JUNHO DE 2010 – NOVA IORQUE

– Eu juro que por mais que eu tente aceitar não consigo acreditar que Emmett se recusou a vir ao meu casamento por vingança. – Edward repetia aquilo pela centésima vez apenas naquele dia. – Que parte de “perdi meu voo” ele não conseguiu entender?

– Emmett estava muito nervoso no casamento dele e o que ele mais queria era que você estivesse lá. Ele te esperou por horas... Na despedida de solteiro, quando ele foi se arrumar, quando ele entrou na igreja te procurou no altar ao lado dos outros padrinhos, se bobear ele pensou em você até na lua de mel. – Esme riu baixinho.

– E é por isso que ele deveria ter engolido o orgulho e ter vindo ao meu casamento. – Suspirou encostando-se na cadeira. – Rosalie até hoje é revoltada comigo por não ter conhecido meu melhor amigo.

– Rosalie é revoltada por tudo. – Admitiu Esme.

– Não fale assim dela, eu a amo.

– Eu sei que a ama, mas isso não significa que eu acredite que ela seja a pessoa certa para você.

– Já discutimos sobre isso, Sra. Esme.

– Sim, nós já discutimos.

Esme deu um meio sorriso e ergueu o braço em direção ao filho que a puxou e abraçou-a.

– Eu te amo, mamãe.

– Eu também te amo meu filho.

[...]

– Rose, não sabe como estou feliz por esse momento. – A tia de Rosalie estava terminando de ajudar a sobrinha a colocar seu vestido e mantinha um grande sorriso nos lábios. – Sua mãe ficaria radiante ao te ver assim.

– Não temos como saber disso. – Rosalie resmungou. – Ela ao menos me viu para saber se nos daríamos bem ou não, se teria algum orgulho ou me trataria como meu pai me trata.

– Sua mãe era muito parecida comigo e para mim você é a melhor filha do mundo. - Ela deu um meio sorriso. – Sabe como tenho orgulho de você, não sabe?

– Sim... Eu sei. – Rosalie abaixou o olhar e suspirou. – Achei que meu pai viria hoje... Pelo menos hoje.

– Lembra-se de quando eu lhe disse que você não deveria esperar demais dele? – Rosalie assentiu. – Eu estava errada. Seu pai está lá embaixo.

– Lá embaixo?

– Sim, sentado na primeira fileira e parece ansioso para te ver.

– Tem certeza que não está fazendo isso só para me deixar feliz?

– Tenho certeza absoluta. – Sua tia deu um largo sorriso. – E o que acha de agora a gente descer? Edward já deve estar andando pelas paredes.

MAIO DE 2011 – NOVA IORQUE

Isabella estava mais uma vez debruçada em frente a pia do banheiro. Seu corpo estava curvado e ela sentia aquele maldito enjoo matinal. Ela conhecia muito bem aquela sensação, já havia sentido uma vez e não fazia tanto tempo assim.

– Por que isso tem que acontecer comigo? – Ela encarou seu reflexo no espelho. – Eu sei que não sai muito bem da primeira vez e disse que quando acontecesse comigo novamente estaria realmente pronto, mas eu não estou. – Bella sentiu seu corpo desmoronar e deixou seu corpo fazer as vontades de seu joelho. Ela sentou-se no chão do banheiro e respirou fundo. – Eu não quero ser mãe agora. Não posso ser mãe agora. Emmett não pode ser pai. Ele não está pronto. Ele me disse isso. – Bella levou sua mão até sua cabeça e naquele momento entrou em desespero.

O que seria da sua vida agora?

Conforme o tempo passava ela organizou seus pensamentos. Aos poucos foi recobrando a consciência de que aquilo era algo com que ela poderia lidar.

Apesar de todas incertezas ela tinha certeza de uma coisa. Não cometeria o mesmo erro da primeira vez. Não iria abortar seu novo filho.

Julho de 2011 – Nova Iorque

Era dia em Nova Iorque e Isabella estava com um envelope em suas mãos. Ela estava nervosa, na verdade já estava acostumada com o nervosismo, ele era seu companheiro desde que havia descoberto a gravidez e começado a desconfiar que podia haver algo de errado com ela. Com passos largos ela se aproximou de um pequeno estabelecimento, com as mãos trêmulas abriu a porta e procurou uma mesa em um lugar reservado.

– Bom dia senhorita, o que deseja? – Um homem de aparentemente 25 anos apareceu para atendê-la.

– Paz. - A morena ergueu o olhar para encará-lo e respondeu sem pensar duas vezes. O homem ficou sem reação, pediu licença e saiu.

Bella abaixou o olhar mais uma vez e respirou fundo em busca de coragem para abrir o envelope. Há dois meses ela escondia a gravidez de Emmett, se ela tivesse algo grave não queria que ele sofresse novamente pela dor de perder um filho e ao mesmo tempo não gostaria de se sentir culpada por causar aquela dor novamente.

– Droga Isabella, anda logo com isso. – Murmurou para si mesma e mexeu os dedos habilidosamente para rasgar o envelope. Ela passou o olhar rapidamente pelas coisas escritas no exame e se irritou ao perceber que não entedia quase nada que estava ali. Ela o enfiou dentro da bolsa, se levantou e rumou para fora do estabelecimento, mais uma vez estava perdida.