P.O.V Maggie

– KYLE? – Disse escandalosamente alto e incrédula, com tantos meninos bonitos pra mim cair na piscina porque justo ele?

Ele me olhava de forma abobalhada e com um grande sorriso em seus lábios sempre avermelhados, seus cabelos molhados colados em seu rosto o deixavam mais atraente agora, mas pro azar do garoto eu estava encharcada e muito brava, então parei de me debater e empurrei os braços daquele troglodita de cima de mim e tratei de nadar pra beirada da piscina recebendo olhares de muitos fofoqueiros.

– Maldição – Resmunguei saindo da piscina com minha roupa extremamente pesada, todos estavam em silêncio me encarando inclusive Oliver que mantinha a expressão extremamente séria, e olha que eu esperava que ele estivesse rindo da minha cara nesse momento, já que é um cretino e tudo mais.

Olhei para Oliver novamente e seus olhos só faltavam queimar de raiva, então resolvi provocar mais discórdia.

Sem nem pensar duas vezes arranquei minha blusa molhada de meu corpo e a joguei no chão com força e raiva e uma enorme cara de paisagem.

Não sei como, nem de onde Oliver apareceu de frente pra mim numa rapidez assustadora, ele passou seu braço em minha cintura tampando a visão dos outros garotos com seu corpo.

– O que pensa que está fazendo? – Ele perguntou com seu rosto perto do meu.

– Tirando minha blusa molhada, ué – Respondi obvia.

– Você está brincando né? Não podia fazer isso em outro lugar? – Ele disse ironicamente.

– Tipo no quarto dele – Um amigo idiota de Oliver comentou rindo e eu o encarei de forma tão satânica que o garoto deu no pé, então voltei minha atenção a Oliver.

– Acho que não. – Eu disse sorrindo.

– Vai se trocar. – Ele disse sério.

– Não estou bem assim – Agora eu era irônica, é claro que eu não estava bem assim, não sou uma oferecida, e nem sei porque de eu ter feito isso, talvez para mostrar ao Oliver que não sou criança.

Oliver não disse nada apenas me puxou pelo braço em direção a porta e eu não pude me soltar dele, mesmo que eu puxasse meu braço.

Andamos até a porta de vidro e agora a abri antes de entrar, revirei os olhos ao entrar pela casa molhando tudo e encontrar a velha desaparecida safada, cujo chamamos de vovó, passando uma cantada digna do Orkut ao um dos amigos de Oliver, ignorei a situação bizarra e subi a escada junto a Oliver.

Quando chegamos no andar de cima antes que pudesse entrar no meu quarto senti Oliver me puxar e me empurrar pra dentro do quarto dele, senti calafrios passarem pelo meu corpo ao sentir seu olhar sobre mim, então me dando conta de eu ESTAVA SEM CAMISETA NO QUARTO DE UM MENINO! E PIOR esse menino ERA O OLIVER!

– Ei, ta maluco? Quer morrer? Porque me trouxe aqui? – Eu disse corada e com raiva só então despertando Oliver.

– Você vai ficar quietinha ai!

– Vou nada – Fiz birra cruzando meus braços.

– A é? Então ok! – Ele disse saindo do quarto apoiando-se à muleta deu um sorriso e fechou a porta a trancando antes que eu pudesse sair.

– ABRE ESSA PORTA AGORA SPROUSE! – Gritei batendo na porta, chutando a porta, socando a porta.

– Vai se comportar? – Ele perguntou do outro lado, tenho quase certeza de que ele estava rindo.

– Me deixa em paaaz! – Eu disse fingindo choro.

– Ok, se divirta no meu quarto, adeus Maggiezinha – Oliver disse e eu pude ouvir passos se afastando dali, ele havia me deixado sozinha ali.

– EU TE ODEIO SPROUSE! – Gritei com raiva.

Oh, merda. Isso não pode estar acontecendo.

Oh Deus, por quê?

Por quê?

Porque meios-idiotas-irmão como o Oliver existem? Pra ferrar com sua vida só pode!

Meus pensamentos malignos foram interrompidos por um celular tocando.

Olhei em direção a cômoda e vi o celular de Oliver e na tela o nome “Mandy” piscava loucamente, o peguei e o atendi com raiva.

Como essa vaca bitch ainda liga para o Oliver numa hora como está?

Dei à louca e então desliguei o celular dele e o taquei na parede, o despedaçando na hora.

Mordi meu lábio com estrago que havia feito então naquele instante tive uma ideia quase que genial, corri até o banheiro de seu quarto e deixei a temperatura de seu chuveiro no máximo.

Ou seja, ele morrerá cozinhado.

Então depois de descontar toda minha raiva nas coisas do meu querido meio-irmão me sentei em sua cama só esperando ele abrir aquela porta.

Eu olhava o teto entediada quando ouvi barulhos de passos e logo depois chaves abrindo a porta , e logo avistei Oliver, então apenas me levantei e sai como um furação daquele quarto, e me tranquei no meu.

Me encostei na porta e logo ouvi gritos.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH! Maggie!!!!! – Comecei a rir do garoto que cheguei a cair no chão de tanto rir. – Maggie! – Ele batia agora loucamente na porta do meu quarto.

Me recuperei do meu acesso de risos, arrumei meus cabelos e abri a porta do meu quarto com cara de nada.

– O que?

Meu cinismo me surpreende.

–O QUE? VOCÊ ACABOU COM MINHAS COISAS E AINDA QUASE ME MATOU TORRADO! – Ele tinha a pele de suas bochechas vermelhas, agora não sei se de raiva ou de queimaduras, ai ai.

– Ai que exagero – Comentei analisando minha unhas.

– Exagero? Olha isso! – Ele disse e ergueu sua camiseta revelando seu projeto de “tanquinho”, sua pele estava muito vermelha.

– Ops! – Disse me sentindo um pouco boba com seu abdômen (me apedrejem) e culpada.

– Ops? Fique longe do meu quarto sua maluca! – Ele disse se apoiando em sua muleta e me deixando falando sozinha.

– Tecnicamente... FOI VOCÊ QUEM ME TRANCOU NO SEU QUARTO! – Gritei e ele me olhou com uma cara de raiva impagável.

– Eita juventude assanhada! – Comentou a velha entrando em seu quarto.

Apenas revirei meus olhos e me fechei em meu quarto.

(...)

Acordei com meus cabelos estavam mais curtos essa manhã, é eu os cortei sozinha, e agora estão totalmente loiros novamente, estou pensando no que fazer nele agora.

Parei com meus devaneios ao ver minha mãe me encarando, até me assustei um pouco, mas passou.

– O que? – Perguntei rude a ela.

– Hum, porque você não fica em casa hoje Maggie, sabe pode faltar a escola... – Ela disse e eu a encarei desconfiada, então encostei minha mão em sua testa.

– Mãe se tá bem? Bebeu? Usou drogas? Como assim você está me mandando faltar à escola? – Eu disse, mas o que eu estou fazendo? Até parece que eu queria ir à escola, se bem que não seria má ideia, melhor do que aguentar o doente resmungão do Sprouse o dia todo.

Só posso estar em um mundo alternativo em que mães mandam você faltar aula!

– Ah, só ofereço uma vez hein! – Ela disse se irritando.

– Ai ta bom, ui – Eu disse então passei os olhos pela sala e pude avistar malas – Que malas são essas mãe? Vai viajar? – Perguntei mais desconfiada ainda, se for isso rezo para que ela não me prenda jamais com Oliver.

– Não, só estou juntando roupas velhas para doar aos... mendigos, hehe – Ela disse chutando sua mala pra baixo da mesa central da sala.

Mendigos? Suspeito, suspeitíssimo!

– Hum, certo então – Eu apertei meus olhos desconfiadamente e fui pra cozinha onde Oliver empacou no caminho não me deixando passar.

– Cortou o cabelo? – Ele perguntou com sua cara de cavalo natural.

Eu havia tirado as pontinhas, como ele é perceptivo, gente.

– Não, tirei pra lavar! – Disse irônica e ele bufou – É obvio que cortei idiota!

– Quando?

– Ontem.

– Sozinha?

– NÃO COM O PAPA! – Gritei irritada e ele chegou se encolher – Aff, sai da minha frente logo antes que eu quebre sua outra perna! – Disse e ele mostrou o dedo do meio pra mim e saiu mancando com sua muleta.

Fui até o armário e peguei um pacote de salgadinho.

– VAI AUSTIN VAAAAAAAAAAAAAAAI! – Ouvi minha mãe gritar e do nada Austin apareceu correndo em minha direção com roupa de jogar rugby, ele estava usando até o capacete.

Quando ele chegou até mim me jogou em suas costas e correu pra fora da cozinha enquanto eu gritava, esperneava, batia nele, entre outras agressões.

Quando me dei conta de onde eu estava me desesperei, eles me jogaram dentro do carro de Oliver, e ao meu lado o próprio se sentou rapidamente, enquanto Austin e Annie se sentaram na frente.

– É O QUE? QUE DIABOS ESTÁ HAVENDO AQUI?! – Gritei irritada tentando abrir a porta de qualquer maneira, o que foi inútil.

– Se acalme Maggie! – Oliver disse me segurando pelos braços.

– Então me digam aonde estamos indo caramba!! – Eu disse brava e ele me encarou.

– Bom, estamos indo entregar o ultimo convite de casamento ao meu avó que mora... Numa fazenda – Oliver disse se encolhendo.

– NUMA FAZENDA?! VOCÊS ESTÃO ME ARRASTANDO PRA UMA FAZENDA?! – Gritei irritada e Oliver se encolheu mais.

– Se acalme Maggiezinha! – Ele disse com receio.

– Não me peça calma! – Disse olhando mortalmente a ele.

– É só por 3 dias Maggieeee! Wee! UHOHOHOW – Austin disse enquanto dirigia (que medo desse aloprado bater o carro matar todos nos) e então me dei conta de quão ruim seria passar 3 dias com um completo IDIOTA.

– 3 dias? Como vou suportar TRÊS LONGOS dias com o Austin e Oliver? –Perguntei a mim mesma e vi Annie chacoalhar a cabeça negativamente enquanto ria – Que? Qual a graça?! – Perguntei irônica a ela.

– É só que, você mora junto com o Oliver e está reclamando de ficar 3 dias com ele num outor lugar. – Ela disse me encarando.

– Oh, é verdade, não tinha pensado por esse lado – Eu disse me sentindo uma burra hoje.

(...)

O carro parou em frente a uma pequena casa em que um velhinho com uma cara simpática acenava para Bruce e minha desnaturada, digo, mãe , que havia acabado de chegar.

Sai do carro com uma cara de “sim, estou com raiva”, mas antes que pudesse sair do carro alguém me chamou.

– Maggie, não esta esquecendo nada? – Oliver disse com cara de cú.

Olhei em volta e não vi nada meu no carro.

– Não! – Eu disse dando um sorriso.

– E EU? – Ele disse apontando sua perna – Sabe não me lembro, mas eu tenho CERTEZA que você tem haver com meu acidente.

– É eu tenho... Digo, NÃO, QUE MALUQUICE A SUA! – Como eu disse estou uma burra hoje.

– Aram, aram, agora me ajude a sair daqui – Ele disse estendendo seu braço a mim.

Revirei meus olhos categoricamente e o ajudei a sair do carro, mas sabe, suspeito que ele esteja soltando todo seu peso em mim, porque tá pesado.

– Ai, seu estrupício, pare de soltar seu peso em mim! –Disse irritada ajudando ele a chegar até seu avô.

– Não reclame tanto, podia ser pior. – Ele disse sarcástico.

– Oi moça e bonita e Oliver! – O velho disse dando uma piscadinha para mim.

MEU DEUS! ESSE VELHO É A VERSÃO MASCULINA DA AVÓ DO OLIVER!

Socorro.

– É Maggie avô – Oliver disse bravinho e passando me abraçando pelos ombros.

– Tanto faz... MAS QUEM FOI O IDIOTA QUE TROXE ESSA VELHA IDIOTA AQUI?! – O velho se irritou ao ver vovó Clotilde e eu contive meu riso.

– Aff pai, pare de implicância e vamos todos entrar – Bruce disse nos empurrando para dentro, e a casa era bem legal com moveis rústicos e legais.

– Fica ai Oliverzinhu – Eu disse ajudando ele a sentar no sofá, então me sentei cansada ao seu lado.

(...)

Mais tarde Austin me parecia suspeito, e pior, Annie também, ficavam cochichando pelos cantos, enquanto eu ria dos velhos tarados e Oliver reclamava de tudo.

– VAMOS BROTHERS! – Austin disse segurando lenha.

– Vamos aonde? Surtou? – Oliver disse comendo salgadinhos.

– Vamos fazer uma fogueira e comer marshmallows lá fora! – Austin você só pode estar de brincadeira.

– Não, obrigada! – Eu disse roubando salgadinhos do Oliver.

– Se vocês não forem, não liguem se acordarem com a cabeça decepada amanhã! – Austin disse nos encarando sombriamente, mas sabe o que é irônico? Se você tive a cabeça decepada como irá acordar? Bom, mesmo assim Austin me deu medo, talvez por ele ser meio doido e idiota, não duvido nada.

– Ok, nós vamos, aff – Oliver disse se fazendo, então ele se levantou com sua muleta, e me puxou.

– “Nós”? Se você quer ir ficar com frio, ser mordido por insetos, ou atacado por um urso, problema seu! Mas eu não quero então adeus! – Já disse que tenho medo de ursos? Pois é eu tenho, ursos não são fofos, são um pouco assustadores.

E esse meu medo começou quando eu joguei o jogo de Nárnia e o Príncipe Caspian, os ursos do jogo me matavam toda hora.

– A pare vai ser legal, vamos logo! – Austin disse e puxou meu baço me fazendo levantar e quase desgrudar meu braço do corpo.

Annie já estava sentada em frente a fogueira, então Austin se sentou ao seu lado, e eu me sentei de frente pra eles, e minha sombra, com codinome Oliver se sentou ao meu lado.

Nós conversamos, bati em Oliver, Oliver cantou e tocou violão, Annie quase acabou sem sangue por culpa dos pernilongos, e Austin riu como uma hiena com diarreia, e assim se passou a noite, e quando estávamos se preparando pra entrar algo estranho aconteceu.

– Calem a boca! – Eu disse e todos me encararam parando de rir – Escutem! – Sussurrei e eles ficaram em completo silencio, e pudemos ouvir grunhidos e rugidos, os grunhidos vinham da floresta perto de nos.

– O que é isso?! – Sussurrou Annie assustada.

– Meu estomago que não é! – Austin disse baixo assustado.

– Será um urso? Ele pode ter sentido o cheiro dos marshmallows! – Oliver sussurrou.

– U-u-ursos? – Eu gaguejei e um grunhido mais próximo, Austin e Annie foram os primeiros a correr então eu me levantei e sai correndo também.

– Maggie! Não está esquecendo algo?- Oliver disse de longe e eu parei de correr.

– Verdade! – Corri de volta até lá peguei meu celular que havia deixado ali. – Obrigada! – Eu disse pronta pra correr.

– O QUE? E EU?! – Ele gritou e um rugido me assustou.

É eu não podia deixá-lo, ali, pra ser devorado por ursos!

É crueldade demais até para o Oliver.

– Vamos logo! – Eu disse ajudando ele a levantar rapidamente, então fomos nos arrarastando, mas não iria dar tempo de chegar até a casa então eu avistei um deposito de feno, então “corremos” até lá e nos fechamos no deposito.

Eu estava com medo, pela primeira vez na minha vida e porque? Porque ursos são assustadores.

– Ah vamos morrer! – Eu disse desesperada, e se o urso sentir nosso cheiro? Não quero morrer!

– Calma, nada vai acontecer, eu estou aqui pra te proteger! – Oliver disse me abraçando.

Oh, isso me deixa mais calam, só que não.

O que fazer agora?

Ficamos alguns minutos presos ali até que algo/alguem começou a abrir a porta do celeiro e eu gritei quase chorando e me agarrando no pescoço de Oliver.

– Vocês estão bem? Ouvi alguns gritos e vim ver o que há de errado! - Uma voz masculina me fez soltar Oliver e olhar em direção aporta.

Um garoto de cabelos cor de mel bagunçados, rosto bonito e fino, boca bem desenha e avermelhada e olhos castanhos e um estilo meio fazendeiro era quem falava.

Então, acho que estou começando a gostar desse lugar!