O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Bem, no capítulo anterior eu tinha lançado um desafio realmente bem complicado, eu coloquei no texto do capítulo 26 um versinho de uma música nacional bem conhecida. E infelizmente ninguém acertou. E gente, quando eu digo uma frase e literalmente uma frase. Frase em questão era: Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
(Ter morrido de amor...)
Era difícil mas eu jurava que tinha um fã dos titãs por aqui! O nome da musica é epitáfio, dos titãs.
Quem se interessar e para procurar no youtobe, eu super recomendo a música, é muito bonita a letra e tudo. E olha que eu sou bem chatinha pra música nacional...
Enfim, agora e vou deixar vocês lerem em paz o capítulo, boa leitura!



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Eu mal tinha tocado no meu almoço direito. Movia a comida de um lado para o outro, fazendo montinhos com a mesma, e as vezes, bem as vezes, colocando um pedaço ou outro na boca. Mesmo que agora u pudesse finalmente desfrutar de um pouco de carne vermelha, que no momento parecia ter gosto de papelão.

Eu olhava a cada 10 segundos a mesa um pouco distante de nós, onde estavam Johanna, Max, Gale com a mãe, irmãos e a irmãzinha, junto com Prim e Katniss.

Não havia falado com ela desde a discussão de ontem, as ela havia passado o dia com Gale. Sim, isso me incomodava bastante, principalmente pelo fato dele gostar dela, e dela não fazer a mínima ideia disso. Também não acho que ele contaria, de qualquer forma.

Delly e Simila se sentavam de frente para mim, havíamos acabado de sair do treino e estávamos almoçando. Finnick provavelmente estava ou treinando ou com Annie no quarto deles. Eu desconfiava da segunda opção.

-Está tudo bem, Peeta? -Delly pergunta com um ar preocupado.

-Tudo ótimo, Delly. –respondo seco, sem olha-la.

-Tudo bem, né... –Simila fala.

Katniss também nem havia tocado na comida, também brincava com o garfo remexendo na comida. Claramente entediada, como costumava fazer quando estava grávida, conheço o movimento como pura distração e falta de fome. Gale, que senta-se ao lado dela, fala algo para a mesma, que deixa escapar um sorriso.

Confesso, eu estou ciúmes. Felizes? Droga.

-Ciúmes, queridinho? –ouço uma voz irônica falar, como se lesse meus pensamentos, ao olhar, noto Johanna sentar-se na mesa.

-Não estou com ciúmes. –minto descaradamente, sem me importar.

-Serio? Não era o que parecia... –ela provoca.

Eu bufo, sem paciência.

-O que quer, Johanna? -ela desfaz a postura brincalhona para uma mais séria.

-Só queria dizer que não sabia o tipo de cigarro que era aquele. –ela admite. –eu ofereci a Katniss na Capital mas era um qualquer que peguei com um pacificador. Mas ela também não sabia.

Eu fico em silencio por um momento, sem saber onde Johanna quer chegar.

-Não pegue pesado com ela, não tem culpa. –ela continua.

-Além do mais por que ela deve estar mais irritada comigo do que eu com ela. –admito.

-Conhece ela melhor que eu para saber que ela odeia que mandem na vida dela. – ela ri, e se vira para Katniss e Gale novamente. –Ele gosta dela também não é?

-Aham. -eu concordo. -como sabe?

-Só não é mais obvio do que saber o quanto você gosta dela, mas Katniss é inocente demais para notar. –ela diz. -mas relaxa, aquele está na zona da amizade.

-E eu na do ódio.

-Ela não te odeia. –ela fala revirando os olhos. –só está irritada, vai por mim.

Então ela se levanta da mesa, antes de sair se vira para Delly e Simila, como se tivesse acabado de notar que estão ali. Admito que por um momento eu também já havia me esquecido.

Johanna dá um sorriso sabotador para eles.

-Ah vocês são o casalzinho atrás do arbusto não é? –ela pergunta, mas é claro que sabia a resposta. –espero que tenham gostado do show.

Ela faz uma reverencia, como quem agradece após um espetáculo. Sorri mais uma vez para mim dá uma piscada em despedida, logo depois caminha normalmente até a mesa de Katniss e Gale, como se a conversa nunca tivesse acontecido.

-Vocês ouviram a briga toda? -pergunto irritado, Delly e Simila se entre olham. -e não me disseram nada?

-O que você queria que a gente falasse? -Simila retruca. -ei Peeta, como foi a briga com a Katniss?

-Ficaram apenas lá, observando a briga?

-Você não ia gostar se nos dois saíssemos de trás do arbusto e nos mentíssemos na briga! -Delly fala. -o que queria que fizéssemos?

-Tudo bem, tudo bem. -eu admito, sinceramente não estava nos meus melhores humores. –mas da próxima vez avisem, é chato descobrir as coisas pela Johanna.

-Mas aposto não tão chato como ver a esposa fumando. -Simila fala baixinho colocando uma garfada na boca, imagino que não tenha tipo a intenção de ser ouvido, mas eu ouço.

Delly lhe dá uma cotovelada forte, que faz com que Simila engasgue com o arroz. Eu lanço para ele um olhar mortal.

-Foi mal. -ele admite.

-Foi mesmo. –concordo.

-Deu, né meninos? –Delly se intromete.

-Desculpe eu só... -olho de relance mais uma vez para a mesa ao lado. –só não estou de muito bom humor hoje.

Eles seguem meu olhar.

-Peeta...

-Eu já vou indo. –eu me levanto. –vejo vocês mais tarde.

Sigo andando corredor afora, andado sem nenhum destino, como costumo fazer quando estou entediado, ou como no momento, chateado.

Não sei por qual caminho segui, não sei como vir parar aqui, mas aquando me dou por mim, estou no corredor do quarto de Katniss, que Haymitch havia me mostrado onde ficava assim que Katniss se mudou.

Estou no corredor da porta de Katniss, a algumas portas da sua própria, quando vejo Gale sair de seu quarto. Ele imediatamente me vê, assim como eu a ele. Ele caminha calmamente até mim.

-Nós precisamos conversar. –ele fala, e seu tom parecia bem sincero e sério.

-Tem razão. –eu digo.

-Primeiramente, quero deixar bem claro, é bem óbvio para mim que sou apenas amigo da Katniss. Sei que não tenho e nem quero ter nenhum romance com ela. –ele diz.

-Sou todo ouvidos. –digo, pedindo para que prossiga.

-Quando nós brigamos... Bem, na primeira vez, e você acertou Katniss sem querer eu notei como realmente se preocupava com ela. Você não deu atenção para mim nem para qualquer outra coisa, apenas pegou ela no colo e correu para ajudá-la, foi por isso que não fui atrás de vocês. –ele continua. –quando ela contou... ou melhor, eu descobri que ela estava casada e gravida de um filho seu... bem, não tinha muito mais o que pensar. Eu sei que ela não se lembra muito de você como de mim, já que a conheço a mais tempo, e gostaria que soubesse que não vou me aproveitar disso. Vocês são casados e vocês se amam, não vou me meter nisso.

-Obrigado, e sinto muito, acho que não disse coisas muito legais pra você da última vez que brigamos.

-O mesmo. - ele fala. –e só para constar, eu não acredito em nem uma só palavra do que lhe disse naquele dia. Sei que não foi sua culpa ela ter sido capturada nem ter sofrido o aborto. Sinto muito por isso.

Nesse momento eu já não sabia de ele sentia muito pelo que me disse ou pela perda do bebe. Acho que um pouco dos dois.

-Está tudo bem, acho que fomos ambos idiotas hein?

-Nem me fale... –ele diz, coçando a nuca, meio incomodado, ou talvez tão envergonhado como eu. -então... trégua?

Eu sorrio, estendendo a mão. Ele a pega.

-Trégua.

-Posso lhe pedir um favor? –ele pede.

-Manda.

-Veja, Katniss não se lembra da cena, sabe, do beijo meu com dela. –eu troco o peso de um pé para o outo, meio desconfortável com o assunto. –será que você poderia não comentar com ela? Eu sinto como se tivesse uma segunda chance com ela, ser um bom amigo.

-Eu preferia não ter que mentir para ela. –digo.

 Eu realmente gostaria de ajudar Gale. Primeiro por que dá para ver no olhos dele o quanto está sendo sincero e o quanto quer uma segunda chance como amigo. Segundo por que eu não gostaria de ter que contar essa história do Gale gostar dela para Katniss. E terceiro por que.... Bem, além de tudo acho que ainda sou ciumento.

-Não precisa mentir, é só não comentar nada. Se por acaso ela se lembrar sozinha e lhe perguntar algo é só pedir para que ela fale comigo que eu explico tudo. -ele pede, com os olhos suplicantes. -pode me ajudar?

-Claro. -eu sorrio, ele também o faz.

-Obrigado. –ele diz, parecendo muito aliviado. –olha, eu tenho mesmo que voltar para o treino e treinar alguns soldados novos, ou Coin me mata, não sei como não me despediu depois de tudo isso...

-Aliás, obrigado por isso também. Não teríamos conseguido fazer o resgate dela sem você. –eu digo. –Katniss é ainda tudo que tenho, obrigado.

-Está tudo bem, estamos quites agora. -ele fala. -além do mais, Catnip ainda é minha parceira de caçada, não a deixaria na mão.

Ele brinca, então sinto o clima tenso do começo da conversa se esvaindo.

-Bem, eu tenho mesmo que ir. -ele diz, e já ia se virando, quando parece se lembrar de algo. Se vira para mim novamente. -Mais uma coisa, eu sei que vocês brigaram e sei o porquê, e só para constar, eu concordo com você. Katniss é teimosa e orgulhosa, não gosta de ser contrariada, mas as vezes é preciso.

-Eu sei disso, vou falar com ela.

Ele olha de mim para a porta e dá um sorriso.

-Boa sorte, padeiro. –ele fala, e dessa vez, não com o tom amargurado e ofensivo que costumava usar, mas com um tom amigável e descontraído. –com essa garota vai precisar.

-Eu sei. –digo sorrindo, ele sorri para mim e em seguida se vira e segue seu caminho.

Então eu também me viro, para o lado onde o quarto de Katniss e Johanna se encontra. Gostaria de ter perguntado para Gale se Johanna estava lá. Bem, tarde de mais. Ando até a porta e bato nela com os nós dos dedos.

Para a minha surpresa, é Johanna que abre a porta, com um sorriso irônico estampado no rosto ao me ver.

-Não perde tempo hein?

-Katniss está? –eu a ignoro.

-No banheiro. -ela sai de frente da porta me dando passagem. –sinta-se em casa.

Eu entro no quarto e Johanna sai.

-Ei onde vai? –pergunto.

-Quer falar com ela não é? -Johanna pergunta, eu aceno em concordância. -Então fale! Briga de marido e mulher não se mete a colher.

Então ela se vira e sai do quarto batendo a porta atrás de si, e quase me acertando com a mesma. Garota delicada, não?

Eu me encosto na porta fechada no exato momento em que a porta do banheiro se abre.

Katniss sai por ele, e provavelmente estava no banho, já que tem o cabelo molhado e sem pentear, mas está terminando uma trança nele do mesmo jeito, como sempre fora seu costume. Bem, velhos hábitos nunca mudam.

-Peeta? -primeiramente ela fica surpresa ao me ver. –Como você... Ah eu vou matar a Johanna! O que você quer?

-Quero falar com você. –eu digo calmo. –é sério.

-Quer falar sobe o que?

-Sobre ontem

-Nós já falamos.

-Não, você fugiu.

-Eu não fugi! - ela fala. –além do mais, se eu tivesse fugido ou não, é problema meu.

Vejo pelo tom da conversa que se continuar indo assim não chegaremos em conclusão alguma.

-Eu não vou deixar você sair por ai destruindo o seu cérebro mais ainda. –eu digo. -você só vai piorar! É o que você quer? Voltar para aquele hospital?

Ela fica quieta de braços cruzado por um tempo.

-Eu só quero te ajudar. –digo.

-Não problema seu, o que eu faço não te afeta em nada. –ela diz, mas agora em um tom mais calmo. –por que se dá o trabalho?

-Por que eu me importo e amo você. -eu digo, e vejo Katniss olhar para o chão e remexer as mãos, mesmo com os braços cruzados. -não precisa responder a isso, eu quero ver te bem, só isso. E não queria que você se zangasse ou se irritasse comigo por causa disso.

-Não estou irritada. –ela pergunta, com a voz claramente irritada, deixo escapar um sorriso fraco no canto dos lábios. -quem disse que estou zangada?

-Eu sei que está brava. –eu digo. –e sei também que está brava pelos motivo errados.

-Como você pode saber o que eu estou sentindo ou porquê? –ela pergunta com os olhos semicerrados. -como pode dizer com tanta certeza?

-Por que eu conheço você, muito melhor que imagina. –eu digo. –mentir pra mim nãos seria uma não ideia, alias.

Ela não fala nada.

-Eu sei que você não está brava por eu ter impedido você de fumar, pode até estar brava por isso também, mas está mais irritada por que eu contrariei você e lhe impedir de fazer algo, mesmo que você saiba que eu tenho razão. –eu digo. –você gosta de fazer as coisas do seu jeito, gosta de ser independente. Eu sempre admirei isso em você, Kat, mas as vezes é preciso admitir que se está errada. -ela fica em silencio, então eu continuo –e também não gosta muito da ideia de alguém saber tanto sobre você ou de conseguir lê-la tão facilmente.

Ela me encara, agora com a expressão suave.

-Você está certo. - ela admite. –sobre tudo que disse. Eu realmente não ligo se estou ou não fumando, de alguma maneira acho que já sabia que aquilo me confundia ainda mais. Só me incomodava que quando você disse... eu não sei, era como se eu tivesse certeza que era errado. Alguma coisa, ou algumas poucas lembras suas me fazem confiar muito em você. Só que de acordo com o que me lembro, não havia ninguém que eu realmente confiasse, até agora. É difícil pra mim saber de alguma forma que posso confiar em alguém que eu mal em lembro... –ela para de falar por um tempo, então suspira. -Isso soou bem confuso, não?

Eu sorrio.

-Não, eu entendo. –eu digo.

-Isso também é novo. –ela fala, sorrindo levemente. -alguém me entender.

-Desculpe se fui grosso com você ontem.

-Você não foi, e eu precisava mesmo de uma bronca. –ela diz, já sorrindo. –e desculpa por dar um piti ontem.

-Ah tudo bem. – falo brincando. –estou acostumado.

Ela me dá um tapa de leve no braço.

-Idiota.

-Sempre dizia isso. –eu digo. -Então... Nós estamos bem?

-Claro. –ela fala com um sorriso.

-Não vai voltar a fumar aquilo, vai? –pergunto, apenas confirmando.

-Não. –ela diz sincera. –e obrigada, preciso de uma bronca as vezes.

-Verdade.

Ela me dá outro tapa no braço, e é o suficiente para que eu caia na risada, e ela também. E não há nada mais glorioso para mim do que ver Katniss rindo.

Eu sentia todo o peso se esvaindo dos meus ombros e toda a tensão sendo preenchida pela descontração de uma maneira que só Katniss conseguia fazer, só ela conseguia me fazer sentir assim. Eu me sentia aliviado, eu me sentia bem, e principalmente, eu me sentia feliz.


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Notas finais do capítulo

Gostaram, odiaram, mais ou menos, mais pra mais, mais pra menos?
Comentem, recomendem, favoritem, critiquem, xinguem, elogiem, deixe opinião, criticas, mensagem subliminar, ameaças de morte, macumba, bruxaria, sinal de vida, de fumaça... Qual quer coisa ta valendo!
E me avisem caso encontrem algum erro de digitação ou gramatica!
E obrigada por todos que comentaram no capítulo anterior e tentou adivinhar o versinho impossível (admito) da música! Obrigada mesmo! Voces são incríveis gente!
Até o 28!