CAPÍTULO NOVE

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Ao firmar as vistas, Peter notou que se tratava de Ben e seus cães de guarda Derek e Luke. Ele mantinha-se perto dos três rapazes, e por um momento tentou dar as costas e ir embora, mas foi impedido por Derek e Luke que o seguraram um de cada lado. Ben aproximou-se do garoto agora imobilizado de fazer qualquer movimento, ficando frente á frente com o mesmo.

– O que vai fazer agora? Bater-me? – Peter o provocou, tentando desvincular-se de Derek e Luke, cuja ação era em vão.

– Bater em você? – Ben sorriu – Não! – ele fitou Peter – Ninguém veio aqui para bater em você! – Ben encarou Derek

– O que é uma pena! – Derek ironizou

– Na verdade foi você que veio até nós! – Ben olhou ao redor da rua que permanecia vazia – E quer saber gostei da visitinha surpresa que você nos fez!

– Então o que você quer? – Peter disse ríspido.

– É simples! – ele fitou Peter – Eu estava pensando, e percebi que não quero e não vou contar para a Bonnie sobre o nosso segredinho!

– Eu já lhe disse que se você não contar eu vou! – Peter ainda tentava se soltar.

– Você não vai conseguir sair daqui jardineiro! – Luke disse apertando mais forte o braço de Peter.

– Hã – Ben fingiu pensar – É – ele fitou Peter – Não vai rolar, não vou contar!

– Se essa é a sua escolha, então eu vou mostrar para todos quem você realmente é!

– Ah cala boca! – Derek se pôs na conversa – A gente já entendeu a sua idéia de pagar de bom moço! Já chega né Ben!? – Derek encarou o amigo – Está na hora de dar uma lição para aqueles que não querem ficar com a boca fechada!

– Eu já disse que ninguém vai bater nele! – Ben falou em bom e alto som, fazendo Derek se calar – Agora eu estou entendendo você Peter! – Ben sorriu vitorioso para Peter – Você quer mostrar para ela quem é o vilão da historia, é isso mesmo?

– E você acha pouco? – Peter retrucou – Você a enganou!

– Escute bem Peter, eu não a obriguei a ficar comigo, ela ficou porque quis!

– Ela ficou, pois não sabia que você tinha armado para ela! – Peter fitou Ben

– Mas o que você ganha com isso? – Ben o questionou.

– O que eu ganho?- Peter riu – O que eu sempre quis! – ele fitou Ben novamente - Ela irá descobrir o tipinho que você é, e quando descobrir nunca mais irá querer vê-lo novamente! – Ben gargalhou do que acabara de ouvir, mas Peter não entendeu o motivo da risada.

– Então esse é o ponto! – Ben aproximou se de Peter – E você sabe o que é mais engraçado disso tudo Peter? – ele sorriu e voltou à posição anterior – Se você pensa que ela nunca mais irá querer me ver ou falar comigo depois que ela descobrir essa tal verdade, imagina como ela irá tratá-lo quando descobrir que você matou a mãe dela!

– O que? – Luke disse chocando com a notícia que chegava até seus ouvidos

– Você pode não se lembrar de mim naquele dia Peter, mas eu estava-la e lembro como se fosse hoje!

– Foi um acidente! – eram as únicas palavras que Peter ousava dizer, o garoto pensava que apenas Robert e Destiny soubessem que ele tinha causado o motivo do acidente, mas ele estava enganado.

– Acidente ou não, você a matou! – Ben exalava raiva – Você foi o culpado pela morte da senhora Parker, assim como foi o culpado por Bonnie ter ido embora!

– Ele a levou daqui por que acho que era o melhor que estava fazendo a própria filha! – Peter dizia, tentando se soltar – Posso ter sido o culpado pelo acidente, mas não sou por ela ter deixado a cidade!

– Não é? – Ben o fitava furioso – Você a tirou de mim a primeira vez, não vou deixar que faça isso pela segunda!

– Eu era uma criança Ben! – Peter o encarou – Acha mesmo que eu faria isso de propósito?

– Eu também era, e ela minha única amiga! – Ben fitou o chão – E desde o dia que Bonnie partiu eu jurei a mim mesmo, que iria fazê-lo sofrer por cada minuto que eu sofri!

– E você acha que já não me fez sofrer o bastante durante todos esses anos, e humilhações?

– Não! Você merecia mais! – Ben o retrucou

– Olha você não imagina o quanto eu me arrependo e o quanto eu queria poder voltar no tempo e ter ficado em casa daquele dia! – Peter estava desolado, e lagrimas começavam a brotar de seus olhos, mas a ultima coisa que ele queria agora era que Bonnie soubesse disso – Ben eu lhe imploro, não conte nada á ela?

– A florzinha está chorando toda arrependida agora por quê? – Derek zombou rindo de Peter

– Cale a boca Derek! – Ben cessou o riso de Derek – Já chega! – ele fitou o amigo, e voltou-se para Peter – Eu não irei contar á ela, eu quero um acordo!

– Um acordo? – Peter o questionou tentando secar as lagrimas que escorriam por seu rosto.

– É simples, eu não conto sobre você, e você não conta sobre mim! – Ben olhou para Derek e Luke e os dois entenderam, soltando Peter

– Tenho sua palavra? – Peter arrumava as mangas de sua blusa, que estava toda amassada.

– Claro que tem! – Ben lhe estendeu a mão – Fechado?

– Sim – Peter disse desanimado, selando o acordo com o comprimento de mãos.

– Bom, minha conversa já terminou por aqui! – Ben sorriu – Quer uma carona garotos? – Ben referiu se aos amigos.

– Vamos nessa! – Luke disse, entrado no carro.

– Você escapou dessa vez jardineiro, pois o Ben está aqui, mas não me garanto na próxima! – Derek cochichou ao ouvido de Peter.

– Já chega Derek, vamos logo! – Ben interrompeu, não gostando da atitude de Derek – Até mais Peter! – Ben sorriu enquanto entrava no carro – É sempre bom fazer negócios com velhos amigos!

– Não somos amigos! – Peter retrucou

– Como quiser! – Ben acelerou, e Peter viu o carro sumir na rua.

O garoto permanecia desolado, pois nunca imaginou que Ben pudesse saber sobre a morte da senhora Parker. O que não entendia e por mais que tentasse, era o simples fato de Ben nunca ter contado a ninguém sobre o passado do rapaz, mesmo quando Peter o ameaçou sobre Bonnie. “Porque ele guardou esse segredo por todos esses anos?”– ele ainda se perguntava, enquanto caminhava para o parque a fim de espairecer as idéias. Sentou-se ao um banco qualquer, e por um momento lembrou-se daquilo que muitos anos ele tentou esquecer, mas que ainda o assombrava.

“O sol do fim da tarde brilhava sobre o rosto do lindo garotinho loiro. Ele brincava de futebol com outros garotos da vizinhança, em frente à casa dos Gray. Foi quando o pequeno Fred chutou a bola para o outro lado da rua. Peter saiu em disparada atrás da bola, cruzando a rua sem ao menos notar a presença de um carro que vinha em sua direção. Por sorte o motorista conseguiu desviar do garoto, mas o carro por sua vez perdeu o controle, capotando algumas vezes. Uma fumaça surgiu, e do carro aos pedaços estendido ao meio da rua, o garoto notou ao volante uma mulher desacordada de belos cabelos loiros. Era ela a motorista, a qual sua imagem o garoto jamais esqueceria”

Peter ouviu alguns passos em sua direção, tirando-o de seus devaneios.

– Ben mandou os cachorros de guarda dele aqui para que? – Peter disse ao ver Derek e Luke a sua frente.

– O Ben não nos mandou até aqui! – Luke esclareceu.

– Na verdade ele não sabe que estamos aqui! – Derek sorriu, e Peter percebeu que estava em uma enrascada.

– Aonde pensa que vai? – Luke perguntou, ao notar que Peter tentara sair de perto deles.

– Ah, você não irá a lugar nenhum! – foi à vez de Derek se manifestar – Temos uma conta para acertar, e dessa vez o Ben não está aqui para te proteger!

– O narizinho ainda dói? – Peter provocou.

– Já chega! – Derek gritou, e antes que Peter tivesse qualquer reação, o moreno transferiu-lhe um belo soco em seu maxilar, fazendo com que Peter caísse desnorteado no chão – Não aguenta apanhar? Pobre jardineiro! – Peter ainda tentava se recuperar do soco, quando Derek amontoou-se sobre ele, dando mais e mais socos, um atrás do outro.

– Já é o suficiente Derek! – Luke disse ao notar Peter desacordado.

– Ele merece mais! – Derek levantou-se e chutou o pobre garoto ao chão.

– Você irá nos arranjar problemas! – Luke tentava puxar o amigo, só que sua ação fora em vão – Derek Chega!

– Diz isso por que não foi você que apanhou desse infeliz! – ele parou ao cobrar a consciência, e abaixou-se bem ao pé do ouvido de Peter, e mesmo sabendo que o garoto estava inconsciente e que não o escutaria, ele fez questão de sussurrar em seu ouvido – Eu disse que você iria me pagar caro jardineiro infeliz!