Next To Me escrita por Jessie Austen


Capítulo 17
Capítulo 17




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John caminhava pelos corredores muito claros do hospital. Havia chegado mais cedo que o horário da visita e isso o fez esperar.

“Já chegou?” mandou por mensagem para Sherlock.

“Acabei de chegar. Mas nada por enquanto, aparentemente ele não está aqui e sim no campo com os avós. Os pais deles acham que eu sou um amigo dele e agora estou vendo um álbum dele. Estou pensando em dopá-los e ir procurar por evidências no andar de cima. SH”

“O quê?? O.O”

“Eu ouvi um barulho no andar cima. Logo após eu chegar. Suspeito não acha? SH”

“Depende. Mas não faça nada de idiota!”

“O quê? Você não acha uma boa ideia?”

“Você usar substâncias para drogar os pais de seu inimigo? Imagina, te vejo na prisão assim que a polícia ver essas mensagens!”

“Era brincadeira. RS!” Sherlock respondeu minutos mais tarde e isso fez John gargalhar sozinho, chamando a atenção dos pacientes e dos enfermeiros que ali circulavam.

Guardando seu celular, ele disfarçou enquanto assistia o movimento do local. Olhando para o elevador, se surpreendeu ao ver Irene Adler.

Mesmo não tendo certeza absoluta, quis confirmar, afinal aquilo era muita coincidência! Fazendo o caminho dos quartos pela escadaria de emergência, John foi em direção ao quarto de Mycroft, escondido para ninguém vê-lo.

Ao chegar teve a sua confirmação, pois viu a jovem colocando sua luva e saindo rapidamente.

- Ei! O que você queria com Mycroft? – John disse em bom som, assustando-a.

- John Watson. Vim visitar o Holmes, por quê? – a bela o encarava agora.

- Por quê? Bom, porque você não é exatamente amiga dele...e não estamos em horário de visita.

Adler cruzou os braços e respondeu sem emoção:

- Eu gosto de burlar regras. Pelo jeito você também. O que faz aqui?

- Vim saber o que estava fazendo e não mude de assunto.

- Bem, se não quer acreditar em mim...- ela deu de ombros já saindo, mas John segurou com força seu braço – Oh. Uau. Sherlock sabe o que é bom, não? No que posso ajuda-lo?

- Não se faça de desentendida. A essa altura você sabe que ele foi envenenado, bem como Teddy...

- Oh, pobrezinho. Não sabia. Bom, ainda bem que foi apenas um susto, certo? Adeus, John.

- Você está fugindo. Por que?

- Porque obviamente não deveria estar aqui. Nem você. Agora, solte-me. – ela exigiu e John obedeceu – Ótimo. Você acha que eu faria algo assim? Você nem ao menos me conhece...

- Precisa? Sei com quem anda...sei sobre sua fama.

- Oh, você é tão inocente. Isso é tão fofo. Aposto que toda essa fofura e fidelidade é que mais atrai Sherlock. É que me atrai pelo menos. Apesar de gostar de homens poderosos, os bonzinhos são sempre uma boa distração!

Eles se encararam e John sorriu em deboche. Irene então continuou:

- E por falar em distração, como vai você e o Sherlock? Aposto que o sexo deve ser ótimo. Não, espere...ainda não aconteceu. Ele é tão difícil, não?

- Como essa conversa foi parar na minha vida sexual?

- Sherlock e eu já nos divertimos muito, sabe. No primeiro semestre da faculdade, quando ele entrou, bom...nos aproximamos naturalmente. Foi mútuo. Ele é delicioso, não é? Mas daí eu percebi que ele era um caso impossível...ele é tão brilhante, não é, John? Ele jamais vai querer o comum, a rotina. Eu até me declarei para ele...e ele disse que não servia para isso. Relacionamentos são para pessoas fracas, ele dizia. Oh, eu estive tão apaixonada...Sherlock é do tipo fascinante. Mas ele se cansa. Muito fácil, para dizer a verdade. Ele usa as pessoas ao seu redor. Não é proposital, mas mesmo assim...me feriu tanto, estive em suas mãos e ele me usou. Ele sempre queria fazer tudo a seu modo, e eu sempre era e me sentia estúpida. Bom, já que agora ele decidiu experimentar meninos...talvez ele mude de ideia de tente ter mais consideração por quem só quer o seu bem.

- Ele...ele nunca me contou sobre...sobre vocês dois. – John respondeu ainda sem reação.

- Naturalmente. E aposto que ele te disse que não presto ou algo do tipo. Mas veja além das aparências, John. Sherlock é esperto e só pensa em seu bel prazer. Por quê você acha que ninguém o aguenta por perto? Bom, vou indo. Pegue meu telefone...e me ligue em caso de novidade ou se quiser sair para você sabe...conversar. – a morena deu um quase sorriso e andando rapidamente pelo corredor com seu salto fazendo barulho no silencio em que encontravam, John a observou até ela desaparecer por trás da porta.

Então, Sherlock e Irene. Por isso toda aquela tensão. Aqueles olhares. Sentiu um gosto amargo subir por sua garganta. Era óbvio que algo tinha acontecido entre eles, como foi tão tolo de não perceber isso antes?

Foi para o quarto de Mycroft, porém o encontrou bem, dormindo tranquilamente e sem nenhuma mudança aparente no local.

“Era o cachorro deles no andar de cima. Não, eu não dopei os pais de Teddy. Na verdade eles são legais...e o brutamontes está, de fato, na casa dos pais. SH.” o moreno enviou, mas John não respondeu e resolveu ir para a casa de Lestrade.

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- Tem certeza que Sherlock não pode esperar o Mycroft acordar para pegar esse livro? – Molly perguntou sentando-se no colo de Greg, que assistia John revirar as coisas do Holmes mais velho.

- Oh, não. Infelizmente não...

- Certo. Vamos no Café. Vai querer algo? – Lestrade perguntou.

- Não, mas obrigado.

- De nada. Fica a vontade e depois de sair não se esqueça de trancar a porta e guardar a chave na pedra falsa que tem no vaso no corredor. Tchau, John. – o rapaz disse enquanto os dois saiam.

- Pode deixar, tchau gente.

Após ouvir o barulho dos passos do casal desaparecer, John ainda revirou mais outros locais, mas não havia nada. E o que poderia haver? Ninguém comum notaria. Pessoas como Sherlock...Irene ou Jim. Mas não ele. Ele era comum.

“Ela é incrivelmente inteligente e enigmática” lembrou Sherlock dizer logo depois de se conhecerem.

Como a distância era pequena, John resolveu voltar a pé. Sentia-se tão vulnerável. Sherlock sabia tudo sobre ele, até já tinha visto-o completamente sem roupas sem sua permissão, mas ele não sabia nada do moreno. Absolutamente nada além de suas manias e excentricidades.

Já havia questionado por curiosidade sobre Irene, mas sempre o moreno disfarçava. Se viu pensando nos “serás” e nos “por ques”.

Assim que chegou, ficou aliviado ao não encontrar Holmes. De uma coisa estava certo. Ele definitivamente não era o tipo convencional. E provavelmente soube desde o inicio que John estava gostando dele de verdade.

Pegou seu notebook e entrou em seu blog para se distrair um pouco. Pouco tempo depois a porta se abriu:

- John...- Sherlock sorriu ao chegar e deitar-se com tudo em sua cama – Viagem quase perdida. Tomei chá com biscoitos e estavam uma delicia. Como um ser humano como Teddy, pode ter pais tão legais? – perguntou em voz alta.

- Eu também não tive um dia produtivo. Mycroft está estável e não tinha nada de suspeito no apartamento deles.

- Você procurou direito?

- Sim.

- Tem certeza?

- Sim.

- Bom, às vezes não. Um cérebro comum acaba ignorando os lugares mais óbvios em uma busca exatamente por decidir que eles são óbvios, isso é normal.

- Eu não sou estúpido, Sherlock! Não tinha nada lá. – John encarou o moreno que o observava atentamente – Se quiser, vá você mesmo procurar.

- Não. Você já foi. Só estou perguntando...é de praxe e eu...

- Tá. Ok. Eu entendi...- John desligou seu pc e o deixou na mesa.

- Aconteceu algo atípico para você estar assim, John? – Holmes perguntou curioso.

- Não sei. Depende...sei lá.

- Como assim? Seja claro.

- Me diga...me responda uma coisa. Só uma pergunta.

- Estou ouvindo.

- Você, você já se envolveu com a Irene Adler?

Sherlock que o encarava muito sério, neste momento se levantou e se aproximou.

- Por que está perguntando isso agora e desta forma?

- Só me responda.

Os dois se encararam e por fim Sherlock respondeu:

- Sim.

- Você gostou dela? Você se apaixonou por ela? Você ainda gosta?

- Por que isso agora?

- Por que não?

- Porque não faz nenhum sentido, é inútil e eu disse para você que não queria falar sobre isso.

- Oh, pois é...mas a verdade veio à tona! Irene me contou tudo....ok?

- Tudo o quê? Seja claro! – Sherlock respondeu enquanto os dois se olhavam de perto.

- Que vocês se envolveram...por que não me contou?!

- Porque minha vida não é filme romântico, John. Esse tipo de coisa não é e nunca será o objetivo da minha vida...eu me importo com o que é importante.

- Mas o que custava me dizer? Nós estamos juntos e...

- Não. Não estamos. Se estivéssemos você deveria me conhecer o suficiente antes de acreditar em qualquer um que fale algo sobre mim. Você acreditou nela, não? Me diga! Por um momento...você se deixou se levar...como todos fazem. – Sherlock respondeu completamente decepcionado.

- Sherlock, eu...

- Se estivéssemos juntos. Se isso acontecesse, você jamais iria querer saber sobre algo que eu não queria falar, que eu pedi para você respeitar.

- Eu não quis saber de nada! Ela simplesmente despejou e eu nem tive tempo...

- Se estivéssemos juntos, você jamais deixaria uma ex sua entrar aqui e se sentar na minha poltrona! Levante-se, agora! – o moreno esbravejou fazendo Watson levantar.

- O que está fazendo?! – este exclamou enquanto Sherlock jogava as almofadas longe.

- Fazendo algo de útil. Vendo o que realmente importa. A Sarah quando esteve aqui de manhã, não esteve? E veja o presentinho que ela deixou: Euphorbia tirucalli! – ele respondeu enquanto jogava o pequeno saquinho com força no rosto de John.

- O quê? Mas como...eu...

- Se estivéssemos juntos, John...você nunca teria deixado ela te beijar. Não me diga sobre confiança, se você nem ao menos consegue identificar quem é bom ou ruim nesta história.

Os dois se encararam e John pode enxergar a tristeza nos olhos de Sherlock tomarem a sua feição.

- Desculpe...eu...foi ciúmes. Eu...droga, eu fui tão...

- Não tenho tempo para perder com isso. Vou para o hospital. E por favor, fique aqui. Eu sinceramente não quero vê-lo agora. – Sherlock interrompeu enquanto pegava seu casaco, saindo depressa e batendo a porta e deixando John completamente arrependido.


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Notas finais do capítulo

Awn, Jawn...você tem que confiar no lindo do Sherlock!

Boa semana!:B



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