Medo Do Escuro escrita por B Volturi


Capítulo 2
Capítulo 2 - Perseguições.




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– Srta. Henderson? Srta. Henderson? – O som do meu nome vinha de um lugar distante, era como estivessem me chamando através de uma grossa parede.

–Hey, é com você. – Um toque no meu ombro me fez voltar à realidade.

– Me Desculpe Sr. Wayne. – Minha mente se acostumando novamente à realidade.

– Srta. Henderson pode me dizer quatro grandes cientistas que contribuíram para a química moderna?

– Lavoisier, Marie Curie, Böhr e Dalton. – Disse meio zonza.

– Certo – Sr. Wayne pigarreou e retomou de onde tinha parado.

– Cara, você viajou legal – A minha dupla de química, cujo nome eu nunca lembrava, sussurrou.

Minutos depois o sinal tocou, uma multidão tomou os corredores. Caminhei apressadamente para o imenso refeitório, minha cabeça explodia.

Sentei do lado de algumas garotas que eu conhecia das aulas de literatura, elas me cumprimentaram, porém não fizeram questão de puxar assunto comigo, ainda bem, não estava no clima de conversas. Mal toquei na minha salada, ia repassando os detalhes do meu pesadelo enquanto rabiscava na minha agenda.

– Ah, maninha que bom que te encontrei. – Catherine se materializou ao meu lado. – A mamãe ligou infelizmente ela não vai poder buscar a gente, então vamos de ônibus. – Em um dia normal, pessoas normais odiariam a ideia, mas eu não, assim não tinha que fingir interesse na conversa habitual que tínhamos no carro.

–Ok, nos vemos no ônibus então. – Sorri de lado.



Quando o ultimo sinal tocou, eu arrumei vagarosamente minhas coisas, a chuva fina caia aliviando o calor do dia, alguns alunos procuravam seus guarda-chuvas e praguejavam quando notavam o sumiço do item. Deixei uma mensagem avisando Cathy que iria a pé pra casa.



Sai do prédio sentido as primeiras gotas contra minha face, sempre gostei da sensação da água em mim, parecia que minha pele pegava fogo e o chuvisco frio deixava aquilo interessante. Resolvi pegar o caminho mais longo para casa, logo a garoa engrossou e as ruas ficaram desertas, estava pulando em algumas poças sem me importar com estado de minhas roupas. Não me lembro bem o porque daquilo mas olhei pra trás, a chuva tinha deixado o céu escuro, fazendo a sensação de que estava sendo seguida voltar, apressei o passo, mas o barulho calmo das gotas contra asfalto me fez correr, já dobrava a esquina quando virei de costas de novo, um rastro de cabelos vermelhos sumia nos vãos entre os prédios. Cai no chão, meu sangue fervia, eu sentia meu corpo pegando fogo.


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