Apenas Amigos. escrita por Yang
Notas iniciais do capítulo
TIVE QUE CAPRICHAR NO CAPÍTULO, DESCULPEM A DEMORA!
- Júlia! – gritou a mãe eufórica na rodoviária.
As duas abraçaram-se confortavelmente a amorosamente como se não houvesse amanhã. Era uma saudade resumida a lágrimas de felicidade. Felicidade intensa e sem desgaste.
- Mãe! Eu senti tanto a sua falta! – disse Júlia.
- Eu também meu amor. – ela segurou o rosto de Júlia nas mãos e ambas sorriram. – Seu pai está louco para ver você e sua irmã também. Até acordou cedo quando soube que você viria passar o feriado conosco.
- Nossa! Sinto muito a falta dela também.
- Vamos, você precisa ir pra nossa casa, tomar um banho e comer alguma coisa. – a mãe segurou as mãos de Júlia e saíram da rodoviária rumo a antiga casa de Júlia, mas que de certo modo ainda a pertencia.
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- Vocês reformaram a sala? – perguntou Júlia eufórica. – Ficou linda! – A garota observou os lustres e o tapete na sala, o corredor também estava maior e os quadros da família seguiam como uma linha do tempo pela casa. Estava magnífico.
- Sim. A reforma terminou há dois meses. – Dona Amélia segurou as mãos de Júlia novamente e a levou até o quarto.
- Reconhece? – perguntou a mãe enquanto abria a porta do antigo quarto de Júlia.
Os olhos da garota brilharam e uma lágrima de felicidade escorreu no rosto da jovem.
- Que lindo! – exclamou ela. – o que vocês fizeram aqui?
O quarto estava pintado de branco, com todas as fotografias de Júlia penduradas em sincronia de datas e momentos. Desde a gravidez da mãe até a formatura. E pra variar, a foto dela com Apolo, praticamente ao cento do quarto.
- Bom, eu e seu pai lembramos de como você adora fotografias, e como o seu quarto estava desocupado, decidimos fazer uma homenagem pra você e espalhamos suas fotos pelo antigo quarto.
- Ficou perfeito mãe! Eu adorei. – disse ela.
- Coloquei fotos de quando eu estava grávida de você. Foi um dos melhores momentos da minha vida. – comentou a mãe enquanto passava as mãos pelo retrato. – Veja essa! Você e Juliana dançando no banheiro! – as duas riram e Júlia apoio sua cabeça próxima a de sua mãe e a envolveu em outro abraço. – Fizemos isso depois que... Que soubemos do que aconteceu com você no Rio. – Dona Amélia começou a soluçar, e logo seus olhos estavam repletos de lágrimas.
- Mas eu estou aqui mãe. E eu estou bem. Olhe pra mim! – Júlia virou seu rosto e encarou o de sua mãe. – Tudo vai continuar bem. Eu lhe prometo.
- E o rapaz que tentou lhe machucar, no que resultou? – perguntou dona Amélia.
- Ele saiu da faculdade. Não o vejo há muito tempo. E tenho tomado cuidado. Foi a primeira e última festa que frequentei. – respondeu.
- Isso é muito bom meu amor! Me sinto mais aliviada agora. – ela deu um beijo na testa de Júlia e a convidou para almoçar e esperar o pai e a irmã voltar da oficina.
- Afinal, o que eles foram fazer lá? – perguntou Júlia.
- Não posso lhe dizer agora, é surpresa. – a mãe sorriu e Júlia desconfiou da tal surpresa.
Após almoçarem e conversarem sobre tudo o que podiam, uma expressão triste invadiu o rosto de Júlia. Lembrou-se que não se despediu de Apolo de uma forma sensata.
#Flashback#
- Posso te levar a rodoviária se você quiser. – disse ele.
- Não, não precisa. Eu me viro sozinha. – respondeu.
- E você pretende voltar, não é? – ele a encarou, e ela tentou desviar a atenção para as malas que estavam na porta.
- Não sei Apolo. Sinto que não pertenço mais a esse lugar. – respondeu ela.
- Ao apartamento? – perguntou.
- Na verdade, a tudo em que você esteja envolvido. – ela pegou a última mala e a levou para o corredor.
- Acho que as coisas entre nós dois andaram um pouco longe do trilho...
- Nunca andaram no trilho Apolo.
- Mas eu amei você, de verdade! – exclamou ele.
- Não estou interessada em ouvir suas lamentações agora. Tenha uma boa noite. – disse ela enquanto fechava a porta do quarto.
Ao amanhecer, levantou-se cedo e não despediu-se dele, deixou apenas um bilhete na mesa onde dizia:
“Preciso do meu tempo. Preciso entender o que quero, quem quero e o que vim fazer aqui. Essa situação saiu do controle. Apolo, você precisa colocar a cabeça no lugar. E antes que eu enlouqueça com a sua loucura, estou dando um tempo pra tudo isso. Pra mim e pra você.”
#Final do Flashback#
- Preciso de ajuda mãe. – sussurrou Júlia.
- O que foi minha pequena? – perguntou a mãe aflita.
- Apolo. – respondeu.
- O que Apolo tem a ver com isso meu amor? – indagou dona Amélia.
- Eu o amo e não sei bem o que fazer sobre isso.
A mãe sorriu, levemente passou as mãos pelos cabelos da filha.
- Amor? Geralmente ele falha. Nem sempre permanece do jeito que esperamos que ele permaneça.
- Mas esse é o problema mãe. Eu amo ele, e eu as vezes acredito que ele me ama, mas...
- Mas não consegue confiar totalmente, é isso?
Júlia assentiu com a cabeça.
- Dê tempo ao tempo. Fique um pouco na sua. O certo virá pra você no tempo certo. Talvez ele não esteja preparado ou então... Não é pra ser. – disse dona Amélia.
- Então que seja assim: o que tiver de ser,será.
- É isso mesmo.
As duas seguraram as mãos e sorriram. E aquele sorriso durou por tanto tempo. E Júlia quis gravar cada detalhe, palavra, cheiro e carinho na memória e no coração. Sabia que a única que lhe entenderia sem julgar erros ou defeitos seria sua própria mãe.
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