CAPÍTULO QUINZE

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Toda a papelada do hospital para alta de Peter já havia ficado pronta e o Doutor Tomphen autorizado. O médico caminhou a passos largos pelos corredores do hospital chegando ao quarto aonde o jovem Peter permanecia.

- Já está tudo pronto! Faltam apenas alguns detalhes a ser finalizado – o médico disse observando o garoto com um dos braços enfaixados – Mas você já esta liberado para ir para casa!

- Que ótima noticia doutor – Maura disse sorridente.

- E as memórias como estão?

- Do mesmo jeito doutor! – Peter disse desanimado.

- Será possível que essas memórias voltem um dia? – Maura prontificou-se.

- Bom ainda há muitas questões sobre o nosso celebro que pouco entendemos, mas sim, talvez em um futuro ele possa recobrar toda a memória perdida – Maura acariciou o filho, que sorriu – Peter a Senhorita Kyle esta vindo para finalizar alguns exames, enquanto isso espere por ela aqui – Peter acenou que sim com a cabeça – Maura poderia falar com você?

- Claro! – ela olhou para o medico receosa.

- Venha – ele indicou o lado de fora do quarto.

- E então?

- Qualquer sinal de melhora a senhora entre em contato comigo ou com o Xerife, entendido? – ele fitou a loura.

- O Xerife? – ela questionou – Por que ele?

- Bom, os exames não constataram nada de errado, tudo esta funcionando normal dentro do celebro de Peter – o medico a fitou – E mesmo assim ele continua a dizer que não se lembra de nada.

- Talvez por que seja verdade o que ele diz?

- Não estou duvidando de seu filho, e nunca disse isso, apenas estou dizendo que qualquer melhorar no quadro do Peter a senhora entre em contato, tudo bem? – Maura encarou o Doutor duvidosa.

- Esta bem, eu ligo!

- Bem melhor – o medico sorriu – A senhora poderia me acompanhar, preciso que assine alguns papeis que faltam ate que Peter esteja pronto – Maura concordou seguindo o medico até sua sala.

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A enfermeira terminou de anotar algumas informações na paleta que carregava, liberando Peter logo em seguida.

- Espere na recepção, sua mãe foi terminar de assinar os papeis que faltam ela deve estar voltando! – ela indicou a porta com a caneta para Peter se retirar.

- Tudo bem, já estou indo! - ao sair pela porta, ele deu de cara com Charlie um tanto animado – O que está fazendo aqui?

- Oi, para você também!

- Anda logo Charlie, desembucha! – ele bateu no estomago do amigo.

- Ai! – Charlie reclamou – Sua mãe pediu para eu vim ajudá-la, já que o filhinho dela ta todo machucadinho! – ele brincou.

- Nossa engraçadinho você Charlie!

- Fica assim não! – Charlie riu – E então o que aconteceu para você vim parar aqui?

- Esse é o problema, eu não me lembro! – Peter mentiu.

- Tipo nada mesmo? – Charlie cruzou os braços.

- Nada do que aconteceu depois que chegamos à festa!

Peter mantinha seus pensamentos no Doutor Tomphen e a conversa que poderia estar tendo com sua mãe. Ele temia que o médico suspeitasse ou ate mesmo descobrisse a verdade. Porém Peter foi tirado de seus devaneios, ao ver Derek encostado a bancada flertando com a secretaria. Peter se questionou se havia reparado o garoto ali quando saiu do quarto, e concluiu que possivelmente havia chegado agora.

- O que ele está fazendo aqui? – Charlie disse ao seguir o olhar de Peter e ver Derek.

- E eu é que sei? – Peter deu de ombros – Vou falar com ele!

- O que? Você está louco? Vai falar o que com ele? – Charlie o impediu de seguir em frente.

 - Assuntos que não cabe ao seu interesse Charlie! – ele fitou o amigo – Agora sai do meu caminho e vai procurar minha mãe, para irmos embora!

- Quem tanto procura acha Peter! – Charlie disse virando as costas, e indo á procura de Maura.

- O que faz aqui? – Peter disse interrompendo a conversa de Derek.

- Primeiro, aqui é um lugar publico, e segundo, não devo satisfação da minha vida a você! – ele sorriu.

- É verdade, mas acho que você deve explicações a outra pessoa, não acha?

- Ah é, tipo quem? – Derek debruçou sobre a bancada, rindo para a garota.

- Não sei, um tal de Roy Velmonte, conhece? – Peter ironizou e Derek entendeu, puxando Peter para um canto.

- Achei que tivesse perdido sua memória? – Derek sussurrou.

- Esta falando baixo agora por quê?

- Não tenho medo de você e muito menos do Xerife, então não me provoque! – ele dizia serio.

- Fique tranquilo, ninguém vai saber!

- E por que você faria isso? – Derek olhou duvidoso.

- Primeiro, não sou como você que adora ferrar os outros, e segundo eu perdi minha memória se lembra? – Peter riu, enquanto Derek ficou em silencio.

- O que você está tramando Turner? – Derek fitou Peter.

- Já disse, nada!

- Você quer que eu acredite mesmo que você vai bancar o bonzinho comigo logo agora? – Derek riu ironizando.

- É você me pegou! – Peter riu – Eu não vou contar nada, por que eu quero ter você na palma da minha mão por um longo tempo!

- Acha mesmo que isso vai funcionar? – Derek riu.

- Bom, eu não sei, mas um dia, eu vou tentar, ai nós dois vamos descobrir se isso vai funcionar, mas até lá vamos viver com a incerteza! – Peter ironizou deixando Derek sozinho encostado a parede.

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Roy caminhava de um lado para o outro na sala, enquanto Rose tentava acalmar o marido. Ben estava de cabeça baixa sentado ao sofá enquanto ouvia os sermões do pai.

- Por quê? Me diz Benjamin por que você não pode ser como seu irmão? – Roy estava alterado – O que o garoto Turner fez para você? – Ben mantinha-se calado – Vamos? Estou esperando?

- O que ele fez ninguém nunca vai entender, muito menos você pai! – Ben dizia intimidado.

- Do que você está falando? – ele gritou – É sobre a aquela Parker?

- Talvez, e isso faz alguma diferença para você?

- Você acha mesmo que aquela pirralha da Parker algum dia se importou com você? – Roy disse cada vez mais alterado.

- Roy acalme-se! – Rose tentava ajudar o filho – Esse jeito não é o melhor para resolvermos esse assunto!

- E qual é então Rose? – ele fitou o filho – Talvez você prefira colocá-lo na cadeia por todo o mal que ele já causou ao Turner!?

- O que? – Ben olhou assustado para o pai.

- Roy, olhe para você querido, olhe o que esta falando, ele é seu filho!

- Filho meu não faz o que ele fez! – ele olhou desapontado para Ben – É por isso que tenho tanto orgulho do Jeffrey e não de você Benjamin, e sabe por quê?

- Roy... – a senhora Velmonte ainda tentava amenizar a situação.

- Por que seu irmão, nunca quis a infelicidade dos outros para a própria alegria, ao contrario de você Benjamin! – o garoto já ouvira tantas vezes tais palavras, que já não se importava mais em ouvi-las.

- E quem disse que eu quero que você tenha orgulho de mim Xerife! – Ben o confrontou.

- Está me confrontando Benjamin?

- O que vai fazer? Me prender? – Ben levantou-se – O que está esperando, venha, me prenda! – por um momento Rose percebeu a reação do filho e que o marido perderia a cabeça.

- Já chega! – ela gritou pondo-se ao meio dos dois – Cansei dessas discussões toda vez que você está aqui! – ela fitou o filho e depois o marido – Será que não podemos viver como uma família feliz, pelo menos durante o verão, quando tenho você aqui Ben?

- Olhe para isso Benjamin, olhe para a sua família, olhe para você e o seu futuro e me diz o que você vê? – Roy disse ao fim

– Você já sabe o que tem que fazer, e sabe que vai ser o melhor para todos não sabe meu filho? – Rose encarou Ben acariciando o rosto do filho caçula.

- Eu sei! – Ben disse desapontando, pois sabia o que teria que ser feito.

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Peter já estava em casa, desde à tarde do dia anterior. A noite estava estrelada e iluminada pela lua. Maura estava à frente do fogão terminando o jantar para Peter e Charlie, já que tinha um compromisso com Destiny de jantarem juntas, e por que Charlie ficaria alguns dias na casa para vigiar Peter.

- Garotos o jantar está pronto! – Maura disse encontrando os garotos na sala.

- Já estamos indo mãe! – Peter disse sem desgrudar os olhos do jogo – Você só está ganhando por que estou em desvantagem Charlie! – ele disse brincando com o amigo.

- Desvantagem? – Charlie riu

- É só tenho um braço utilizável no momento! – Maura pegou o controle e desligou a televisão – Mãe! Não! – Peter resmungou.

- Eu disse que o jantar esta na mesa, e isso significa que esta pronto para comer! – ela cruzou os braços – Vai esfriar! Andem logo!

- Já escutei mãe! Estamos indo!

- Estou indo jantar com Destiny – ela beijou o filho – Qualquer coisa me liga, ouviu Charlie? – ela olhou para cozinha onde Charlie fazia uma pratada de macarrão.

- Pode deixar, e também não vou tirar os olhos do doentinho! – Charlie riu.

- Já disse como você é engraçadinho Charlie? – Peter disse enquanto preparava o prato.

- Varias e varias vezes! - a campainha soou e os garotos cruzaram olhares curiosos.

- Não é minha mãe, ela acabou de sair e levou as chaves! – Peter disse serio, e a campainha soou novamente.

- Fica aqui Peter!

Charlie caminhou devagar ate a porta, enquanto Peter estava na cozinha, o garoto sabia que dessa vez era melhor escutar o amigo, não estava nas melhores condições. Tocaram a campainha mais uma vez, e mais que de pressa Charlie abriu a porta. E lá estava à pessoa da qual nem Charlie e muito menos Peter esperavam.