O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!
Quero dar boas vindas ao leitores novos e desejar a todos uma boa páscoa!
Espero que gostem do capítulo. É bem triste, na verdade, eu espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/337918/chapter/6

POV Peeta

Não tenho muito o que fazer no distrito 13, a maior parte do tempo fico no meu quarto ou andando pelo distrito. Não tenho sido convocado a nenhuma reunião nem chamado para a gravação de nenhum vídeo.

Estou sentado em minha cama com as costas apoiadas contra a parede, tenho em mãos um pequeno caderno e uma caneta, faço alguns esboços para passar o tempo. As vezes desenhando rostos, as vezes cenas dos jogos, que apenar de tudo não me deram trégua e continuam a atormentar meus sonhos durante as noites.

Desenho agora a imagem que invadiu meus sonhos essa noite, a cena de Gloss lutando contra Katniss na cornucopia. Ele com uma espada e ela com uma lança.

-É muito bonito. - Delly fala. - você tem talento.

Delly tem me feito companhia hoje, ela também anda meio entediada por aqui, e se tem uma coisa que ela não suporta é o tédio, e posso dizer isso com toda a certeza depois de longos anos de amizade.

Mas mesmo que Delly seja animada e sempre sorridente, sei que assim como eu e muitos dos sobreviventes do 12 deve estar devastada por dentro.

Fiquei sabendo que os pais de Delly não sobreviveram ao bombardeio assim como muitos. Delly nunca fala na morte dos pais, e eu também não toco no assunto.

-Obrigado. - digo. - eu sinto falta de pintar com tinta de verdade e do trabalho a padaria.

-Aqui é um verdadeiro tédio. - ela reclama e se joga na cama vazia de Simila, fazendo drama.

-Já deve ter dito isso mais de 40 vezes nos últimos 20 minutos.- eu sorrio.

-Eu queria poder fazer alguma coisa, ao em vez de ficar aqui parada vendo os outros fazerem.

-Não é simples assim, por mais que eu também preferisse de estar fazendo alguma coisa. - digo.

Ela pega o controle remoto e liga a TV, e em seu único canal estão repassando o vídeo que eu gravei para s rebeldes.

-Ficou muito bom esse video. - ela fala. - você acha que vai convencer o distritos a se rebelarem?

-Com um vídeo eu acho difícil, mas provavelmente serei chamado para fazer mais caso de certo de alguma maneira.

-Não ficou sabendo que nenhuma novidade da revolução?- ela me pergunta.

-Ainda não.- digo, ela faz uma careta.

-Acho que isso já passou uma centena de vezes .- Delly fala.

O vídeo chaga ao fim e a tela escurece, Delly está com a mão no controle para desligar a TV mas eu a impeço.

-Espera!- eu grito, largando o caderno e o lápis.

Delly se assusta, e larga o controle. Mas eu estou preocupado demais encarando a TV, nesse momento mus olhos encontram a ultima pessoa que eu esperava ver na TV. Katniss.

Mas não é a Katniss de sempre que eu vejo, mas uma versão dela completamente em panico e assustada, se debatendo enquando tiras de metal lhe prendem em uma cadeira, também há um grande jarro d’agua próximo dela.

O vídeo mostra apenas Katniss, mas fica claro que há mais gente na sala. Essa pessoa com certeza lhe disse algo, vejo Katniss cerrar os dentes com raiva e desespero. A voz da segunda pessoa e cortada assim como a imagem da mesma.

O vídeo não possui som, mas consigo ler as palavras da boca de Katniss, tendo me vista que ela esta gritando.

“eu já disseque não sei!” ela provavelmente grita.

Imediatamente uma terceira pessoa aparece no lado aposto que ela está encarando, e a pegando de surpresa, afunda sua cabeça no jarro d’agua.

Katniss tenta se debater desesperadamente, mas o homem, provavelmente um pacificador, continua a pressionar seu pescoço debaixo d’agua.

Ao sair da água, Katniss tenta recuperar o folego. É possível notar que alguém fala com ela, pois Katniss murmura coisas e nega com a cabeça.

A pessoa diz algo que faz os olhos de Katniss se arregalarem de medo, logo depois o corpo de Katniss começa a tremer como se estivesse levando um enorme choque em todo o corpo.

Mesmo sem som, o grito de terror e dor que Katniss solta faz com que eu me desespere ainda mais do completo estado de choque que me encontro.

O corpo de Katniss continua a tremer na cadeira, mas agora treme por conta própria já que o choque provavelmente teve fim. Ela fica em silencio por um tempo, provavelmente sem forças para fazer qualquer outra coisa.

Logo depois a vejo dizer novamente um “eu não sei”, novamente tem a cabeça mergulhada na água. Ela volta a se debater angustiada, dessa vez com bem menos força que antes.

Quando ela volta a superfície novamente, murmura alguma coisa, voltando a negar com a cabeça sem forças para dizer qualquer coisa mas ao mesmo tempo angustiada e em pânico.

Então mais uma vez seu corpo treme com mais um choque elétrico, e quando finalmente para, Katniss cai inconsciente e a imagem fica preta.

Eu continuo parado sentado na cama, sem saber o que fazer e completamente em choque com o que acabo de ver.

-Peeta... - ouço Delly chamar, aparentemente também sem saber o que fazer.- ah meu Deus.

Ela vem em minha direção e me abraça com força, só então noto que choro e soluço sobre o ombro de Delly. E ela apenas me abraça, como se simplesmente não conseguisse emitir som algum.

Esse tempo todo que eu estive no distrito 13 gravando vídeos estúpidos Katniss estava sofrendo nas mãos de Snow na Capital.

 É claro que eu sempre soube que eles jamais teriam piedade ou ternura, mas a cena da tortura passada na TV foi simplesmente frio, cruel e maligno. Não consigo imaginar o que se passa na cabeça de um ser humano capaz de fazer uma coisa dessas.

O que Snow pretendia conseguir com isso? Se foi simplesmente para deixar todos abismados e em pânico, ele de fato conceguio.

Isso não poderia estar acontecendo, não com Katniss. Como eu gostaria de poder simplesmente trocar de lugar com ela, eu apenas queria te-la segura, sã e salva e muito longe do alcance da crueldade de Snow.

Katniss simplesmente não parecia ela mesma no vídeo, não era uma garota corajosa e destemida que eu via sempre firme e forte.

Ela não demonstrava medo, nunca se deixava intimidar, nunca deixava que ninguém soubesse o que ela mesma pensava. Ela nunca deixava que ninguém soubesse quando estava assustada.

Apenas para mim ela costumava ceder ao medo e ao temor, mesmo que nunca se permitisse chorar na frente de qualquer um ela sempre me deixava lhe consolar. E esse fato me fazia sentir a pessoa mais sortuda do mundo.

Mesmo na primeira arena, quando se voluntariou por Prim, sem medo, na arena...

-Ah não... Delly. - eu seco algumas lagrimas e me solto dela que me encara como se temesse qual seria meu próximo passo. Eu de fato devo parecer uma pessoa a beira de um Colapso nervoso.- Delly, a Prim. E se ela também tiver visto o vídeo?

-Talvez ela não tenha visto... E-eu ouvi dizer que ela tem trabalhado muito a enfermaria no distrito com a mãe...- ela gagueja de nervosismo tentando me acalmar da maneira que consegue, mas eu não lhe dou ouvidos.

Eu me coloco de pé com um pulo

-Você sabe onde fica o quarto dela?- eu pergunto.

-Peeta, por favor, sente-se mais um pouco você ainda está nervoso...

-Não Delly, porfavor me diga onde Prim está. Eu preciso falar com ela. - eu suplico. E ela me encara como se tentasse decifrar um difícil problema de matemática.

-Soube que fica no quarto 1.220...- ela mal acaba de falar e eu já vou até a porta.- Peeta! Espere!- novamente eu a ignoro e corro até o quarto.

O quarto fica um andar acima do meu, no entanto tenho a sorte de encontrar um elevador no andar, e corro o mais rápido possível até o quarto de Prim.

Corro e logo estou em frente à porta branca levemente desbotada assim como as demais do distrito, em sua frente está pendurada uma placa com o numero 1.220.

Levo a mão a porta para bater e só então noto como mInhas mãos tremem, no entanto consigo bater na porta.

Não há resposta, por um momento penso que por alguma sorte talvez Prim não tenha visto o vídeo.

-Prim. - eu chamo em uma ultima tentativa. - Prim você está ai?

-P-peeta?- uma voz fraca choraminga atrás da porta seguida por um soluço e eu noto que infelizmente, eu tinha razão.

Levo minha mão a maçaneta e felizmente encontro a porta destrancada. Entro no quarto e vejo Prim encolhida aos pes da cama de frente para a TV que ainda permanece ligada passando a propaganda de que eu não dou a mínima importância.

Vou em direção a Prim que abre os braços, eu a abraços forte, assim como Delly fez comigo a pouco tempo atrás.

Dessa vez eu não vou chorar, eu serei forte por Prim, nunca a vi  tão fragilizada desse jeito.

-Peeta, o video... V-voce viu também?- ela diz soluçando.

-sim eu vi.- eu respondo.

-P-por que estão fazendo isso com ela? Ela não sabe de nada... Não é mesmo?- ela me olha com os olhos azulados porem inchados e com o rosto manchado de vermelho devido as lagrimas que não paravam de escorrer.

-Não, não sabe.- eu digo tentando manter a voz controlada.

-Então por que estão fazendo isso com ela?- ela pergunta como se fosse uma criança de 5 aninhos.

-Eu não sei. - eu digo.- eu realmente não sei.

-Eu nunca a vi assim antes Peeta. - ela fala.- realmente com medo, como se estivesse tão perto da morte... Ela estava em pânico, ela tinha medo.

-Eu sei...-  digo com a voz rouca e vacilante.

-Ela não estava assim nem quando vocês estavam para voltar para a arena.- ela fala.- ela não tinha medo por ela, não é mesmo? Não era por ela que ela temia. - Prim pergunta mais como uma confirmação do que como uma pergunta.

Eu fico em silencio, ela realmente tem razão em tudo.

Eu mesmo também nunca havia visto Katniss realmente com medo por ela mesma, com medo da própria morte como se estivesse mais próxima a cada segundo.

Nos primeiros jogos ela se ofereceu como tributo corajosamente por medo da morte de Prim.

Durante esses mesmos jogos ela demonstrara medo por mim, na caverna, quando eu por pouco não morri devido ao ferimento na perna. Mesmo que na época eu nem e se quer fosse nada dela.

No anunuciamento do massacre ela novamente teve medo pela minha morte, e logo depois temia pela vida de nosso filho, assim como eu também temia.

-Prim... Prim eu sinto muito. - eu digo me refirindo tanto ao video da tortura, tanto ao o que aconteceu na arena, o que eu poderia ter evitado, mas não fui capaz.

E Prim parece ter entendido tudo isso.

-Voce sabe que não tem culpa não é?- ela fala. - nada do que aconteceu foi culpa sua.

Eu não respondo, apenas fico em silencio enquanto Prim continua a chorar, e eu não posso me dar a esse luxo no momento.

Quando seu choro finalmente começa a diminuir, eu a pego no colo a retirando do chão frio que estávamos e a colocando devota em sua cama.

Não demora muito para Prim pegar no sono, e eu inda fico um tempo sentado ao pé de sua cama.

Penso se talvez eu devesse chamar a mãe dela, contar sobre o ocorrido pra que ela ficasse com a filha. Mas logo desisto da idéia, me lembro de como Katniss costumava me contar vagamente como a mãe se ausentou e entrou em depressão apos a morte de seu pai e como demorou para recuperar remotamente a consciência das coisas. Ela nunca falava muito no assunto, pois sempre a deixava mal e triste.

Mas eu noto que simplesmente não posso fazer isso, a mãe dela poderia voltar a depressão e novamente abandonar Prim, mas dessa vez Katniss não estaria aqui para ajuda-las.

Não demoraria muito para que ela também descobrisse sobre os vídeos e a tortura de Katniss, mas eu tentarei adiar isso o maximo possível.

Ela realmente não tem ninguem aqui. Delly disse que Prim fica muito tempo trabalhando com mãe, provavelmente também não possui muitos amigos, e os que possui talvez até tenham morrido no bombardeio do distrito 12.

E agora também não tem a irmã.

Não sei por que demorei tanto a vir atrás de Prim, eu sabia desde que entrei no distrito que ela provavelmente estria sozinha e, assim como eu, sofrendo pela falta de Katniss.

Talvez eu a tenha evitado por pensar que talvez ela me julgasse, e assim como eu mesmo fiz e também assim como Haymitch me culpou por Katniss estar com Snow na Capital.

Ao verificar o relógio noto que não me dei conta do tempo que passei ali, com Prim. Mas de fato já estava tarde.

Perco-me novamente entre meus pensamentos e então nem me dou conta as batidas da porta, apenas as noto quando Finnick entra no quarto com uma expressão alarmada.

-Peeta?- ela fala.

-Fale baixo, ela acabou de dormir. - digo me levantando com medo que Prim acorde novamente.

-Ah, tudo bem, desculpe. - ele parece apenas agora notar a garota dormindo sobre a cama, então ele abaixa a voz.- Peeta eu preciso falar com você.

Eu aceno com a cabeça.

-Melhor falarmos lá fora. - ele olha novamente para Prim com uma certa pena.

Eu me levanto do chão e saio do quarto ao lado de Finnick.

-Delly me disse que você viu o vídeo. - ele olha para mim como se tentasse ler meus pensamentos e decifrar minhas reações. - Prim viu também?

-Viu, eu vim atrás dela e ela estava chorando aqui sozinha.- digo e engulo a seco. Finnick suspira.

-Peeta você não pode contar a ninguém o que você viu. - ele fala pra minha surpresa e total confusão.

-O que você quer dizer com isso?- pergunto.

-Eles estão preocupados com a sua reação, acham que vai ficar debilitado de novo- ele fala- Se souberem que você viu eles vão te mandar de volta pro hospital e te encher de morfina novamente.

Eu relembro meus primeiro dias no distrito que eu passei no hospital apenas me culpando por o que aconteceu a Katniss. Ninguém me deixava sair do hospital nem receber visitas, apenas me davam morfina para me fazer dormir.

-Peeta, estou dizendo isso para o seu próprio bem. Eu quero ajudar você.

-Por quê?- eu pergunto.

-Por que eu sou seu amigo, Peeta. Sei que ficar em um hospital não vai lhe ajudar em nada também. - ele fala com ternura. - não volte a ver a TV, não vai te fazer bem se isso tornar a se repetir.

-Esta me dizendo que isso vai ter mais? A tortura de Katniss vai virar uma espécie de programa de TV?- pergunto em uma mistura de pânico e raiva.

-Eu não sei. - ele desvia o olhar e comprime os lábios como se decidisse o que dizer em seguida. - Mas não torne a ver esse vídeos se eles passarem.

-Tudo que eu posso fazer é simplesmente evitar as TVs?- pergunto abismado. - Eu não entendo por que até agora ninguém promoveu uma missão de resgate. Porque ninguém toma uma atitude?

-Estão tomando partido, só que não dessa forma. Não estamos em condição de uma missão de resgate. - ele fala.- Eu também gostaria que ela estivesse bem, mas nos não temos como fazer isso.

-E o que estão fazendo então? Por que o parece ninguém se importa em me manter informado?!

-Estamos tentando fazer com que os distrito se rebelarem mais rápido. - ele explica. - em quanto mais rápido isso tudo terminar mais rápido Katniss estará  a salvo.

-É nisso que eu tenho que acreditar? Que Snow manterá Katniss viva até lá? – eu falo. - Ela ficará sendo torturada até lá?

-Eu sinto muito Peeta, mais infelizmente isso é tudo que está ao nosso alcance fazer. - ele diz.- Eu já pedi a Delly que não contasse a ninguém o que vocês viram, apenas não fale para ninguem, tudo bem?

-Tudo bem. - digo de contra gosto.

-Volte pro quarto, descanse um pouco. - ele fala.- já esta de noite é melhor você dormir.

Eu aceno com a cabeça em concordância, e volto para meu quarto, sem qualquer alternativa.

Ao chegar ao quarto fiquei feliz e aliviado ao ver que Simila não se encontrava no quarto, eu estava sozinho e como sugerido por Finnick, me deitei na cama.

Até agora mal tinha notado o quanto cansado eu estava, tanto fisicamente quanto mentalmente. Ao deitar na cama, não tive nem tempo de pensar em nada, dormi praticamente imediatamente assim como Prim.

Dormi pesadamente desejando que ao acordar, simplesmente descobrisse que tudo isso fosse apenas mais um terrível pesadelo. Eu gostaria de acordar e ver Katniss como minha esposa sã e salva ao meu lado em uma casa do distrito 12 bem e em pé.

Seria pedir de mais? 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram???
Novamente: se notarem algum erro de português ou algo do tipo me avisem que eu consertarei, as vezes alguns erros passam despercebidos na hora da correção.
Comentem, por favor, tambem recomendem. A fanfic ainda não tem NENHUMA recomendação e eu prometo postar o proximo capítulo no mesmo dia que recebermos alguma, do contrario eu postarei apenas semana que vem.
Aproveitem o espirito da pascoa e recomendem e comentem na fanfic, por favor!!