Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 26
Capítulo 26 - Um Pouco Sobre Meu Irmão




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Orelha, Pilha e Fera conversavam animadamente, parando apenas para mexer com Fatinha quando passava, que respondeu a provocada deles com uma piscada.

– E aí, seus manés. - Disse ela.
– Ah, não fala assim que eu gamo. - Disse Orelha. O barulho alto e proposital da moto de Vitor fez todos por ali olharem pra cena. - Para tudo! - Disse Orelha, vendo Lia chegando na garupa da moto de Vitor. Fatinha não conseguiu evitar um sorriso, sabendo que aquilo era o esperado. Imediatamente Orelha sacou o celular, ao mesmo tempo que olhava pra Fatinha esperando explicações.
– É, Orelha. A gente é só amigo... Eles se gostam mesmo. - Disse ela.
– Ahhh, cara! O que esse mané tem que eu não tenho? Só pega gata... - Disse Orelha.
– Além dos olhos azuis, jeito de mau e cara de homem? - Fatinha provocou. Os dois entraram de mãos dadas, sorrindo para quem quer que encarasse eles ou olhasse pros dois em choque.
– Sim, estamos namorando! - Disse Vitor, em alto e bom tom.
– Eu não entendo mais nada... - Disse Fera, perdido.
– Já era hora, ein... - Disse Fatinha. Lia ficou meio confusa, mas acreditava que a versão de Vitor, sobre os dois terem somente amizade, era verdadeira mesmo. - Posso falar com você, encrenca? - Disse Fatinha, se dirigindo à Lia.
– Ahm, pode. - Lia deu um beijo em Vitor e foi pra um canto com Fatinha.
– Olha só... Lia. O Vitor te falou tudo?
– Sim, sim... Me falou que rola só amizade entre vocês.
– Ai, que ótimo! Achei que ele ia esconder que a gente tava fingindo que tava ficando só pra fazer ciúmes em você e no Bruno. - Lia olhou pra Fatinha com cara de surpresa, sem conseguir disfarçar. - Que droga! Isso você não sabia...
– É sério isso, Fatinha? - Perguntou Lia.
– Sim, mas... - Nesse momento, Lia já esboçava um sorriso no rosto. - ... não leva a mal, né Lia.
– Jura, Fatinha. Na real, é ótimo saber disso. - Lia tranquilizou Fatinha. - É um alívio, fica tranquila.
– Eu concordo. Não conta pra ele, tá?
– Não se preocupa.

Vitor apareceu do nada, abraçando Lia por trás e distribuindo beijos pelo rosto e pescoço dela. Ela, por sua vez, deu um aperto no braço de Vitor, indicando que estava desconfortável com a intimidade na frente de Fatinha.

– Eta, fogo! - Disse Fatinha. - Arrumem um quarto. - O casal riu.
– Então, Fatinha... Posso roubar minha namorada por uns vários minutos até o fim do dia? - Vitor piscou para a piriguete.
– Pode, eu deixo! Ai, vocês dois vão me matar de depressão... Só eu me ferro nessa vida. - Disse Fatinha, indo pra sala.
– Querida namorada, tá a fim de um passeio pela praia hoje?
– Ah, não sei, depende... Se o almoço que a sua sogra servir for leve.
– Ah, é assim? Sou simplesmente convocado a almoçar com a família Martins?
– Sim. É eu que mando aqui, motoqueiro.

Durante o intervalo, Vitor deixou Lia e Ju conversando sobre os últimos acontecimentos. Ele achava importante pro namoro a liberdade entre os dois. Não queria que Lia se sentisse presa, ainda mais do jeito que ela era. Ele queria que esse relacionamento forre o melhor pros dois, em todos os sentidos, dando espaço e tempo pra outras coisas importantes. Vitor foi tomar água e botou seus fones de ouvido, somente os retirando quando percebeu que Orelha e Pilha estavam num canto. Orelha parecia estar se preparando pra revelar algo muito importante à Pilha, e olhava para todos os lados para ver se alguém estava por perto. Vitor se escondeu antes que o olhar de Orelha chegasse até ele, e movido por sua curiosidade, foi até uma parede que ficava perto daquele lugar, perto o suficiente para ele escutar.

– Pilha, você tem que prometer pela sua vida que não vai falar nada pra ninguém. - Disse Orelha, com a voz tremula.
– Fala, cara! Eu já prometi 20 vezes! - Orelha respirou fundo. Vitor só conseguia rir do desespero de Orelha.
– Eu tô apaixonado... - Disse Orelha. Vitor queria rir alto, mas se segurou. Ao invés disso, pegou o celular para filmar tudo por um canto.
– O que??? - Disse Pilha. Em seguido ele riu muito de Orelha, que se irritou.
– É sério, cara! - Pilha só parou quando percebeu que era sério.
– Peraí, primeiro o Vitor, agora você? Que que botaram na água da cidade?
– Fica quieto, Pilha.
– Tá, manda aí, quem é a azarada?
– Ah... - Vitor buscava um ângulo perfeito, pelo canto da parede próxima aos dois. - É pela Morgana. - Orelha ficou em silêncio, e Vitor não sabia se ria ou se ficava chocado. Era um pouco dos dois.
– Cara... Isso é muito bizarro. - Disse Pilha.
– É, eu sei! Mas ninguém pode saber, Pilha. Ninguém. Eu tô com vergonha disso.
– Ah, Orelha! Essas coisas não se controla... É o que dizem, pelo menos.

Nesse momento, Vitor se revelou, com o celular na mão e rindo muito do seu ex amigo. Orelha olhava pra ele em pânico, como se suplicasse pra ele ficar quieto, como se Vitor tivesse ouvido ele confessar um crime.

– Isso aqui é o que eu chamo de furo de reportagem! - Disse Vitor, ainda segurando o celular. Orelha tentou tirar o aparelho da mão de Vitor, sem ter nenhum sucesso. - Tira a mão, idiota. - Vitor ainda ria da cara dele.
– Para com isso, pelo amor de Deus! - Suplicava Orelha. Pilha olhava pra Vitor, lançando um olhar que dizia pra ele parar de zoar o nerd.
– Ou o que? Feitiço contra o feiticeiro... É bom, né? - Disse Vitor.
– O que você quer, cara? Eu faço qualquer coisa. Mesmo. Mas não bota isso no ar. Não publico mais nada de você.
– Isso é o mínimo. Olha, Orelha. Levanta as mãos pro céu porque eu tô tendo uma semana ótima. Mas esse vídeo vai ficar aqui, pra quando eu precisar usar, caso você queira dar uma de esperto e me encher o saco.
– Eu não vou fazer nada, eu juro.
– Você tá muito estressadinho pra quem tá apaixonado. - O tom de Vitor já não tirava mais sarro de Orelha. - Relaxa, cara. Essas coisas não se escolhe. - Disse ele, saindo.
– Você acha que ele vai falar algo? - Perguntou Orelha à Pilha.
– Acho que não, cara. Mas não faz nada pra ele nem pra Lia, né.
– Claro.

Depois da aula, Dinho observou de dentro do hostel os dois caminhando de mãos dadas em direção ao apartamente de Lia e ficou bastante perturbado. Fatinha notou a agitação de Dinho e tentou fugir dali pra não ter que explicar, mas Dinho foi mais rápido.

– O que esses dois tem? - Fatinha foi surpreendida com a pergunta de Dinho e parou o que fazia.
– Não sei... - Disse ela, nada convincente.
– Fatinha, você mente muito mal.
– Ai, Dinho! Parece que tão namorando, sei lá.
– Namorando??
– É, eu também fiquei surpresa. Sossega aí. Eu não sei mais de nada.
– Isso só pode ser brincadeira! Ela conhece ele há tipo, alguns meses, que droga é essa??
– Relaxa, Dinho. Não tem nada o que você possa fazer.
– É o que você pensa.

Fatinha saiu dali sem dar maiores explicações para Dinho. Na realidade, nem ela entendia direito o que Vitor e Lia tinham. Milagrosamente Raquel almoçou em casa, e estranhou Lia chegar com Vitor toda animadinha.

– Ei, vocês dois! - Disse Raquel, os surpreendendo.
– Ah, oi... Raquel... - Disse Lia, se afastando de Vitor.
– Bom dia ou boa tarde, sogrona. - Raquel olhou pra Vitor confusa e Lia o olhava como se estivesse chocada com o que ele tinha dito. - A Lia não te contou? Estamos namorando!
– O que?? É sério isso? - Perguntou Raquel.
– Sim, Raquel. Vamos dizer que todo o "ódio" que ele sentia era porque ele não conseguia viver sem mim.
– E ela sem mim. - Disse Vitor, dando uma cutucada de leve no ombro de Lia.
– Meu Deus... Isso é, no mínimo, surpreendente pra mim. Mas eu acho ótimo! Sentem aqui e me contem essa história.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, as mudanças que eu falei que a fanfic ia sofrer é a partir de semana que vem, sem falta! Não percam. E comentem sempre sobre o que estão achando! :)