Fifteen escrita por Becca


Capítulo 26
The Morning After - capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

É, eu demorei, mas eu realmente tive problemas ao escrever esse capítulo, tanto que o refiz mais de cinco vezes, e, mesmo assim, ele ainda não ficou como eu desejava...



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Ela acordou com o despertador do celular de alguém. Provavelmente, o de seus pais. Ela não se lembrava de ter pedido a Peter para levá-la de volta para casa, não se lembrava de Peter tê-la deixado em casa. Virou a cabeça para o lado, vendo a última pessoa que esperaria ver ali.

– Kate? – chamou seu pai – Preciso falar com você!

O grito ecoou pela casa, e ela se surpreendeu por não ter acordado Richard. Empurrou o braço dele para o lado, retirando-o de cima de si. Pôs os pés no chão frio, ignorando os espasmos que seu corpo tinha ao levantar-se.

De pé, observou-o dormindo. Ele ainda parecia um anjo. Ainda parecia tão criança, e ainda parecia tão seu, mesmo que tivesse que ir embora depois de alguns dias...

°°

Ela não se tocara que ainda estava trajada com as vestes da noite anterior, o que foi embaraçoso quando ela desceu as escadas, dando de frente com seus pais. Johanna cruzou os braços, e Jim bateu o pé, o que a fez pensar – e realizar – no tamanho da encrenca que estava dentro.

Ficou parada no meio dos degraus, decidindo se ficava ali e recebia a bronca, ou se corria para o quarto e esperava que eles fossem atrás dela. Optou pela primeira, mas sem mover um músculo para realizar a tarefa. Jim subiu dois degraus, puxando Johanna consigo. Quando ela deu-se por si, seus pais estavam bem a sua frente.

– Querida, quem é aquele em seu quarto? – perguntou Johanna, levemente enrubescida.

Kate sentiu o rubor tomar conta de seu próprio corpo. Não queria falar que saíra na noite anterior, mas, da mesma forma, era meio explícito.

– O que vocês fizeram? – indagou Jim, com rugas de preocupação em seu rosto. Kate sorriu incrédula.

– Papai, nós não fizemos nada... – ela disse, com uma expressão completamente neutra – E, mamãe, lembra-se dos meus amigos de Nova York?

Johanna apenas assentiu, enquanto Jim sentia seu rosto relaxar. Saber que sua menininha ainda era pura era uma das melhores coisas que ele podia escutar.

– Então, a John Black está fazendo um tour por Londres para as aulas de Inglês, e eu acabei saindo com Peter ontem para nos divertirmos, e acabei achando Rick por lá. – ela disse, engolindo em seco – Como eu já estava cansada, pedi para Peter me trazer em casa, mas ele quis ficar, e, então, Rick ofereceu-se para me trazer aqui. – ela concluiu – Como já estava muito tarde, ele pediu para dormir aqui...

Mesmo estando completamente desconfiado, Jim assentiu, soltando a mão da esposa, voltando a descer as escadas. Johanna abraçou a filha, sussurrando em seu ouvido:

I’m proud of you, Becks... – acariciou os cabelos da filha.

Kate sorriu, assentindo. Johanna empurrou-a de volta para o quarto, para que se livrasse da maquiagem excessiva – que já escorria pelo rosto – e do vestido de festa, trocando-os por shorts e regata. Lembrando-se de que dia era, ela realizou-se de que haveria uma festinha na casa do vizinho, e ela não poderia ir sozinha...

°°

Saindo do banheiro que havia dentro de seu quarto, Kate assustou-se ao ver que ele já estava acordado, coçando os olhos e observando o quarto com uma curiosidade excessiva. Sorriu para ela, um sorriso completamente descontraído e contente.

– Bom dia, dorminhoco. – ela sorriu.

– Bom dia... – ele sussurrou – Seus pais nos viram juntos?

Kate congelou. Pôs a toalha que secava seus cabelos na poltrona e as roupas do dia anterior dobradas no chão, enquanto abria os armários e gavetas. Guardou as roupas, ainda em silêncio. Seria um tanto constrangedor falar sobre isso. Rick puxou-a para seu colo, ainda envolto pelas cobertas.

– E então? – ele indagou, beijando o pescoço dela.

– Sim, eles viram. – ela disse, sentando-se ao lado dele. – E, eu preciso te perguntar uma coisa, Rick...

– Pergunte... – ele sorriu, virando-se de frente para ela.

– Quando você me ligou ontem, havia uma menina falando com você, chamando-o por apelidinhos carinhosos, e... – ela pausou, sua coragem havia terminado – Who is she?

– Ela... – ele coçou a garganta – Kate, não me leve a mal, não me xingue... Mas... Gina, I was with Gina...

Os olhos dela não puderam ficar parados nas órbitas. Foi quase automático que eles saltassem, esbugalhando-se. Rick cobriu o rosto com as mãos, levemente ruborizado, enquanto ela tentava encontrar palavras para discernir tudo aquilo. Mal fazia seis meses e ele já estava com Gina!

Eu não acredito! – ela verbalizou – Como pôde?

– Mas eu não sou o único a ser questionado, Kate... – ele disse, defendendo a si mesmo – Quando eu te liguei, você disse que não queria sair, que não podia, ou algo assim – ele pausou – Então por que você estava na Red?

Ela engoliu em seco. O que falaria para ele? Afinal, ela dissera mesmo que não iria, e, volta e meia, estava dançando calorosamente com outro. Ela gaguejou, pigarreou e suspirou. Não tinha palavras para lhe dizer.

– Não sei, Rick. – ela respondeu – Sinceramente, não sei.

Ele assentiu, alisando o próprio rosto. Seus lábios se curvaram para baixo enquanto ele se lembrava da cena que vira na noite anterior. O corpo dela, colado com o de um menino, simplesmente arrastando-se com ele para a beira do precipício.

– Por que a John Black está aqui? – ela perguntou, quebrando o silêncio.

– Não sei, eles quiseram fazer algo diferente, um passeio para todos nós. – ele sorriu – Mas só o primeiro ano pôde vir.

– Eu sei, eu vi enquanto todos desciam do ônibus ontem. – ela sussurrou, querendo que ele não a escutasse.

Num pulo, ele se levantou, apontando o dedo a ela. Seus olhos estavam lacrimejando, completamente fora das órbitas.

– Você o quê? – ele disse, com o tom de voz cheio de raiva, completamente eufórico.

Rick, I’m sorry... – ela sussurrou, com o coração em pedaços.

– E você não falou conosco! – ele disse, voltando a sentar na cama.

Kate pensou bem no que havia feito. Sim, havia sido algo ruim, havia sido algo terrível, mas do mesmo jeito, ela tinha todo o direito de se sentir assim. Mais de três meses, cinco meses exatos, e nenhum deles havia mandado sequer uma mensagem de texto perguntando como ela estava ou como era a vida em Londres.

– Eu tinha o total direito, já que vocês não me contavam mais nada – ela pausou, fungando – e já que não se habilitaram a me mandar sequer uma sms. – ela sorriu infeliz – Vou estar lá embaixo, na cozinha. Vejo-te depois.

Depois de vê-la sair, Rick jogou seu corpo para trás, encontrando travesseiros macios. Seus olhos estavam marejados, e ele se sentia culpado, já que ela estava certa. Eles não haviam ligado para ela, e, muito menos, mandado-lhe uma mensagem.

Levantando-se, ele ouviu o celular tocando, com o nome Javier Esposito no identificador de chamadas. Viu a porta ser empurrada com toda a força, e, logo depois, a voz chorosa dela, juntamente com os olhos melancólicos e assustados, pedindo-lhe somente uma coisa:

Não atenda!

E foi o que ele fez. Deslizou a tela para o lado esquerdo, ignorando a chamada. Ela respirou fundo, escorregando até o chão. Ele ajoelhou-se ao lado dela, fazendo apenas uma pergunta:

– Hey, o que houve?


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Notas finais do capítulo

É, o que houve, Kate? u.u Reviews!