Apenas Amigos. escrita por Yang


Capítulo 18
Eu cuido de você... Você cuida de mim.


Notas iniciais do capítulo

Gente, não esqueçam o miojo no fogo dessa vez u.u kkkk
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– O que acha que ele vai fazer? – perguntou Gabriela que aquela altura já havia tomado mais calmantes do que Júlia.

– Eu não sei. Ele me prometeu que não faria confusão. Que não usaria a violência... – respondeu a garota enquanto apertava o travesseiro fofo contra o corpo.

– E você ainda acredita nas promessas dele? – Gabriela encarou a expressão desapontada de Júlia e sentiu-se arrependida depois. – Desculpa.

– Tudo bem.

As duas encararam a porta por horas. Parecia que o tempo tinha congelado. Qualquer barulho era sinal de que estavam próximos. O telefone não tocava. Júlia sentia suas pálpebras pesarem. Já eram 3 horas da manhã. Lembrou-se que toda a confusão começou as 22 horas da noite quando ela aceitou ir a uma festa de aniversário de um cara que tentou estuprá-la. Isso ainda soava pesado. Isso ainda parecia um pesadelo sem fim. Ela esperava pela hora em que acordaria no seu antigo quarto, com a mãe do lado, e tudo aquilo seria apenas um sonho ruim, e sua mãe diria “ei, você pode dormir comigo hoje a noite se quiser, assim não terá medo”, e ela dormiria nos braços dela ouvindo-a cantar uma canção de ninar como fazia quando ela tinha cinco anos e acreditava que os monstros apareciam na janela do quarto dela para levá-la a algum lugar sombrio.

Mas não era um sonho ruim. Os monstros nem pareciam tão assustadores assim. Os monstros eram estudantes de medicina, direito, engenharia... Os monstros eram ricos e viviam bem. Eram bonitos também. Os monstros tinham pai e mãe... Tinham tudo para não fazer mal a ninguém. Mas um único monstro quase destruiu a vida de uma garota.

E ela pensou que talvez não fosse a única na festa que estivesse na mesma situação. Acreditava que todas as bebidas tinham alguma droga. E como ela exagerou, tornou-se presa fácil.

A porta do apartamento abriu. Era Apolo. Júlia percebeu o quanto machucado ele estava. Lucas entrou logo em seguida. Todos ficaram calados até que Apolo foi em direção a Júlia e a abraçou. Um abraço que dizia “eu vou cuidar de você e tudo vai ficar bem, eu prometo”. E ele não precisou dizer nada para que ela se sentisse segura ali. Não se sentia assim há muito tempo. Sabia que Apolo estaria ao lado dela e isso era algo inegável.

Lucas incomodou-se com a situação. Desviou a atenção para os detalhes que envolviam o momento, como o fato de Júlia ainda estar emocionalmente abalada. Tentou não se preocupar muito porque não queria parecer bobo demais ou demonstrar algo que não era correspondido. Esperou os dois terminarem aquele momento, e manifestou-se:

– Você está melhor Júlia?

Ela apenas assentiu com a cabeça. Olhou novamente para o rosto de Apolo e percebeu que ele sangrava. Estava machucado. Ela começou a chorar. Um choro sentido, como o de quem sente culpa.

– O que você fez? – perguntou ela enquanto soluçava.

– Eu não fiz nada. – respondeu ele.

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– Você vai ficar bem Ju? – perguntou Gabriela enquanto se dirigia a porta do apartamento.

– Vou sim. – respondeu.

– Nós vamos vir aqui amanhã ver você. Acho que você não deve contar isso pra ninguém ainda, principalmente família, o choque deles pode te deixar pior. – disse Lucas.

Ela concordou.

Os dois despediram-se e Júlia pode finalmente ficar a sós com Apolo.

– Ei, me conte agora o que realmente aconteceu. – perguntou ela.

Apolo foi em sua direção novamente e sentou-se ao lado dela.

– Cheguei ao local a acertei as contas com o tal David.

– Você bateu nele, não é?

– Sim.

– Por que fez isso?

– Porque me dói saber que alguém quase te fez um mal tão grande, um mal que eu poderia ter evitado se tivesse te protegido mais. Sabe como eu me sentiria culpado se você... – ele hesitou enquanto soluçava em um choro que começou fraco e que logo o fez desabar. – Se você não voltasse mais! Se você acabasse como muitas dessas garotas que são estupradas e depois mortas! Júlia, eu morreria. Eu...

Os dois olharam-se. Havia sentimento em cada palavra dele que descia com uma lágrima e havia reciprocidade das lágrimas dela.

Ele curvou-se e a beijou. E foi como o primeiro beijo dos dois. E parecia que todo o mal simplesmente fora disperso e que só existia ali aquele momento. E todo o pesadelo passado simplesmente tivesse ficado do lado de fora do apartamento. E ela o abraçou. E eles se desculparam.

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Júlia ajudou Apolo a chegar ao quarto. Procurou sua caixa de curativos. Enquanto limpava cada machucado, Apolo a olhava. Admirava. Como se tivesse salvado a única coisa que lhe importava. Como se ela fosse a única necessidade dele.

– Porque me olha assim? – perguntou ela, ainda vestida com a mesma roupa, ainda cansada e transtornada. E mesmo assim feliz pelo que acabara de acontecer.

– Eu não sei garotinha.- respondeu ele, dando em seguida um sorriso bobo, meio torto e sem jeito.

– Pronto! Isso resolve. O curativo vai ficar aí. Amanhã eu troco pra você. – disse ela.

– Obrigada.

E quando ela estava para sair do quarto, ele a puxou.

– O que há? – perguntou ela.

– Deixa eu te proteger hoje? Deixa eu cuidar de ti? Só fica aqui, comigo. Só não vá embora. Só não passe por aquela porta e finja que nada aconteceu... Eu ainda tô aqui. Eu sempre estive aqui, e quero permanecer aqui com você.

Ela deitou-se do seu lado e dormiram abraçados como duas crianças assustadas. Uma cuidando do medo da outra. Um sendo o refúgio do outro.



































































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Notas finais do capítulo

PRA QUEM NÃO SABE, A FIC VAI ATÉ O CAPÍTULO 35! BJBJ



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