O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 49
Capítulo 49


Notas iniciais do capítulo

Estamos cada vez mais próximas do fim... Literalmente, praticamente em contagem regressiva! Espero que gostem do capítulo!



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O som dos bestantes agredindo a parede de metal veio apenas após um tempo, carregados pelo silencio e pelo eco, nesse momento já estávamos bem distantes. O túnel era baixo e estreito, o que era bom, pois impedia que os bestantes nos seguisse, e ruim pois minhas costas começavam a agonizar e adormecer.

Quando saímos do pequeno túnel para encontrarmos duas passarela com um vão entre elas, assim como a anterior, vi como aquele local era um enorme labirinto. Se não fosse pelo holo, eu teria certeza que havíamos antado em círculos. Estávamos novamente dentro de um vão, como se as pequenas passagens fossem interligadas entre si, cada uma resultado em outro lugar idêntico.

Nós paramos um pouco para descansar, tomando um pouco da agua que nos havia restado, e com Peeta insistindo para me ajudar com o enorme corte na bochecha, que pareceu intensificar a dor quando vi seu tamanho refletido na estrutura de metal.

Mas a dor piorou mesmo quando Peeta insistiu para que eu colocasse um pouco d’água.

-Eu tenho más notícias, gente. –Gale fala. –nós precisamos voltar para a superfície.

-O que? Por que? –Peeta pergunta.

-Tem um desvio. –ele fala. –O sinal do holo para um pouco adiante, só volta mais para frente, não tenho muito sinal aqui de baixo.

-Significa que não pode ver o que está acontecendo nem para ode vamos? –Tally pergunta.

-Mais ou menos... Deixem-me explicar melhor, eu tenho sinal o suficiente para indicar a direção correta. Mas a cada momento que nos aproximamos dela, perco um pouco mais do sinal. Isso é via satélite, e pelo visto um dos antigos, não funciona tão bem por baixo da terra. –ele diz. –mas sobre o que acontece por cima... Eu não tenho nem ideia.

-Posso ver o holo? –Max pergunta, Gale dá de ombros e o entrega o objeto. –sou bom com eletrônicos. –Max mexeu um pouco no aparelho. –tem um bueiro a poucos metros daqui.

-O que? Não tem não, eu procurei. –Gale fala. Max joga o holo de volta para ele, que encara inconformado. –o que você fez aqui?

-Disse que era bom, bem, pelo menos dou pro gasto. –deu de ombros novamente.

-Por que não ofereceu ajuda antes?

-Ninguém pediu ajuda, não gosto de me meter onde não fui chamado. –disse. –e você me parecia saber o que fazia, então...

-Para onde vamos então? –Simila pergunta.

Max simplesmente aponta para o oete.

-Mas essa e a direção contraria que estávamos seguindo na direção oposta a essa te agora. –Delly diz.

-Nós vamos retornar depois, só precisamos encontrar o bueiro, sair para a superfície, conseguir uma melhor rota, e em seguida voltar com ela definida. Então não precisaremos mais de sinal, será dispensável.

-Voce não tem as coordenadas aqui? –pergunto. –afinal, conseguiu mais informações agora.

Ele balança a cabeça.

-Consegui mais informações, mas são próximas a nos. –ele explica. –não consigo captar nada mais distante que um quilômetro.

Encarei os demais, nervosos como eu. Ninguém estava animado para voltar a superfície, muito menos agora que íamos as cegas, e muito mais infiltrados na cidade.

Max tinha razão, não demorou para que encontrássemos o bueiro. Quando subimos pelas escadas da parede, um por um, reparamos que nos encontrávamos na superfície. Eu ia na frente, ao lado de Max, que tinha ainda o holo em mãos, quando abri a tampa do bueiro, tive que fecha-la quase imediatamente pelos sons de balas.

-O que foi isso? –Peeta perguntou.

-Estamos em guerra. –respondo.

-Jura Katniss? Nem tinha reparado! –Johanna diz, irônica.

-Estou dizendo que estamos literalmente no meio de uma. –digo. –ou melhor, embaixo de um combate.

Não importava de que lado nós estivéssemos, um bando de soldados correndo de bueiros fora de uso não podia significar amigos em nenhum dos dois exércitos. Portanto, estávamos na mira de ambos.

Eu pulei primeiro, empurrei o corpo para cima com os braços e rolei para o lado. Em seguida me levantei e corri em busca de qualquer abrigo em vista, felizmente, o bueiro ficava em uma pequena rua sem saída, que estava livre de soldados. Mas a alguns metros para frente, a batalha continuava a todo vapor.

E eu já estava ficando cansada de corredores e tuneis sem fim, e também dos sons de tiros de ameaçavam estourar os tímpanos a cada segundo. Mas tínhamos um longo caminho pela frente ainda, precisávamos continuar.

Ao olhar para trás, Finnick puxava Tally pelo braço para fora do bueiro, os demais já tinham armas posicionadas.

-Consegue encontrar sinal agora? –Gale perguntou, Max entregou olhou para o holo com atenção, porém, momentaneamente. Então o entregou para Gale, como se perdesse o interesse pela máquina. –ótimo, ját emos uma direção definida.

-É qual é? –pergunto.

-Para frente. –ele fala, então levanta os olhos e aponta. –a mansão de Snow fica logo em frente, alguns poucos quilômetros... Tão perto!

-Não podemos ir direto para lá? –Tally pergunta.

-Não com o terreno assim. –Peeta fala. –morreríamos se tentássemos.

-Precisamos dos esgotos. –Simila fala. –se não formos por lá, não haverá como chegar.

-Onde fica o bueiro? –Finnick pergunta.

-Dois quarteirões. –Gale fala. –o holo fala que aquele vai exatamente para aquela direção, mas ainda teremos que seguir a pé por um tempo, quando mais próximos da mansão.

-Por que não seguimos nesse túnel? –Delly pergunta.

-Não dá, esses tuneis não dão na mansão, o bueiro da frente sim. –Max explica.

Tínhamos um plano já formado em mente, pelo menos. Isso era um tipo de melhora, certo?

Corremos em disparada em meio à multidão armada, passando e empurrando tanto civis quanto soldados, tendo que pular por cima de cadáveres e por feridos, atirando uma vez ou outra, mas ninguém parecia notar o grupo que surgirá misteriosamente do subsolo. Estávamos em território rebelde.

Estávamos próximos, precisávamos apenas virar uma esquina até chegar ao bueiro, de acordo com Max. Mas como sempre, sempre que penso que está tudo dando certo, algo da terrivelmente errado.

Eu nem tenho ideia de onde vieram ou porque, mas nos encontrávamos ao meio de tiros. Mas não de mais balas perdidas, nós éramos o alvo.

-Mas o que...? –eu gritei, já jogada no chão para me proteger dos tiros. Senti uma mão pegar no meu braço, eu já me preparava para acertar um golpe quando vi que se tratava de Peeta.

Ele também estava jogado no chão, não fazia um único barulho, apontou para frente. Uma casa se estendia pela esquerda, bem ao nosso lado, uma de suas janelas estavam quebradas.

-Um, dois... –vi Peeta contar com os labios. –três.

Nos dois corremos o mais rápido que podíamos em direção a janela, quebrando o que sobrou dela. Com um olhar por cima do ombro, vi que os demais nos seguiam, e os rebeldes logo a atrás.

Eu avistei uma porta de vidro, que dava para o quintal da casa. Apontei para Peeta, abrimos a porta e logo já estávamos no enorme quintal. Eu e Peeta pulamos por cima do muro, usando a parede com tijolos expostos e quebrados para apoiar os pés. A boa notícia é que a falta de algumas partes do muro nos dava algo para apoiar o pé. A má era que esse “apoio” parecia querer desmoronar a cada movimento.

Já em cima do muro, me virei para ajudar Delly a subir, pois ela e os demais já nos alcançaram. Passaram-se Simila, Johanna, e por fim Finnick. Então, quando me esticava para alcançar Tally para depois alcançar Max, que ainda não haviam pulado, um pacificador chegou, e eu notei o motivo de sua demora.

Ele sangrava, ferido de alguma maneira pelas balas. Mas não ferido o bastante para que acertasse uma de suas balas no ombro de Tally, bem naquele que se esticava em minha direção. A garota gemeu, recolheu o ombro e abraçou o braço acertado. Era o direito, ela era destra.

Quando os olhos fechados pela dor se abriram novamente, estavam com uma mistura horrível do medo, com a dor, agonia, determinação e coragem, tudo em uma só expressão. Sua mandíbula tremeu levemente. Ela se virou para o agressor, que já havia recarregado a arma. 

Eu atirei com a arma, o pacificador caio, mas ainda haviam outros, e esses começavam a nos alcançar também.

Eu estiquei novamente a mão, Tally balançou a cabeça, recusando, ela sabia o quão morta já estava naquela situação.

Eu olhei para Max, que bom um aceno de cabeça se despediu. Ambos se viraram para frente, Tally com o braço esquerdo empunhando a arma e apontando, tremendo, sem qualquer chance de uma boa mira.

Meus braços perderam todo o equilíbrio que mantinha minha cabeça e ombros para cima do muro. Eu cai quase por cima de Peeta, que me dava apoio em meus pés, que me mantinha firme.

O fogo foi aberto em seguida. Ouvi tiros e gritos. Eu não queria saber de quem eram, mas eu sabia. Eu não queria correr, mas fui puxada. Eu não queria cair novamente na escuridão de um novo bueiro. Mas fui praticamente empurrada abaixo.

Eu não queria que as pessoas continuassem morrendo, mas elas continuavam.

Ninguém nos seguiu. Nada de pacificadores, nada de rebeldes, nada de Tally, nada de Max.

Mas nós continuamos.

Sozinhos.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem, recomendem, favoritem.... Qualquer coisa que acharem que mereço!
Ah, e qualquer erro na gramatica avisem!