Pouring Rain escrita por Mirchoff


Capítulo 9
Capítulo VIII - Coming out of my cage and I've been doing just fine


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente!
Eu terminei de escrever isso aqui lá pelas quatro e meia da manhã, então, perdoem possíveis errinhos ok? Enjoy!
MAS ESPERA
Antes de tudo: esses dias eu estava pensando "Onde se passa esse negócio?" e acho que vocês já se perguntaram isso também... A resposta é: Bristol, Pensilvânia. População: 9,726 habitantes (censo de 2010). E... É. Agora, leiam.



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Naquela noite, descubro que às vezes Reyna cuida de Charlotte e Phoebe. Os Summers e os Muñoz são amigos de longa data, e aquela não poderia ser uma coincidência maior.

Eu me sento numa das pontas da mesa do restaurante. Patrick, na ponta oposta, sorri para mim antes de pedir para que Charlotte não brinque com os talheres daquele jeito, porque ela ia acabar se machucando. A menina revira os olhos verdes, mas repousa o garfo e a faca na mesa.

– Fico feliz que tenha aceitado jantar com a gente, Leo. – Clara sorri para mim, e eu sorrio de volta. – e você também, Reyna!

Meus olhos se voltam para ela. Reyna dá um sorrisinho, um pouco vermelha. Foi uma luta e tanto para convencê-la a correr para casa e trocar de roupa. Eu tentei parecer que não estava assim tão animado com a ideia, mas quando ela disse "Ah, eu não sei de devo..." praticamente supliquei com o olhar. E Reyna riu, aceitando.

– Obrigada pelo convite. – diz.

Não é como se fosse um jantar super formal ou coisa do tipo. Simplesmente escolhemos um restaurante aleatório, que servisse de tudo, e que não estivesse tão cheio. Antes de vir, me troquei rapidamente no orfanato, e não saí antes de explicar o motivo de tanta pressa para a Sra. Smith. Ela sorriu, como se já soubesse de alguma coisa, e disse para me divertir.

Eu opto por espaguete à carbonara e muito parmesão ralado, por favor. É engraçado observar Lottie tentar enrolar seu macarrão com o garfo e falhar comicamente, derrubando o talher e espirrando molho em si mesma. E o ocorrido faz Clara gargalhar e cobrir a boca com as mãos, envergonhada.

Baixo os olhos para a comida, tentando não rir quando a menina simplesmente resmunga algo sobre o macarrão ser escorregadio demais. E que suas mãos são muito pequeninas, então ela merece um desconto. Ela sorri quando Reyna se oferece para ajudá-la.

Ao seu lado, Phoebe estica o bracinho até encostar as pontas dos dedos em minha mão. Ela não diz nada, mas sorri. Eu sorrio de volta. É engraçado como tudo fica mais fácil com um pouco de macarrão e sorrisos de crianças.

– Leo, você comentou alguma coisa sobre um time de futebol… – diz Patrick. Eu havia esquecido o quanto ele gosta de futebol.

– Ah – eu espero não estar tão vermelho assim. Não é como se eu gostasse de ser o centro das atenções, uma vez que todos na mesa voltaram seus olhares para mim. – eu entrei no lugar de um cara. Vai ser legal, eu acho.

– Leo vai ser um astro do futebol! – exclama Lottie, e eu não consigo conter o riso.

– Acho que eu quebraria a perna antes de isso acontecer. – digo. – ou seria esmagado por alguém. Além do mais, não vou ficar no time. É só por um jogo, ou dois. Logo Dakota vai poder voltar a jogar.

Patrick começa a tagarelar alguma coisa sobre os tempos em que ele fora atacante no time da escola, e a conversa se estende até troféus e medalhas e campeonatos e quando dou por mim, já não estou mais prestando atenção.

Eu observo Reyna durante o jantar inteiro. Seu vestido vermelho, mais puxado para o rosa, lhe dá um ar inocente e puro. Ela olha para mim de vez em quando, me pegando de surpresa e isso resulta em talheres no chão ou um pouco de molho na toalha. Eu me embolo nas palavras algumas vezes quando ela realmente parece interessada no que estou dizendo, mesmo que seja algo do tipo "O molho disso aqui tá muito bom" ou qualquer outro comentário estúpido sobre a comida (realmente boa).

Quando eu estico o braço para alcançar o azeite, Reyna faz o mesmo. Nossos dedos se tocam e eu paro de respirar mas, como na casa do lago, ela parece não notar.

Phoebe me lança um olhar cúmplice, segurando o riso. Faço uma careta para ela, que dá a língua. Onde as crianças aprendem a fazer essas coisas? E, aliás... Está tão óbvio assim?

–x–

– Muito obrigada por ter vindo, Leo. – é o que Clara diz quando saímos do restaurante, rumo ao carro. Há uma Lottie adormecida em seus braços, e eu carrego Phoebe. Ela simplesmente grudou em meu pescoço assim que Patrick pagou a conta.

– Eu que agradeço. – digo, sorrindo.

Nós conversamos em tom baixo para não acordar as gêmeas enquanto Reyna está no telefone com sua irmã, e Patrick troca uma palavrinha com um conhecido ali na porta do restaurante. Clara pisca para mim quando, de repente, o assunto é Reyna.

– Você devia convidá-la para ir ao cinema. – diz, bem baixinho. – sexta-feira, na noite antes do jogo.

– Mas... – sinto o rosto esquentar. Realmente está na cara. – e se ela não quiser... ?

– É lógico que ela quer, Leo! – Clara revira os olhos, rindo. – escuta, eu sei que você realmente não quer conversar sobre isso comigo, mas devia fazê-lo. Não conversar, mas chamá-la para sair.

Eu gaguejo qualquer coisa parecida com um "Ok" quando vejo Reyna se aproximando de nós novamente. Ela guarda o celular numa bolsinha que não tinha percebido antes.

– Hylla vai deixar a porta aberta. – diz. – Leo? Tá tudo bem?

– T-tudo ótimo! – exclamo, e a vontade de dar um tapa na própria cara cresce. – por que não estaria?

– Você está todo vermelho... – ela ergue uma sobrancelha.

– É o frio. – murmuro, ajeitando Phoebe em meus braços. – cadê o Patrick? Eu acho que virei o novo travesseiro da Phoebe...

–x–

Eu encaro a tela do celular por alguns minutos. Os Summers me deixaram no orfanato há quatro horas, mas eu ainda vejo os sorrisos de Clara e Patrick, e Phoebe e Charlotte adormecidas nos bancos de trás. Aquela fagulha de esperança se acende depois de tanto tempo. E me sinto bem.

Mas não é sobre isso que converso com Annabeth por meio de SMS.

(01:03 AM)

Leo, ainda tá aí? Eu realmente espero que vc não tenha dormido, pq eu estou aqui atrapalhando minhas oito horas preciosas de sono e espero n estar fazendo isso em vão. - annie x

(01:05 AM)

estou aqui. é q eu pretendo fazer um negócio, mas queria perguntar p alguém pq vai que nao é uma boa ideia... e tem a ver com a reyna - leo

(01:05 AM)

O QUE É? - annie x

(01:06 AM)

qro chamá-la pra sair na sexta. - leo

(01:07 AM)

Eu estou sonhando? Pq se estiver, n me acorde. - annie x

Seguro o riso, temendo que Nico acorde e me xingue (de novo).

(01:08 AM)

Ah, deixa eu adivinhar. Vc quer que algm vá junto pra n parecer um encontro, certo? :D - annie x

(01:10 AM)

é isso aí. - leo

(01:11 AM)

Eu queria ir, mas vou passar o dia c Percy. Ele tá nervoso com esse jogo. Ai. - annie x

(01:12 AM)

acho que vou chamar a pips, e talvez a hazel tb. qm sabe o frank. sla, a galera. é uma boa ideia? - leo

(01:14 AM)

É uma ótima ideia. Eu realmente tenho q dormir agr, mas yayyy!!! - annie x

PS: vista algo que preste, tá?

PPS: vc n me contou sobre os Summers. Qro o relatório completo amanhã!

Sinto as pálpebras pesarem. Rapidamente, respondo uma mensagem de Jason, dizendo que não, eu não vou fugir antes do jogo e que ele é um idiota, e boa noite.

É claro que ele responde em menos de um minuto dizendo que o idiota sou eu, e que ele realmente me estrangularia se eu fugisse. E não duvido nada, porque Jason é muito centrado em todas as coisas que faz. Ele é aquele tipo irritante de perfeccionista, o cara certinho, aquele que todo mundo conhece um.

Deve ser algo relacionado com a família dele. Ele e Thalia moram com o pai, um empresário de sucesso, que fica pouco em casa. A mãe, uma artista famosa e alcoólatra, morreu há alguns anos. Thalia é legal, mas seu jeito rebelde e ninguém-pode-me-controlar às vezes incomoda o irmão. E então surge Jason, novo capitão do time, notas boas em exatas e que não gosta de picles.

Acho que ninguém gosta muito de picles, penso.

Eu estico o braço, colocando o celular sobre a prateleira. O sono vence.

E, por uma noite, não sonho com minha mãe ou acordo chorando no meio da madrugada. Eu penso em Reyna.

–x–

A prova de Cálculo fora um inferno. Eu tinha planos para colar de Annabeth, mas a professora trocou todo mundo de lugar e eu me vi sentado de frente para a bruxa.

Eu praticamente podia sentir sua tentativa de me petrificar com o olhar, como aquele monstro da mitologia grega.

E eu gostaria que isso tivesse acontecido, porque o treino de futebol consegue ser pior que qualquer prova de Cálculo.

– Valdez, acorda! – o treinador rosna quando eu simplesmente sento no chão, exausto.

Reviro os olhos, mas levanto e murmuro um pedido de desculpas para um Jason prestes a ter um colapso nervoso.

– Passa pra cá, Robert! – grito, finalmente saindo do lugar.

Jason e o técnico nos separaram em roxos e laranjas, e nosso pequeno time estava massacrando o de Jason. Ele estava mesmo a ponto de ter um colapso, e nem mesmo tentava esconder isso. Secava o suor do rosto com o colete roxo desbotado, estralava os dedos e batia o pé impacientemente várias vezes.

Isso porque são quatro dias até o jogo, e estamos bem. Eu até surpreendi a mim mesmo, sobrevivendo a duas partidas rápidas sem me machucar ou coisa do tipo.

– Cara, relaxa. – eu me aproximo de Jason, dando tapinhas em seu ombro. Ele geme como se eu tivesse lhe acertado um soco. – nós vamos ganhar esse troço. Os caras da St. Thomas são uns manés...

– Tão manés que entraram para as finais no ano passado. – murmurou ele, massageando as têmporas. – enquanto a Bristol High não se classificou nem para as nacionais.

O técnico apita. Hora do descanso.

– Mas só porque você não era o capitão. – diz Zack, se aproximando de nós. – Jason, o time é bom. A gente só precisava de alguém mais rígido que o Jake. E, tem mais, o Leo é muito bom. Ele faz a diferença.

– Wow, obrigado. – murmuro, sentando na grama. – mas eu não consigo nem derrubar aqueles bonecos.

– A gente devia ter escolhido outro tackle. – Jason parece incrédulo, se sentando ao meu lado. – os caras do St. Thomas são enormes...

– Estou rumando para a minha própria morte e não sabia disso? – pergunto, tentando não parecer assustado. Eu nem tinha parado para pensar o que minha nova posição significa.

Zack revira os olhos, se sentando também. Ele encaixa o capacete atrás da cabeça e se deita.

– A maioria dos tackles derruba caras com o dobro do tamanho deles. – diz. – Leo vai conseguir, mesmo sendo pequeno. E não é como se eles tivessem seis metros de altura, Jason, não faça essa cara que sei que está fazendo.

Nós voltamos a treinar depois de algum tempo, e Jason parece mais relaxado. E eu consigo, afinal, derrubar um daqueles bonecos pesadíssimos. Ou por sorte do destino, ou porque eu realmente sou apto a fazer isso.

Mas isso não me impede de sentir um hematoma se formando no ombro direito. Eu preciso passar na enfermaria depois dessa tortura.

Os caras do time são realmente legais. Os outros tackles conversam comigo por algum tempo, mas não tempo suficiente para que eu consiga lembrar de seus nomes depois. Douglas? Adam? Eu não faço a mínima ideia.

Sendo o capitão, Jason é o quarterback. Alguns minutos antes do sinal bater, nós treinamos juntos. Consigo derrubá-lo depois de algumas tentativas desastrosas, e é o suficiente para mim.

Eu realmente espero que o QB da St. Thomas High School seja mais ou menos do tamanho do meu melhor amigo. Ficaria muito agradecido se fosse, tá? Tá.

– Cara, eu vou ter que usar esse uniforme todo dia? – pergunto para Jason, choramingando. – isso fede. E coça. E é quente demais.

Ele solta uma gargalhada, dando tapinhas nas minhas costas.

– Só a jaqueta, cara. – e sorri. – bem vindo ao time, Leo.


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Notas finais do capítulo

Eu preciso dizer que to meio las'sk;ldka;ldka;l com essa história do Leo entrar pro time? Não né? É.
Bem, é isso. E até a próxima.
(e caso eu não poste algo até o Natal: feliz Natal, gente!) (mas eu vou tentar, ok?)