Os Jovens Mutantes escrita por Dafine Kerouac


Capítulo 16
Chega de brincar de gato e rato


Notas iniciais do capítulo

Voltei, demorei, mais voltei!



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Jeff

Eu tava sem saber o que fazer, esmurrava o muro de gelo com toda minha força e nada acontecia, o meu coração estava acelerado, eu acho que estava começando a me preocupar com a... Com a minha irmã. Ela devia estar morta agora... A raiva me subiu a cabeça, meu sangue ferveu, e sem pensar, parti pra cima de Lupi, mas para meu próprio bem, Match me parou.

- Você tá louco? Se tocar nele você morre, morre na mesma hora.

- Me larga Match!

- Fica calmo, eu sei o que você tá sentindo, eu já passei por isso. Mas não haja precipitadamente.

Lupi me olhava com sua cara de louco sádico.

- Deixa ele vir. – ele falou concentrando uma bolha líquida de poder nas mãos, um gota só daquilo me mataria.

Match desfez a bolha usando seu poder de bloquear.

- Pare de se exibir! Sem o seu poder você não é nada!

Lupi veio pra perto de nós e deu um soco em Match. Eu retribuí, em defesa dele, dois contra um. Mas se Match se descuidasse por algum milésimo de segundo, estaríamos mortos. Lupi era bom de briga, mas nós também. Eu bati nele com toda a vontade, por Alice, a garota que quase me matou, e que eu ajudei a matar. Se eu soubesse de tudo antes eu a teria protegido com minha própria vida eu não sou mal... Não sou, é como dizem por aí, eu escolho o lado que me é mais vantajoso... Doutor K me ofereceu segurança, ele podia até ser considerado um pai pra mim, é como dizem: "O monstro está nos olhos de quem vê." Match e André eram praticamente irmãos, apesar de nossas diferenças, porque Match é muito chato, e André nem se fala, mas estamos juntos quando um precisa do outro.

Mas na verdade, eu não sei se eu conseguiria conviver com essa coisa de ser bonzinho, isso é muito chato, e além do mais, aquele Raul é muito prepotente, Marcelo, nem se fala, e o menor... Um assassino, quando ele matou Andréias senti uma raiva imensa, ele era meu melhor amigo. Eu devia ter ajudado ele, mas a ideia de machucar uma criança também não é legal... Imerso em meus pensamentos a luta continuava. Finalmente conseguimos imobilizar ele.

- Pega uma corda Jeff.

- Tô indo.

Peguei a corda e amarramos bem forte Lupi. Olhamos pro lado e vimos a mata.

- Tá pensando no que eu tô pensando? – perguntei e Match confirmou que sim.

O jogamos mata abaixo, ele rolou até que saiu de nossas vistas.

- Pronto.

- Vocês vão se arrepender! – ele gritou de lá.

Entramos no carro. Iríamos voltar pro QG de Doutor K. Match deu a volta com o carro e voltamos ao "lar".

- Doutor K deve estar uma fera agora.

- Não quero nem ver.

- E devi estar mesmo. Há muito tempo ele falava que a única coisa que faltava pra ele era ter a A25 e que era uma pena tê-la perdido. Quando descobriu que ela estava viva, dedicou todos os segundos de seu tempo pra encontrarmos ela e trazê-la até ele. Alice era ilocalizável, agora eu entendia porque eu conseguia localizá-la, tínhamos um laço muito forte. Por questões de genética, mutantes com o DNA compatível são ligados mentalmente, sim, eu estudo e gosto muito de genética. Desde pequeno, minha mãe foi cientista do PM. Eu devia ter percebido a semelhança entre as duas, são a cara uma da outra.

- Jeff... Cê tá aí? – disse Match me cutucando

- Tô sim.

- Pensando na gatinha?

- Não fala assim da minha... Irmã! – a última palavra quase não saiu, era tudo muito novo pra mim.

- Mas ela é uma gata mesmo.

- Eu sei, mas ela não é pro seu bico!

- Calma cara. É só brincadeira, relaxa.

Não. Eu não ia relaxar, e então busquei no meu "radar interno "pela presença de Alice, com este laço tão forte, eu podia localizá-la em qualquer lugar. Tomei um susto.

- Ela está viva. Alice está vi-va! Vi-va!

- Quê?! Mas como? Em pra ela estar morta...

- Eu sei! Há, mas minha maninha é demais mesmo!

- Jeff, respira, nós temos um problema. Um problema bem grande... Quer dizer, VOCÊ te um problema...

- O quê?

- Doutor K.

- Droga!

- Você tem que mandar eles fugirem. Vamos avisá-los?

- Eu não acredito nisso...

- O que tá havendo?

- Eles estão indo em direção ao QG. O nosso QG... O QG de Doutor K. Eles são loucos? Será que sabem o que estão fazendo?

- Loucos.

- Pisa no acelerador Match, nós vamos ser bons pela primeira vez na vida.

Alice

Marcelo dirigia o carro rápido, eu não sabia como, mas eu sabia onde Doutor K estava.

- Vira à direita Celo.

- Tem certeza?

- Tenho sim.

Já era noite, as ruas estavam ainda movimentadas, mas aos poucos íamos chegando a um lugar um tanto escondido.

- Alice, você sabe o que estamos fazendo?

- Não exatamente, mas algo me diz que vamos encontrar ele pro aqui.

- Eu não sei se é isso que eu quero. – Marcelo disse.

- Tarde demais. – Raul falou

Eu estava sendo guiada por alguma coisa, algo dentro de mim, eu estava conectada com alguma mente, a conexão estava um pouco embaçada mas eu sabia que estávamos perto.

- Pra esquerda Marcelo.

Entramos em um beco, sem saída.

- Alice. - falou Raul

- Calma aí. – falei – Alguém tem uma lanterna?

- Acho que tem no porta luvas.

Peguei a lanterna. Sai do carro e acendi a luz. Olhei o muro, Raul também saiu do carro e se colocou ao meu lado.

- Tem certeza de que quer fazer isso?

- Tenho sim. Só preciso descobrir o que fazer...

"O poder do veto" pensei. Mentalizei isso e então lancei ondas pra desfazer o que havia sido feito ali. Alguns segundos e a fachada de uma antiga clínica apareceu: Clínica Scott Malfoy.

- Uma filial da clínica da Austrália onde realizaram o PM. – Rogeslane falou

- Tinha sido desativada, só os cientistas sabia exatamente a localização delas...

- Então Doutor K...

- Fazia parte do PM. – Raul completou

Os outros saíram do carro.

- Dr. Alex. – falei

- Dr. Alfredo. – Raul disse.

- Dr. Jefferson. – Rogeslane falou

- E… Dr. Keybe Melodee. – Marcelo falou

- Keybe Melodee. – Anderson repetiu.

- Minha mãe. Não é possível. Como pode?

- É só uma hipótese. – Raul falou

- Vamos entrar.

Quando já íamos entrar, alguém gritou meu nome.

- Alice não!

Um carro estacionou na entrada do beco, e Jeff saiu de lá.

- Não faz isso! Por favor!

Ele correu até mim e me abraçou como se fosse pra me manter protegida.

- Não entre aí. Por favor, não faça isso, é muito arriscado, não quero perder você de novo. Fuja!

Eu estava olhando fixo pra ele, Raul estava incomodado com aquela situação.

- Larga ela!

- Jeff... Eu preciso ir.

- Por favor, não... – ele quase chorava

- Eu entendo que você se preocupe comigo... Quer dizer, eu não entendo não, mas eu tenho que ir, Doutor K...

- Ou Doutora K. – Marcelo me interrompeu,

- ELE já machucou muita gente. – eu não suportava a ideia de que era minha mãe o vilão da história. Não. Não era ela. – Nada do que você me diga vai me fazer desistir.

- Você não tem amor a vida?

- Já chega Jeff. Estamos indo.

Ele estava me esperando. Doutor K me chamava, eu precisava estar lá. Se fugíssemos aquela altura do campeonato, ele nos acharia fácil, e aí nos pegaria despreparados, e então seria um massacre desleal.

- Acabou a caçada, já chega de fugir. A brincadeira de gato e rato acabou.       


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e comentem!



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