Apenas Amigos. escrita por Yang


Capítulo 9
Bobagens.




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- O que são todas essas coisa dentro dessa caixa? – Perguntou curiosa dona Maria, mãe de Apolo.

Ele virou-se e observou que era caixa com algumas coisas que Júlia havia esquecido, deixado ou lhe dado.

- Bobagens. – respondeu.

A mãe saiu do quarto. Ele puxou a caixa para perto e a abriu. Havia um ursinho de pelúcia. Um panda. Lembrou-se que ela amava pandas. Sorriu, mas logo a tristeza invadiu o quarto novamente. Puxou uma camisa. Era dele, mas que ele tinha lhe dado para usar no dia em que foram fazer um trabalho e a dela sujou de tinta. Foi no dia em que tudo começou. Quando ele a beijou porque já não aguentava mais aquela situação constrangedora que era olhá-la todos os dias e querer ela ali, nos braços dele. Viu alguns CDs também. Lembrou das músicas que a fazia fechar os olhos e viajar entre pensamentos. Ele adorava isso. Viu uma foto. A da formatura. Lembrou-se de como ela estava linda naquele vestido.

- Júlia... – Sussurrou para si mesmo.

Abriu o guarda roupa e guardou a caixa no espaço vago ali, onde costumava ficar suas roupas que agora ocupavam espaço em uma mala grande. Uma única mala. Isso mesmo, em três semanas ele estaria no Rio de janeiro. Não sabia ao certo a importância disso para Júlia, mas decidiu que não avisaria até ter certeza de que as coisas eram as mesmas. Rapaz estúpido hein?! Deixa a pobre garota a mercê do esquecimento e quer que ela ainda esteja de braços abertos para ele? Como ele acreditava que ela pudesse ser tão estúpida? Coisas inconvenientes. Atos irrelevantes criados pelo pensamento constante de que o amor permanece intacto e sem ferimentos. Acreditava que o tal “relacionamento” suportaria tudo. E que tudo bem ficar com umas duas ou três garotas enquanto a outra está lá, se remoendo de dores todas as noites imaginando que um dia, o melhor amigo vai aparecer e convidá-la para tomar um café e morar juntos... Apolo. Como pode ser tão...

- Tem um telefonema pra você lá em baixo. – disse a mãe de Apolo na porta.

Ele desceu. Pegou o telefone e assustou-se quando reconheceu a voz da pessoa que falava.

- Sr. Carlos? – disse ele assustado.

- Sim... Vi sua mãe na oficina hoje. Ela me disse que você viaja para o Rio em três semanas. – na medida em que Carlos falava, Apolo virou o rosto e encarou sua mãe com uma expressão feia de quem não gostou de alguma coisa. A mãe assentiu e seguiu para a cozinha.

- É... Quer dizer, eu ainda não tenho certeza, mas acho que sim. – respondeu confuso.

- Ora garoto! Me diga uma coisa concreta, você vai ou não? – perguntou zangado.

Apolo pensou alguns minutos antes de responder.

- Sim, eu vou.

- Então passe aqui semana que vem. Tenho umas coisas que quero que leve pra Júlia.

Ele ficou em silêncio. Queria fazer uma pergunta, mas temia que soasse errado. Mesmo assim tentou.

- E em relação ao que combinamos de morar juntos há um tempo...

- Eu não sei nada a respeito disso Apolo. Soube que vocês não tem um contato muito bom faz tempo. Creio que dependendo do que possa acontecer quando você chegar lá, vocês possam combinar isso entre si. E se decidirem mesmo morar juntos, o que eu ainda considero uma ideia um tanto absurda, os mesmos critérios de antes ainda valem.

- Tudo bem então.

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A campainha da casa dos pais de Júlia toca. Juliana atende. É Apolo.

- Veio falar com o papai? – indaga a garota. Ele apenas concorda com a cabeça. – Espere aqui, vou chamá-lo.

Dez minutos de espera e o coração de Apolo parece sair pela boca a qualquer momento.

- Aí está você rapaz. – diz o Sr. Carlos.

A conversa se resume a um único pedido: que Apolo leve uma quantia rentável para Júlia. Lhe dá o endereço da casa dos tios da garota e lhe deseja boa sorte na viagem.

Faltam dois dias para a viagem e a Apolo decide ligar para Júlia. Inconveniente ou não, era necessário que ela soubesse que o rapaz estaria por perto daqui há alguns dias.

O telefone chama. Ninguém atende. Tenta outras vezes e quando parece desistir, ouve a voz da garotinha.

- Alô? – pergunta a voz sonolenta.

- É o Apolo...

Silêncio de quase cinco minutos no telefone. Júlia tentava compreender o motivo da ligação. Tentou ser fria e conseguiu.

- O que você quer? – perguntou ela.

Ele estranhou o tom de voz e o modo como ela nem se quer importou-se em perguntar se ele estava bem ou não. Engoliu a arrogância a seco.

- Vou chegar ao Rio de janeiro dia sete de julho. Só isso. Boa noite. – disse ele enquanto desligava o telefone.

Ela se arrependeu e chorou. Como sempre.



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