Apenas Amigos. escrita por Yang


Capítulo 22
Retrato.




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– Ei meu amor! Que saudades de você! – dizia a mãe de Júlia do outro lado do telefone.

– Eu também mãe. Sinto muito a sua falta! – Júlia parecia querer chorar.

– Conversei com seu pai ontem, ele quer desesperadamente que você volte. (- Quero mesmo!) gritou o pai ao fundo.

– Mãe, é a faculdade! Não posso abrir mão disso! Além do mais eu estou indo muito bem. Recebeu as minhas notas? – perguntou ela.

– Sim meu amor! Estamos todos orgulhosos pelo sem desempenho, mas querida, esse rapaz pode tentar ameaçá-la ou deus me livre machucá-la.

– Mãe, eu conversei com o titio e ele me recomendou não denunciar para justamente evitar isso.

– Sei tio não sabe de nada! – disse ela, resmungando sobre o próprio irmão.

– Sabe sim, ele é um advogado! – replicou Júlia.

Júlia continuou a explicar a situação. Contou que ele voltara a frequentar a faculdade e que ainda não havia falado com Júlia ou demonstrado interesse por isso. Os comentários diminuíram. Contou também sobre Lucas ser seu novo namorado, e dona Amélia pareceu não se agradar.

– Mas e o Apolo minha filha! Ele te ama tanto! – exclamou ela.

– As coisas mudam quando se está no Rio de janeiro mãe.

– Diga ao Apolo que agradeço por ele ter defendido você. Agradeço mesmo, de todo o coração. E sei que enquanto ele estiver ao seu lado você não corre perigo algum.

– Eu queria tanto que estivesse aqui agora mãe. – Júlia soluçou ao telefone, seguido de um choro marcado por saudade.

– Eu também meu amor. Queria te abraçar bem apertado agora e dizer que ninguém nunca mais vai encostar um dedo para machucá-la.

– Eu te amo tanto mãe. – disse Júlia.

– E eu te amo mais filha.

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#Sábado

– Bom dia. – disse Júlia a Apolo.

– Se eu não fosse trabalhar hoje, seria um bom dia. – replicou ele arrogantemente.

Júlia respirou fundo e contou até dez. Era uma técnica que havia aprendido com Lucas.

Era tenso passar o dia inteiro tentando evitar Apolo ao máximo. Mas às vezes tornava-se constrangedor. Por exemplo, as diversas vezes que ele andava pelo apartamento apenas de cueca. Poderiam imaginar o cara que você ama de cueca? Andando na sua frente? Ou então quando saia de toalha do banheiro, o que significava quase a mesma coisa que andar pelado. Ela esqueceu as vezes que quase caia no riso ao perceber que ele a olhava com desejo quando ela estava bonita demais. Ou quando estava com aquela roupa de dormir que o deixava constrangido e um tanto... Excitado demais.

– Seu “namorado” tá ligando há horas! Vê se atende o telefone! – gritou ele enquanto olhava o celular de Júlia tocando na mesa.

Júlia correu para atendê-lo.

– Oi, desculpa a demora! – exclamou ela.

– Tudo bem, posso passar aí na sua casa agora? – perguntou ele.

– Claro, pode sim.

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– Estava sentindo minha falta? – disse Júlia a Lucas enquanto estavam deitados no sofá do apartamento.

– Sinto o tempo todo. – respondeu.

Ficaram em silêncio por um por tempo, até que Lucas percebeu a foto de Apolo e Júlia na formatura, pendurado na parede da sala.

– Você tá muito bonita naquela foto. – comentou ele.

Ela procurou pela tal foto. Ainda não havia percebido que a foto estava ali. Pensou um pouco e lembrou-se que a foto não estava lá há muito tempo, e que provavelmente Apolo colocara propositalmente.

– Obrigada. – disse ela.

– Você e Apolo ficaram juntos quanto tempo mesmo? – perguntou Lucas.

– Quase um ano... – respondeu meio deprimida.

– Vocês, fizeram aquilo? – perguntou Lucas.

– Aquilo o que?

– Não se faça de inocente...

– Não transei com ele! – exclamou ela aborrecida.

– Não precisa se estressar desse jeito.

– Então pare de fazer perguntas estúpidas. – ela levantou-se do sofá e seguiu para a cozinha.

Lucas a seguiu.

– Júlia, o que quer que eu pense sobre vocês? Os dois passaram tempos juntos. Vocês moram juntos e isso me incomoda de uma forma repulsiva. Eu fico imaginando se você e ele não estão fazendo algo... – Júlia o interrompeu.

– Acha que fico traindo você Lucas? – perguntou indignada.

Ele ficou calado, apenas fitando o chão.

– Tudo bem então Lucas, acho melhor você ir pra sua casa.

– Não Júlia, espera, não é bem assim. – ele tentou reverter a situação.

– Como você espera que isso dê certo quando você desconfia de mim?

– Não estou desconfiando.

– Está! – gritou ela. – Eu preciso mesmo ficar sozinha agora.

Ele não disse absolutamente nada, apenas virou-se e foi embora. Era como uma despedida mal acabada. Ambos haviam ficado magoados. Tudo por causa de uma foto. Por causa de Apolo.


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