Apenas Amigos. escrita por Yang
– Veja só! Minha princesa! – gritou o pai de Júlia na entrada da casa.
A garota correu para o seu abraço, e por um momento sentiu-se a pequena "Julinha" de três anos de idade, que sempre corria para abraçar o pai quando o mesmo voltava do trabalho.
– Pai! – exclamou ela. – que saudades!
– Eu também meu anjo, eu também.
Juliana, encolhida no canto da porta com um sorriso que atravessava seu rosto. Os olhos brilhavam e assim que Júlia soltou o pai, a irmã a abraçou de uma forma que jamais fizera antes.
– Pirralha! Senti sua falta também! – exclamou Júlia.
– Por favor! Trate de me contar tudo o que aconteceu no rio de janeiro! – Exclamou Juliana.
– Vocês vão ter muito tempo para isso. – comentou o pai das garotas que agora segurava a mão de Júlia. – Antes, preciso lhe mostrar uma coisa.
O pai abriu a gaveta de um armário da sala e retirou uma pequena caixa com um anel lindo.
– Compramos pra você como um símbolo de proteção. Saiba que não importa onde você esteja, esse anel sempre irá te lembrar de onde você veio, sua origem.
A mãe e a irmã esticaram as mãos e mostraram que tinham o mesmo anel. E o pai segurou a mão direita de Júlia e ali colocou o anel, dando em seguida um beijo na testa de Júlia.
– É lindo pai! – exclamou ela com lágrimas de felicidade nos olhos. Os dois abraçaram-se.
– Não chore pequena. – sussurrou ele, sentindo as lágrimas quentes da filha escorrendo em seu ombro. – Sua irmã quer saber as novidades, então recomponha-se.
Ela enxugou as lágrimas e olhou seu anel novamente, admirando o significado dele para ela e para sua família.
– Tudo bem, vamos todos as novidades! – disse ela.
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Foram horas apenas conversando e brincando. Júlia e Juliana nunca se entenderam tão bem quanto agora. Ambas sentadas no chão do quarto da caçula, lendo livros, comendo pipoca e rindo das idiotices fraternas. Juliana mostrou as fotos da sua festa de aniversário, mostrou também seus prêmios artísticos na escola de desenho e costura.
– Que lindo Ju! – comentou Júlia sobre os desenhos da irmã.
– Eu sei, eu que fiz ora! – ironizou a caçula.
– É muito convencida uma pirralha dessa! – ela bagunçou o cabelo da irmã que riu com isso.
– AH! Eu tenho um presente pra você também. – Juliana levantou-se e retirou do guarda roupa um lindo vestido azul cheio de detalhes originais. Tão bonito quanto o vestido da formatura de Júlia, que também fora desenhado pela irmã.
– Que lindo mana! – disse Júlia. – é lindo demais!
– Eu sei, eu que fiz! – ambas riram. – Agora que estou fazendo costura também, não preciso pedir pra titia costurar. Eu mesma fiz ele todo. Completamente meu. Experimenta logo, é seu!
Ela trocou de roupa em instantes e olhou-se no espelho. O vestido realçava as curvas da garota, sem contar que brilhava de uma forma discreta e ao mesmo tempo glamourosa.
– Eu não tenho palavras pra dizer o quanto estou apaixonada por esse vestido! – comentou Júlia.
– Não diga nada, eu sei que você gostou.
Elas abraçaram-se novamente.
– Agora eu vou tirar ele e usá-lo apenas em ocasiões especiais.
– Especiais não, especialíssimas. – disse a caçula.
Júlia assentiu. Desceram para o jantar onde mais presentes aguardavam por ela.
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– Juliana já mostrou a você o vestido? – perguntou dona Amélia.
– Sim, eu amei demais! – ela olhou para Juliana que sorriu discretamente.
O pai sentou-se a mesa com outra caixa, um pouco maior.
– Os presentes ainda não acabaram. Abra. – disse ele.
Júlia olhou ao redor. A mãe e a irmã, sentadas a mesa, exibiam apenas um sorriso largo que ia de um canto da boca a outro.
A garota abriu e viu um pequeno envelope onde havia uma quantia significativa.
– Pra você comprar seu presente no rio de janeiro. Seu aniversário é no próximo mês e eu sei que provavelmente não nos veremos até o natal.
Júlia esbanjou um sorriso de felicidade sem fim e abraçou o pai e a mãe.
– Você sabem que são os melhores pais do mundo? – indagou a garota.
– As vezes a gente esquece. – ironizou o pai.
– Pois eu vou lembrar quantas vezes for necessária. Vocês são incríveis. Eu os amo demais.
– Também amamos você. – disse a mãe.
– Tá bom, todo mundo se ama. Vamos comer? – disse a irmã enquanto todos riam a mesa.
Era uma felicidade que só ficaria mais completa se no coração de Júlia não estivesse havendo uma guerra de sentimentos em relação a Apolo. Mas por um momento, por dois dias ela poderia sentir-se mais leve de tanta aflição. E logo todo recomeçaria. Ou não.
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