“– Achei que já tínhamos conversado sobre isso, não precisamos dela!”

– ESCUTA AQUI... DEAN NÉ? – começo num tom irritado – Eu sei que você não me quer aqui e eu realmente não fui com a sua cara, mas estou deixando de fazer coisas mais importantes para ajudar vocês, seu irmão é o único motivo pra eu ainda estar aqui aguentando esse seu mau humor, então é melhor você ficar quieto porque tenho certeza que sou a única esperança que vocês têm agora. – Dou um suspiro enquanto tento me acalmar. Sam dá uma risada debochada.
–Ok, é melhor a gente sentar agora pra conversar... – Sam muda de assunto. – É o seguinte Catherine: estamos lidando com um demônio chamado Crowley, ele criou um novo tipo de criatura, apelidado de “Hell guardian” e é quase impossível de se matar.
– Mas ainda há um jeito? – questiono.
– Exato. E precisamos de sua ajuda para criar uma arma que possa destruí-lo.
– Eu geralmente não pego casos assim, mas acho que posso fazer uma exceção.
– Ótimo. – Ele sorri e eu retribuo.
– Ok vocês dois, chega de papo! Vamos logo com isso! Aqui está a lista. – Dean me entrega um papel com anotações.
– Hum, algumas coisas aqui vão ser fáceis, outras nem tanto. O mais difícil mesmo é o último item: “Arma de um Deus”. Muitos deuses que andam pela terra já estão mortos, mas acho que ainda deve existir algum Deus pagão por aí, vamos ter que ir fundo nisso.

Começamos as pesquisas. O primeiro item da lista eram lágrimas de dragão, que os meninos já tinham um pouco guardado. Bom. Próximo item...

– Diz aqui que precisamos de uma pena da asa de um anjo, por acaso vocês não conhecem nenhum por aí, não é mesmo? – dou uma risada sem graça e os dois se entreolham. – Eu só tava brincando...
– Cas, por favor, peço que traga seu rabo angelical pra cá, precisamos da sua ajuda. –murmura Dean. Ouço um barulho e num piscar de olhos já estou de frente para um anjo.
– Olá Dean. Sam... – diz ele sério.
– O QUE?? VOCÊS REALMENTE CONHECEM UM ANJO?!
– Ele tá mais pra família. – explica Dean. Olho bem para o anjo, que parece estar surpreso com minha presença.
– Aonde vocês a acharam? Por que está aqui?
– Ela está nos ajudando a criar a arma para deter Crowley – Cas observa atentamente, não deixo de notar seus lindos olhos azuis, os reconheço de algum lugar.
– Me desculpe, mas... eu te conheço? Seu rosto não me é estranho.
– Você acabou de perguntar a um anjo se você o conhece? – Dean retruca.
– Eu juro que já o vi antes.
– Hãn, eu não me lembro de você, é a primeira vez que somos apresentados.

Continuo desconfiada e não paro de observá-lo, tenho que lembrar de onde eu o conheço!

– Cas, precisamos de uma pena sua, e se ainda estiver livre, seria bom se nos ajudasse com os outros itens. – diz Sam.
– Eu não sei se posso.
– Seria perfeito se tivéssemos a ajuda de um anjo! – insisto.
– Ta bom, farei o possível. – ele diz enquanto retira uma de suas penas.

Passam-se alguns dias enquanto procuramos os “ingredientes” para a arma. E aquele Dean? O universo gira ao seu redor! Fala sério, nunca encontrei alguém tão irritante e machista como ele! O que tem de bonito tem de idiota. Estou louca para acabar logo com esse caso e não ter mais que aguentar suas chatices.

– E aí, o que achou? – pergunta Dean.
– Muitas lendas e rumores, mas nada que possa nos ajudar!
– Que tal pararmos um pouco e relaxar? Estou morrendo de fome!
– Você sempre tá morrendo de fome Dean, mas sim, é a melhor ideia que você teve até hoje – dou um sorriso debochado e ele faz careta.
– Sam, você pode ir nos arranjar comida?
– E traga torta! – Dean e eu dizemos em coro. Sam sai do quarto para buscar alimento.
– Você gosta de torta? Acho que não é tão chata quanto eu pensava... – ele se aproxima de mim e dá um sorriso malicioso.
– Sério? Você acha que é fácil assim? Que é só você vir com um sorriso e uma cantada ruim que as mulheres se derretem por você?
– Sim, geralmente funciona, mas com mulheres de verdade, por isso não teve efeito em você.
– Porque só me atraio por homens!
– “Só me atraio por homens” – ele me imita em um tom de deboche.
– Nossa, como você é maduro!
– “Como é maduro” – ele continua a imitação.
– Dá pra você parar com isso? Estou real... – ele se aproxima de mim e me cala com um beijo. Fico em silêncio por um tempo tentando entender o que aconteceu.
– O q-que você fez? – pergunto ainda confusa.
– Viu? Está sem palavras. Quem agora não consegue atrair ninguém, uh? – ele levanta as sobrancelhas e dá um sorriso vitorioso.
– EU NÃO ACREDITO QUE FEZ ISSO! – saio irritada e vou direto pro meu quarto, que é do outro lado do corredor.

Estou tão brava! Bato o pé e ando de um lado pro outro pelo quarto tentando refazer a cena em minha cabeça. Como ele pôde fazer isso comigo? Ele é um completo babaca! Acha que pode sair por aí beijando as garotas desse jeito? Nem começamos o caso direito, vou ter que aguentá-lo por mais um tempo e ainda ficar nesse motel empoeirado. Mas não vou deixar barato, ele vai se arrepender de ter me enganado!

(...)