P.O.V Maggie

– Pronto pirralha, e agora vê se aprende a desligar o chuveiro! – Oliver disse irritadinho depois de me mostrar como se fechava aquela merda, que era muito simples, se você fechasse para o lado certo né.

– Tá bom babaca, pode voltar pra essa sua vidinha sem graça, falou! – Eu disse o expulsando do banheiro, então antes de sair ele me jogou uma piscadinha e eu fechei a cara e bati a porta do banheiro.

Me vesti rapidamente e prendi meu cabelo, e sai do banheiro e desci a escada e encontrei Oliver deitado no sofá com uma guitarra e cara de bunda, mas sabe o que era estranho? Ele estava arrumado de mais pra quem iria ficar em casa.

– O que houve Olizinhu? A Ash não te quis hoje é? Ah é... E o tapa doeu muito? HAHAHA – Disse dando minha risada estilo vilã e ele se sentou no sofá

– Sabe que nem doeu... Mas e ai, gostou de usufruir da minha toalha? – Ele disse tocando algumas notas na guitarra e sorriu malicioso, como isso me irrita.

Nem doeu? Me engana que eu gosto!

Ia argumentar com ele, mas a casa foi invadida por um bando de adolescentes com cara de retardados/loucos.

– Ei Oliver, é aqui que rola altas putaria?! – Disse um cara alto de cabelos castanhos, e olhos verdes e grandalhão e voz de mongo... Era o garoto (acho que Austin é seu nome) que levou a livrada da nerd fofa, a Annie.

– É aqui mesmo, bro! – Oliver disse rindo e batendo na mão do garoto

Aram, aqui rola todinho, dvd do Barney, carrinhos de controle remoto, menos "altas putarias", esses garotinhos se acham os pegadores né, por favor.

Revirei os olhos dei de ombros e fui pro meu quarto, afinal, não quero ficar um mês de castigo.

Cheguei no corredor e subi a pequena escadinha que me levava até meu quarto, entrei ao mesmo e me joguei na cama peguei meu notebook fones, e comecei a jogar league of legends e depois iria assistir animes.

(...)

Aquele som estava me deixando louca, não me deixava a ouvir nem os barulhos dos ratos dessa casa (mentira, nem tem ratos, a não ser o Oliver que é praticamente um roedor sujo), é eu fiquei no quarto por 1 hora e a casa virou uma baderna total, era gente caindo de bêbada pelos cantos, era casal se pegando, era gente pulando e dançando... Aquilo realmente virou uma festa, e eu não tenho nadaaaaaa a ver com isso, que fique claro, e que o Oliver se dane sozinho.

Ok, eu subestimei os idiotas, me apedrejem!

Mas como minha mãe com toda a certeza do mundo colocaria a culpa em mim, resolvi acabar com a bagunça...

Andei com dificuldade até a cozinha observando a casa e peguei uma latinha de refrigerante (não quero ficar bêbada e ser abusada por um dos amigos cretinos do Oliver) e sai pro quintal onde ficava a piscina e Oliver e um garoto de cabelos dourados bagunçado olhos castanhos, boca rosada me lançou um olhar caloroso e eu estremeci, ele era realmente lindo, porém estava bem bêbado, assim como o Olizinhu.

– Oliver! Venha aqui agora! – Gritei com ele que me lançou um olhar meio decepcionado.

– Já vou mamãe... - E se levantou e veio cambaleando até mim – O que, que é? O que, que há? – Ele disse com a voz arrastada e colocou sua mão em minha nuca e me puxou pra perto de seu rosto fedido – mais que o normal – e gargalhou pateticamente.

– Olha a baderna que tá isso aqui garoto, minha mãe vai achar que fui eu que fiz isso! E se você não tirar essa mão imunda do meu pescoço eu vou decepa-lá em segundos, ouviu? - Disse ameaçadora e com dor de cabeça, aquela bosta daquele som estava me irritando e as luzes coloridas então... Parecia mais uma zona.

– Relaxa ranheta, e me da um beijin – Sim, ele disse “beijin”, e não ele não tirou a mão da minha nuca... Será que alguém tem o numero do manicômio por aqui?

– Bebeu? – Pergunta idiota, mas ok – Sai de cima! Está me sufocando! – Disse quando ele se jogou em cima de mim e começou a chorar dizendo que não tinha pego ninguém e estava depressivo.

– Porque o mundo é tãooooooooooo cruel? – Ele disse solução, eu mereço isso? O puxei pelos braços até a grama em que seu amigo bonito estava sentado bebendo quieto, viram... Esse é um exemplo de bêbado!

Joguei Oliver sentado na grama e ele em questão de segundos agarrou uma garrafa de Vodka que estava pela metade.

– Borboletinha tá na cozinha fazendo chocolate pá nóis... – Cantarolou com aquela típica voz de bêbado Austin saindo pelos fundos da cozinha e se sentou no chão junto aos bêbados idiotas e formou o clube do bolinha, praticamente.

Austin largou uma travessa com um liquido marrom – que segundo ele é chocolate – e gesticulou com a mão uma borboleta voando, cara, estou perdida na ilha dos birutas, só pode.

– Cara, que, qué isso? – Disse Oliver meio assustado com a “borboletinha” de Austin.

– Velho, tá maluco? – Perguntou o garoto loiro que pelo jeito era o mais sóbrio dos três bêbados.

– É, cara, tu tá comendo coliformes fecais? – Oliver disse rindo espalhafatosamente e Austin o olhou com uma cara confusa.

– Uniformes legais? Claro que não... Quem come roupa hoje em dia? – Austin disse arrastado e eu revirei os olhos, tenha santa paciência ein.

– Ele disse merda, Austin, merda – Resmunguei emburrada, como eu iria acabar com aquela festa idiota? Não que eu não curta festas, mas essa já passou dos limites...

– O QUE? DEU MERDA? OLIVER E YAN, CORRAM PRAS COLINAS, OS ETS VÃO VIR NOS ABDUZIR! AAAAAAAAAAAAAAAAH – Gritou histérico Austin, e eles se entreolharam e correr pra algum lugar, é ele TENTARAM, porque se eles não tropeçassem nos próprios pés ou acontece o “efeito dominó dos bêbados” eles teriam conseguido fugir e não teriam caído no chão.

Além de bêbado o Austin é surdo... – Pensei bufando.

Algo deu totalmente errado quando Oliver começou a rolar na grama com os braços esticados e gritando um animado “UHUUU!” em direção à piscina e eu dei um passo pra frente na tentativa de salvá-lo do inevitável (estou legal demais hoje, não sei porque), mas não deu tempo e ele caiu na piscina como uma bomba e espirrou água em toda minha cara.

Limpei as gotas de água que escorriam pelo meu rosto com raiva, mas me desesperei ao ver Oliver se debatendo na água loucamente... Minha mãe vai me matar, e isso é fato.

Opção 1 -> Oliver não sabe nadar e foi arriscar sua pele na água, e eu posso, ou não, arriscar a minha pele tentando salvá-lo, porém posso acabar sendo afoga pelo idiota que não para de se debater.

Opção 2 -> Ele saiba nadar, mas por conta da bebida ele não consegue no momento, então eu posso deixá-lo lá até ele acordar e tentar nadar para salvar sua pele por instinto, porém ele pode morrer cruelmente afogado e eu sentirei remorso depois... Não eu não sentirei.

– Acho bom eu começar a criar tubarões na piscina! – Comentei dando de ombros e dando meia volta pronta pra entrar em casa e ir pro quarto comer porcarias.

– M-Maggie! Socorro! – Gritou suplicante, Oliver, eu mordi meu lábio e me virei e andei em direção a piscina arranquei meus tênis e me joguei na piscina logo sentindo a água gelada pesar meu corpo.

Vai dar merda. Vai dar merda... Vai dar muita merda!

– Oliver! – Chamei e ele olhou em minha direção com cara de desespero enquanto se debatia na água, fui até ele e o puxei pela blusa, mas ele estava se debatendo demais e eu quase ia pra baixo junto com ele – PARA DE SE DEBATER IMBECIL! – Gritei com ele – Segura em mim! – Disse irritada.

– Pedindo assim né – Ele disse com dificuldade e ele passou o braço por cima do meu ombro, então eu o puxei com muito esforço pra beirada da piscina e o ajudei a sair de lá e ele se sentou no chão tremendo de frio e com os lábios roxos.

– AUSTIN! TIRA TODA ESSA GENTE DAQUI AGORA! SE NÃO EU VOU TE MATAR E JOGAR SEUS RESTOS MORTAIS NO MAR! – Gritei com o idiota que engoliu em seco e foi pra dentro de casa e eu o ouvi dizer “Acabo a festa! Os Extraterrestre estão vindo nos pegar, e tem bebida grátis na casa da Ashley!” e ai todo mundo saiu correndo e em segundos todos haviam ido embora correndo... Bando de idiotas malucos.

– Ei, tudo bem com o Oliver? – Ouvi uma voz grossa atrás de mim e me virei dando de cara com o amigo do Oliver, Yan.

– Hum, não... Mas eu vou cuidar desse bêbado imbecil - Disse observando Oliver sentado no chão tremendo, e eu não estava com tanto frio como ele.

Morra de hipotermia e choque térmico seu maldito - Pensei, mas não disse, queria parecer boazinha.

– Ok, obrigado e até mais – Ele disse e deu um sorriso perfeito e saiu junto ao resto de babacas que ainda estavam na casa.

– Até – Disse e ele saiu me deixado só com o Olizinhu – Agh, você só me arranja problemas Sprouse – Disse o ajudando a levantar e o levando pra dentro de casa.

– Olha só quem fala né – Ele resmungou enquanto subíamos as escadas, ele parecia um pouco mais sóbrio.

Chegamos até o quarto dele e eu o ajudei a tirar as roupas molhadas (não pude deixar de notar os músculos dele, me apedrejem, obrigada) e ele foi até o banheiro colocar uma roupa seca e quando voltou se sentou na cama e eu encarei, ele tinha uma cara de dor, e suas bochechas estavam vermelhas.

– Olizinhu, se tá bem? – Disse e ele balançou a cabeça negativamente e eu me levantei e fui até ele pus minha mão em seu rosto que estava queimando, é ele estava com febre.

Além de imbecil, bêbado, ele ainda está com febre... Fiquei como babá hoje, eu mereço isso? – Pensei e suspirei.

– Você tá com febre Oliver, vou pegar um remédio, deita ai e sossega – Disse grossa e ele se deitou e fechou os olhos.

Desci rapidamente e peguei um remédio e um copo d’água e levei pra ele.

–Toma – Disse dando o remédio e o copo a ele que tomou o remédio e deixou o copo na mesinha ao lado.

– Obrigado – Ele disse ainda com uma voz meio arrastada e olhou nos meus olhos, ficou um clima chato e eu resolvi ir dormir.

– Hum... – Murmurei sem jeito.

– 2 – Ele disse e gargalhou... Acho que alguém já está melhor.

– Idiota – Resmunguei.

– Ei bocó, me da um beijo de boa noite? – Ele disse com aquela voz de bêbado dele e fazendo uma carinha de bebe chorão.

– Não. – Disse seca.

– AH, QUER QUE EU MORRA? – Ele disse irritado também.

– Ah ah, como adivinhou? – Disse irônica e sorri.

– Pare de ironia, se quisesse que morresse não teria me trazido rémedio - Ok, ele me pegou... Não acredito que vou pensar isso mas... Não é que ele tinha razão? - E se você não me der um beijo de boa noite eu te dou! – Ele disse e ele me puxou pela mão e eu logo senti seus lábios quentes em minha bochecha, eu corei e ele me largou e gargalhou loucamente e eu o estapeei e enquanto eu limpava seu beijo com cara de nojo ele ria, então bufei e ele parou de gargalhar.

– Vou dormir, se você se sentir mal me chame... Seu retardado idiota anormal – Disse irritada por impulso, nunca me importei tanto assim com alguém como me importei hoje com esse idiota, ele apenas sorriu e eu fechei a cara e sai do quarto batendo a porta e caminhei até meu quarto pra me trocar e dormir, pois eu ainda estava molhada.

Cara, não é nada fácil ser babá de um bêbado de 17 anos irritante, que não sabe nem nadar direito, mas pelo jeito eu sei fazer isso bem não é? Acho que vou escrever um livro de “Como Ser Babá De Um Bêbado!”, com certeza irei vender milhões de copias né.

Mas a pergunta é... Porque eu sempre me dou mal? É algum tipo de praga, mandinga, maldição ou sei lá, só pode!

Mas eu acho que essa minha nova praga tem nome e sobrenome: Oliver Sprouse.