POV Beck

–O que você viu nela? Aquela garota é má, sarcástica, egoísta, não foi o que eu sonhei pra você, Beck. Eu não aprovo esse namoro.

–Mãe, a Jade é muito mais que isso. Tudo o que eu procurava, eu encontrei nela. E quer você queira ou não, eu vou continuar namorando ela. Porque é o que EU aprovo, e não me importa a opinião de mais ninguém.

–Você não era assim antes de começar a namorar aquela bruxa, ela é má influência pra você meu amor...

–Não me chame de meu amor! Se você me amasse de verdade, ia me apoiar em qualquer decisão que eu tomasse, e isso é o contrário do que você tá fazendo agora.

–Não tente virar o jogo para mim, é sobre você que estamos falando.

Dou as costas pra ela e saio, batendo a porta. No batente, encontro a Jade com o rosto enterrado nos joelhos, aquilo me parte o coração. Toco no seu ombro e ela levanta a cabeça pra olhar pra mim.

–Hey babe, ta tudo bem, vamos pra casa. – é claro que com “casa” eu digo nosso RV, já que a Jade tem dormido aqui quase todas as noites e só voltou em casa pra pegar umas roupas.

Andamos de mãos dadas até o RV, abro a porta e dou espaço pra Jade entrar. Ela vai direto em direção às minhas roupas penduradas, provavelmente procurar uma blusa minha que fique enorme nela e que ela ache confortável pra dormir. Eu troco minhas calças por calças de pijama e ligo a TV, sentamos no sofá e eu coloco meus braços ao redor da Jade. É como se o som desligasse e todas as pessoas congelassem. Não existem mais aquelas garotas sussurrando pelos corredores do colégio que a Jade não me merece, não existe mais a minha mãe dizendo que a Jade não é pra mim, não existe mais o pai da Jade dizendo que ela nunca vai ser alguém se ela continuar querendo ser artista... Somos só eu, minha garota e a parede que construímos juntos, que impede eles de nos separar.

–Tá tudo bem agora. – eu digo, depois de dar um beijo na testa dela.

–Tá?

–É claro que sim. E sabe por quê?

–Com certeza você vai falar alguma coisa romântica que vai me dar náusea agora, então me poupa, por favor?

–Eu sei que você tá doida pra ouvir, e mesmo que não esteja, eu vou falar mesmo assim. Sabe por que tá tudo bem agora? Porque o mundo para quando eu coloco os meus braços ao seu redor. – eu olho pra ela, que tenta esconder um sorriso largo, sem sucesso; ela então chega mais perto de mim, se é que é possível, e descansa a cabeça no meu peito.

E nada mais importa.