O frio em Londres parecia queimar. Não havia um inverno como aquele à muito tempo. Os mais inteligentes, ou sortudos, estavam em casa degustando chocolate quente e na companhia de alguém, de preferência do sexo oposto. Blergh. Porque seres humanos tem aquela necessidade de estar perto de alguém do sexo oposto? Cadê o amor próprio? Isso me enoja. Sempre digo para as minhas queridas amigas: Amem-se. Busquem a perfeição! Isso só pode-se conquistar sozinha.

Ah, é claro. Existem aqueles pobres infelizes. Que mesmo nesse frio de matar, necessitam sair de casa para ir ao trabalho ou algum lugar desse gênero. Sempre com as suas roupas impecáveis e que seguem a moda. Eles sempre tem aquele jeitinho, o nariz empinado. Até parece que são superiores a alguém. Só em sonhos, meus queridos. Para você ser alguém, você precisa buscar a perfeição.

Hermione Granger estava em casa, sozinha. Não fazia parte de nenhum dos dois grupos que citei ali em cima. Não tinha companhia e estava de folga de Hogwarts. Gina Weasley, sua melhor amiga, estava com Harry Potter, seu melhor amigo, em algum lugar comemorando (pela milésima vez!) o seu noivado. Eles pareciam copular como coelhos. Seu namorado, Rony, tinha sumido de novo.

– Ah, só porque eles começaram a namorar, precisavam mesmo me largar aqui esperando Rony? Façam-me o favor. Quem era que sempre ajudava Harry em tudo? Quem largou escola, família para ir naquela busca maluca por Horcruxes? Tenho certeza que não foi Gina. Foi a abestada aqui.

Hermione adquiriu o estranho, mas útil, hábito de falar sozinha. Desde o final da guerra, a vida de todo mundo começou a se resolver. Harry noivou com Gina. Neville estava namorando Luna e eles resolveram viajar pelo mundo, atrás daqueles pequenas criaturinhas que só existiam na cabeça de Luna e seu pai (Ah, o que um coração apaixonado (pausa pra vomitar por tanto açúcar) não faz pelo seu amado?). Até mesmo Jorge estava "feliz" com Angelina. Mas ela estava sozinha.

Mas espere aí, até que a história de Hermione não foi tão ruim no começo. Ela começou a namorar Rony, seu amor de infância. Voldemort estava morto. Eles iriam ganhar empregos no ministério logo após o fim da escola. Tudo estava bonito e feliz.

E depois de umas três semanas, tudo começou a desandar.

Um pequeno aviso:

Desista. Amor não dá certo. Nunca dá.

Rony estava arrogante. Harry e Gina não paravam mais em casa. Os pesadelos começaram a aumentar. Nenhuma poção ou feitiço fazia com que a castanha dormisse em paz.

Até aquele encontro com Draco Malfoy. Que fez a cabeça da garota virar de cabeça para baixo. Mas, eu como uma boa amiga, tive que trazê-la de volta a realidade. Draco Malfoy, mesmo transformado pela guerra, não ama ninguém. Nem mesmo ela. Afinal, a última pessoa que ele iria amar seria Hermione Granger, a "sangue-ruim" como ele sempre gostava de afirmar.

Hermione balançou a cabeça e tentou tirar os pensamentos da cabeça. Finalmente, ela começou a concordar comigo em que a garota do Trio de Ouro e o sonserino nunca poderiam ficar juntos.

As roupas da mala na frente da garota estavam todas arrumadas perfeitamente. A viagem com Rony deveria ser naquela noite, mas como o destino tem uma ironia ótima, é claro que os planos deveriam ser mudados.

Um som de aparatação e logo após um barulho estranho tinha acabado de começar. Hermione assustou-se e foi em direção a cozinha, que era a origem do barulho, com a varinha em mãos.

Espere aí, não era um barulho qualquer. Era uma garota gemendo. E não era Gina, porque de tanto que ela e Harry copulavam (E muitas vezes era bem alto o som), Hermione já tinha se acostumado com os amigos. A garota se aproximava pouco a pouco na cozinha, até ir verificar por uma pequena brecha.

Sobre o destino:

Já disse que o acho muito irônico? E engraçado?

Ah, não era Gina e Harry. Era Rony e uma loira.