Sex, Drugs And Problems - IV escrita por Julya Com Z


Capítulo 8
Capítulo 73 - A volta do vovô


Notas iniciais do capítulo

Aí, capítulo novo, com personagem novo.



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Eu tava na porta do hospital esperando a chuva diminuir quando meu celular tocou. Era o Pedro.

Eu: Oi, Pê.

?: Eu não quero saber se foi o Pedro que te deu o anel. Eu quero ele de volta.

Eu: Maggie? Do que você tá falando?

Maggie: Não adianta fingir de desentendida, garota. Eu sei que meu filho deu o anel pra você. E quero de volta.

Eu: O anel é meu agora, Maggie. Se o Pedro quisesse que fosse seu ele já teria te dado, não acha?

Ela desligou. Filha da puta.

A chuva não diminuía nunca, então eu resolvi ir andando mesmo até encontrar um ônibus ou um táxi. Então o celular tocou de novo. Pedro. Eu não vou atender, é a porra da Maggie de novo pra me encher o saco e eu não tô nem um pouco afim de ter que ouvir um monte de merda de novo.

Eu tava encharcada, parecia que eu tava mais molhada que tudo ao meu redor. 

E lá se foram quarenta minutos andando na chuva. Cheguei na porta de casa e liguei pra minha mãe.

Mãe: Filha, onde você tá?

Eu: Leva um roupão e uma toalha até a porta, por favor.

Mãe: Quê?

Eu: Vai logo, mãe.

Vi minha mãe abrindo a porta com um roupão e uma toalha nas mãos e corri pra pegar.

Mãe: O que foi que aconteceu? Por que você não me chamou?

Eu: Porque eu simplesmente não quis. Algum problema?

Mãe: Não, nenhum. O problema é seu. Vai, entra logo antes que você fique doente. Vou pegar um remédio e fazer um chocolate quente pra você. Toma um banho quente e fica deitada, tá?

Eu: Tá.

Fiz o que minha mãe falou e tava quase dormindo quando ela entrou no meu quarto com uma caneca e uma cartela de remédios na mão. 

Mãe: Aqui, pode tomar. Amanhã vai chegar alguém e é melhor você preparar os ouvidos. E comprar luvas de boxe pra sua avó.

Eu: Ué, por que? Quem vai chegar?

Mãe: Boa noite. - E saiu do quarto.

Vish, lá vem bomba…

Terminei de tomar meu achocolatado e virei de lado na cama. Minha cabeça tava doendo um pouco. E pra piorar, começa Supermassive…

Eu: Fala. - nem vi quem era.

Pedro: Que foi? Tá de mau humor?

Eu: Tô deitada. Você pode me explicar por que sua mãe me ligou exigindo o anel de volta?

Pedro: Ela descobriu que eu te dei e deu a louca. Onde você tá?

Eu: Na cama. Quase dormindo.

Pedro: Espera que eu tô indo aí.

Desligou.

Avisei pra minha mãe que ele ia pra lá e ela disse que tudo bem. Pouco depois ele entrou no meu quarto vestindo um jeans e um moletom preto.

Pedro: Sua mãe falou que você tá resfriada.

Eu: Tô nada, eu peguei chuva e ela me deu um remédio e já tá causando.

Pedro: Mães são todas iguais.

Ele deitou na cama comigo e me abraçou por trás.

Eu: Tem uma coisa. Sua mãe. Por que você contou pra ela? - virei pra ele.

Pedro: Ela viu que o anel não tava na caixa e veio tirar satisfação. Então eu falei que tinha dado pra minha namorada. Ela perguntou quem era, então eu falei.

Eu: Ela me ligou e falou como uma assassina. Ela quer o anel.

Pedro: Foda-se. O anel é teu. - Escondi o rosto no peito dele e ficamos lá em silêncio. - Dormiu?

Eu: Ainda não. Falta pouco.

Ele me virou de costas pra ele e me abraçou. Ficou mexendo no meu cabelo e de vez enquanto beijava meu pescoço. Até que eu dormi.

O Pedro dormiu comigo na minha cama. Tava frio pra caralho de manhã e a vontade que eu tava de levantar da cama era nula. Virei de frente pra ele e fiquei olhando ele dormindo. Ele tinha cara de criança fofa. Daquelas que quando ganham um doce ficam com um sorrisinho bobo o resto do dia.

Passei o dedo na boca dele e ele abriu os olhos devagar.

Pedro: Oi.

Eu: Você dorme igual a um moleque de cinco anos. A boca aberta e a respiração forte.

Pedro: você parece uma… Sei lá, você é única.

O Pedro era o tipo de cara que toda mulher sonha, mas… deixa pra lá.

Abracei ele forte e ouvi um barulho de vidro caindo lá embaixo. 

?: SAI DAQUI!

Levantei com tudo.

Eu: Alguém vai morrer.

Cheguei lá embaixo e vi uma panela voando. Puta que pariu.

Lolita: SOME DAQUI, FILHO DA PUTA!

E então eu entrei na cozinha, bem a tempo de ver a Lolita jogando um garfo no meu avô. CALMA AÍ, EM QUEM?

Eu: QUE PORRA É ISSO AQUI?

Lolita: CALA A BOCA, NATALLIE! EU TENHO UM ASSASSINATO PRA COMETER! - e jogou um dos pratos de porcelana que a minha mãe amava. Pelo menos ela errou a cabeça do meu vô.

Saí correndo até a Lolita e segurei as mãos dela. Ela se sacudiu até ver que não conseguia escapar e se rendeu.

Eu: Vai tomar um banho.

Lolita: Quando eu descer eu quero ele fora daqui.

E saiu da cozinha.

Eu: O que você tá fazendo aqui, vô? - abracei ele.

: Tava com saudade da minha neta. Que por sinal tá maior do que da última vez que eu a vi. E muito linda.

Meu avô era do estilo do Olavo. Um velho bem vestido, calvo, educado e sorridente. 

André Mendes, o pai da minha mãe. A última vez que o vi eu tinha uns doze anos. Isso porque ele foi morar um tempo sei lá onde, porque teve uma doença meio estranha e teve que trata fora do país. Mas pelo visto ele voltou e tá bem. Ele sempre foi um daqueles avôs de novela, o que trata a neta como se fosse filha, um verdadeiro psicólogo e meio psicótico também. Ele e minha avó foram casados por muitos anos, mas se separaram quando ele descobriu que ela era uma alcoólatra drogada. Ele internou ela em muitas clínicas, mas a filha da puta sempre fugia. Até que ele desistiu e mandou um foda-se pra ela. E desde que isso aconteceu ela quer ver ele morto, pois acredita que ele a abandonou.

Pedro: Tá tudo bem aqui? - entrando na cozinha.

Eu: Tá sim. Minha vó surtou. Bom, Pedro esse é meu avô, André. Vô, esse é o Pedro. Meu namorado. - eu ainda não me acostumei com isso. - Os dois se cumprimentaram e então fomos pra sala. - Você voltou pra morar aqui?

: Na verdade não. Eu tô morando aqui perto, com a Eliza.

Eu: Eliza…? Você casou de novo?

: Casei. E foi por isso que sua avó fez isso aqui - ele esticou o braço e tinha um arranhão enorme.

Eu: Ela ainda te ama. Mas ela te odeia.

: Só um louco pra entender essa frase. E eu entendi perfeitamente.

Pedro: Naty, eu vou pra casa, tá bom? Depois eu te ligo. - e saiu.

: Esse garoto, seu namorado. Ele faz bem pra você?

Eu: Faz. Ele é… perfeito demais. - falei pouco animada.

: E esse desânimo? Ah, já entendi. Você é igual a sua mãe. Odeia grudes. Odeia romances, não é? - assenti - Você gosta dele? - assenti de novo - Bom, pelo menos você tá tentando. Já é alguma coisa. Se não der certo você já sabe como a história termina, não é?

Eu: É… acho que sei.

Um pouco depois eu e minha mãe arrumamos a cozinha e ele passou o dia comigo, mas não em casa, porque minha vó surtava quando olhava pra ele. Ficamos no shopping andando, tomando sorvetes, conversando e eu consegui matar a saudade.

Eu senti falta do meu vô.

Meu vô era o tipo de pessoa que te fazia pensar em tudo, sem dizer quase nada. Ele me fez pensar se aquele namoro ia dar certo. Porque por mais que eu gostasse do Pedro, por mais que “amasse” o Pedro…

Sei lá, ele não me completava. Sempre faltava alguma coisa. Sem contar que ele era meu irmão e…

Porra, que vida é essa que eu tenho?


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