor. Depositou um beijo em sua face. Edward estremeceu com o contado e sentiu-se nervoso. Nunca sentira-se nervoso perto dela, mas nesses dois dias que estavam juntos, era o que mais sentia quando estavam próximos.

- Eu amei a música e a caixa. Estou muito feliz Ed que tenha voltado que esteja aqui conosco. Sorriu para ele que ficou perdido naquele sorriso.

- Estou feliz em estar aqui.

- Ed... Que bom que não está mais com aquela bruxa. Bella fez uma cara de indignação tão infantil que Edward riu.

- Sei que não gostava dela e sei que fiz uma escolha ruim. Suspirou tomando fôlego. Mas estou aqui agora.

- É você está. Bella tocou na mão dele acariciando-a e ele sorriu.

*****

- Preciso ir à casa do Riley. Quero vê-lo. Bella anunciou para todos.

- Agora? Stefan perguntou.

- Sim. Algum problema?

- Vou com você. Falou decidido. Ficou angustiada novamente como várias vezes ficara durante o dia, seu tio e Jasper sentiram isso, mas sabiam que ela deveria estar preocupada com o amigo além de tudo que estava acontecendo.

- Tudo bem. Ela tinha que concordar se desse uma de difícil agora, levantaria suspeitas. Inventaria algo no caminho ou lá mesmo para que seu tio não ficasse com ela. Klaus poderia ficar zangado se o visse.

Seu tio a olhava vez ou outra enquanto dirigia, estava também preocupado com a sobrinha.

- Não precisa ficar assim, Riley ficará bem assim como seus pais. Faremos de tudo para que ninguém mais se machuque Bella. Rosalie está no hospital com Carlisle, Esme está rondando a cidade com Emmet, todos nós estamos trabalhando.

- Só queria ter certeza de que todo esse trabalho não será em vão. Falou desanimada.

- Não fale assim, querida. Tudo ficará bem. Ela assentiu querendo acreditar.

- Não precisa ficar. Falou quando chegaram na casa dos Finn.

- Não posso simplesmente te deixar.

- Tio, estarei segura aqui. Sentiu um amargo em sua boca pela mentira proferida.

- Não vamos arriscar.

- Pelo menos nos deixe a sós. Fique a uma distância da casa, mas não lá dentro. Você pode ter a aparência jovem, mas inibe como um velho que é. Stefan ficou calado por alguns instantes.

- Vou pelo menos falar com Riley e com Benn. Não posso te deixar aqui sem ter certeza de que está segura. Ficarei a uma distância que eu possa ver quem entra e quem sai. Bella ficou aliviada, mas não se sentia bem.

Eles caminharam até a porta e ela tocou a campainha. Riley atendeu, seu semblante era carregado de tristeza. Bella imediatamente o abraçou.

- Como você está? Perguntou.

- Ficarei bem. Foi sua resposta que diz claramente que não estava bem. Ao afastar-se dele Bella analisou seu rosto, procurando vestígios de que ele estaria sofrendo algo mais. Não encontrou nada além de um rosto triste e exausto.

- Entrem. Riley pediu.

- Riley, você é um bom garoto. Sei que o que está passando não é fácil, mas não esqueça que você tem amigos. Bella, eu e Helena estamos com você. Stefan falou quando já estavam sentados no sofá. Bella olhou em volta procurando por Klaus, estava apreensiva, ali estava ela com Riley e seu tio e Stefan nem sabia que Klaus estava entre eles. Ele poderia pegá-lo desprevenido se quisesse e ela se sentiria muito culpada.

- Carlisle disse que estão se recuperando bem. Bella puxou conversa.

- Sim, por isso estou aqui. Vim descansar um pouco. Aquele ambiente... Balançou a cabeça. Klaus aproximou-se, Bella o viu. Ele olhou para ela e para Stefan, voltando a olhá-la novamente erguendo sua sobrancelha. Ele não tinha gostado da visita de Stefan.

- Olá. Disse ao se aproximar. Stefan levantou e então Bella ficou confusa.

- Como vai, Benn?

- Estou bem, animado pela recuperação dos meus queridos tios. Falou tocando levemente o ombro de Stefan com a sua mão boa, pois a outra tinha dois dedos enfaixados. Como podia ser aquilo? Ele era vampiro e vampiros não se machucavam ainda mais sendo como Klaus.

- Bella... Ele a olhou um pouco zangado e cínico.

- O-olá. Ela ainda não parava de olhar para a mão dele.

- O que houve com sua mão? Stefan também pareceu um pouco pensativo sobre aquilo.

- Sou tão desastrado. Cai tomando banho e machuquei os dedos. Estão bem doloridos. Ele tocou a mão doente com a boa. Stefan pensou sobre aquilo, não poderia julgar a grau de verdade em suas palavras, não vinha nada, nenhuma vibração dele, mas se ele tinha mesmo se machucado, ele era apenas um humano como Bella tinha dito.

- Tome mais cuidado. Stefan disse.

- Não se preocupe. Benn respondeu.

- Vou deixá-los agora, virei te buscar daqui a... Stefan falou observando novamente a mão de Benn.

- Uma hora? Bella perguntou olhando para Benn e ele piscou os olhos concordando.

- Ok, virei daqui a uma hora. Por favor, ligue para mim a qualquer mudança de planos. Seu tio a lembrou. Stefan abraçou Riley e apertou a mão de Benn ainda intrigado. Se ele era um humano, era um humano singular.

Benn acompanhara Stefan até a porta e ouviu quando ele discou algum número antes mesmo de chegar ao seu carro.

- Edward, ele é humano.

- Humano? Tem certeza? Havia surpresa no tom de sua voz.

- Sim, ele caiu no banheiro, está com a mão machucada. Stefan olhou para a casa novamente intrigado. Ele não é um vampiro como pensávamos... É humano.

- Onde você está? Voltando com Bella para casa?

- Não, não, Bella permanece dentro da casa, eu ficarei a uma distância, não a deixarei sozinha.

- Ela ficou com ele? Edward parecia preocupado.

- Ele é humano, Edward, um garoto doente e que tem os tios em um hospital.

- Ok.

- Ligo para você depois.

- Esperarei. Stefan desligou o celular e ligou o carro afastando-se.

Bella tinha permanecido no sofá, Riley voltara para seu lado e sentara.

- Você está mesmo bem? Voltou a perguntar a ele pegando sua mão.

- Sim, estou bem. Benn voltara da porta e pigarreou.

- Riley. Ele chamou com voz firme.

- Sim? Riley olhou para Benn em pé a sua frente. Benn inclinou-se um pouco para cima dele.

- Suba. Vá para seu quarto e tire uma longa soneca. Você está cansado e merece. Despeça-se de Bella. Viu que os olhos de Benn ficaram estranhos, ele estava hipnotizando Riley. Ele endireitou o corpo e ficou ereto em sua frente.

- Bella, desculpe-me agradeço a visita, mas sinto-me cansado. Vou subir e tirar uma soneca. Riley sorriu para ela e lhe beijou o rosto antes de levantar.

Ela apenas ficara estática com aquilo, Benn usara aquele poder quantas vezes em Riley? Levantou-se e ficou cara a cara com Klaus.

- Tudo bem, Klaus. Ela enfatizou o nome dele no que ele ergueu a sobrancelha. Estou aqui, fiz como me pediu.

- Não, não, não foi exatamente como lhe pedi. Ele fez que não com o dedo indicador no rosto dela. Você trouxe um Salvatore. Tive que me servir de um truque de ultima hora e hipnotizar Riley depressa para que confirmasse a minha história. Que bom que penso rápido, mas ele está desconfiado ainda, permanece por perto. Ele ergueu a mão enfaixada gabando-se. Bella soube então que era mentira, ele não tinha se machucado.

- Oh, desculpe-me, mas com um vampiro manipulador e psicótico nos ameaçando, eles estão em alerta e não me deixam a sós facilmente. Ela cruzou os braços e o fitou de cima abaixo. Klaus riu divertido. Seus dentes estavam perfeitamente brancos, os lábios vermelhos.

- Não deveria insultar um vampiro manipulador e psicótico em sua cara.

- Sou do tipo que fala na cara. Ela não titubeou. Klaus em velocidade sobre humana a pegou pelo pescoço, Bella sentiu-se sufocar.

- Então terei que pedir que seja mais gentil. Ok? Ele a jogou no sofá. Bella sentia-se ainda arfar pela pressão que tinha sofrido no pescoço e massageava-o. Benn pegou uma cadeira, parecendo despreocupado e sentou-se de frente para ela. Desculpe-me, não quis ser indelicado com você, mas as suas maneiras... Ele suspirou reprovando enquanto Bella endireitava-se.

- O que você quer Klaus? De que forma pretende se vingar sobre Katherine? Ela perguntou com os maxilares trincando.

- Ora, ora, então eles te contaram a história... Sobre Katherine? Ele cruzou as pernas elegantemente.

- Sei o suficiente para saber que vocês se mereciam. O seu tom de voz foi carregado de repudia e ele apenas cruzou os dedos das mãos parecendo não se importar com a ofensa.

- Katherine era a minha preferida. Eu mesmo a transformei a mais de 200 anos. Estava entediado, ela foi como uma luz em minha existência. Era cheia de vida... Mas nunca se fixava em lugar algum e acabou envolvida com os Salvatore. Ele sorriu. Entenda... Não era como as outras, precisava de mais do que a existência lhe oferecia. Quis os dois irmãos para satisfazê-la. Bella não entendia aquele relacionamento entre Klaus e Katherine. Você deve não entender, nos amávamos a nossa maneira, mesmo nos distraindo vez ou outra com outras pessoas e vampiros, voltávamos um para o outro.

- Ela se foi. Bella falou para atingi-lo.

- Eu sei, eu sei... E sei também que foram aqueles irmãos, mas a cópia fajuta de Katherine que a matou. Ele falou com raiva e depois sorriu. Me pegou desprevenido, sabia? Ver o rosto, ver o corpo de Katherine novamente ao lado de Stefan e depois descobrir que era apenas uma sósia. Isso antes de ficar a muito tempo observando Damon, eu queria pegar os dois e resolver a questão de uma vez. Então... Vi você, muito mais interessante... Ele a olhou de cima a baixo.

- Ela quis matá-los, eles só se defenderam. Katherine estava enciumada.

- Imaginei. Falou como se não se importasse tanto quanto demonstrava.

- Por que os Finn? Bella fez uma das perguntas que a intrigava.

- Não é óbvio? Riley é seu amigo, queria alguém próximo a você que me desse notícias suas e de seus tios e que depois pudesse usar para fazer uma leve pressão. Sim, era óbvio para ela.

- Você transformou aquela garota. Bella o acusou tentando deixar passar aquele olhar cheio de volúpia que lhe lançou.

- Oh, droga e eu tive uma pequena esperança que ela conseguiria você. Ah Bella você é tão displicente e aquele momento seria perfeito se não fosse o apaixonadinho do Damon. Não entendia como eles conseguiam saber quando seriam atacados... Mas quando vi os Cullen aqui e aquela... Alice... Aquilo é irritante. Ele apoiou os braços do encosto da cadeira.

- Como sabe sobre Alice? Bella perguntou atenta.

- A família Cullen é famosa e seus dons também. Então ele sabia sobre os dons de seus amigos.

- Por que você me queria?

- Eu ainda te quero. Sentiu-se gelar inteira.

- Por quê? Ela repetiu. Ele a fitou longamente e depois se inclinou para ela tocando com as costas da sua mão direita o seu rosto.

- Eu te disse que não se vê claramente. Quero você por tudo o que é. Que ser magnífico é você e... Eu a quero. Será justo, não acha? Eles tomaram Katherine e eu tomo você deles.

- Então é disso que se trata?

- Eles sofrerão a perda como eu sofri. Você será minha, eu tenho esse poder... Eles não poderão impedir.

- Eu não serei sua, Klaus. Falou irritada por ele se quer imaginar aquilo.

- Será sim, Bella. Você não entende? Não há mais volta. Eu e você nos divertiremos muito juntos, eu sei.

- Você é mesmo louco. Ela concluiu enojada.

- Eu sei que você gosta de ação, gosta de conflitos, de disputas. Eu poderia detê-la aqui e levar você para qualquer lugar. Mas primeiro quero brincar e quero ver a cara deles depois de descobrirem tudo. Preciso passar por essa barreira inconveniente em sua mente, aí sim... Começará.

- Você pretende passar pelo escudo em minha mente?

- Disse que era determinado... Estava todo esse tempo pensando em como fazer isso. Não te direi ainda.

- Todo esse seu plano não dará em nada, Klaus. Eu direi para todos eles quem é você. Faria isso o quanto antes e todos os Cullen juntos mais seus tios e Damon acabariam com ele.

- Sério? E então não se importa com a vida dos patéticos Finn, nem do seu amigo apaixonado Riley? Não consegue perceber quanto às famílias do pequeno Mike, Emily e Leah ficarão arrasadas com a morte violenta e repentina deles? Ele piscou os olhos e fez cara de decepcionado. Oh, pensei que fosse uma pessoa altruísta. Não foi essa a educação que recebeu dos Salvatore?

- Não... Arfou ao imaginar seus amigos machucados.

- Sim... Eu faria isso. Ele a interrompeu e então beijou o rosto dela docemente. Bella tremia e não podia evitar que ele notasse. No entanto, serei benevolente se ficar calada e fazer tudo o que eu disser.

- O-o que você quer? Tentou se manter atenta embora se sentisse quase fora de si.

- Algum tempo com você, de inicio. Ela engoliu em seco. Podemos conversar e eu posso matar minha cede enquanto isso. Peço apenas algumas gotas de seu sangue. Ele abaixou o lenço e beijou o pescoço do lado contrário a que Damon lhe mordera a noite passada e que ainda sentia doer um pouco. - Fique quieta.

- Não, Klaus não. Ela quis se afastar, mas ele segurou-a pelos pulsos.

- Fique quieta ou eu subo e arranco o pescoço do garoto. Ele estava transformado. Bella estava apavorada olhando aqueles olhos negros e os seus dentes afiados.

- Klaus...

- Não vai doer... Damon nunca provou? Provou sim, não é? Fique quieta, Bella e não machucarei ninguém. Sim, provou, mas era Damon a quem amava. Não queria trocar sangue com qualquer outro vampiro.

- Não posso... Não iria fazer isso, ela era apenas de Damon.

- Claro que pode... Querida... Klaus segurou-a pela nuca e de vagar gravou seus dentes na curvatura entre o pescoço e o ombro.

Diferente do que sentiu com Damon, naquele momento ela sentiu uma vitória, um prazer em diferente. Ele a queria muito, pode sentir, mas era com egoísmo e com raiva. Ficou assustada com aquilo tudo. Seu corpo ficara mole, sentia suas forças esvaindo. Klaus a deitou na cama e com uma pequena faca que tinha em mãos cortou a sua mão.

Bella cerrou os dentes e os lábios, não aceitaria em seu organismo o sangue daquele diabólico ser. Klaus a forçou, abrindo seus lábios com a outra mão e erguendo um pouco seu pescoço para trás. Ela engasgou e engoliu uma boa quantidade. Ele a olhou duramente e levantou-se.

- Sou paciente. Você se tornará mais dócil. Klaus passou os dedos delicadamente nos próprios cabelos arrumando-os.

- Eu odeio você. Bella limpou os lábios com sua mão, estava tonta e sentia-se suja.

- Não, não odeia. Sabe por quê? Somos parecidos, pequena. Falava com doçura. - Você sempre consegue o que quer, eu também.

- Queremos coisas diferentes. Ele riu e sentou-se ao seu lado. Bella também sentou.

- Consegue me vencer então? Descobrirá que não será tão fácil.

- Descobrirei um jeito... Pode não ser fácil, mas eu vou conseguir. Klaus sorriu. Bella levantou-se, descobrindo que estava um pouco tonta e que suas pernas estavam fracas. Isso não vai acabar bem para você. Virou-se e então deu de cara com ele em sua frente.

- Vai embora sem um beijo? Bella deu um passo para trás. Ele a pegou pela nuca e beijou o seu rosto bem próximo aos lábios. Vá e seja boazinha, mandarei um aviso quando quiser estar com você novamente e... Não se esqueça de abrir meu presente. Ele piscou charmoso.

Bella saiu em disparada porta a fora. Agora que sabia de tudo, não podia permitir e não queria ser usada por ele. Tocou o seu pescoço onde ele a mordera, estava dolorido, seus dedos gelados. Quis gritar de raiva por ter permitido aquilo, a sua vontade era contar a todos que o Klaus na verdade era Benn Barnes, mas se contasse... Riley morreria.

Ao caminhar mais, percebeu que estava dolorida, não apenas o seu pescoço, mas o corpo todo. Sentiu agora como estava tremula. Seu queixo batia e seus dentes faziam um barulho irritante. A noite caíra e o frio estava implacável. Bella viu faróis a sua frente e fechou os olhos protegendo-se. O carro parou ao seu lado. Ouviu o som da porta abrindo e fechando e depois Damon estava a sua frente.

- Deus! Está mesmo louca, não é? Bella apenas olhou para ele meio abobalhada. Talvez estivesse em choque pelo que tinha passado há pouco. - O que há com você? Ele friccionou suas mãos pelos braços frios dela. Bella lembrou-se da troca se sangue dos dois e depois de Klaus gravando seus dentes nela, aquilo a fez estremecer. Está gelada e pálida. Constatou e se sentia mesmo assim.

- Não-não pe-pensei que estivesse tão fri-frio. Sua voz saiu esganiçada.

- Entre no carro. Damon abriu a porta e a ajudou a entrar. Depois ele já lá dentro tirou seu casaco e a cobriu. Melhor?

- Sim. Ela tentou sorrir.

- É apenas frio que está sentindo? Queria dizer que não. Queria chorar e espernear e depois ser abraçada e consolada por ele, mas sabia que ele correria de cabeça quente para o Klaus sozinho e se machucaria.

- Sim. Mentiu e Damon percebeu que ela abaixou levemente os olhos ao responder.

- Falei com seu tio e pedi para trocar com ele. Estou irritado. Qual a parte de: Não quero você sozinha com o Riley ou com o Benn você não entendeu? Disse para você não ficar sozinha com eles. Estou irritado ainda mais com seu tio.

- Não me aconteceu nada, Damon. Ela aconchegou-se ainda mais no banco e olhou para fora da janela. Damon apenas continuou olhando para ela que estava ignorando todas as suas tentativas de protegê-la. Bella percebeu e olhou para ele novamente.

- Por que está fazendo pouco de tudo o que está acontecendo? Klaus pode te machucar e ele pode usar qualquer pessoa para fazer isso. Bella cerrou os lábios, pois sentiu vontade de dizer que o que tinha que acontecer, já aconteceu, mas limitou-se a balançar a cabeça negativamente.

- Desculpe... Sussurrou e não pode deixar de evitar que lágrimas escorressem pelo seu rosto. Damon as viu e ficou arrasado ao vê-la triste. Enxugou suas lágrimas com seus dedos e a abraçou.

- Bella... Preciso que me conte o que quer que esteja escondendo. Não precisa ser imprudente e muito menos carregar isso sozinha. Não vê? Todos nós estamos aqui por você. Damon lhe falou ao ouvido e ela deixou que as lágrimas aliviassem seu coração.

- Preciso contar algo para vocês. Ela tinha decidido depois da fala de Damon que realmente não poderia ser imprudente. Já sabia até quanto podia contar e o que fazer. Salvaria seus amigos das mãos de Klaus com a ajuda dos seus vampiros.


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