Sem Medo De Recomeçar escrita por Nyne


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Ótima leitura =)



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Raquel respira fundo, dando um longo suspiro em seguida.

 - Não queria tocar nesse assunto nunca mais, mas você acabaria sabendo de um jeito ou de outro.

 - Então é verdade? Você tem um filho?! Com aquele cara?

 - Não Everton, não tenho um filho. Eu perdi pouco tempo depois que soube que estava grávida.

Everton abre a boca, mas não sai nenhuma palavra. Ele parece confuso.

 - Vou te explicar tudo, desde o início.

Ela leva as mãos ao rosto, suspirando pesadamente. Olha para baixo por alguns instantes e volta a encarar Everton.

 - Aquele cara é o meu ex namorado. O mesmo que te disse que me fez sofrer muito, aliás, um dos motivos você já deve imaginar.

 - O namoro acabou recentemente?

 - Já tem alguns meses, mas ele gosta de me perseguir. Ele terminou comigo quando soube que eu estava grávida. Me chamou de coisas horríveis e desejou a minha morte e a morte do bêbe também. Acabou que o desejo dele ser tornou realidade, pelo menos em partes.

Os olhos de Raquel ficam marejados com a lembrança de seu filho. Everton instintivamente segura sua mãos.

 - Quando ele soube que a criança não existia mais passou a me perseguir, querendo voltar e dizendo que me amava e estava arrependido.

 - Típico...

 - Ele já foi atrás de mim até na faculdade, quase bateu em uma amiga minha que tentou me defender dele. A sorte é que um outro cara também se meteu pra defender ela também.

 - Então ele é mesmo metido a valentão, mas quando é pra ir pra cima de mulher... Imbecil.

 - Eu nunca procurei ele Everton, te juro, depois de tudo o que ele me fez, da perda do meu filho tudo o que senti um dia por ele morreu, virou ódio. Mas ele sempre dá um jeito de me atormentar.

 - Calma, ele não vai mais perseguir você.

 - Queria ter essa certeza.

 - Ele te perseguia porque achava que você era sozinha Raquel, que não tinha ninguém pra te proteger, mas agora você tem.

Ela o olha e antes que diga qualquer coisa, ele completa a frase.

 - Agora você tem a mim.

Ela dá um sorriso, mas algo que não impede de deixar uma lágrima cair. Everton seca seu rosto e a abraça.

 - Pode contar comigo viu? Vou estar do seu lado sempre que você precisar, sempre. Não vou te deixar sozinha nunca mais. Nunca mais, prometo isso pra você.

Raquel aperta o abraço em Everton, que beija o alto da sua cabeça. Eles continuam abraçados quando Raquel lhe faz uma pergunta.

 - As coisas que te contei... Ainda assim você vai ficar do meu lado?

 - Depois de saber dessas coisas que quero ficar do seu lado mais do que nunca.

Ela sorri. Não estava se sentindo sozinha, não mais.

 - Melhor eu ir agora, daqui a pouco seus pais chegam. Tranca todas as portas e não abre pra ninguém entendeu?

 - Pode deixar.

 - Qualquer coisa me liga já te passei o número. Vai ficar bem até seus pais chegarem?

 - Vou sim. Vou dormir agora, ou pelo menos tentar.

 - Certo então. Boa noite.

Eles se despedem e Raquel tranca a porta assim que Everton sai. Ela já não chorava mais e sentia certa segurança agora, sabendo que teria o amigo ao seu lado sempre que precisasse.

Ele disse que nunca a deixaria, nunca mais. Raquel não entendeu bem a ênfase que ele deu no “nunca mais”, era como se ele já tivesse feito isso antes, mas ela não entendia.

Sua cabeça estava repleta de pensamentos o que contrario do que ela pensava, a fez cair no sono em pouco tempo.

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Em casa Everton pensava no que acabara de saber sobre Raquel. Por algum motivo se sentia culpado.

Se tivesse aberto o jogo pra ela desde o inicio, dito que a amava desde criança, poderiam ter ficado juntos, poderiam estar juntos agora e ela não teria passado por nada nisso.

Mas ele agiu por impulso e acabou pedindo para namorar Mariana, uma amiga de Raquel. Fez aquilo para chamar a atenção dela, mas acabou que tudo fugiu do controle.

Ao invés de chamar a atenção de Raquel fez com que ela se afastasse dele, o que fez com que acabassem perdendo o contato.

O destino entretanto cruzou seus caminhos novamente e ele não perderia a chance mais uma vez.

Entretanto agora a certeza de que conquistar Raquel não seria tarefa fácil era ainda mais forte. Ela não havia sofrido uma simples desilusão amorosa, mas algo de proporções muito maiores.

Ao menos agora ela estava perto dele e ele não se permitiria afastar dela por nada.

Não desistiria dela, mesmo que o caminho a ser percorrido para chegar a seu coração fosse longo.

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Renato acabara de desligar o telefone. Estava a quase uma hora conversando com Barbara. Sempre conversavam e ficavam juntos ao fim das aulas, mas dessa vez a turma dela saíra antes da dele.

Ele gostava de conversar com a jovem, além da sua companhia. Já fazia muito tempo desde a última vez que ele se sentia tão bem na presença de alguma mulher.

Sentia a cada dia o interesse por Barbara crescer dentro de si. Ela tinha um lado menina e um lado mulher ao mesmo tempo, o que fazia com que soubesse à hora certa de brincar e falar sério quando necessário.

Renato a admirava gostava dos pontos de vista dela sobre diversos assuntos e sentia que a química entre eles era ótima.

Apesar disso sentia certo receio vindo da parte dela, como se tivesse medo de se envolver muito e acabar machucada depois. Ele sabia muito bem o que era isso.

Já havia tido dois namoros longos, um deles chegou até cogitar a possibilidade de casamento. Apesar disso Renato não usava o termo “não deu certo”, preferia dizer que deu certo enquanto durou, o porquê não continuava era outra história.

Renato era muito intenso nos relacionamentos, porém não recebia o retorno disso, não sentia uma reciprocidade da parte das ex namoradas.

No início tudo parecia bem, porem depois os caminhos de ambos pareciam se dividir. Renato queria alguém para trilhar os mesmos caminhos, os mesmo sonhos, porém não havia dado sorte até então.

Apesar de sentir que Barbara era sempre pé atrás na relação deles, conseguia sentir nela o que não sentiu nos relacionamentos anteriores.

Ela se mostrava tão dedicada quanto ele e isso o animava.

A verdade era que ele não queria mais ficar nisso, um relacionamento casual, sem compromisso aparente. Renato queria alguém em definitivo e sentia que Barbara era esse alguém.

Apesar de ela ser seis anos mais nova que ele, sentia que sua cabeça conseguia o acompanhar. Achava Barbara linda, mas sabia que não poderia buscar apenas beleza em alguém. Ela tinha tudo o que ele procurou por tanto tempo, mas nunca encontrou.

Estava decidido. Não continuaria com aquilo de deixar simplesmente as coisas acontecerem, sabia que precisava tomar um posicionamento antes que criasse ainda mais expectativas.

Falaria com Barbara, deixando tudo em pratos limpos e mostrando suas reais intenções.

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Barbara sorria feito uma boba ao desligar o telefone. Nem ela mesma entendia o porquê ficar daquela maneira sempre que conversava com Renato.

Era evidente e claro que ele mexia com ela. Nunca ficavam sem assunto durante uma conversa e ela gostava da forma madura, mas ao mesmo tempo descontraída em que ela expunha suas opiniões.

Renato era apaixonante e isso a assustava.

Em uma das conversas que teve com Raquel disse que não queria se envolver demais e depois perceber que não era nada daquilo que imaginava e esperava, mas sabia que já era tarde demais. Estava envolvida por Renato.

Tudo nele a atraía cada vez mais. O sorriso, a forma atenciosa como ele a tratava, as idéias e visões gerais sobre as coisas.

Talvez sem perceber Barbara deixou Renato crescer dentro dela e um lugar especial em seu coração já pertencia a ele.

Mas e quanto a ela? Será que tinha um lugar no coração e nos pensamentos dele? Ou será que estaria apenas de passagem, como já esteve outras vezes em outras tentativas de relacionamentos frustrados?

A verdade é que por mais que não se permitisse, Barbara queria sim estar nos pensamentos e no coração dele. Apesar disso não queria criar expectativas. Sentia que assim como já aconteceu várias vezes depois que terminou seu noivado com Iago, mais cedo ou mais tarde Renato aos poucos se afastaria dela ou talvez por ser um cara mais maduro abrisse o jogo dizendo o famoso “foi bom enquanto durou, mas nossa amizade continua”.

Esse pensamento lhe trazia sofrimento, mas de certa forma aprendeu a estar preparada caso acontecesse.

Iria esperar, afinal era a única coisa que poderia fazer. Esperar.


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Notas finais do capítulo

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