De Volta Ao País Das Maravilhas escrita por Kremer


Capítulo 1
Capítulo um: Através das páginas




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Apesar de achar um tremendo inconveniente, Alice cresceu. Cresceu e pôs-se a viver uma vida adulta, e apesar de muitas coisas não lhe fazerem sentido – como, por exemplo, ter de manter conversas como “Oh, e o calor que faz hoje?” Ou “Que adorável esta sua casa! Adoraria mostrar-lhe a minha. Visite-nos quando puder.” – ela agora tinha sua casa, suas próprias xícaras de chá e uma adorável filha.

- Mary Ann - Alice dera a ela o nome pelo qual um certo coelho branco a chamara em sua infância - Vá ao jardim fazer suas lições, está fazendo um dia lindo! - dissera Alice, e Mary Ann pegou seus livros com alguma dificuldade, pois estes eram pesados, e se encaminhou para o jardim. Estava quase alcançando a sombra de sua macieira quando o pó acumulado nos livros de repente fizeram cócegas no seu nariz, fazendo Mary Ann espirrar. Espirrou com tanta força, a pobre Mary Ann, que deixou seus livros todos caírem.

- Oh, que coisa. Veja só, Snow - Snow era sua cachorrinha -  nos fazem ler todos estes livros, dizendo que são importantes para não crescermos burros. Mas como podem eles não ter gravuras? - Mary Ann, assim como Alice, adorava falar com seus animais e consigo mesma. - Quem pode se interessar por todas essas palavras, se nenhuma figura as acompanha?

 Snow começou a andar em círculos, e depois de muito andar e perseguir seu próprio rabo, deitou-se na grama aos pés de Mary Ann.

- Você se interessa? Ora, diz isto porque não pode ler. Mas se pudesse, estaria me dando razão agora. - Disse Mary Ann, que neste momento encontrara um pequeno livrinho azul, que não lhe era nada familiar. - Olhe, Snow! Que engraçado este livro... não tem nada escrito na capa, porém, olhe! Aqui na primeira página diz "O País das Maravilhas". 

Mary Ann havia encontrado o diário que Alice tinha feito sobre seu sonho – ou será que fora uma viagem? – ao País das Maravilhas. Mary Ann começou a lê-lo. Lia alguns trechos em voz alta para Snow, ou até para ela mesma, pois os relatos eram tão extraordinários que ela sentia estar se afundando nas páginas e em suas histórias. E estava mesmo! Notou que ela estava encolhendo... e encolhendo... até ficar tão pequena que cabia dentro do livro. Sim, ela estava em pé, em cima de uma das páginas. Elas pareciam tão grandes agora!

- Minha nossa! O livro cresceu? Eu encolhi? Bem, isto aqui está muito esquisito. Mas olhe! Se eu tiver encolhido, poderei passar por todos os lugares que eu quiser. Duvido alguém me encontrar com este tamanho. Poderei ver como é um formigueiro por dentro. - Enquanto falava, não reparou que o livro, lentamente, estava se fechando em torno dela. - Mas e se as formigas forem canibais? É, melhor não arriscar. Ei, quem está fechando o livro? Socorro! Estou presa!

Gritava a pobre Mary Ann, mas agora o livro havia se fechado totalmente, e ela estava presa em suas páginas, que começaram a se transformar em fumaça ao redor dela, e iam girando em espiral. Mary Ann não via mais nada ao seu redor, e agora sentia que estava caindo... caindo por entre a fumaça!

- Meu Deus! Como um livro pode ser tão fundo? - Perguntou-se Mary Ann, que não parava de cair entre a fumaça. - Se eu continuar a cair assim, poderei até atravessá-lo, e então darei de cara com o chão. - E caía, caía, caía, a queda parecia não ter fim. - Talvez eu já tenha atravessado o livro. Mas isso é tolice... como poderia tê-lo atravessado tão depressa? E se eu ficar aqui caindo pro resto da vida?

 Mary Ann estava ficando muito sonolenta conforme o tempo foi passando, e depois de concluir que nada podia fazer para escapar da fumaça, simplesmente fechou os olhos e tentou dormir. Porém, assim que os fechou, atingiu alguma coisa muito macia. Então, ela levantou-se e viu que havia caído em um chão branco e fofinho, em uma sala de espelhos.


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Notas finais do capítulo

Tende a melhorar!



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