Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 55
Capítulo 55 - Quase




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Depois de muito pensar no quão seria ruim ir até a festa de Lia e no quanto poderia ser bom, Vitor só decidiu ir, sem pensar em mais nada, umas 2 da manhã. Vestiu uma camisa cinza, botou um perfume rapidamente e foi com pressa pro elevador. Quando chegou no térreo, percebeu que o porteiro já tinha ido embora e que as chaves de baixo haviam sido levadas por Orelha. Pegou o celular, desesperado e tentou ligar pra Orelha inúmeras vezes, mas nada.
Embora tivessem aula no dia seguinte, nenhum dos colegas ligava, já que a festa estava bombando. Sal fez questão de retornar e passar um tempo com os que tinha feito amizade, aproveitando pra ficar um tempo pelo Misturama, onde Lia não estava.

- Cadê o idiota do seu irmão? – Perguntou Fatinha, quando ele retornou.
- Ah, Fatinha. Tentei de tudo, eu juro. Ele não quis vir. Larguei de mão.
- Mas que droga!! Mas não tem o que fazer...
- E a Lia, tá bem?
- Sal, tá na cara que tá faltando algo pra ela, sabe. E esse algo é cabeça dura. Eu não vou tirar a razão dela quando ela não quiser mais nada com ele...
- É, dessa vez eu acho que ele tá exagerando. Todo mundo erra, ele já errou um monte.
- Com certeza.

Orelha e Morgana, que aproveitaram uma carona de Sal, acabaram saindo da festa umas 4 da manhã. Todos notaram que Lia, de vez em quando, sentava em um canto, sem querer falar com ninguém... E poucos sabiam o motivo. Quando Orelha entrou no carro e lembrou do celular, viu 13 chamadas de Vitor, mas já estava muito perto de chegar para ligar de volta.
Os dois o encontraram dormindo, no sofá da recepção e tentaram o acordar de uma maneira solidária. Vitor abriu os olhos aos poucos, se dando conta de tudo que tinha acontecido.

- Por que você não me atendeu, Orelha? – Disse ele, com voz sonolenta.
- Desculpa, cara. Eu tava filmando a festa, depois esqueci ele num canto, nem vi tocar.
- Vitor, a quanto tempo você tá aqui? – Perguntou Morgana.
- Desde as 2. Eu queria ter ido, eu juro que queria. Eu fui um idiota, ela vai me odiar... Ou não. Como ela tava? – Vitor perguntou a Morgana.
- Ela tava normal... Não sei, às vezes parecia triste. Eu acho que ela sentiu sua falta lá.
- Que droga! Eu faço tudo errado.
- Faz mesmo. – Disse Orelha.
- Orelha! – Reprimiu Morgana, dando um beliscão no namorado. – Vitor, você tem que se explicar, eu acho que ela vai entender...
- Não sei não.
- Amanhã é um novo dia, rapaz. Na verdade hoje já é amanhã e o aniversário dela já era. – Disse Orelha, recebendo um olhar raivoso de Vitor. – Vamos subir, não tem mais o que fazer.

No dia seguinte, todos os alunos do Quadrante pareciam zumbis, tudo culpa da festa de Lia. Lia recebia elogios pela noite, mas não dava muita bola. Quando viu Vitor e os dois trocaram olhares, tudo que ele via nos olhos dela era decepção. Decidiu que daria um tempo para Lia ficar menos raivosa e falaria com ela na terça, quando os dois teriam aula particular. Mas teve uma surpresa ao ver Mathias entrando em sua sala, ao invés de Lia.

- Vitor, desculpa não ter avisado antes, mas só recebi a notícia agora.
- Pode falar, Mathias.
- A Lia conseguiu uma autorização da mãe dela pra não fazer mais as aulas de reforço, sob total responsabilidade dela mesma, quanto às suas notas.
- Você não pode estar falando sério.
- Infelizmente, é isso. Vou encaixar outra aluna no horário dela, se quiser, está liberado.

Semanas se passaram sem que Vitor pudesse chegar perto de Lia sem ganhar um perdido como resposta. Na maioria do tempo, ela só fazia questão de fazer de conta que ele não existia. Fatinha descobriu sobre a guitarra, e se segurava ao máximo pra não contar nada a Lia dessa vez, a pedido de Vitor.
Os alunos se animavam com a aproximação da formatura e da viagem de fim de ano. Fatinha comandava a organização da viagem, já que andava tendo experiências com isso e queria fazer Turismo e Vitor a da festa, apenas porque era o colega mais sociável da turma e que falava com todos. Por ordem do colégio, os alunos se dividiriam em dormitórios para meninas e meninos na viagem, nada diferente do que todos esperavam.
Faltando poucas semanas, já nas provas finais, Fatinha já não aguentava ver Vitor naquele estado. Ignorava todas as meninas que se aproximavam, sem nem pensar. Depois de todos terem saído da última aula de Ed. Física com Marcela, Fatinha, a única que permanecia na quadra, percebeu que Lia se encaminhava pro banheiro. Fatinha entrou e esperou Lia trocar de roupa, enquanto pensava em um jeito de dizer pra ela. Novamente ia trair a confiança de Vitor, mas seria pelo bem dele...

- Lia, preciso falar com você.
- O que foi, é da viagem?
- Não... É do Vitor.
- Ah, Fatinha. Eu não quero falar com ele. Agora, se ele quer te mandar vir falar comigo, eu vou me irritar mais ainda.
- Não é nada disso, Lia. Eu vou de novo te contar coisas que ele me mataria se soubesse. No caso, você vai ter que me prometer que vai usar essa informação da melhor forma possível.
- Quem disse que eu quero saber?
- Você quer. Acredite.
- Pois eu não sei.
- Então tá, não conto. - Disse Fatinha, voltando a atenção a troca de roupas, enquanto Lia ficava em um insistente silêncio por poucos segundos.
- Fala, Fatinha. - Lia pediu.
- Curiosidade é algo, né, marrentinha. Você tem que me prometer que não vai falar pra ele.
- Tudo bem... - Disse Lia.
-  Então. Uma chance: Você sabe quem te deu a guitarra do Sal?
- O Sal, talvez? - Disse Lia, fazendo cara de obviedade para Fatinha.
- Pois é, errou! O seu querido Vitor comprou aquela guitarra depois de vocês terem brigado. Mandou entregar na sua casa e o Sal assumiu o risco. - Lia a olhou, sem acreditar.
- Você tá brincando.
- Nunca falei tão sério. Ele te ama, bobinha. Ele é um idiota, mas te ama. Agora tá na sua consciência. - Disse Fatinha, sem falar mais nada.


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