O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 51
Capítulo 51


Notas iniciais do capítulo

Está quase terminando, gente! Capítulo 51 já! Temos apenas dois antes do epilogo agora!
Esse capítulo tem uma surpresa a espera de voces... Boa leitura!



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POV Katniss.

As horas se passaram, e resolvemos que era hora de seguir caminho. A todo momento eu notava que alguém olhava pra mim, como se esperasse que eu tivesse uma recaída ou um ataque de loucura. Confesso que também esperava.

Felizmente, a cada minuto que passava eu me sentia mais livre do gás alucinante. A respiração ofegante pela caminhada dava a sensação dos pulmões serem limpos, e o coração batendo na velocidade correta me lembrava de manter a calma.

Eu ainda estava ao lado de Peeta, preferia que se tivesse um surto estivesse ao seu lado, tinha a impressão que ele saberia o que fazer, ele sempre sabia.

Estávamos bem no fim do grupo, ele segurava a minha mão e me passava segurança. Eu via Gale no começo da fila, ele liderava com o holo.

-Gale realmente já me beijou. –eu sussurrei no ouvido de Peeta. –real ou não real.

-Real. –ele disse com um suspiro. –minha vez, você não está mais zangada com isso, real ou não real?

-Real. –eu disse, sincera. –mas eu quero falar com ele. –ele ergueu uma sobrancelha, e eu me senti feliz por reconhecer o gesto. Tudo começava a me parecer cada vez mais familiar novamente. –estamos quase chegando na mansão de Snow, provavelmente entraremos em combate novamente, já perdemos quase todos os amigos que nos restavam... Só quero tirar algumas coisas a limpo, antes de qualquer coisa.

Peeta apenas acenou.

-Tudo bem, eu entendo. Confio em você e agora nele também. –ele diz. –vou falar com Simila, de qualquer forma. Mas qualquer coisa, estou bem ali.

Eles apressaram o passo, Peeta parou quando alcançaram Simila e Delly, eu continuei até chegar em Gale.

-Catnip. –ele fala. –está melhor?

-Melhorando, eu acho.

-Uma boa notícia. Deixou o padeiro e a todos nós preocupados. –ele diz, tentando inserir um pouco de bom humor na voz. –assustou até Johanna, e isso é difícil.

Ele tentava brincar, mesmo com a voz meio falha. Mas eu não queria brincar.

-Gale, eu preciso falar uma coisa séria com você. –ele me encarou, e os olhos cinzas, parecidos com os meus, mudaram de semblante na hora. Ele assentiu com a cabeça, como se pedisse para que eu prosseguisse. –eu sei do beijo.

Os olhos de Gale se arregalaram de surpresa em seguida franziu os labios, como se esperasse que eu começasse a gritar, espernear, brigar ou algo do tipo. Mas eu estava calma, surpreendentemente, eu estava calma. Ele suspirou e abaixou a cabeça por um momento, em seguida levantou, e me olhou com uma mistura de vergonha e arrependimento.

-Katniss... Eu juro, eu nem sei o que dizer... Eu sinto muito mesmo, Katniss. –eu apenas acenei com a cabeça, continuamos andando, estávamos mais distantes dos outros.

-Acredito em você. –digo- eu não estou zangada.

-Eu percebi, mas eu merecia que estivesse, e muito. –ele fala, agora um pouco curioso. –como descobriu? Voce se lembra?

-Não lembro do momento em si. –eu admito. –Peeta me contou, não lembro exatamente porque... -eu falo, ainda com a cabeça embaralhada, Gale acena com a cabeça. –não importa. Eu fiquei furiosa na hora, com vocês dois. Voce pelo que fez e com ele por esconder de mim, assim como você também.

-Katniss... –ele começou uma explicação que eu não permiti que continuasse.

-Eu sei, ele me explicou tudo. Eu entendi, por isso não estou mais brava. –a verdade é que não me lembrava com clareza de tal explicação, mas sabia que havia uma. Isso faz sentido?

-Então porque está aqui me dizendo isso, se não está brava? –ele parecia mais curioso agora.

-Por que queria dizer que não quero e nem vou me afastar de você por causa disso. –eu digo.

-Fingir que nunca aconteceu? –ele dá um sorriso leve, esperançoso.

-Como eu devia ter feito desde o início. –ele sorri mais. –mas se fizer de novo eu quebro os seus dentes.

Ele inclinou a cabeça para trás e rio, mesmo que soubesse que eu falava sério.

-Fazer o que? –ele se fez de desentendido.

-Bom garoto. –eu também sorri. –enfim, estamos perto?

Ele e vira para o holo.

-Acho que sim, o sinal parou novamente, tenho apenas os dados que coletei na superfície. –ele diz, agora sério. –eu odeio essa coisa, não sei mexer direito...

-Voce mexeu muito bem nele até agora.

-Com a ajuda do Max.

-Como você programou ele, no começo? –eu perguntei, Gale me encarou confuso. –voce sabe, quando pediu para Max nos entregar o holo.

-Katniss... Eu nunca dei o holo a Max. –ele fala. –eu nem se quer conhecia ele até encontra-lo no prédio antes de pegar fogo, fiquei surpreso quando vi que se conheciam.

-Eu não sei, posso estar errada também, minha cabeça continua uma bagunça... –eu digo, mesmo certa que havia sido Max, ele havia dito que Gale o mandara. Fecho os olhos tentando pensar, a tontura já estava me atingindo novamente, tratei de me acalmar.

Quando abri os olhos, Gale estava acenando para Peeta, que vinha até nos.

-O que foi? –ele perguntou.

-Katniss disse que Max entregou o holo a vocês e disse que eu o tinha mandado. –Gale disse. –isso é sério?

Peeta olhou de mim para Gale.

-Ela está certa, foi o que ele disse. –Peeta falou. –porque? Você não entregou?

-Eu mal sabia direito em que andar vocês estavam. –Gale fala. –Katniss estava me evitando.

-Esqueçam isso, -eu digo- ele provavelmente disse isso para que confiássemos nele e fugíssemos. Talvez pensasse que nós não obedeceríamos se não dissesse que você mandou, Gale.

-Por que não obedeceríamos? –Peeta disse.

-Eu não sei, ele não confia muito em ninguém. –digo. –deve pensar que os outros também não confiam.

-Max é uma pessoa estranha.

-Era. –corrijo com um suspiro. –e alias, não é certo falar mal de uma pessoa que morreu para nos dar tempo de fugir. Ele salvou nossas vidas assim como os outros.

-Nós sabemos, Kat. –Peeta fala. –ninguém está discordando disso, é apenas curioso, mas você tem razão, deve ter sido isso.

Podia ser estranho para Peeta e Gale ver Max como uma pessoa boa, um cidadão normal, e não um soldado torturado, ranzinza e perturbado que ele aparentava ser. Eu conhecia o passado de Max, a única que conhecia.

Penso em contar para eles o que Max me contou sobre ele mesmo, mas volto atrás com a boca já aberta. Se ele não contou em vida, não sou eu que perturbarei os segredos de sua antiga vida depois de morto. Se ele não contou com vida, eu que não contarei agora.

Percebi que Gale iria dizer algo, mas ao em vez disso, parou bruscamente no meio do caminho. Tão rápido que quase cai também, ao tentar brecar com a mesma rapidez.

-O que foi?

-Nos... chegamos. –ele diz.

Todos os demais já haviam se juntado a eles. Eles olharam para cima, um último bueiro, no qual ninguém nem havia reparado.

-Onde exatamente nos estamos?

-Cerca de alguns metros da mansão de Snow. –ele respondeu. –eu não tenho muito sinal... mas pelo que sei, tem uma batalha acontecendo bem a cima de nossas cabeças.

Nós nos encaramos por um momento, era agora ou nunca. Admito que esperava que alguém desistisse, que alguém dissesse que esperaria no esgoto, onde é seguro. Ninguém o fez.

-Quem vai primeiro? –foi a única coisa que Simila disse.

Tiros eram disparas por todo o canto, não conseguia ouvir nada além dos tiros e gritos. O mundo era uma aglomeração de soldados, pacificadores da capital com a linha de batalha em posição de defesa contra a mansão do presidente, os soldados rebeldes atacavam contra eles. Civis estavam espalhados pelos cantos, mães com crianças, idosos, feridos, todos eles pelos cantos correndo em busca de abrigo. Queria avisar que o esgoto era seguro, que se entrassem ali nenhum mal lhes aconteceria. Mas não havia tempo. Se fossemos rápidos, se acabacemos logo com isso, talvez realmente nada lhes acontecesse.

Chegou o momento, e eu não sabia o que fazer.

A aglomeração nos impedia de invadir, não podíamos lutar com os rebeldes, pois não sabíamos se todos os soldados rebeldes estavam querendo acertar nossos miolos. Estávamos frente e frente com dois exércitos que nos queriam mortos. E os dois estavam bem na frente de nosso objetivo.

Eu tentava formular algum plano em minha mente, mas eu não consegui pensar em nada, até que então o aero deslizador passou coando por nossas cabeças.

-Aero-bomba? –Finnick gritou, para que pudéssemos ouvir em meio da bagunça.

Então, para a minha surpresa, ao ficar em cima da multidão, não foi jogada uma bomba, mas sim, um gás.

-O que é isso? –Peeta perguntou.

Quando o pouco do gás atingiu meu nariz, eu o reconheci.

-É gás! Gás alucinante! –eu gritei.

Eu alcancei a masca em meu cinto e a coloquei, rapidamente, dessa vez. Todos fizeram o mesmo.

Infelizmente, a maioria dos soldados nem havia reparado no gás, e os que haviam, não possuíam mascaras. Afinal, quem imaginaria que alguém atacaria com gás? Eu mesma não podia imaginar antes do que acontecera no esgoto.

A reação foi instantânea.

Alguns soldados se jogaram no chão, com as mãos sobre as cabeças, outros caíram, batendo com a cabeça, abrindo ferimento terríveis. Contudo, a maioria se deixou levar pelo efeito alucinatório. Soldados lutavam, mas agora caoticamente, vezes rebeldes contra rebeldes, pacificadores contra pacificadores. Soldados gritando, socando, atirando e chutando o ar, imaginando o inimigo que não existia. O mundo era o caos.

Mas também haviam pontos positivos.

-Temos que entrar. –eu digo. –com todos enlouquecidos ninguém nos impedirá.

-São muitos soldados!

-Eu conheço o efeito do gás, a dor é tão profunda que com um empurrão a pessoa despenca. –eu olhava em volta, realmente, alguns atacavam e em seguida rolavam no chão, esgotados pelo próprio soco.

Eles correram, eu também. Empurrávamos a multidão, eu não arrisquei usar o arco, com todos loucos, qualquer um que se destacasse poderia representar um perigo para as mentes insanas. Eu usei o arco para golpear e em seguida empurrar o peito de um soldado que se aproximava, um rebelde. Em seguida, joguei o arco em direção a um pacificador, que caio no chão e não se levantou.

Comecei a usar a arma.

Não havia tempo para mirar em locais que causassem apenas ferimento. Atirávamos onde estava em nosso alcance. Mas todo atingido caia no chão direto, ninguém se levantava. Era injusto lutar com quem não era capas de reagir, mas era a nossa única opção.

Atirávamos em rebeldes e pacificadores. Nós não éramos mais simples rebeldes, agora éramos os rebeldes rebeldes.

Estávamos no portão trancado, porém, agora desprotegido por soldados agonizantes do chão, eu socando o ar, ou até a si mesmo. Dei uma olhada para trás. Minha equipe estava toda em apuros.

Johanna atirava e chutava soldados, girando em círculos, chutando e atirando para todos as direções, os soldados loucos pela raiva insana lhe cercavam. Finnick não estava muito melhor, chutava, socava a atirava. Simila e Delly se mantinham com as costas grudada, cada um defendendo um ponto, dando cobertura para o outro. Notei que Peeta era o único que permanecia a meu lado.

-Vão para dentro e mate-os –Gale gritou, atirando no soldado que ia em direção a eles. –damos cobertura. Salve o dia novamente, Catnip!

Peeta me agarrou pelo braço, deu um tiro na tranca do portão. Estava surpreendentemente fácil o acesso, provavelmente por que Snow não imaginou que alguém fosse capas de passar por seu exército.

Com um chute na porta, encontro um sala cheia de soldados mortos, tanto rebeldes como pacificadores. Apenas duas pessoas continuam em pé, elas apontam as armas uma para a outra.

-A quanto tempo, Mokingjay. Veio participar da festa? –A voz sombria de Snow me faz ter vontade de vomitar. Eu tiro a máscara com a mão esquerda em quanto a direita aponta a arma para ele, assim como Peeta.

-Mais uma palavra e eu atiro. –eu digo.

-Eu discordo, Everdeen. –Coin diz, apontando sua arma para mim. A arma de Peeta se vira para ela, eu continuo apontando para Snow.

-Mellark. –eu corrijo.

-Dois Mellarks, trouxe o namoradinho dessa vez? –Snow diz. –dois Mokingjays, que honra a minha.

-Sinto informar mas você está em desvantagem, Snow. –Peeta fala. –três contra um.

-Se estão todos no mesmo time contra mim, por que não tenho três armas contra o crânio? –ele diz, mantendo a calma, e com a arma firme em sua mão, contra Coin.

-Não importa, um movimento seu e eu estouro seus miolos.

Mas ele tinha razão tínhamos um impasse, um contra o outro. “Mate-os”, Gale havia dito, ele sabia assim como todos que nem Coin nem Snow poderiam vencer.

-Soltem as armas. –Coin diz. –solte a arma, garotinha.

-Estou apontando para o homem que aponta a dele para você. –eu digo entre os dentes. –e você quer que eu solte?

-Eu sei que sabem do meu plano, sei que Gale contou a vocês, sei que ele escutou a uma de minhas conversas, que você guiou um bando de soldados mirins para cá para me impedir de mata-lo e realizar a 76 edição dos jogos vorazes. –enquanto ela falava, noto que até Snow ficava surpreso.

-Como sabe de tudo isso? –eu digo, dou um passo à frente, apontando agora para ela, Peeta aponta para Snow, garantindo que ele tenha pelo menos uma arma contra ele.

Ouço o click de outra arma sendo destravada, bem atrás de mim.

-Por minha causa.

-Max? –eu gaguejei, se não tivesse duas armas apontadas contra mim, sendo a dele uma delas, eu queria caído pelo susto de rever um fantasma. –como? Nós pensávamos que estivesse morto.

-Acho que precisamos esclarecer algumas coisinhas por aqui, não é mesmo?


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Notas finais do capítulo

Não ficaram tristes pela morte do Max? Então ele está de volta!
A fanfic está terminando! Fantasminhas, aproveitem para comentar!
Quem não comentou, comente. Quem não favoritou, favoritem. Quem não recomendou recomendem por que está no fim!
Eu fui má com esse fim, eu sei...