Apenas Amigos. escrita por Yang


Capítulo 14
A gota d'água.




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- Então, qual é o número do apartamento? – perguntou Lucas enquanto ele e Júlia caminhavam pelo corredor.

- Número 23. – responde ela.

Andaram mais um pouco e logo Lucas estava próximo de conhecer Apolo. Esse era seu interesse. Não se importava muito com o apartamento e sim com o cara que estava atrapalhando seus planos.

- Entre. – disse ela o convidando assim que abrira a porta.

- Nossa, até que é confortável aqui. – comentou ele.

- É sim. E finalmente estou dormindo no meu quarto.

Eles riram. Apolo saiu do banheiro nesse momento. Ele e Lucas encararam-se por algum tempo. Tempo suficiente pra perceber que não se dariam bem

- Esse é Apolo. Apolo, esse é o... – ele a interrompeu.

- Lucas! Você é o Lucas! – disse Apolo rigorosamente. Seu rosto não demonstrava expressão alguma. Não cumprimentou. Apenas deu meia volta e seguiu para seu quarto.

- Acho que ele não gostou de mim. – disse Lucas enquanto não se importava com a situação. Apenas deu de ombros e sentou-se em uma poltrona.

Júlia não sabia o que falar. Desde a última briga, ela e Apolo mal se falavam. Ele tomava café na padaria, almoçava fora, jantava fora e passava a maior parte do tempo trancado no quarto.

- É só o jeito dele. – disse meio tímida, tentando transformar a situação em uma desculpa bem aceita por Lucas.

- Então vamos mudar de assunto. – alertou Lucas. – amanhã já começam as aulas novamente. Está ansiosa? – perguntou.

- Mais ou menos. Amanhã volto ao trabalho também. E amanhã ele começa na faculdade também. No mesmo turno que eu.

- Que situação hein?!

- É. Talvez as coisas melhorem na próxima semana quando ele começar a trabalhar.

- E onde ele vai trabalhar?

- Em um escritório de alguma coisa... Foi meu tio quem deu uma recomendação a ele. Mas não sei bem com o que.

- Bom, nós voltamos ao mesmo assunto... – informou Lucas chateado.

- Ah Lucas, me desculpe.

- Tudo bem... Antes que eu esqueça, a Gabriela mandou dizer que você a esqueceu e que você a trocou por mim...

Júlia gargalhou. Os dois riram por vários minutos porque a forma como ele estava falando dela soava engraçado.

- Isso faz bem o tipo dela! – comentou Júlia.

Lucas e Júlia passaram a tarde conversando sobre bobagens, contando histórias divertidas, falando sobre livros e filmes até que ele lembrou-se que devia lhe informar sobre uma festa.

- Lembra do David? Um carinha que saia com a gente. Comigo e com você, e com o Fernando também. Fomos várias vezes ao lanche juntos, até com a Anita e a Marina...

- Claro que lembro. Ele conversa comigo às vezes pelo facebook.

Lucas fez uma cara indesejada.

- Pois é... Ele vai dar uma festa de aniversário na casa dele. É bem grande. Vai bastante gente. Ele pediu pra que eu convidasse você.

- E porque ele não convidou? – perguntou Júlia desconfiada.

- Eu realmente não sei... Vergonha eu acho. – deduziu Lucas.

- E quando é?

- Daqui a duas semanas...

- Eu vou. – afirmou Júlia.

Lucas pareceu surpreso.

- Olha, é um tipo de festa onde rola de tudo... Coisas muito... – ele encolheu-se. – Coisas bem... "Coisadas." – isso fez Júlia rir.

- Como assim? – perguntou ela.

- Não faz o meu tipo de “festa”, tanto é que não vou. Mas a Gabriela vai.

- Eu vou com ela então. – respondeu Júlia. Lucas demonstrou desapontamento, mas ela não se importou com isso.

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Já era o terceiro dia depois das férias. Apolo evitava Júlia com todas as forças. Saia sempre antes dela. Conseguiu enturmar-se em dois dias. As garotas já começaram a dar em cima dele depressa demais. Isso não a surpreendia, sempre foi assim.

- Ei! – gritou uma voz ao ouvido de Júlia que estava sentada em um banco no pátio. Ela virou o rosto para trás e viu David, o aniversariante da festa que irá ocorrer em três dias.

- Oi, tudo bem? – perguntou ela.

- Sim, e com você gatinha? – perguntou ele enquanto sentava-se perto dela.

- Vou bem... – respondeu.

- O Lucas te avisou da minha festa?

- Sim, avisou sim.

- Então você vai né? – perguntou.

- Na verdade, quero saber por que você não me convidou... O Lucas não é rapaz de recado. – comentou ela.

Ele sorriu tímido e admirado ao mesmo tempo.

- Eu tava com vergonha... Sei lá, é difícil chegar em você. Tu é muito “fechada”. Anda sempre com ele. Pensava até que vocês tivessem um lance, mais aí descobri que não.

Ela assentiu com a cabeça.

- Respondendo a sua pergunta, eu vou sim. – disse ela.

- Você vai adorar então! – ele levantou-se e aproximou o rosto do dela e lhe deu um beijo na bochecha enquanto se despedia. Aquilo soou estranho até então. Ela percebeu que Apolo viu e depois desviou o olhar.

À noite, quando voltava do trabalho depois de ter feito hora extra, Júlia entrou no apartamento em silêncio porque pensava que Apolo estivesse dormindo. Mas surpreendeu-se ao passar pelo corredor e ouvir alguns sussurros e gemidos vindo do quarto dele. Percebeu na hora que havia uma garota ali. Retorceu-se e engoliu o choro. Dormiu a base de medicamento pois a situação havia lhe dado uma bela dor de cabeça. A última coisa que lhe veio à mente foi a noite da formatura.

****Flashback****

– Promete que não vai ficar com ninguém? – sussurrou ela baixinho.

– Prometo. Eu já sou comprometido. Com a minha melhor amiga.

****Flashback****

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Na manhã seguinte, Júlia estava preparando o café. Era sábado e sairia mais tarde para o trabalho.

Apolo levantou-se e nem ao menos olhou para o rosto de Júlia. Ela seguiu para o banheiro e recolheu a calcinha da garota que provavelmente havia passado a noite com ele.

Indignada e com raiva, Júlia exclamou:

- Avisa para as suas putinhas que elas não precisam deixar a merda das calcinhas delas no banheiro dos outros! – ela jogou então a calcinha encontrada no banheiro do chão. Apolo continuava com a mesma expressão.

Quando ela estava seguindo para o banheiro, Apolo a puxou pelo braço e a beijou. Ela tentou hesitar, mas havia sido pega de surpresa. E aquilo era bom e ruim ao mesmo tempo. Ela não queria amar ele, mas não conseguia. Era inevitável.

- Me solta! – gritou ela. Os dois olharam-se e aquilo bastou para que a confusão dos sentimentos de Júlia viesse à tona novamente.


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