For Amelie - 2a Temporada escrita por MyKanon


Capítulo 26
XXV – Só e Mal-acompanhada


Notas iniciais do capítulo

Beta-reader: Keli-chan
Música: 30 Minutes (t.A.T.u.)
Link: http://www.youtube.com/watch?v=8gaPklI_ps4



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As aulas estavam novamente acabando. Era engraçado constatar isso. Afinal, era também a última vez que acabavam.

Desde que comecei o ensino médio, desejei que acabassem... Mas ao longo do último ano as coisas haviam mudado.

Eu finalmente havia enfrentado meus fantasmas. Havia cultivado amizades verdadeiras. Havia me apaixonado verdadeiramente. Havia descoberto meu amor próprio.

E agora estava acabando.

Independente do resultado... Pelo menos eu havia lutado. Literalmente, em alguns casos.

Out of sight

Fora de vista

Out of mind

Fora da mente

Out of time

Atrasada

To decide

Para decidir

Na escola a Bia havia desempenhado com maestria o papel de assessora de imprensa, anunciando aos quatro ventos o meu término com o Aquiles. E ainda teve a cara de pau de me oferecer seu ombro. Eu quase aceitei, mas com a finalidade de deslocá-lo.

Já fazia quatro dias que eu estava solteira.

Isso não deveria me afetar tanto, já que 97% da minha vida eu havia passado nessa condição.

Era sexta-feira e eu estava sentada no ponto de trólebus aguardando minha condução.

Estava tranquilamente observando meu pé balançar para cima e para baixo, pois sabia que ninguém iria para o ponto.

Não estava fácil, mas eu estava conseguindo. Vê-lo todo dia, e pior, ter de interagir com ele durante as aulas de química e biologia sem sucumbir, era um trabalho homérico.

Levantei-me e estendi o braço para fazer sinal ao trólebus que se aproximava.

Chegando em casa, almocei sem muita pressa e troquei de material.

Li um bom pedaço de um dos livros obrigatórios para o vestibular: Dom Casmurro.

Foi um livro que muito me prendeu a atenção.

Era narrado em primeira pessoa por Bentinho, um rapaz que foi contra a vontade da mãe de que se tornasse padre para viver com sua amada Capitu. Até conseguiu... Mas passou todo o resto da história remoendo-se em dúvidas quanto a ter sido traído por ela ou não.

Mas o livro trazia apenas sua visão obsessiva. Não era possível saber o que se passava com a dita cuja, Capitu.

Havia mesmo Capitu traído Bentinho? Seria apenas paranoia do homem inseguro e ciumento?

Parecia tão fácil julgá-lo... Mas, mais fácil era cometer seus erros...

Tentei evitar a nostalgia. Tinha muito com o que ocupar a mente.

Chegando ao cursinho, fui até o mural de notícias, confirmar o início das inscrições para o vestibular na semana seguinte.

Encontrei com o Caio fazendo algumas anotações.

_ Vai prestar como treineiro de novo? – perguntei, tirando uma caneta da bolsa.

Ao constatar quem era, ele me encarou sem surpresa e simplesmente respondeu, voltando a escrever:

_ Sim. Preciso avaliar minha curva de evolução para poder projetar meu desempenho futuro.

Vindo dele, não me surpreendia. Mas nunca conhecera alguém tão analítico como eu.

_ Me arrependo de não ter tentado antes também. - desabafei.

_ Tá puxando assunto?

_ Não. O monólogo é uma de minhas habilidades.

_ Então você não se importará em falar sozinha, já que minha aula está prestes a começar. - disse guardando suas anotações.

_ De fato. Antes só que mal acompanhada, não é mesmo? - alfinetei.

Ele estreitou os olhos ao me encarar novamente.

_ Exceto quando lhe convém, não é mesmo? - provocou.

_ Me chamando de oportunista?

_ Foi uma pergunta.

_ Você e suas meias-palavras... - suspirei quando também comecei a guardar minhas coisas.

Não arrisquei a encará-lo, quando disse isso.

Agora que ele tinha encontrado mais uma forma de me atormentar, não deixaria barato.

Eu é que teria que encontrar outra forma de espezinhá-lo.

_ Mande um beijo pra sua irmã. - disse antes de me retirar, ainda não me atrevendo a encará-lo.

_ É, vou mandar. - ainda ouvi-o confirmar, irônico.

Meneei a cabeça enquanto ria silenciosamente ao me dirigir para a sala.

*~*~*

Quando acordei no sábado de manhã, fiquei encarando a lâmpada apagada de meu quarto.

O que tinha acontecido?

Estiquei o braço e alcancei meu celular.

Ele era o primeiro contato da minha agenda.

“Confirma a exclusão?”

“Sim”

Repousei o aparelho sobre meu peito. Faltava pouco para acabar de vez.

Do we run?

Nós corremos?

Should I hide?

Eu deveria me esconder?

For the rest

Pelo resto

Of my life

Da minha vida

_ Bom dia, mãe.

_ Bom dia, gatona! Ah! Trouxe uma coisinha para o nosso café da manhã!

Ela levantou-se da mesa e dirigiu-se à geladeira.

_ Por favor, mãe... Que não seja outro mousse... - Eu não estava preparada para lidar com mousses.

_ Carma Zé! É torta de morango!

Ela colocou o pacote sobre a mesa e começou a desembrulhar.

Enquanto ela fazia isso, me servi de um copo de suco.

_ Hmmm! Está com uma cara ótima! Pelo menos melhor que a minha... - ponderou.

_ Está mesmo bonita.

_ Se eu não parar com esses doces, vou acabar não passando na porta, e logo depois, não conseguirei erguer meu peso da cama... E você terá que me alimentar e me higienizar... E me colocar no penico... Você já pensou nisso?

_ Acabei de perder o apetite... Você não?

_ Ahnn... - ela pensou sobre o que tinha acabado de falar. – Não. - Em seguida pegou um pedaço da torta.

_ Por Deus, você é invulnerável...

_ Engana-se! Sou completamente vulnerável à Dona Lola... - disse referindo-se à doceria. – Maldita Dona Lola! – Logo depois deu uma garfada no doce.

Suspirei e tomei um gole do meu suco.

_ Quer dar uma volta hoje? – ela me perguntou.

Não queria que se preocupasse comigo. E ainda que desperdiçasse seu fim de semana.

_ Não... Acho melhor estudar um pouco.

_ Que tal um cineminha rápido?

_ Não tem nada legal passando...

_ Luta livre então?

_ Hã?

_ Homens musculosos e suados, de shortinhos! Como nunca pensei nisso antes?

_ Acho que não, mãe...

_ Olha lá, hein... É o mais perto que vai chegar de um clube das mulheres até a maioridade!

_ Tentador, mas mesmo assim...

_ Tá certo. Escolhe você.

_ Não estou a fim de sair, mãe. Mas não se prenda por minha causa. Tenho mesmo muito o que fazer...

_ Vou atrapalhar muito se ficar em casa, então?

Neguei com um aceno de cabeça, e finalmente me servi de um pedaço de torta.

Como havia dito à minha mãe, passei o fim de semana estudando. Na segunda-feira começariam as inscrições para o vestibular, e a contagem regressiva estaria iniciada.

Ouvi-a conversar com o Fred ao telefone algumas vezes e cheguei a me sentir culpada por demonstrar melancolia e preocupá-la a ponto de arruinar com seus planos.

Na segunda-feira pedi que ela me deixasse na escola antes do trabalho e fiz o máximo para não retomar as lembranças. Estava começando a me adaptar. A dor começava a amenizar.

Can we fly?

Podemos voar?

Do I stay?

Devo ficar?

We could lose

Nós poderíamos perder

We could fail

Nós poderíamos falhar

Enquanto a Thaís ou a Camila não chegavam, abri meu livro de inglês para estudar gramática.

_ Olá, bom dia, Cris!

_ Bom dia, Bia. - respondi sem desviar a atenção do meu livro.

_ E então? Você está bem? Já superou?

_ Superei o quê? - Continuei sem dispensar maior atenção.

_ Seu rompimento, oras...

_ Ah, isso. Sim.

_ Olha, eu entendo a sua revolta, mas faz parte...

Fechei o livro com violência.

_ Bia, eu não preciso mais estudar. Já tenho nota e presença suficiente, por isso, a essa altura, não me importaria em ser suspensa ou até mesmo expulsa da escola por agressão.

_ É, deve estar sendo bem difícil mesmo. - finalizou ao se afastar.

“Idiota!”

E não era só à Bia que eu me referia. Eu também estava sendo bem panaca por cair nas provocações dela tão facilmente...

In the moment

No momento

It takes

Que leva

To make plans

A fazer planos

Or mistakes

Ou cometer enganos

_ Oie, Cris! Tudo bem?

A Thaís me cumprimentou e sentou-se ao meu lado.

_ Uhum. E com você?

_ Ah, não... Nã-nã-ni-nã-não! Não quero saber desse humor macabro! Anda, repita comigo: “Sou incrivelmente maravilhosa e hoje será um grande dia”! Vamos! “Sou incrivelmente maravilhosa e hoje será um grande dia”! Você não repetiu!

_ Prometo melhorar sem precisar do mantra.

_ Como assim? É um mantra tão positivo... Eu mesma que inventei!

Seria esse o segredo de seu amor próprio inabalável?

_ Quer que eu acenda um incenso para ajudar no clima? Aoooohhnn...

Ri de sua empolgação e continuamos a conversar sobre nosso fim de semana.

Logo a Camila se juntou a nós e também contou sobre suas novidades.

Enquanto planejavam um passeio para o próximo sábado, notei a chegada do Aquiles, que logo foi rodeado pela Bia. Nossos olhares se encontraram brevemente, mas procurei logo me desviar.

30 minutes, a blink of an eye

30 minutos, um piscar de um olho

30 minutes to alter our lives

30 minutos para mudar nossas vidas

30 minutes to make up my mind

30 minutos para que eu mude de idéia

30 minutes to finally decide

30 minutos para finalmente me decidir

Passei a concordar com o que as meninas falavam, fingindo estar envolvida na conversação, mas na verdade não tinha concentração para isso.

Na aula de educação física eu apenas respondi a presença e consegui sair despercebida pelo professor.

Fiquei sentada perto da sala de química e esperei começar o intervalo para me refugiar lá dentro.

Sabia que a Thaís me daria uma bronca, mas tudo que eu queria naquele momento era sossego.

Quando soou o sinal do fim do intervalo, senti um frio na barriga.

Outra vez minha presença de espírito seria testada à exaustão.

_ Oi. - ele cumprimentou um tanto desajeitado.

_ Oi. - respondi cordialmente.

Ouvi-o puxar uma cadeira e se ajeitar.

Procurei não demonstrar meu esforço em evitá-lo. Queria que pensasse que pra mim era natural e desejável que mantivéssemos distância.

Não foi fácil. E ainda me perguntava como ele estava lidando com as dúvidas da matéria.

No fim da aula, quando joguei a mochila nas costas, acidentalmente olhei para ele, e infelizmente ele viu.

Vi que me sorriu gentilmente, e aquilo quase me fez sorrir de volta, mas eu não podia deixar que novamente rompesse minha proteção.

30 minutes to whisper your name

30 minutos para sussurrar o seu nome

30 minutes to shoulder the blame

30 minutos para suportar a culpa

30 minutes of bliss, 30 lies

30 minutos de alegria, trinta mentiras

30 minutes to finally decide

30 minutos para finalmente me decidir

Assisti à aula de história a três fileiras de distância dele, e esperei que fosse embora antes de mim.

Desci com a Thaís e a Camila, mas nos separamos na portaria, já que elas tinham combinado de almoçar no shopping.

_ Já fez a sua inscrição?

Sobressaltei-me com a sua presença e nem me lembrava mais a que se referia.

Ele sacudiu uma folha na minha frente, e então me lembrei do vestibular.

_ Nossa... Nem lembrei.

_ Se continuar sem foco, não vai passar.

_ Por favor, Caio, não é uma boa hora.

Ele ergueu as mãos, em sinal de rendição e silenciou.

Procurei na minha mochila se tinha os documentos necessários, e felizmente estavam todos lá.

_ Você já fez? - perguntei a contra gosto.

_ Não. Só voltam do almoço daqui quarenta minutos.

_ Ah. Droga...

Fiquei em dúvida entre esperar para fazer a inscrição, ou deixar para o dia seguinte.

_ Não vai se atrasar para o curso se esperar? - perguntei.

_ Vou direto pra lá.

Dei uma rápida olhada no relógio. Já que estava lá mesmo...

_ Vou esperar um pouco também.

Sentei-me num degrau da escadaria e voltei a tirar o livro de inglês da mochila.

_ E aí, como está seu pai? - perguntei sem tirar os olhos do past perfect continuous.

_ Tranquilo.

_ E sua irmã?

_ Idem.

_ Minha mãe também. Caso lhe interesse.

_ Hum.

Fizemos alguns instantes de silêncio, até eu perceber que o Caio também se sentara num degrau.

_ Por que você quer prestar medicina, se não tem trato nenhum com as pessoas? - perguntei inocentemente.

_ Se quisesse algum “trato” com as pessoas, seria terapeuta.

Revirei os olhos, enquanto resmungava “que seja”.

Acabei pousando os olhos sobre o corrimão, onde um dia havia me declarado para ele...

_ E... Vocês visitaram seu pai nesse final de semana? - perguntei rápido tentando não relembrar aqueles momentos.

_ Por que quer saber?

_ É algum segredo?

_ Sabia que somente os idiotas respondem a uma pergunta com outra pergunta?

Ergui as sobrancelhas, segurando-me para não dizer que era o que ele havia acabado de fazer.

Não precisou de muito tempo para que ele se desse conta.

_ Ok, nós fomos. - respondeu, decidido a não admitir sua idiotice.

_ Hum.

Pronto. Meu assunto havia acabado. Eu precisava de algum barulho que fosse para não me perder nas lembranças.

Realmente, era muita fraqueza de minha parte, eu admitia... Mas era o melhor que eu conseguia fazer: distrair-me para esquecer.

E lá estava eu pensando nele novamente...

_ Nós fomos ao aquário. - ouvi o Caio dizer.

_ É? Que legal.

Voltei a silenciar. Então, ele voltou a falar:

_ Já viu um tubarão lixa branca?

Neguei com um aceno de cabeça.

Contrariando tudo que eu pudesse esperar, ele mexeu no celular e em seguida me entregou.

Era uma foto do tal tubarão.

_ Nossa... Ele é mesmo branco...

_ É, parece que o nome não é por acaso, não é mesmo?

Fiz uma careta e voltei para a tela do celular.

_ Tem outras? Digo, que eu possa ver, claro...

_ Só clicar para o lado. As comprometedoras já foram baixadas.

Ele inclinou-se e clicou no botão que corria as fotos.

Seu cotovelo acabou raspando no meu antebraço e senti um arrepio.

Levantei o rosto para ver se havia percebido minha reação, mas perdi o interesse por essa informação quando vi que também estava me observando.

_ Não é tão difícil, é? - perguntou.

_ Em absoluto.

Onde mesmo que eu havia ouvido aquela frase de efeito que dizia que somente uma nova paixão podia curar uma antiga?

Either way

De qualquer forma

Options change

Opções mudam

Chances fail

Acasos falham

Trains derail

Trens descarrilam

Não era a primeira vez que sentia aquela vontade.

Lembro de ter pensado naquele momento: “Que se dane!”

Inclinei-me em sua direção, até sentir o calor de sua respiração e parei com medo do que estava fazendo.

Mesmo se recuasse, nenhum de nós dois esqueceria o fato de eu ter chegado até ali...

Fiquei tanto tempo pensando, que ele tomou a iniciativa de cobrir a distância restante entre nós e me beijar.

30 minutes, a blink of an eye

30 minutos, um piscar de um olho

30 minutes to alter our lives

30 minutos para mudar nossas vidas

30 minutes to make up my mind

30 minutos para que eu mude de idéia

30 minutes to finally decide

30 minutos para finalmente me decidir

Era diferente do que era com o Aquiles, afinal, estava apaixonada, mas era inegavelmente muito bom...

Não chegamos a nos tocar, ambos estávamos tensos, porém nenhum desistiu.

E assim tão inexplicavelmente como começou, terminou.

30 minutes to whisper your name

30 minutos para sussurrar o seu nome

30 minutes to shoulder the blame

30 minutos para suportar a culpa

30 minutes of bliss, 30 lies

30 minutos de alegria, trinta mentiras

30 minutes to finally decide

30 minutos para finalmente me decidir

Voltei a olhar para a tela de seu celular, já apagada e estendi-o para ele. Sem dizer nada, ele o pegou e guardou no bolso.

Quando abri a boca para começar a dizer alguma coisa, algo me chamou a atenção.

Um carro preto e elegante aproximou-se da portaria.

Eu conhecia aquele carro... Para o meu desespero, eu conhecia.

Quando parou, o vidro baixou lentamente e revelou seu condutor acenando gentilmente para mim.

_ Não pode ser... - murmurei enquanto me forçava a acenar de volta.

Senti meu pescoço se retesar quando percebi uma movimentação atrás de nós.

Logo o Aquiles alcançou a porta do passageiro e a abriu. Lançou-me um último olhar antes de embarcar.

Um olhar totalmente desprovido de sentimentos... Algo que imaginava ser impossível naqueles olhos tão verdes e calorosos...

To decide

Para decidir

To decide, to decide, to decide

Para decidir. para decidir, para decidir

Ele havia visto tudo.

To decide

Para decidir

Continua

*

N/A: Olááá!

Yeah baby, eis que a fic ressurge após meses de hibernação!

Obrigada pelos reviews de apoio no aviso anterior, e especial agradecimento à Loolis-chan  que me alertou sobre a prática ser proibida (malditos proibidores...), por isso tratei de arrancá-lo, rum.

Bem, desculpem-me pelo hiato, mas a vida não foi nada fácil para mim nesse período...

Mããããããsss, não sei se isso irá aliviá-las, prometi que só voltaria a postar qdo a fic estivesse terminada, e, cumpri minha palavra. A fic já está terminada. Em intervalos regulares, postarei o restante dos caps.

Como havia feito no aviso, vou deixar os nomes dos próximos caps aki procêis:

XXVI - Pesadelo Real

XXVII - Um outro ponto de vista (Aq's POV)

XXVIII - Uma nova história

Talvez haja um epílogo, mas ainda não tenho certeza...

Enfim pessoal, abram seus corações!

Kissões!


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