Forks, Junho de 2009

– Onde está o Edward? Ele e a namorada já deveriam ter chegado. – Emmett resmungou enquanto andava impaciente pelo quarto. Seu nervosismo poderia ser observado por qualquer um.

– Tenho certeza que Edward tem um bom motivo para estar atrasado, meu amor. – A voz baixa da mulher tentava transmitir uma calma que parecia não existir no corpo do rapaz. Ela era a mãe dele e apesar de apoiar as decisões do filho não parecia estar muito contente com a situação do casamento.

– Atrasado? É meu casamento mamãe, Edward não poderia atrasar no casamento do seu melhor amigo. Ele é quase meu irmão! – Ele olhou para baixo. – E ainda mais é meu padrinho. – Suspirou. – Era para ele estar aqui comigo.

– Eu sei e já disse que ele deve ter um bom motivo.

– E eu espero mesmo que ele tenha ou então vou acabar com a vida dele.

O rapaz que costumava andar com os cabelos sempre desarrumados desta vez estava com eles impecavelmente no lugar. Ele usava um terno branco, queria combinar com Isabella até mesmo nisso. Um sorriso brotou em seus lábios ao se lembrar de sua noiva e o sorriso apenas aumentou ao lembrar-se que em breve ela também se tornaria sua mulher. Em seu subconsciente ele não conseguia acreditar nisso. Em cinco anos na faculdade já havia encontrado a mulher com quem queria ficar para o resto da vida.

– Pelo menos Isabella já chegou?

– Não... Mas noivas se atrasam, isso é natural.

– Quer saber? Que se danem os atrasos. – Ele riu nervoso e caminhou até um pequeno frigobar de onde tirou uma garrafa de vodka. Álcool sempre o acalmava. – Vou tomar uma dose. – Emmett sorriu travesso, não esperou sua mãe interrompe-lo, apenas dirigiu a garrafa até seus lábios e tomou um longo gole.

– Mocinho você não vai se embriagar antes do seu próprio casamento. – A mulher baixa tomou a garrafa da mão do filho como se ele ainda fosse um adolescente.

– Posso pelo menos esperar Isabella e Edward lá embaixo? Não aguento mais olhar para essas paredes.

– Pode Emmett, você pode. – Murmurou sabendo que na missão de deixar o filho calmo ela teria sido derrotada.

[...]

O vestido branco de noiva moldava-se perfeitamente no corpo de Isabella. Seus longos cabelos negros estavam presos em um coque e suas mãos entrelaçadas com a de sua melhor amiga. Um sorriso era a coisa mais radiante que se encontrava em seu rosto. Qualquer pessoa, conhecida ou não, poderia observar sua felicidade. Ela o amava e tinha plena certeza disso.

– Está pronta? – A amiga de Isabella sussurrou assim que o carro parou em frente à igreja.

– Acredito que sim. – Bella riu de forma nervosa e olhou para a amiga. – Estou muito feliz em te ter aqui nesse momento.

– Eu estou muito feliz em estar aqui com você. – Ela sorriu e saiu do carro, deu a volta e abriu a porta para que a amiga pudesse sair. Elena estendeu seu braço para que Isabella pudesse segurá-lo. A amiga era o mais próximo que a garota tinha de família.

Com passos curtos elas adentraram na igreja e aos poucos foram se aproximando do altar.

Emmett não desviava olhar da noiva e ela ao mesmo tempo não conseguia desviar o olhar dele. Se pudesse correria até ele, o abraçaria e se manteria nos seus braços pelo maior tempo que conseguisse.

– Você está linda. – Emmett sussurrou assim que ela parou ao seu lado. – E eu não posso acreditar que agora finalmente você vai ser oficialmente minha.

Bella podia sentir suas bochechas ficando vermelha da mesma forma que sentia a mão de seu noivo por cima da sua. Ela olhou para o chão demonstrando sua vergonha e deu o mesmo sorriso bobo de quando descobriu que estava apaixonada por ele.

– Eu não posso acreditar que agora você vai ser oficialmente meu. – Ela repetiu a frase dele e ambos se viraram para o padre.

O decorrer da cerimônia foi tranquilo e na hora do sim todos no local se emocionaram com a declaração do rapaz. Era realmente surpreendente que Emmett estivesse realmente apaixonado.

Nova Iorque, Junho de 2009 – 01 dia antes do casamento

– Edward, se você não acelerar a porcaria desse carro vamos perder o voo. – A voz da loira era de desespero. Não conseguia acreditar que quando finalmente iria conhecer o melhor amigo de seu namorado aconteceria um imprevisto desse.

– Eu não posso acelerar, Rose. – Edward suspirou abaixando os vidros do carro e colocando a cabeça para fora. Queria ver algo além do trânsito. – O trânsito está parado. Parece que aconteceu algum acidente.

– Ótimo. Tantos dias em um ano e esse acidente tinha que acontecer justamente agora? – Ela cruzou os braços e em seus lábios se formou um bico.

Edward destravou seu cinto de segurança e abriu a porta.

– Para onde você pensa que vai, Edward Cullen?

– Pode ter alguém ferido, acho que posso ajudar.

– Não, você não pode. – Rosalie resmungou desligando o carro e saindo atrás do namorado. –Temos que viajar para Forks, somos padrinhos do casamento do seu melhor amigo, está esquecido?

– Dever em primeiro lugar, amor. – Ele inclinou seu rosto em direção ao da namorada e depositou-lhe um rápido beijo nos lábios.

Seus pés andavam rapidamente em direção a uma multidão de curiosos, conforme se aproximava conseguia observar a gravidade do acidente. Um carro havia colidido com um ônibus em uma ultrapassagem em local inapropriado. Havia uma criança deitada no chão e nenhum sinal de ambulância.

– Deixem-me passar, sou médico. – Aquilo não era verdade, mas ele sabia muito bem como socorrer uma vítima de acidente. – Droga, deixem-me passar. – Murmurou mais uma vez ao perceber que praticamente ninguém havia saído do lugar.

Empurrando as pessoas ele conseguiu se aproximar da criança. Havia muito sangue ao seu redor. Ela estava quase desacordada.

– Oi, como é seu nome?

– Bryan. – A criança sussurrou. – Está doendo. - Choramingou.

– Eu sei que dói Bryan, mas você tem que fazer o que eu digo, tudo bem?

– Sim...

– Você não pode dormir e tem que ser forte.

Agilmente ele avaliou a situação do garoto e ao sentir a aproximação de Rosalie sentiu-se aliviado. Sua namorada era boa em lidar com crianças e puxava assunto facilmente com o menino.

Edward fez várias tentativas de estancar o sangue que insistia em continuar saindo do corpo do menino. Aos poucos os batimentos cardíacos foram sessando e por fim, sem poder fazer mais nada, o menininho morreu.

Rosalie encarou o rapaz. Tinha plena consciência que naquela profissão ele deveria aprender a lidar com a morte, mas era inútil quando se tratava de criança. Edward desviou o olhar de Bryan e encarou a namorada que prontamente se agachou e o abraçou.

– Você fez tudo o que podia. – Sussurrou e aos poucos sentiu o namorado ir relaxando em seus braços.